A consultoria Convocados, em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, divulgou nesta quarta-feira (14) o tradicional – e mais completo – trabalho sobre as finanças dos clubes brasileiros, feito pelo economista Cesar Grafietti.
Um dos pontos mais interessantes do levantamento é determinar o "rating" dos principais clubes brasileiros. O termo, muito comum no mercado financeiro, é uma nota atribuída para atestar a saúde financeira de uma organização.
São levados em conta, no caso dos clubes brasileiros, fatores como "gastos compatíveis com as receitas, endividamento compatível com a capacidade de pagamento e investimentos dentro das possibilidades dos clubes".
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Getty Images
Pelo estudo elaborado por Grafietti e sua equipe, a nota máxima seria AAA, e a pior, E. De acordo com o trabalho, quem tem nota A, AA ou AAA apresenta a maior saúde financeira. Quem tem a partir de B, está equilibrado.
Dos 24 clubes analisados, apenas nove estão com saúde forte ou no equilíbrio.
Nenhum time nacional recebeu a nota máxima. Cinco times, Atlético-GO, Cuiabá, Flamengo, Goiás e Red Bull Bragantino, receberam o conceito AA.
"Fluxo de caixa muito confortável, de um clube que chegou num estágio de maturidade financeira e muita robustez", aponta o estudo sobre a situação do Flamengo.
Três clubes ficaram com A: Athletico-PR, Juventude e Fortaleza.
O Palmeiras ficou na terceira prateleira do ranking, recebendo nota B, no limite para ser apontado como equilibrado.
"Fluxo de caixa equilibrado. O clube segue gerando caixa, mas percebe-se que para se manter competitivo usa de todos os meios disponíveis dentro de uma gestão responsável, como os adiantamentos. Mantém contas em dia e segue reduzindo dívidas", aponta a Convocados para a situação palmeirense.
Cinco clubes receberam o conceito C: Ceará, Coritiba, Corinthians, Santos e São Paulo.
A avalição sobre o Corinthians foi essa. "Fluxo de caixa justo, e que mostra um pouco do modus operandi do clube, que movimenta suas dívidas sem conseguir reduzi-las, Não faltou geração de caixa, que foi direcionada em grande parte para investimentos, mantendo a situação desconfortável".
A do São Paulo não foi muito melhor. "Fluxo de caixa bastante justo. Mostra uma gestão que se esforça para permanecer onde está, ou seja, com posição de dívida elevada e deixando o clube em situação financeiramente desconfortável."
O Internacional foi o único com conceito D.
Na rabeira do ranking, nada menos do que nove clubes: América-MG, Atlético-MG, Avaí, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e Vasco.
Nota-se a presença dos quatro grandes que já se transformaram em SAFs e o Atlético-MG, dono da maior dívida do futebol brasileiro.
Veja a avaliação do estudo de cada um desses 5 times.
Atlético-MG: "O fluxo de caixa muito frágil. Sem geração de caixa, com investimentos desproporcionais à capacidade de pagamento, custo financeiro alto sobre uma dívida altíssima. Estruturalmente temos uma situação cuja solução operacional parece improvável".
Bahia: "Fluxo de caixa bem complexo. Mostra que a máxima de que “cair para a Série B pode ser bom” não passa de uma falácia. Perde-se receita, os custos são resilientes, e a gestão fica mais “nervosa”. Felizmente para o clube conseguiram o acesso à Série A e houve a entrada do CGG como novo controlador, o que abre caminho para o reequilíbrio".
Botafogo: "Análise do fluxo de caixa mostra um clube com movimentações relevantes, amparadas por aumento de dívidas e aporte de capital (foram mais de R$ 170 milhões entre capitalizações e mútuos).Restam as dívidas de contratações e mais a necessidade de repasse para a Associação. Infelizmente não há como ser mais profundo dada a falta de transparência".
Cruzeiro: "Fluxo de caixa de início de jornada. Alguns aspectos são positivos, como observar os aportes e ver que a SAF conseguiu se financiar no mercado. O ideal seria uma divulgação pro-forma, considerando todos as obrigações que SAF terá com relação ás dívidas da Associação".
Vasco: "Não foi possível construir um fluxo de caixa da temporada a partir das demonstrações financeiras do Vasco da Gama SAF, pois a informação representa 4 meses do ano (Agosto a Dezembro). Faltam elementos que possibilitem esta análise".
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