Ela descobriu um dos grandes jogadores dos Jets; a 1ª scouter e seu amor pelo futebol americano

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo
Connie Carberg
Connie Carberg Redes Sociais

Uma tomboy, é assim que Connie Carberg se definia quando criança! Tomboy é o termo utilizado quando uma menina apresenta características e comportamentos considerados tipicamente masculinos, que surgiu na década de 20 quando a estilista Chanel começou a introduzir a alfaiataria nas produções femininas.

Carberg, nascida na década de 50 - uma época em que as mulheres não tinham tanto espaço -  adorava esportes de uma forma geral, e o futebol sempre foi sua maior paixão! Quando tinha 12 anos, seu pai começou a trabalhar como médico do New York Jets (que era New York Titans na época). Era tudo o que ela precisava! Começou a ir a todos os jogos com sua família, cresceu rodeada por jogadores, técnicos, e todos os assuntos que envolviam futebol, e sempre ficava atenta para aprender o máximo que podia.

Ela costumava fazer seus próprios mock drafts, com informações retiradas de revistas, jornais e programas de televisão. Durante 5 anos, sentava com o treinador de sua escola durante os jogos e perguntava sobre tudo que ele estava vendo, não apenas a jogada de uma maneira geral.

Depois de alguns anos, já na fase da faculdade, foi estudar em outra cidade devido a uma bolsa que conseguiu, em uma escola só de meninas, onde acabou jogando basquete por dois anos, mas sentia que estava faltando algo em sua vida, e então decidiu se transferir para Ohio State e passou a acompanhar todos os jogos e treinos da Ohio State Football.

Woody Hayes era o técnico na época, e não só permitiu, como incentivou que Connie participasse de todos os treinos, fossem eles abertos ou fechados, pois via a paixão pelo esporte nos olhos dessa jovem garota!

Connie vestindo seu presente de 7 anos de Jets
Connie vestindo seu presente de 7 anos de Jets Arquivo pessoal

Mesmo com todas as portas abertas, a princípio Connie não acreditou em sua paixão e acabou cursando faculdade em uma área completamente diferente da esportiva, algo equivalente a Ciências Sociais. 

Depois de formada, voltou para Nova York, e foi então que o técnico dos Jets, Charley Winner a convidou para ser secretária do novo complexo que estava sendo construído em Long Island. Eles queriam alguém que conhecesse sobre futebol, e Connie era a pessoa perfeita.

Ela não pensou duas vezes, era o trabalho dos sonhos. Logo se tornou a favorita entre os funcionários, jogadores e fãs. Além de recepcionista e das funções relacionadas ao time que desempenhava, ela cozinhava tortas para a equipe, e fazia com que os jogadores fossem até o telefone falar com os torcedores que ligavam. Connie entrava no vestiário e já gritava “Garota de volta – Girl back” tantas vezes que acabou virando seu apelido.

Depois de tanto tempo envolvida, seu chefe Mike Hollaback, junto com Walt Michaels (técnico na época) e o General Manager Al Ward, a convidaram para fazer parte da equipe de scouting e se tornar a primeira mulher a ter essa função na história da liga!

Connie prontamente aceitou, e o que lhe deixa mais orgulhosa até hoje, é o fato de que eles foram até ela, e não o contrário. Diz ainda que pode soar estranho, mas nunca se sentiu uma “mulher tentando invadir o território masculino”. Futebol era apenas algo que ela amava e se sentia confortável a respeito. Sempre achou que as coisas deveriam acontecer por merecimento, e não apenas por ela ser mulher, e o fato de acharem que ela poderia dar conta do recado (e deu), é algo do qual tem extremo orgulho!

O grande touchdown da sua carreira aconteceu entre 1978-79, com o Senior Bowl, um confronto entre o Norte e o Sul, em que técnicos de equipes profissionais treinariam os atletas. Um dos jogadores da linha defensiva (Mike Stennes) se machucou, e o técnico Walt Michaels pediu para Coonie encontrar alguém para substituí-lo. Vale lembrar que o trabalho de scouter na época não era muito fácil, afinal, não havia computadores ou qualquer ajuda tecnológica para análise de vídeos e estatísticas.

