'Pago o preço'? Corinthians e Flamengo são as vítimas da 'falta de descanso' de Vítor Pereira, não ele

Paulo Cobos

Vítor Pereira quebrou o silêncio depois da sua breve passagem pelo Flamengo, que assumiu dias após sair do Corinthians dizendo que precisava de tempo para cuidar da saúde da sogra.

Em Portugal, ele diz estar sofrendo pelo que aconteceu na sua carreira nos últimos meses.

“Passei do Corinthians para o Flamengo, um clube com 40 e tal milhões [de torcedores], outro clube com 50 e poucos milhões. É muito milhão junto [risos], com algumas guerras também no meio, e sinceramente não foi fácil. Também descansei muito pouco de um projeto para o outro e paguei um preço. Aliás, ainda estou pagando este preço”.

O técnico português Vítor Pereira no comando de Flamengo e Corinthians
O técnico português Vítor Pereira no comando de Flamengo e Corinthians ALEXANDRE NETO/PHOTOPRESS/Gazeta Press |

Não duvido que Vítor Pereira passou por momentos tensos. Mas, se colocar como a grande vítima pela presepada que ele mesmo causou, é demais.

As grandes vítimas da falta de palavra do treinador português foram os dois clubes mais populares do país.

O Corinthians foi tolo ao achar que ele seguiria no clube em 2023. Quando ficou sem VP, perdeu o rumo e hoje é forte candidato ao rebaixamento no Brasileiro.

Se no clube paulista o treinador ainda fez um trabalho razoável, no Flamengo se demonstrou de uma incompetência atroz. 

Não conquistou nenhum dos quatro títulos que disputou. Destruiu o time multicampeão com Dorival Jr. Deixou uma herança terrível para Jorge Sampaoli.

E não custa lembrar. Depois de menos de quatro meses de trabalho, como previa o contrato, Vítor Pereira recebeu uma indenização de R$ 15 milhões do Flamengo por sua demissão.

Com esse dinheiro no banco, fica mais fácil "descansar e pagar o preço".


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Dizer que sucesso de Dorival Jr. acontece por 'fazer o simples' é burrice

Paulo Cobos

Em 2022, Dorival Junior assumiu um Flamengo que era uma bagunça com o português Paulo Sousa. Acabou campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Fez até o time B do rubro-negro encantar. Foi o único treinador flamenguista que consegui sucesso ao juntar Pedro e Gabigol. Mas foi demitido no final do ano.

Depois de meses desempregado, Dorival foi chamado pelo São Paulo para substituir Rogério Ceni e suas administração de elenco caótica. O são-paulino temia o rebaixamento.

Oito jogos depois, ainda não perdeu, está perto do mata-mata da Sul-Americana e das quartas de final da Copa do Brasil. A posição no Brasileiro é longe da zona do rebaixamento.

Dorival Jr., técnico do São Paulo
Dorival Jr., técnico do São Paulo Rubens Chiri / saopaulofc.net

Dorival faz Marcos Paulo, que não servia para Simeone no Atlético de Madrid e para Ceni, seu artilheiro no São Paulo.

A defesa tricolor é uma fortaleza, com apenas dois gols sofridos nos oito jogos sob o comando de Dorival.

O São Paulo não tem time para brigar pelos títulos mais importantes, como o Flamengo. Mas tudo caminha para Dorival ter um novo trabalho de muito sucesso.

E lá vem um monte de torcedor, da imprensa e até jogadores dizendo que o treinador têm êxito por fazer o "simples", um "arroz com feijão".

Dorival tem um perfil que não combina com os treinadores do tal "nó tático" de um jogo e dez partidas ruins.

Problemas complexos, como eram o Flamengo de Sousa e o São Paulo de Ceni, não têm soluções simples.

Se fosse o contrário, bastava chamar um robô de inteligência artificial para solucionar os problemas de um time de futebol.

Dorival só é simples ao falar nas suas entrevistas. Didático, realista. Vanderlei Luxemburgo deveria assistir a todas e parar de falar tantas besteiras depois dos jogos do Corinthians.

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Dizer que sucesso de Dorival Jr. acontece por 'fazer o simples' é burrice

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Sampaoli x Diniz, timaços e má educação: Fla-Flu é o maior clássico do Brasil

Paulo Cobos

Na história, não tenho ideia sobre qual é o maior clássico do futebol brasileiro.

Mas, em 2023, não tenho dúvidas: Fla-Flu é a maior rivalidade estadual do país.

Começando pelo fato que em nenhum outro caso dois rivais de cidade têm hoje times tão próximos tecnicamente e em alto nível como rubro-negros e tricolores.

Nenhum duelo do futebol brasileiro atualmente vai opor dois treinadores tão inquietos e inovadores como são Jorge Sampaoli e Fernando Diniz.

Assim como em outros clássicos cariocas, o Fla-Flu não tem a idiotice da torcida única ou dos visitantes com uma parcela ínfima dos ingressos. As arquibancadas tornam o duelo dos gigantes cariocas ainda mais apaixonante.

