Dois dias após a épica briga nos vestiários do estádio Old Trafford, ocorrida na sequência da vitória por 2 a 1 do Manchester City sobre o Manchester United, os técnicos José Mourinho, dos Red Devils, e Josep Guardiola, dos Citizens, trocaram farpas via imprensa sobre motivos e culpados pelo episódio lamentável. 

Segundo várias testemunhas, a briga começou porque Mourinho foi ao vestiário do City reclamar do barulho excessivo pela comemoração da vitória na casa do rival, pedindo que o resultado fosse comemorado "de forma mais digna". 

Os celestes não gostaram, e o Special One chegou a trocar xingamentos com o goleiro brasileiro Ederson. Houve ainda arremesso de objetos e cenas lamentáveis.

Segundo Pep Guardiola, porém, nada houve de anormal nas celebrações.

"Fizemos tudo de maneira correta, eu acredito. Pulamos e gritamos porque estávamos felizes. Creio que as pessoas podem entender isso. Havíamos vencido um jogo importante e queríamos celebrar. Todos os times do mundo quando ganham clássicos ficam felizes", afirmou.

"Eu também comemorava assim nos tempos de Barcelona quando a gente vencia finais ou clássicos, sempre estávamos felizes. Não houve nada de excepcional. Respeitamos nossos oponentes. O que aconteceu após o jogo foi normal. Fizemos tudo com felicidade extra, mas dentro de nosso vestiário. 

Ainda de acordo com o espanhol, Mourinho só ouviu o barulho e os gritos da comemoração do City porque o time da casa, quando se dirige para o vestiário em Old Trafford, tem que obrigatoriamente passar pelo dos visitantes primeiro. Por isso, acabou ouvindo mais do que queria e acabou ficando bravo.

O Special One, porém, foi na contramão de Guardiola e abusou da ironia para comentar o caso.

"Para mim, (a briga) foi uma questão de diferença (entre os times). Diferença de comportamento, diferença de educação. Nada mais do que isso", disparou.

Questionado novamente sobre o caso, ele demonstrou bastante irritação. 

"Ele (Guardiola) fala, fala, fala... Sabem? Não estou aqui para comentar o que ele fala", bradou.

Na última segunda-feira, aliás, a FA (Federação Inglesa de Futebol) cobrou explicações de United e City sobre a confusão acontecida nos corredores. A entidade investiga o caso e pode punir os clubes ou os envolvidos na briga. 

Na confusão, o ex-jogador Mikel Arteta, atualmente auxiliar de Pep Guardiola, teria, inclusive, se machucado após a aproximação de Mourinho, sofrendo um corte na cabeça. 

Ainda na descrição de veículos de imprensa locais, o corredor que leva aos vestiários estava lotado no momento da confusão, e sobraram empurrões e cotoveladas.

Capitão do City, Vincent Kompany que foi substituído no intervalo, teria sido um dos que entrou no meio da confusão para tentar acalmar os ânimos.

Dentro de campo, o City venceu o United por 2 a 1 e disparou na liderança da Premier League, com 46 pontos, 11 a mais do que o rival de Manchester, 2º colocado.