Connie com Mark Gastineau
Connie com Mark Gastineau Arquivo pessoal

E lá foi Connie, ler diversos relatórios e assistir muitos e muitos vídeos para identificar um jogador que tivesse as características necessárias para preencher a vaga de pass rusher da defesa, função tão importante. Ela separou 5 e começou a ligar para os candidatos.

Mark Gastineau era um deles, o mais rápido de todos, de East Central Oklahoma, escola bem pequena e estava pronto para jogar, apenas aguardando uma oportunidade, e Connie percebeu que ele tinha talento e estava de fato preparado e ele embarcou no próximo voo para fazer parte da equipe.

Gastineau acabou sendo MVP da defesa do Senior Bowl e foi escolha de 2ª rodada do draft dos Jets no ano seguinte e se tornou um dos grandes pass rushers da história da franquia!

Durante todo esse tempo, Connie diz que nunca se sentiu inferiorizada por ser a única mulher no meio, muito pelo contrário, era respeitada por ser a única com audácia suficiente por querer fazer parte do futebol!

Mas, depois de 2 anos como scouter, foi comunicada que o dono da franquia na época, Sr. Leon Hess não se sentia confortável com uma mulher no cargo, viajando com a equipe. Vale lembrar que isso aconteceu há quase 40 anos atrás, e as coisas eram muito diferentes.

Mesmo não podendo continuar fazendo seu trabalho da maneira que gostaria, por amor ao esporte e ao time, aceitou as novas condições: desempenhava basicamente as mesmas tarefas, mas sem viajar com a equipe. Continuou assistindo vídeos, dando notas, escrevendo relatórios para o draft (e inclusive, era uma das melhores nisso), comparecendo aos treinos e como não havia o Combine na época, entrevistava os mais de 200 jogadores que eram trazidos a cada temporada.

Carberg conhecia tanto de futebol que quando mudou para Flórida com seu marido, poderia ter tentado uma vaga no Miami Dolphins, mas sua lealdade aos Jets era tão grande, que jamais poderia trabalhar para outra equipe. Essa mesma lealdade continua fazendo com que Connie compareça ao training camp dos Jets, ano após ano.

No ano de 2017 Connie lançou o livro “X’e O’s não significam eu te amo: a história não contada da 1ª scouter feminina”, onde conta sua história de vida inspiradora e hora ou outra escreve para seu site.

Em uma época tão diferente, em um ambiente que teria tudo para ser hostil a uma mulher, Connie conquistou merecidamente seu espaço e provou que, se você tem paixão por algo, dedique-se para que quando a oportunidade aparecer, você esteja preparado para dar o seu melhor, independentemente de ser homem, mulher, apenas alguém que ama o que faz, e faz muito bem!

 

Fonte: Paula Ivoglo

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Cabelo preso, parafusos no punho e maquiada, sim: saiba quem é Sarah Thomas, a 1ª árbitra dos playoffs da NFL

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Sarah Thomas
Sarah Thomas Getty Images

Mais de dez anos atrás, Sarah Thomas estava se sentindo sem perspectivas em sua carreira de árbitra. Apitava jogos no high school, e não havia nenhuma mulher nessa posição na liga profissional. Sempre lhe diziam que nunca contratariam uma mulher - nem para o college. 

Mas em um jogo, tudo mudou!

Era uma final de campeonato, e o scout da NFL Joe Haynes estava lá. Ele gostou do que Sarah fez em campo e a colocou em contato com o árbitro aposentado, Gerald Austin, que a contratou para o college e mudou sua carreira. 

Muitos anos e muito trabalho depois, Thomas se tornou a primeira mulher a trabalhar como árbitra da NFL. Seu jogo de estreia foi entre Kansas City Chiefs e Houston Texans, em setembro de 2015.

