Orçamento do Palmeiras prevê mais R$ 34,5 milhões do EI caso clube não feche com a Globo na TV aberta
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Se não fechar contrato com a TV Globo para transmissão de suas partidas na TV aberta, o Palmeiras receberá neste ano mais R$ 34,5 milhões do Esporte Interativo, com quem tem assinado acordo para exibição de suas partidas na TV fechada. É o que consta na previsão orçamentária do clube para 2019 à qual o blog teve acesso. De acordo com o documento, o pagamento está distribuído em 9 parcelas de R$ 3,83 milhões, entre abril e dezembro deste ano.
Segundo diversas fontes consultadas pelo blog, o item é fruto de uma cláusula do contrato entre o Palmeiras e a Turner, proprietária do Esporte Interativo, e serve como garantia de que o clube terá uma compensação caso o negócio com a Globo não seja fechado porque o Palmeiras acertou com a Turner na TV fechada – o que de fato acontece até aqui. A cláusula, segundo confirmou uma das fontes, existe não apenas para 2019, mas para os seis anos de contrato entre Palmeiras e Turner.
O impasse entre Palmeiras e Globo na TV aberta ocorre porque o clube não aceita ter o valor de sua cota reduzida em 20% como uma espécie de "multa" por ter assinado contrato com outra emissora na TV fechada. O Palmeiras argumenta ainda que o valor total destinado pela Globo às cotas de TV aberta já sofreu diminuição, pois parte desse dinheiro foi deslocada à TV fechada para fazer frente à concorrência do Esporte Interativo.
Atualmente, a Globo paga R$ 600 milhões anuais pelos direitos de transmissão de TV aberta, divididos da seguinte forma: 40% do valor é repartido de maneira igual entre todos os clubes que assinarem com a Globo (coisa que só o Palmeiras não fez), 30% de acordo com a classificação no Campeonato Brasileiro e os outros 30% de acordo com o número de partidas exibidas pela TV aberta.
Ou seja, entre os três diferentes critérios de divisão, apenas os 40% podem ser calculados com precisão: R$ 12 milhões por equipe, se os 20 clubes fecharem com a Globo. Restaria, portanto, conhecer a divisão dos outros R$ 360 milhões, sendo 180 de acordo com a classificação e 180 de acordo com o número de jogos exibidos – o normal seria imaginar o Palmeiras bem colocado e tendo mais jogos exibidos que a média dos outros times (embora menos do que Flamengo e Corinthians).
Ainda que seja impossível, por conta dos critérios, prever exatamente quanto o Palmeiras receberia se assinasse contrato com a Globo, e mesmo que esse valor possa ser superior aos 34,5 milhões previstos como compensação, é evidente que o montante garantido pela Turner dá fôlego ao Palmeiras para endurecer a negociação na TV aberta.
Já em relação aos direitos do pay-per-view – que não foram assinados por Palmeiras e Athletico Paranaense – essa compensação não existe, e o prejuízo pela eventual falta do acordo, neste caso, será total. Ainda assim, para acertar, o Palmeiras exige que o valor seja dividido segundo a audiência dos jogos e não de acordo com pesquisas sobre tamanho de torcidas no país ou mesmo entre os assinantes do serviço.
Embora tanto a Globo quanto o Palmeiras ainda trabalhem com a possibilidade de fechar negócio e aleguem intenção de chegar a um acordo, as conversas não têm avançado muito nas últimas semanas. Dois dos quatro jogos já realizados pelo clube paulista no Brasileiro, contra CSA e Atlético Mineiro, não foram exibidos em plataforma alguma.
Apesar disso, em diversas manifestações nos estádios e em redes sociais, a torcida do Palmeiras tem se colocado favorável à posição do clube. A mesma unanimidade em relação à postura da direção alviverde não existe dentro do Palmeiras, onde muitos conselheiros acreditam que o clube está esticando demais a corda nas negociações e que o acerto com a Globo é necessário para cobrir os crescentes custos do departamento de futebol.
Do outro lado, a Globo também sofre pressão: não só pelo cancelamento de assinaturas dos torcedores palmeirenses no pay-per-view, mas principalmente porque o Procon notificou diversas operadoras de TV paga sobre a necessidade de conceder descontos no Premiere devido à redução de quase 20% no número total de jogos do pacote, consequência das ausências das partidas de Palmeiras e Athletico Paranaense.
Numa tentativa de sanar o problema, o serviço Premiere anunciou recentemente que jogos da Copa do Brasil passariam a fazer parte do pacote dos assinantes – algo que já ocorreu nesta quarta-feira. Contudo, segundo matéria do UOL Esporte, o Procon já informou que essa atitude não isentará as operadoras de conceder o desconto no Premiere enquanto os jogos de Palmeiras e Athletico não estiverem no pacote.
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Fonte: Gian Oddi
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