Gabigol e Felipe Melo disputam bola na partida entre Flamengo e Fluminense, no Maracanã, pelas oitavas de final da Copa do Brasil
Gabigol e Felipe Melo disputam bola na partida entre Flamengo e Fluminense, no Maracanã, pelas oitavas de final da Copa do Brasil Wagner Meier/Getty Images

Tanta temperatura faz com que o Fla-Flu seja hoje um dos recordistas de má educação entre os grandes clássicos brasileiros.

Gabigol e Felipe Melo ficam pilhados muito acima do que deveria ser o normal, com entradas desleais e excesso de reclamações.

Dirigentes dos dois clubes trocam farpas e até partem quase para agressão com troca de palavrões impublicáveis, como nesta terça-feira no primeiro jogo das oitavas de final da Copa.

Se tivesse dinheiro para comprar ingresso apenas para um clássico brasileiro, não hesitaria: Fla-Flu.



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'É possível amar ainda mais esse homem?': Firmino prova no Liverpool que caráter vale tanto quanto bola para virar ídolo

Paulo Cobos

Foi emocionante. De saída do Liverpool, deixa o clube no final desta temporada, o brasileiro Roberto Firmino nem entrou em campo na vitória contra o Leicester, nesta segunda-feira.

Mas, ao final do jogo, foi ovacionado pela torcida e por companheiros de equipe. Ouviu belas palavras das arquibancadas:

Roberto Firmino é homenageado pela torcida do Liverpool
Roberto Firmino é homenageado pela torcida do Liverpool Daniel Chesterton/Offside/Offside via Ge

"O melhor do mundo

O nome dele é Bobby Firmino

Nosso número 9

Dê a ele a bola e ele marcará toda vez

Sim, senhor

Dê a bola para Bobby e ele marcará."

Vendo cena tão linda, lembrei de uma manchete do principal jornal de Liverpool em 2018, quando se tornou público que Firmino pagou uma rodada de chope para 200 pessoas em um bar de Maceió, onde nasceu.

'É possível amar ainda mais esse homem?'

Não foi por pagar rodada de chopes que Firmino virou ídolo da torcida de um clube tão especial como o Liverpool

Sua genuína simpatia conta, além, claro dos 109 gols, 79 assistências e seis títulos que conquistou em sete anos de clube.

Firmino virou um ídolo histórico do Liverpool pelo seu caráter.

Foi tão profissional como titular absoluto quanto nos tempos de reserva e seguidas contusões.

Respeitou a camisa do clube sempre. Colocou o grupo sempre na frente de recordes pessoais.

Como é bom ser possível amar tanto um jogador como Roberto Firmino.

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'É possível amar ainda mais esse homem?': Firmino prova no Liverpool que caráter vale tanto quanto bola para virar ídolo

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Bom e barato: Ronaldo dá aula de como escolher treinador no Cruzeiro

Paulo Cobos

Depois da saída de Cuca, o Corinthians quebrou a cabeça para encontrar um treinador. Dentro e fora do clube, era comum ouvir que faltavam opções. O escolhido acabou sendo Vanderlei Luxemburgo, em franca decadência.

A diretoria corintiana deveria aprender com um dos ídolos do clube: Ronaldo Fenômeno.

O dono do Cruzeiro pode dar aula de como fugir da mesmice e encontrar bons treinadores, e ainda gastando pouco com eles.

Desde que assumiu o clube, Ronaldo escolheu dois treinadores.

O primeiro era praticamente um anônimo. Mas o uruguaio Paulo Pezzolano, que tinha 38 anos quando chegou ao clube, sobrou na Série B e acabou com o longo pesadelo cruzeirense na segunda divisão.

Ronaldo 'Fenômeno' e Pepa conversam após treino do Cruzeiro
Ronaldo 'Fenômeno' e Pepa conversam após treino do Cruzeiro Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Quando ele saiu, nada de desespero e apelar a treinadores que só vivem do passado e pedem salários astronômicos.

Ronaldo trouxe o português Pepa, de apenas 42 anos e currículo modesto, mas que começou a entregar rápido, com cinco vitórias nos últimos seis jogos e um futebol acima do que o modesto elenco do Cruzeiro pode oferecer.

Treinador no Cruzeiro não ganha mais que o teto salarial do clube, de R$ 300 mil mensais, menos da metade do que a maioria dos outros clubes grandes pagam a seus treinadores.

Como todo bom dono de negócio deve fazer, Ronaldo delega decisões importantes a seus executivos: no caso de treinador, isso cabe a Paulo André, outro ex-jogador do Corinthians.

Quando assumiu, Pepa elogiou o processo de seleção que passou para ser contratado pelo Cruzeiro.

“Nunca fui tão vasculhado na minha vida. Mas isso também me deu a garantida de quem estava do outro lado, que sabem o que estão fazendo. A forma que entrevistado, ouvido, cada vez que acontecia, eu sentia que tinham feito o dever de casa bem feito.”

Elementar.