Sarah Thomas com o treinador do Pittsburgh Steelers, Mike Tomlin Getty Images
Sarah Thomas com o treinador do Pittsburgh Steelers, Mike Tomlin Getty Images Getty Images

Após fazer história em 2015, agora Sarah Thomas será a primeira mulher a fazer parte da equipe de arbitragem em um jogo de playoffs. A equipe será de Ron Torbert, na partida entre Los Angeles Chargers e New England Patriots neste domingo (13), no Gillette Stadium, em Boston, por uma das duas semifinais da Conferência Americana (AFC), que você acompanha na ESPN e no WatchESPN, AO VIVO, a partir das 16h (horário de Brasília).

Thomas começou sua carreira em 1996, quando foi com seu irmão em um curso para árbitros e, atualmente, está em sua quarta temporada na liga, na qual trabalha como down judge*, depois de começar como line judge.

Casada e mãe de três filhos, tem muito apoio da família e compreensão, afinal sua profissão demanda que viaje muito durante a temporada, mas consegue conciliar sua vida profissional e pessoal sem problemas.

Sarah Thomas em um jogo do Detroit Lions Getty Images
Sarah Thomas em um jogo do Detroit Lions Getty Images Getty Images

Apesar de ser a primeira mulher exercendo essa função, Sarah diz que não teve muitos problemas em campo por ser uma mulher: “Todos são muito profissionais e olham para mim como qualquer outro juiz”, disse. 

Ainda em 2007, seu “mentor”, Gerald Austin, sugeriu que Sarah escondesse o rabo de cavalo que faz no cabelo embaixo do boné e não usasse maquiagem. Apesar de não aceitar o conselho sobre a maquiagem, ela entendeu o motivo pelo qual ele disse isso: “Você quer ser reconhecida como qualquer outro árbitro, e não como uma 'árbitra feminina', pois isso te coloca em uma categoria separada”, disse Sarah. “Não quero fazer nada que exalte isso, então, quando um técnico me olhar, ele vai ver apenas um 'árbitro' e nada mais”, completou a árbitra.

Mesmo tendo que esconder seu cabelo e moderar na maquiagem, diz que nunca sentiu nenhuma resistência: “Cresci com irmãos [homens], joguei na liga de basquete masculina, nunca permiti que meu gênero fosse motivo para que as pessoas agissem ou me tratassem de maneira diferente. Se eles têm algum problema comigo, é um problema deles, não meu”, diz Sarah.

Sarah Thomas
Sarah Thomas Getty Images

Sarah sempre passa muito tempo estudando e aprendendo. Assiste diversas vezes as jogadas para continuar melhorando, tem cuidados especiais com sua alimentação e pratica exercícios físicos com regularidade, afinal um down judge tem que se movimentar muito em campo para acompanhar as jogadas. Ela tem objetivos grandes na carreira, como ser árbitra de um Super Bowl, mas, enquanto isso, procura garantir a longevidade de sua atividade na NFL.

Apesar de ser a única mulher como árbitra na liga, várias outras mulheres já estão seguindo seu caminho: “O que eu aprendi nesse tempo todo é que você deve fazer algo porque ama, sem esperar reconhecimento. Se você trabalhar duro, o reconhecimento virá. Você tem que acreditar em si mesmo”, afirmou.

Tanta personalidade e persistência refletem em campo, até de maneira física: na semana 15 da temporada 2016/2017, no jogo entre Minnesota Vikings e Green Bay Packers, o tight end Kyle Rudolph recebeu um passe na sideline, levou um tackle do safety Morgan Burnett e acabou colidindo com Sarah, que caiu e quebrou um dos punhos. Foi para os vestiários, fez um raio-x, colocou uma tala e voltou a campo para terminar a partida. Após o incidente, teve que colocar uma placa e 8 parafusos para consertar o estrago.

Sarah sempre tentou fazer seu trabalho da mesma maneira que os árbitros faziam, com muita dedicação, sem tentar provar nada para ninguém, afinal, essa lista não acabaria nunca: “Sempre terá alguém dizendo ‘ela não é boa o suficiente’, ‘só está aqui por causa disso ou daquilo’, e por aí vai. Só estou aqui para fazer meu trabalho e fazê-lo bem. Eu me esforço para conseguir a perfeição, assim como todos os árbitros que dão seu melhor em campo, e não para se provarem. Assim como os outros, faço meu trabalho para não me envergonhar ou envergonhar a liga ou, mais importante ainda, ser fator determinante em um jogo”.

