Exemplo a ser seguido, Wade deixa a NBA para entrar de vez no Olimpo do basquete
Entrando no Draft de 2003, Dwyane Wade não era o mais badalado de sua geração. Ao lado de nomes como LeBron James, Carmelo Anthony e Chris Bosh, o ala armador da Universidade de Marquette era cotado para ser a sexta escolha daquele ano. Selecionado em quinto pelo Miami Heat, Wade não demorou para se transformar em uma estrela na NBA.
Ainda em sua primeira temporada, com apenas 21 anos, foi peça fundamental para o Heat conquistar a vaga nos playoffs da temporada 2003/2004. No seu primeiro jogo de pós temporada, pudemos ver que o camisa 3 era um jogador que gostava dos grandes momentos. O arremesso da vitória no estouro do cronômetro abriu caminho para o Miami vencer o Charlotte Hornets por 4 a 3 e conquistar a vaga para o segundo round.
No duelo contra o Indiana Pacers, equipe de melhor campanha da Conferência Leste, Wade brilhou, mas o Heat só conseguiu forçar o sexto jogo e foi derrotado por 4 a 2. Já na sua terceira temporada, Dwyane se estabeleceu como um dos principais nomes da NBA. Ao lado de Shaquille O’Neal, “The Flash”, como ficou conhecido por sua velocidade com a bola na mão e na hora de infiltrar, montou uma das grandes duplas da história da liga e chegou até a grande final.
No duelo contra o Dallas Mavericks, o camisa 3 obteve médias de 34.7 pontos, 7.8 rebotes e 2.7 roubadas de bola por jogo e terminou a série como campeão e com o prêmio de MVP. Aos 24 anos de idade, Wade era o primeiro jogador da sua badalada geração a conquistar um anel de campeão da NBA.
Depois de se mostrar um jogador decisivo, Wade teve que mostrar uma nova faceta. A da resiliência. Batalhando contra lesões constantes nos ombros, joelhos e músculos da coxa, o ala-armador teve que se reinventar. Em 2008, foi campeão olímpico com os Estados Unidos. Em 2009, assumiu o posto de líder do Heat, se manteve saudável e terminou a temporada 2008/2009 como cestinha da NBA com médias de 30.2 pontos por jogo. Em uma vitória sobre o Utah Jazz, anotou 50 pontos e ultrapassou Alonzo Morning na liderança de pontos na história do Miami Heat.
Apesar das campanhas frustradas nos playoffs, a relação de Wade com a cidade de Miami se desenvolvia de uma maneira poucas vezes vista em outros jogadores. Em 2010, o camisa 3 ficaria sem contrato e entraria no mercado de agentes livres. Para convencê-lo a ficar, o condado de Miami-Dade decidiu, de forma unânime, mudar seu nome para condado de Miami-Wade por uma cima.
O que a cidade não sabia, porém, é que eles ganhariam mais do que a volta de Wade. Em um dos momentos mais icônicos da história da liga, LeBron James anunciou que se juntaria ao amigo – e a Chris Bosh - em Miami para formar uma das melhores equipes da história da liga.
Mais uma vez, Wade teve que se reinventar e deixou o papel de principal estrela da equipe para LeBron. Mais coadjuvante do que estrela, o camisa 3 foi fundamental para a conquista de dois títulos nos quatro anos que o Big 3 jogou na Flórida. Na primeira temporada, derrota para o Dallas Mavericks na final. Em 2011/2012, a equipe se recuperou e venceu o Oklahoma City Thunder por 4 a 1 na decisão. Wade terminou a série com média de 22.6 pontos por jogo.
Antes da temporada 2012/2013, o atleta sofreu uma lesão no joelho esquerdo que o tirou da Olimpíada de 2012 e de uma parte da pré-temporada do Miami. Outra vez, o ala-armador deixou as lesões para trás e brilhou.
Na final contra o San Antonio Spurs, as equipes dividiram os dois primeiros jogos e o Spurs atropelou o Heat no jogo 3, dando a impressão que a série estava resolvida. No quarto jogo, porém, Wade voltou a mostrar porque é considerado um dos jogadores mais decisivos de todos os tempos.
O camisa 3 anotou 32 pontos com um aproveitamento de 56% nos arremessos de quadra e ainda conseguiu seis roubadas de bola para garantir a vitória de Miami. A série se estendeu até o sétimo e decisivo jogo em que Wade terminou com 23 pontos, 10 rebotes e o bicampeonato, o terceiro de sua carreira.
Na última temporada do Big 3, Wade participou de apenas 54 jogos na temporada regular por conta das lesões. Nos playoffs, conseguiu se manter saudável e teve atuações fundamentais para que o Miami Heat voltasse a encarar o Spurs nas finais. Dessa vez, porém, os 15.2 pontos por jogo do ala-armador não foram suficientes e a equipe perdeu a decisão em cinco jogos.
Com a volta de LeBron James ao Cleveland Cavaliers, Wade permaneceu ao lado de Chris Bosh em Miami e a equipe continuou figurando nos playoffs, mas nunca mais chegou a uma final. Em meio a lesões e frustrações, o camisa 3 deixou a Flórida em julho de 2016 brigado com a diretoria, mas não com a torcida.
Wade decidiu voltar a sua cidade natal, Chicago, para defender as cores do Bulls. Com muitos problemas de entrosamento e outra vez sofrendo com as lesões, incluindo uma fratura no cotovelo em março de 2017, a única temporada de Dwyane em casa não foi das melhores e, após a eliminação na primeira rodada dos playoffs para o Boston Celtics, a diretoria decidiu mudar toda a equipe e Wade recebeu mais uma chance de jogar com LeBron James.
Em setembro de 2017, o camisa 3 assinou com o Cleveland Cavaliers para ser o sexto homem da equipe comandada por Tyronn Lue. Porém em 8 de fevereiro de 2018, o último dia possível para trocas daquela temporada, o Cavaliers fez diversas movimentações e Wade percebeu que teria sua participação diminuída e não ficou satisfeito. Como forma de agradecimento, Cleveland trocou o camisa 3 de volta para sua verdadeira casa, o Miami Heat.
De volta à Flórida, Wade resolveu seus problemas com Pat Riley, GM do Heat, e fechou sua carreira da melhor forma possível. Depois de finalizar a temporada 2017/2018, Dwyane anunciou que planejava se aposentar ao final da temporada seguinte e transformou a temporada 2018/2019 em um tour de despedida.
A cada último jogo em um ginásio diferente era possível perceber o tamanho e a importância de Dwyane Wade para não só o Miami Heat, mas toda a NBA. Como não podia deixar de ser, o camisa 3 ainda batalhou até o último minuto para colocar o Heat nos playoffs, mas não foi o suficiente. Nesta quarta, “The Flash” fará sua última dança, como ele mesmo batizou sua tour de despedida.
Wade deixa a NBA para entrar de vez no Olimpo do basquete. Mais do que um jogador brilhante, Dwyane Wade foi um exemplo a ser seguido dentro e fora das quadras. Por sua capacidade de se reinventar, de se adaptar aos diferentes cenários que sua carreira lhe apresentou e, acima de tudo, por representar uma cidade como poucos representam. Dwyane Wade é maior que o basquete.
Fonte: Guilherme Sacco
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