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Textor: precisou um americano para ensinar cartola brasileiro a como ser corajoso

Paulo Cobos

Depois da quinta rodada, o Brasileiro-23 tem, entre os seis melhores colocados, cinco times com treinadores que trabalham no clube há pelo menos um ano.

Abel Ferreira, no Palmeiras, Luís Castro, no Botafogo, Fernando Diniz, no Fluminense, e Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza, sempre como treinadores. No Athletico-PR, Paulo Turra era braço direito de Felipão até o ano passado e assumiu o comando neste ano.

A exceção é o cruzeirense Pepa.

A manutenção de Abel, Diniz, Vojvoda e Turra é natural. Seus clubes ganharam títulos ou jogam muito acima da média do futebol brasileiro. Seria burrice extrema trocá-los.

John Textor, dono da SAF do Botafogo, e Luís Castro, técnico do Glorioso
John Textor, dono da SAF do Botafogo, e Luís Castro, técnico do Glorioso Vitor Silva/Botafogo

Bem diferente do que acontece com o português Luís Castro no Botafogo.

Hoje líder do Brasileiro com 100% de aproveitamento, Castro passou a maior parte do tempo no clube como o típico treinador que deveria perder o emprego pela falta de resultados mais consistentes.

Foi chamado de burro. Teve sua saída pedida em coro várias vezes. Viu um bando enfurecido invadir o centro de treinamento do Botafogo. Foi  massacrado quando usou garotos no Carioca.

Mas a sorte de Castro, e agora do torcedor do Botafogo, é que o clube hoje não tem um típico cartola brasileiro, que na primeira cornetada das arquibancadas ou da imprensa manda um técnico embora mesmo acreditando na sua capacidade.

Quando chegou, o americano John Textor, o dono do Botafogo, deve ter ouvido piadinhas infames que americano não entende nada de futebol.

Pouco mais de um ano de ter contratado e bancado Castro, é ele que deve estar rindo dos cartolas brasileiros.

Textor não pode só ensinar administração aos cartolas brasileiros. Já deu aula completa de como ser corajoso.

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O que Luxemburgo faz com garotos do Corinthians não é oportunidade, é crueldade

Paulo Cobos

Vanderlei Luxemburgo não venceu nenhum dos três jogos que disputou na sua volta ao Corinthians. Mas seu incipiente trabalho tem uma marca: usar de forma quase obsessiva os garotos do Terrão.

Jogadores de 17, 18 ou 19 anos são lançados até como titulares para resolver a crise do clube que já dura anos.

No atual buraco corintiano, agravado com a derrota acachapante para o Botafogo nesta quinta-feira, isso não é oportunidade. É uma crueldade.

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, chega ao Estádio Nilton Santos para partida contra o Botafogo, pelo Brasileirão
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, chega ao Estádio Nilton Santos para partida contra o Botafogo, pelo Brasileirão Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Um dos quatro elencos mais caros do país, o Corinthians tem um treinador que acha que garotos que não estão prontos serão os salvadores da pátria.

Deixa medalhões no banco esperando que os meninos resolvam com um esquema tático que é uma bagunça, e joga nas costas de adolescentes a pressão de um clube em uma das piores crises técnicas e administrativas de sua história.

Em um clube do tamanho do Corinthians, garotos deveriam ser lançados aos poucos, não como um batalhão.

A obsessão de Luxemburgo pode fazer com que o clube desperdice jogadores muito talentosos.

Esse Corinthians de 2023 tem cara que só vai lutar contra o rebaixamento no Brasileiro. Não é justo que garotos paguem o preço de um eventual fracasso enquanto veteranos vivem a "tranquilidade" do banco de reservas.


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Com Abel, Palmeiras faz evaporar gastos e riqueza maiores do Flamengo

Paulo Cobos

Desde 2019, o futebol brasileiro tem um predomínio quase absoluto de Flamengo e Palmeiras (o Atlético-MG é ó único que ainda conseguiu protagonismo em termos nacionais).

Os dois clubes foram os que mais arrecadaram e também os que mais gastaram com futebol neste período.

Mas o Flamengo é mais rico e torrou mais com seu departamento de futebol, como mostram números compilados pela consultoria SportsValue.

Abel Ferreira comemora a conquista da Recopa Sul-Americana pelo Palmeiras
Abel Ferreira comemora a conquista da Recopa Sul-Americana pelo Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras

Entre 2019 e 2022, o clube carioca teve receitas brutas de R$ 3,878 bilhões, contra R$ 3,001 bilhões do Palmeiras.

Para 2023, o Flamengo prevê faturamento de R$ 1,001 bilhão. O Palmeiras estima receitas de R$ 704 milhões.

Segundo a SportsValue, o rubro-negro gastou com seu futebol R$ 2,678 bilhões nos últimos quatro anos, ou R$ 400 milhões a mais que o alviverde.

Contabilizando todas as competições disputadas desde 2019, o Flamengo conquistou mais títulos que o Palmeiras: 11 a 9 é o placar.

Mas a coisa muda totalmente depois da chegada do técnico Abel Ferreira, no final de 2020. Desde que o português assumiu o Palmeiras, o clube tem absurdos oito títulos, contra 5 do Flamengo em igual período.