Com tanta experiência e dedicação, Sarah vem quebrando paradigmas e sendo um exemplo de determinação.  Ficamos na torcida para que ela escreva mais um capítulo de sua história na NFL, atingindo seu maior objetivo como árbitra de uma partida de Super Bowl, afinal, não devemos limitar nossos desafios, mas, sim, desafiar nossos limites!

Sarah na frente do ginásio do colégio em sua cidade natal, Pascagoula, MS, que foi renomeado em sua homenagem.
Sarah na frente do ginásio do colégio em sua cidade natal, Pascagoula, MS, que foi renomeado em sua homenagem. Pinterest

*Down Judge:

Posicionamento dos árbitros em campo da NFL
Posicionamento dos árbitros em campo da NFL NFL Operations

Down judge e line judge são os dois juízes que ficam nas extremidades da linha de scrimmage, um do lado oposto ao outro.

Um down judge tem a função de observar a linha de scrimmage, direcionar a equipe que faz a marcação de jardas, verificar se houve offside ou encroachment, julgar jogadas na sideline próximas a ele, contar jogadores ofensivos em campo, informar o juiz da descida em questão, determinar quando e se um jogador está fora de campo, marcar avanço do corredor, observar o recebedor mais próximo por 7 jardas até o jogador já esteja livre para contato legal dos defensive backs, observar interferência do passe, regras de faltas envolvendo bloqueadores e defensores em trick plays.

Fonte: Paula Ivoglo

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Sam Gordon, a garota do futebol americano que mudou o jogo

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Sam Gordon uniformizada jogando futebol
Sam Gordon uniformizada jogando futebol Reprodução

Para começar minha coluna oficialmente, resolvi falar de uma garota que eu admiro muito e tive o privilégio de entrevistar: Samantha Gordon!

Gordon ficou famosa há 6 anos devido a um vídeo seu que viralizou na internet, no qual ela jogava futebol americano contra garotos e não só jogava, como dava e quebrava tackles e conseguia longas corridas por entre as defesas, de maneira espetacular!

Antes de continuar, dá uma olhada nesse vídeo para entender do que eu estou falando.


Impressionante né? E o mais impressionante ainda, é que na grande maioria das vezes, ela até jogava com meninos mais velhos!

Depois disso ela ficou tão famosa que foi convidada para assistir um Super Bowl, criou uma liga feminina de futebol americano para meninas do high school americano e ainda foi a primeira mulher a ganhar um prêmio da própria NFL! E detalhe, tudo isso com apenas 15 anos.

Sam Gordon contou que costumava ir aos treinos do seu irmão mais velho, e no final de cada treino, fazia alguns exercícios de corrida, nos quais acabava ganhando de quase todos os meninos do time, mesmo eles sendo 3 anos mais velhos que ela. Depois de um tempo, o técnico começou a fazer disso uma competição, estimulando os garotos a “vencerem a garota”, até que um dia, esse mesmo técnico lhe disse: “Sam, eu realmente acho que você poderia se dar muito bem jogando futebol”, e foi então que ela começou!

Mesmo sendo a melhor nos treinos de agilidade e velocidade, 80 garotos foram escolhidos antes dela para os times principais, mas como Sam mesma disse, sempre acreditou que poderia fazer as mesmas coisas que os garotos, portanto isso nunca a desmotivou: marcou 35 touchdowns, correu para mais de 2.000 jardas e fez 65 tackles.

Em fevereiro de 2013, depois de tanta notoriedade recebida, Sam foi convidada pelo próprio comissário da NFL, Roger Goodell, para assistir o Super Bowl XLVII, e acabou virando celebridade, participando de diversos programas de televisão, comerciais e virando até capa de cereal americano!

