Curti: Mentalidade do “ninguém é insubstituível” será colocada à prova em New England em 2020
Coincidência ou desgaste? Ninguém sabe e nem saberá. Fato é que o New England Patriots tem o triplo de opt-outs por conta da Covid-19 do que o segundo time dessa lista. Se adicionarmos Tom Brady e Rob Gronkowski – que querem seguir jogando futebol americano mas claramente não em New England – são oito “baixas”, por assim dizer.
Não é segredo para ninguém que Bill Belichick é um dos treinadores mais duros da NFL. Isso é amplamente sabido e foi reportado em inúmeras ocasiões. Na melhor biografia do head coach, escrita por Ian O’Connor, passagens pelos Giants como coordenador defensivo e como técnico no Cleveland Browns vieram acompanhadas de atletas que literalmente odiavam Bill.
Mas, ele ganha. Enquanto estiver ganhando, quem somos nós para julgar. Ao melhor estilo Capitão Nascimento, a filosofia é “fica quem quer”. Alguns não quiseram. Não temos como saber se por conta da cobrança mais forte que rola em New England ou se isso foi apenas coincidência. Há casos como de Dont’a Hightower que foram plenamente explicados, dado que ele foi pai há pouco tempo, vale lembrar.
Seja como for, isso fica mais como conversa de boteco. Vamos às consequências dentro de campo para New England, que é algo que podemos analisar já que sabemos quais atletas saíram do elenco. Segundo o ESPN Stats and Info, apenas 57% dos snaps do time voltam em relação ao ano passado. É a segunda menor marca da NFL – perdendo apenas para o Carolina Panthers, time em franca reconstrução. A consequência é que os Patriots não são mais os favoritos de outrora. Os cassinos de Las Vegas listam o time com chances de 20-1 para o título, sendo sequer top 5. Como contexto, é a pior odd de New England desde 2002.
Como efeito, a mentalidade do “ninguém é insubstituível” será mais colocada a prova do que nunca. Não que já não tenha acontecido antes. Em 2004, por exemplo, Troy Brown jogou como cornerback mesmo sendo wide receiver de natureza. Três anos antes, Tom Brady assumiu o posto de quarterback titular e conduziu o time ao título mesmo com Drew Bledsoe voltando a ficar saudável e tendo contrato de 10 anos recém-assinado.
Poderíamos ficar até amanhã aqui listando situações como estas que já aconteceram em Foxboro no reinado belichiquiano. Segundo o ELIAS Sports Bureau, New England já teve 141 jogadores diferentes marcando touchdown enquanto o head coach foi Bill Belichick – terceira maior marca da NFL. Ainda, também de acordo com o ELIAS, New England foi o time com mais jogadores não draftados tendo snaps em jogo – foram 55.620 snaps.
É mais do que óbvio que Belichick tem a capacidade de desenvolver talentos. Mais um exemplo: Kyle Van Noy, agora nos Dolphins, veio pelas portas dos fundos via Detroit Lions e se tornou um dos melhores linebackers da liga contra o passe. Seja como for, serão ausências sentidas. As três unidades patriotas perderam jogadores fundamentais. Tom Brady como quarterback, Marcus Cannon na linha ofensiva, Stephen Gostkowski nos special teams (embora estivesse em declínio de produção, frise-se) e Dont’a Hightower na defesa.
Será uma história pra lá de interessante ver como os Patriots saem disso. Mas uma coisa é certa: não podemos duvidar que eles têm a capacidade – e a comissão técnica – para conseguir isso.
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