E nem vamos detalhar como em 2023 o Palmeiras é superior ao Flamengo.

Na competência, Abel Ferreira faz evaporar o dinheiro parrudo que o Flamengo fatura e gasta a mais que o Palmeiras.

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Com Abel, Palmeiras faz evaporar gastos e riqueza maiores do Flamengo

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Mais importante se Ancelotti vem ou não é futebol brasileiro sair do noticiário policial

Paulo Cobos

Costumo brincar com os jornalistas mais jovens que repórter que cobre futebol no Brasil é um sortudo.

Não basta apenas esmiuçar o jogo e o noticiário esportivo dos times. É preciso conhecer de tudo, de incêndios em centro de treinamentos a cabeludos casos de estupros cometidos por estrelas da modalidade.

O repórter que trabalha com futebol tem a chance de virar um profissional completo na prática em pouco tempo.

Policiais antes da final da Copa do Mundo 2014, entre Alemanha e Argentina
Policiais antes da final da Copa do Mundo 2014, entre Alemanha e Argentina FERNANDO DANTAS/Gazeta Press

O triste é que em 2023 o futebol brasileiro virou um grande caso de polícia como raras vezes na sua história.

Golpes de criptomoedas, novos e velhos casos de estupro, confrontos sangrentos combinados entre torcidas organizadas e a potencial bomba atômica para o futebol que é o escândalo de manipulação de resultados.

Tem algo muito errado quando o esporte mais popular do planeta é atração principal de programas policiais ou assunto de excelentes reportagens investigativas aos domingos no "Fantástico".

O mais importante para o futebol brasileiro não é pensar que clube vai ganhar a Libertadores. Ou saber se Carlo Ancelotti vai aceitar ou não a oferta da CBF para virar treinador da seleção.

A missão de todo o país é fazer o futebol deixar de virar assunto policial. Se nada for feito, ele vai agonizar por muito tempo.


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Se fosse sempre assim, Brasil poderia ser hexa: jogador subornado por apostadores deve ser banido do futebol

Paulo Cobos

Sou daqueles que prisão deveria ser apenas por crimes contra a vida.

Então acho que existem punições alternativas e rigorosas, fora do plano esportivo, para quem tenha a culpa provada no escândalo de manipulações esportivas. Tanto para apostadores quanto jogadores que aceitaram dinheiro para mudarem o caminho natural de um jogo.

Não consigo imaginar nenhum atleta que aceitou o suborno atrás das grades.

Também acredito que todo ser humano, independente do crime cometido, tenha uma segunda chance para viver em sociedade.

Mas, no campo esportivo, não existe outra alternativa que não seja banir para sempre um jogador subornado, como até prevê o código disciplinar da CBF.

O futebol, com o cenário que chegou para ficar de patrocínios e negócios milionários com casa de apostas, precisa ser rigoroso ao extremo para não perder a credibilidade.

Impossível acreditar em um atleta ou árbitro que em algum momento aceitou dinheiro para manipular um resultado. Quem fizer isso uma vez não pode ter espaço no esporte.

Paolo Rossi em ação contra o Brasil na Copa de 1982
Paolo Rossi em ação contra o Brasil na Copa de 1982 Mark Leech/Offside/Getty Images

Se isso fosse sempre assim, até a história das Copas do Mundo poderia ser diferente.

Em 1980, Paolo Rossi, atacante italiano, foi condenado a 1 ano de prisão (mas não chegou a ser detido) e afastado dos gramados por 3 anos por seu envolvimento em um esquema de manipulação de resultados.

Pouco antes da Copa de 1982, a Justiça italiana diminuiu sua pena esportiva, e ele foi liberado para jogar o Mundial.

E fez três gols que eliminaram a brilhante seleção de Telê Santana no Sarriá.

Paolo Rossi não poderia estar naquele jogo.

Como qualquer brasileiro que seja culpado por manipular resultado para apostadores.

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Caro Renato Gaúcho: ganhar título sem gastar é difícil; com técnico que não entrega é muito mais

Paulo Cobos

Renato Gaúcho colocou a faca na garganta da direção do Grêmio ao pedir reforços depois do empate, em casa, contra o Red Bull, pelo Brasileiro.

"No meio do ano, que fique bem claro: é fundamental o clube trazer dois ou três jogadores de velocidade e de lado de campo. Mas jogadores a nível do grupo do Grêmio. A gente entende a parte financeira. Mas um clube como o Grêmio, que veio da segunda divisão... o nosso torcedor merece que a gente possa brigar por coisas esse ano. E, para brigar, tem que gastar. Não adianta. Tem a opção A e a opção B. Se gasta, se briga. Não se gasta, e aí vou entender o lado financeiro do clube... mas que fique bem claro: não exijam o Grêmio campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Vamos ser bem claros. Não vamos iludir. Se eu tiver esses jogadores, a gente pensa grande. Sem eles, estou dando a minha palavra: o Grêmio não vai ser campeão. Se alguém achar que ganha... eu não vou iludir ninguém. Ponto".