Sam Gordon na capa do cereal americano
Sam Gordon na capa do cereal americano Fonte:Reprodução


Certa vez, Sam estava dando uma palestra em uma assembleia escolar e perguntou quantas meninas gostariam de jogar futebol, foi então que praticamente todas levantaram a mão e ela percebeu que sim, garotas também gostam e querem jogar futebol! Foi aí que teve a ideia de criar a Utah Girls Tackle Football League. Conversou com seu pai, que também é técnico, e depois de alguns contatos, fundaram a liga!

Só na primeira temporada, 50 meninas se inscreveram. Atualmente a liga está na sua 5ª temporada e continua crescendo. Para a temporada de 2018, foram 6 distritos, cada distrito com 3 divisões, uma da 5ª/6ª série, outra 7ª/8ª e outra do High School.

Em junho de 2017, Sam e seu pai, junto com outras jogadoras da liga e respectivos pais, entraram com um processo contra 3 escolas locais para exigir que ofereçam programas para garotas jogarem futebol em Salt Lake Valley, baseados na Lei "Title IX" que diz: “Nenhuma pessoa nos EUA, baseado no sexo, pode ser excluída da participação, ser negado o benefício de, ou sujeito a discriminação sob qualquer programa educacional ou atividade de receber assistência financeira federal.” O processo ainda está andamento e teve cobertura nacional.

Em fevereiro de 2018, Sam Gordon foi a primeira mulher a ganhar um prêmio da própria NFL, o NFL Game Changer, em reconhecimento a todo seu trabalho para incluir futebol americano nas escolas americanas, e por mostrar ao mundo que as mulheres também querem jogar futebol.  A premiação ocorreu no evento NFL Honors, que acontece todos os anos antes do Super Bowl e premia os melhores da NFL.

Sam Gordon no NFL Honors
Sam Gordon no NFL Honors AP Images

Atualmente Sam pratica as duas modalidades de futebol: americano e o da bola redonda. Não joga mais contra os meninos, afinal seu tamanho seria muito desproporcional e poderia causar algum risco a sua saúde, mas de qualquer maneira, levantou e carrega até hoje essa bandeira de igualdade nos esportes, e vem fazendo muito mais do que poderia imaginar, quando começou pequenininha, a fazer algo que amava!

Veja a entrevista completa aqui.

Fonte: Paula Ivoglo

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Futebol Americano é coisa de mulher sim!

Paula Ivoglo
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Torcedora do Seattle
Torcedora do Seattle Getty Images

Que a mulherada vem conquistando cada vez mais espaço em áreas normalmente consideradas fora de sua zona, não é novidade para ninguém, certo? E no esporte não é diferente! O que muita gente não sabe é que, apesar de não fazer parte da tradição cultural brasileira, o futebol americano vem crescendo exponencialmente no Brasil. Um estudo realizado pela NFL (liga de futebol americano profissional dos Estados Unidos) afirma que o país possui um público de quase 20 milhões de pessoas que gostam do esporte, ficando atrás apenas do México e do próprio Estados Unidos.

O mais impressionante disso tudo? Aproximadamente, 40% desse público é feminino! Isso mesmo, aproximadamente 8 milhões de mulheres acompanham a liga aqui no Brasil. Números muito expressivos, visto que, no dia a dia, não é tão comum encontrar alguém que acompanhe o esporte. Além disso, muitos ainda têm aquela visão que futebol americano é um bando de brutamontes se batendo ou um jogo que para toda hora.

Primeiro, vamos desmistificar essa ideia. O futebol americano é um dos esportes mais completos e democráticos que existem. Além de exigir uma estratégia absurda para alcançar o objetivo do jogo (que é a conquista de território), o esporte ainda requer habilidades especiais e variadas dos jogadores. Cada equipe possui três times (ataque, defesa e especialistas) e cada um desses times, 11 jogadores de posições específicas. A posição de um jogador varia de acordo com seus atributos, como força, velocidade, agilidade, rapidez, perspicácia, inteligência, capacidade de análise de comportamento. Enfim, muitas informações e variantes que resultam num perfeito quebra cabeças que, quando colocado em prática, propicia um jogo emocionante, até se você não torce para nenhuma equipe.

