Áudio e entrevista de Felipe Melo mudaram postura do Palmeiras em relação à liberação
No último sábado, após o técnico Cuca anunciar a decisão de liberar Felipe Melo para, nas palavras do técnico, “seguir outro caminho”, a ideia da diretoria alviverde era clara: tentar a melhor alternativa de saída para o clube, mas sem impor grandes obstáculos para que o jogador assinasse com outra equipe.
O plano inicial considerava não apenas a possibilidade de liberá-lo sem receber valor algum como contrapartida (afinal, o clube já deixaria de arcar com o ônus de seu alto salário) como avaliava, eventualmente, o pagamento de parte dos seus honorários em outra equipe.
O áudio em que Felipe Melo chama Cuca de covarde, fala do interesse da vários times e diz que “nunca esteve tão fácil” para o Flamengo contratá-lo irritou a direção palmeirense, que também ficou incomodada com as justificativas concedidas na sequência em entrevista ao vivo ao Linha de Passe.
Na avaliação da direção alviverde, ao contrário do que muita gente acredita, é pequena a chance de o áudio ter vazado propositalmente. E, de fato, é difícil enxergar benefícios para o jogador no vazamento — sejam eles no aspecto contratual como na relação com os torcedores palmeirenses.
Depois do problema no vestiário do Palmeiras após a eliminação contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil, a decisão por seu afastamento já estava tomada pelo técnico, como admitiu o próprio jogador à ESPN Brasil.
Lembremos o que disse Melo: “Errei, porque naquele dia sim eu falei alguma coisa contra o Cuca. Nesse momento de erro eu pedi desculpa perante ao grupo, pedi desculpa à diretoria e fui muito claro na minha desculpa, olhando nos olhos do Cuca. Ele me desculpou, apertou minha mão e disse que não trabalharia mais comigo, na frente dos outros jogadores”.
Passado o episódio, uma conversa entre o diretor de futebol Alexandre Mattos e o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, definiu a estratégia para anunciar a saída de Melo: Cuca daria a entrevista alegando questões táticas (o que não deixava de ser verdade, embora não fosse toda ela) e a provável insatisfação do jogador com a reserva.
Desta forma, o clube não desvalorizaria seu patrimônio externando (ou mesmo relembrando) a existência de outras questões que pesaram no aval da diretoria para a liberação, como uma série de problemas (alguns pequenos, é verdade) ocorridos com Roger Guedes, Dudu, o preparador físico Omar Feitosa e, enfim, Cuca.
Mas o áudio e a entrevista estragaram a estratégia.
Foi só então que a direção resolveu convocar a entrevista coletiva de Alexandre Mattos para demonstrar firmeza por parte do clube: "O Felipe Melo é um ativo do Palmeiras, vale dinheiro. Se algum clube o quiser, que procure o Palmeiras, porque até hoje ninguém procurou. E não vai ser ‘facinho’. No áudio, ficou parecendo que está fácil".
A partir de agora, embora ainda precise pesar o ônus da permanência de Melo no elenco, o Palmeiras de fato não está disposto a liberar o jogador de graça.
Até porque seu salário, mesmo alto, não é um problema gigante para quem conta com o suporte de uma patrocinadora abonada e generosa.
Fonte: Gian Oddi
Áudio e entrevista de Felipe Melo mudaram postura do Palmeiras em relação à liberação
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.