Renato Gaúcho nos tempos de Flamengo
Renato Gaúcho nos tempos de Flamengo Alexandre Vidal / Flamengo

Evidente que o time que gasta mais tem chances muito maiores de conquistar taças.

Mas o futebol brasileiro e o sul-americano têm dois casos atuais em que é possível sim ter sucesso e brigar por títulos grandes mesmo sem os maiores investimentos: Athetico-PR e Independente del Valle.

Além da indelicadeza de pressionar o Grêmio publicamente por reforços, Renato, pelo seu histórico no assunto, deveria pensar duas vezes antes de cometer esse chororô.

Na sua passagem anterior pelo Grêmio, em 2019, soltou uma frase que depois se voltou contra ele.

"O Flamengo gastou quase R$ 200 milhões em contratações. Parabéns para a diretoria do Flamengo que tem esse dinheiro e gastaram muito bem. Armaram um time muito forte, então eles têm obrigação de ganhar, sim. E é a mesma coisa o Palmeiras".

Dois anos depois, Renato teve a chance de comandar o milionário Flamengo. E deixou o clube sem ganhar nada.

Ganhar título sem dinheiro é realmente difícil. Mas, se o técnico não for competente, dinheiro não garante volta olímpica.



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Campo e dinheiro: futebol do Ceará é o grande modelo para o Brasil

Paulo Cobos

No mesmo dia em que o Ceará bateu o Sport nos pênaltis e conquistou o tricampeonato da Copa do Nordeste, uma consultoria paulista publicou seu levantamento anual das finanças dos clubes brasileiros, com os números de 2022.

Dois assuntos tão diferentes, mas que deixam evidente: o futebol do Ceará é o grande modelo para a modalidade no Brasil.

Mesmo com a queda para a Série B, a dupla de grandes cearenses, especialmente o Fortaleza, acumula resultados dentro de campo espetaculares, incluindo participações em competições sul-americanas. 

Disputa de bola durante Ceará x Fortaleza, pela final do Campeonato Cearense
Disputa de bola durante Ceará x Fortaleza, pela final do Campeonato Cearense Ceará SC

O que deve causar inveja para os clubes de outros Estados é que os grandes cearenses têm sucesso sem gastar mais do que podem. Muito pelo contrário.

Os números compilados pela Sportsvalue, com os balanços dos clubes de 2022, exibem finanças robustas para os grandes cearenses, especialmente o Fortaleza.

Entre os 21 clubes analisados, o Fortaleza tem a segunda menor dívida, e o Ceará, a terceira.

A dívida do tricolor cearense (R$ 33,1 milhões) equivale a apenas 13% das suas receitas recorrentes de 2022 (quando não se inclui venda de jogadores no faturamento). No caso do Ceará, esse índice é de 27%.

Ou seja: o Fortaleza pagaria sua dívida com menos de dois meses de suas receitas em 2022. O Ceará menos de 4.

Como comparação, a dívida do Atlético-MG (R$ 1,571 bilhão) representa quase cinco vezes do que o clube faturou no ano passado. Seriam quase 5 anos de todas receitas para quitar a dívida.

Corinthians, Cruzeiro, Botafogo, Vasco, Fluminense, São Paulo, Santos, Inter e Vasco também precisariam de pelo menos um ano ( a maioria mais de dois) de receitas recorrentes para pagarem suas dívidas.

O custo do departamento de futebol do Fortaleza consome responsáveis 57% das receitas do clube, o quarto melhor índice do Brasil. O Ceará não foi bem neste ponto em 2022: seu futebol torrou 78% das receitas do clube, mas o número ainda assim é melhor nesse ponto do que Inter, Bahia, Grêmio, Atlético-MG e Cruzeiro.

Somando os últimos cinco anos, o Fortaleza tem o quinto maior superávit dos principais clubes brasileiros. O Ceará é o décimo.

O futebol do Ceará é a prova que dirigente não precisa destruir as finanças de um clube para brilhar em campo.

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Desculpe, Antetokounmpo: Messi no PSG é um (grande) fracasso

Paulo Cobos

Giannis Antetokounmpo gerou uma grande discussão no mundo do esporte ao rebater um repórter que o questionou se a temporada de seu time na NBA, o Milwaukee Bucks, havia sido um fracasso.

O time do grego fez a melhor campanha da fase regular, mas foi eliminado logo na primeira rodada dos playoffs pelo Miami Heat em 5 jogos.

Não dá para deixar de concordar com quase tudo que disse Antetokounmpo. Perder um jogo decisivo nunca pode ser considerado um fracasso. E, realmente, no fim só um time ou atleta pode ser campeão.

Messi abaixa a cabeça após nova eliminação do PSG na Uefa Champions League
Messi abaixa a cabeça após nova eliminação do PSG na Uefa Champions League Pedro Salado/Quality Sport Images/Getty

Mas, como em qualquer trabalho, inclusive no jornalismo, existe sim fracasso no esporte.

E esta semana estamos diante de um dos mais retumbantes dos últimos anos.