Torcedoras Patriots e Dolphins
Torcedoras Patriots e Dolphins Getty Images

A emoção do jogo se dá pelo fato de ser algo muito mais complexo do que apenas colocar a bola dentro do gol adversário ou no chão da quadra, por exemplo. E quando eu digo "complexo", não é de uma maneira ruim, mas sim, interessante. Essa complexidade te faz querer entender cada vez mais como as coisas funcionam e se encaixam, já que em campo são apenas 22 jogadores, mas no banco tem mais um monte que se revezam.

Sabemos que nós mulheres temos uma capacidade multi-tarefa incrível de fazer e prestar atenção em N coisas ao mesmo tempo. Isso nos ajuda muito a compreender o futebol americano pois sempre tem muita coisa acontecendo nos dois lados do campo: decisão da jogada do time de ataque, posicionamento das duas equipes, análise dos posicionamentos, momento do snap (que é início da jogada), marcação dos jogadores, movimentação do quarterback (que é o principal jogador do time, responsável por lançar a bola), entre tantas outras.

Quando comecei a acompanhar o esporte, há mais de 10 anos, confesso que demorei um pouquinho para entender todas as regras e principalmente as exceções, mas a base e a dinâmica do jogo são bem simples. Depois, é só ir aprendendo uma regra de cada vez. Uma coisa é certa: Quando você entende, ah... Daí é amor eterno!

Eu particularmente sempre fui muito fã de esporte de uma forma geral, principalmente o futebol convencional. Ainda assim, sentia que precisava ir além, conhecer modalidades diferentes do que predominava aqui, e foi quando o futebol americano surgiu. Jogadores com garra, equipes dando o sangue pela camisa. Um esporte completo. E uma caixinha de surpresas... Afinal, muitos jogos são decididos com o cronômetro já zerado. Haja coração!

Torcedoras Steelers
Torcedoras Steelers Getty Images

Nesse início de relacionamento com o futebol americano, durante muito tempo, me senti uma estranha no ninho ao tentar falar com alguém sobre NFL. Além de pouca gente conhecer o esporte, eu ouvia sempre a mesma pergunta em tom duvidoso: “VOCÊ curte futebol americano? ” Como se, por ser mulher, eu não tivesse “capacidade” para tal.

Por ter trabalhado minha vida toda na área de tecnologia (sou Engenheira de Sistemas), já estava acostumada com certas posturas em ambientes quase 100% masculinos, e o futebol americano acabou sendo mais uma coisa que eu gostava/fazia que era “de homem”.

Com isso, a vontade de criar um espaço para mulheres falarem sobre o esporte sem paradigmas e com conforto, foi crescendo à medida que o amor pelo esporte se intensificava. Mudanças abruptas aconteceram na minha vida e na minha carreira. Depois de um intercâmbio de um ano fora do país, voltei renovada! Tão renovada que não queria mais a minha antiga vida e resolvi fazer o que eu amava de verdade: me dedicar a esse esporte tão incrível. Foi então que criei o NFL de Bolsa, veículo dedicado a abordar e informar tudo sobre futebol americano através dos olhos de uma mulher e com o objetivo de prover acesso rápido e fácil - que se adeque entre as mil e uma tarefas da mulher moderna -  a notícias relevantes sobre a NFL.

Quando fazemos algo que amamos, com toda paixão e dedicação, o reconhecimento vem! Hoje, como a primeira mulher comentarista de futebol americano da TV Brasileira, sou a prova viva de que os clichês são reais: trabalhe com o que você ama, e não precisará trabalhar um dia sequer na sua vida!

E para dividir um pouco mais dessa minha paixão com tantas outras mulheres (e homens também, afinal, amor por esporte não tem gênero), começo aqui meu blog no espnW, onde tratarei dos mais diferentes temas sobre Mulher e NFL!

Seja bem vindo!

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Fonte: Paula Ivoglo

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