Lionel Messi, o segundo maior jogador da história, foi um grande fracasso no PSG. Tinha a convicção que não daria certo mesmo, como escrevi em janeiro de 2021: "Tudo, menos o PSG: Messi vai errar se deixar o Barcelona para reencontrar Neymar em Paris".

Resultados pífios. Falta de empatia com o clube e a cidade. Um trio dos sonhos com Neymar e Mbappé que nunca funcionou. Comprometimento baixo. E uma situação que parecia impossível: Messi afastado, sem receber salário, por indisciplina.

O argentino vai embora do clube francês em poucos meses, sem chance de uma renovação de contrato. 

Não existe outra palavra para definir os dois anos anos de Messi no PSG: fracasso.


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A lição que clubes brasileiros, e seus ídolos, deveriam aprender com o River Plate

Paulo Cobos

O River Plate tem na sua história cinco treinadores com mais de 300 jogos comandando o clube.

Todos foram jogadores do clube. Todos foram ídolos com a camisa do clube. Todos foram jogadores da seleção argentina. Só um, e por motivos políticos, não disputou uma Copa do Mundo.

Este texto não vai falar especificamente do tamanho de José María Minella, Ángel Lábruna, Ramón Díaz, Daniel Passarella e Marcelo Gallardo (quem quiser saber o tamanho dos 5 vai ter muita facilidade para encontrar informações sobre eles).

Marcelo Gallardo durante partida do River Plate
Marcelo Gallardo durante partida do River Plate EFE/Juan Ignacio Roncoroni

Eles são os cinco treinadores coma mais jogos na história gloriosa do River Plate.

O texto vai lamentar que os clubes brasileiros, e seus ídolos, não consigam fazer como o River, que nesta terça-feira enfrenta o Fluminense, pela Libertadores, com outro treinador que foi jogador do clube e de Copa do Mundo (Martín Demichelis).

Com raras exceções, como Renato Gaúcho no Grêmio, clube brasileiro não tem um ex-jogador grande com sucesso também como treinador.

Na verdade, é raro um grande jogador brasileiro ter sucesso como treinador em qualquer clube.

Aqui, os treinadores mais famosos foram ex-jogadores no máximo medianos ou nem foram atletas, como Carlos Alberto Parreira.

Nada como ter no comando do seu time alguém, que além de bom treinador, conheça a alma do clube. Que tenha sido protagonista jogando. Invejo o River.

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Luxemburgo é o técnico certo para o tamanho do Corinthians de 2023

Paulo Cobos

Vanderlei Luxemburgo é um técnico que foi gigante. Hoje, é decadente. Ultrapassado. Nenhum rival o teme mais.

Assim como o Corinthians é um clube com história gigante. Mas que hoje, sob a administração de Duilio Monteiro Alves, caminha para a decadência e começa a ficar ultrapassado. E que não briga mais por grandes títulos e virou saco de pancadas do maior rival.

Assim, não me surpreende nem um pouco o anúncio desta segunda-feira de Luxemburgo como novo treinador corintiano.

Vanderlei Luxemburgo durante jogo entre Sport e Corinthians, em 05/08/2017
Vanderlei Luxemburgo durante jogo entre Sport e Corinthians, em 05/08/2017 MAURO HORITA/Gazeta Press

O veterano é o técnico certo para o tamanho do Corinthians de 2023.

Um clube que deveria ser uma potência nacional e sul-americana. Mas que é tocado de forma tosca por um presidente perdido, que morre de medo de torcida organizada e das redes sociais.

O Corinthians tinha a obrigação de estar no mesmo patamar de Flamengo e Palmeiras. Mas, tanto esportivamente quanto na sua administração, é time de meio de tabela faz tempo.

Luxemburgo tem até a chance de dar certo. Futebol, ainda que cada vez menos, é imprevisível.

Mas muito mais fácil ele ser apenas uma triste nota de rodapé na história recente tenebrosa do Corinthians.


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Atlético-MG mais vitorioso da história multiplicou por quase 10 vezes dívida do clube com bancos

Paulo Cobos

A partir de 2013, com a conquista da Libertadores, o Atlético-MG iniciou o ciclo mais vitorioso da sua história.

Nos últimos 10 anos, além do título continental, o clube conquistou duas Copas do Brasil, um Brasileiro, uma Recopa, uma Supercopa e 7 Campeonatos Mineiros.

Pena que currículo tão impressionante também tenha resultado em uma dívida assustadora, inclusive com bancos, um dos piores tipos de débitos que um clube pode ter (quase sempre são empréstimos de curto prazo).

A Arena MRV, estádio do Atlético-MG
A Arena MRV, estádio do Atlético-MG Divulgação/ @ArenaMRV

Em 2012, a última temporada antes da bonança de títulos, o Atlético-MG devia R$ 68,7 milhões para "instituições financeiras".

No ano passado, sempre segundo o balanço financeiro do clube, o clube devia para bancos quase dez vezes mais: R$ 654 milhões. Isso sem contar o dinheiro levantado para construção do novo estádio do clube.

Somando o que precisa pagar em empréstimos que não são com bancos, basicamente o valor devido a seus mecenas, o Atlético-MG tem uma conta a pagar de R$ 843 milhões em empréstimos, R$ 263 milhões a mais do que tinha em 2021.

A comparação com outros grandes prova o quanto o Atlético-MG precisa de bancos para fechar suas contas.

Exemplos de administração, Palmeiras e Flamengo tem valores muito baixos em empréstimos. O alviverde devia R$ 35,190 milhões no final de 2022 e o Flamengo pouco menos de R$ 36 milhões.

O Grêmio, de porte similar ao Atlético-MG, tinha R$ 77 milhões a pagar para instituições financeiras.

O São Paulo, outro clube em situação delicada, tinha uma carteira de empréstimos bancários de R$ 204 milhões. O Corinthians ainda não tornou público seu balanço.

Ganhar títulos é uma delícia. Mas o Atlético-MG fez isso da forma mais irresponsável possível. Vai ser difícil sair do buraco financeiro que o clube se meteu.


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Atlético-MG mais vitorioso da história multiplicou por quase 10 vezes dívida do clube com bancos

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Dever R$ 20 milhões para Daniel Alves dói para o São Paulo; saber que o clube é mais pobre do que há 10 anos também

Paulo Cobos

O São Paulo publicou nesta semana o relatório com suas contas em 2022.

Repercutiu muito saber quanto o clube ainda deve para  Daniel Alves. O São Paulo ainda tem pouco mais de R$ 20 milhões para pagar ao lateral-direito que achou que no Morumbi poderia ser camisa 10 e dono do clube.

A dívida com o presidiário de Barcelona é só mais um detalhe de como o clube que já foi o mais admirado pelo país se perdeu em algum momento.

Daniel Alves durante jogo entre São Paulo e Palmeiras, pelo Brasileiro
Daniel Alves durante jogo entre São Paulo e Palmeiras, pelo Brasileiro Thiago Rodrigues/Gazeta Press

No balanço de 2022, tirando a negociação de jogadores, o São Paulo teve receitas de R$ 422,148 milhões.

Em 2012, exatos 10 anos atrás, o clube teve receitas recorrentes (sempre sem a vende de jogadores) de R$ 236,600 milhões.

Mas isso são valores da época. Aplicando o IGP-M, um dos índices de inflação do país, os R$ 236,6 milhões de dezembro de 2012 seriam R$ 542 milhões em dezembro de 2022.

O que significa que as receitas recorrentes do São Paulo caíram cerca de 20% em 10 anos.

No mesmo período, o Flamengo viu suas receitas sem a venda de jogadores crescerem 27% e ultrapassarem hoje o R$ 1 bilhão.

O São Paulo faturou só R$ 54 milhões com patrocínios em 2022, menos da metade dos R$ 136 milhões arrecadados pelo Palmeiras com isso.

A dívida milionária com Daniel Alves é só um efeito colateral dolorido da decadência do São Paulo.

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Pobre Corinthians: único técnico que pode pacificar o clube não o quer

Paulo Cobos

Era óbvio que a situação de Cuca era insustentável no Corinthians. E o melhor que poderia ter acontecido aconteceu: o treinador pedir demissão com apenas seis dias de trabalho no clube.

Com o desafio de três competições ao mesmo tempo, o Corinthians precisa urgentemente de um treinador.

E só existe um hoje no mercado que conseguiria pacificar o clube: Tite.

Tite no Japão, em dezembro de 2012, com a taça do Mundial de Clubes, conquistada pelo Corinthians
Tite no Japão, em dezembro de 2012, com a taça do Mundial de Clubes, conquistada pelo Corinthians Chris Brunskill/Getty Images

 

Mas ele não quer trabalhar no Brasil por pelo menos mais dois anos. Sonha com uma proposta da Europa.

Ainda assim, a diretoria corintiana deveria tentar mudar a cabeça de Tite e trazê-lo de volta. 

Com ele, a trégua estaria feita. E Tite parece ter nascido para ser treinador do Corinthians.

Fora o ex-técnico da seleção, a oferta no mercado de bons treinadores no Brasil é rara.

Imagino que o Corinthians não vai tentar dois nomes espetaculares, mas que estão empregados: Diniz no Fluminense e Vojvoda no Fortaleza.

Na lista de quem está disponível, o melhor nome é Rogério Ceni.

Mas ele seria o contrário de Tite. Deixaria o clube ainda mais em ebulição. E, pena, muito corintiano que aceitou Cuca com seu passado não suportaria ver o são-paulino Ceni comandando o time.

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Parabéns, Tite: sonho europeu vale mais que dinheiro e time que briga por título

Paulo Cobos

Os colegas Daniel Bocatto e Murilo Borges revelaram os planos de Tite, sem trabalhar desde o fracasso na Copa do Qatar, para sua carreira.

Segundo apuração da dupla, o treinador descarta qualquer oferta de um clube brasileiro por pelo menos dois anos. Revelam que o treinador considera que já ganhou tudo o que poderia possível ganhar por aqui em termos de título e que vive um outro "patamar salarial".

Tite espera acertar com um clube europeu em maio, quando se encerra a temporada 2022/2023.

Ele tem razão.

Tite em ação na beira do campo durante a vitória do Brasil sobre a Suíça na Copa do Mundo de 2022
Tite em ação na beira do campo durante a vitória do Brasil sobre a Suíça na Copa do Mundo de 2022 Lucas Figueiredo/CBF

O sonho europeu vale mais do que dinheiro e time que briga por título.

Pelo motivo que Tite, uma pessoa extremamente inteligente, deve ter noção que seu mercado na Europa não é para clube grande e salário de muitos dígitos.

Depois de duas Copas perdidas, o treinador gaúcho pode aspirar, no máximo, um time médio em uma grande liga europeia, especialmente na Itália e na Espanha, onde os salários dos treinadores, com exceção dos grandes, é bem menor que os gigantes brasileiros pagam a seus comandantes.

Mesmo na ricaça Premier League, treinador de times de meio de tabela não chegam a um salário mensal de R$ 1 milhão, o que é até comum nos grandes brasileiros.

Na décima colocação da temporada, o Brentford paga o equivalente a R$ 800 mil mensais para Thomas Frank.

Tite também é corajoso de rejeitar clube brasileiro que briga por títulos para um clube europeu com ambição de fugir de rebaixamento ou, no máximo, sonhar com vaga na Liga Europa.

As duas Copas perdidas fizeram Tite perder a chance de comandar um time da elite na Europa. Ele ainda pode chegar lá. Mas começando por um time modesto. Ganhando menos dinheiro e longe dos títulos que teria no Brasil.

Parabéns.


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Pede para sair: Cuca já fez muito mal para o Corinthians e (ainda mais) para sua própria imagem

Paulo Cobos

Um fato é inquestionável. A repulsa pela contratação de Cuca por um grande clube brasileiro (e ele treinou quase todos) só tomou uma proporção absurda agora, quando ele acertou com o Corinthians.

Pela grandeza do clube. Por sua história de lindas causas. E também por marketing como o famoso "respeita as minas".

E depois de apenas 5 dias após o acerto uma coisa está clara: não existe como Cuca seguir no comando corintiano.

O melhor a fazer para os dois lados é ele pedir para sair.

Cuca, na apresentação no Corinthians ao lado de Duílio Monteiro Alves e Alessandro
Cuca, na apresentação no Corinthians ao lado de Duílio Monteiro Alves e Alessandro Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Em tão pouco tempo, Cuca fez muito mal para a imagem do Corinthians. 

Parcela enorme da torcida revoltada. Um protesto do time feminino que pode até tirar a calma da equipe mais vitoriosa no Parque São Jorge hoje. A decepção de quem achava que o clube se preocupava mesmo com as mulheres. A imagem, já corroída, do presidente Duilio Monteiro Alves está agora na lata do lixo.

Seguir com a relação só vai fazer o clube sangrar mais.

E para Cuca a contratação só fez piorar sua imagem, principalmente depois da sua trágica entrevista de apresentação.

Ninguém de bom senso acha que Cuca, quase 40 anos depois de ter participado de um estupro de uma garota na Suíça, deve ser preso.

Por mais que ele tente argumentar sobre sua inocência, o fato é que ele foi condenado por um país sério e com provas robustas. Qualquer que tenha sido sua participação configura um crime horroroso.

O que Cuca deveria fazer é uma autocrítica de seus erros. Mostrar real arrependimento. Se desculpar, ainda que tarde, com a vítima e com sua própria família.

Enquanto não fizer isso, melhor, para todos, ficar fora do futebol.



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Sem mecenas ou SAF e orçamento 'modesto': Fluminense é a grande história de sucesso do Brasil

Paulo Cobos

Flamengo e Palmeiras estão, em todos os sentidos, bem acima dos outros gigantes brasileiros.

Mas a grande história de sucesso do futebol nacional é a do Fluminense.

Comandado por Fernando Diniz, o tricolor conquistou o Carioca e é o único time nacional com 100% de aproveitamento na Libertadores e no Brasileiro. E pratica o jogo mais encantador do país.

Torcida do Fluminense faz festa no Maracanã
Torcida do Fluminense faz festa no Maracanã Buda Mendes/Getty Images

E tudo isso sem ter um mecenas ou uma SAF milionária e com um orçamento muito inferior a outros times de campanhas e futebol medíocres.

Para 2023, o Fluminense fez uma previsão de receitas totais de R$ 365,6 milhões, ou menos da metade dos R$ 821,7 milhões do faturamento projetado pelo Corinthians.

A dívida continua alta, assim como pagar os salários sempre em dia é difícil, mas o Fluminense foi capaz de montar um time muito competitivo com contratações certeiras. E com uma categoria de base que consegue aliar garantia de receitas com atletas que resolvem em campo no profissional.

O Fluminense reluta em se transformar numa SAF. Tomara que resista e consiga seguir brilhando com suas próprias pernas.

E parabéns pela coragem e sabedoria com Fernando Diniz.



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