A 'missão Antetokounmpo' e a hora de Bruno Caboclo; como Brasil segurou MVP da NBA e venceu a Grécia
Two years away from being two years away.
Quando Bruno Caboclo foi escolhido na 20ª posição do Draft de 2014, pelo Toronto Raptors, John Fraschilla, comentarista nos EUA, falou essa frase, grudou no brasileiro e nunca mais eles se separaram.
Ele estava a dois anos de distância para estar a dois anos de distância de estar pronto. O que o time do Canadá fazia selecionando um garoto franzino de 19 anos que estava longe de estar pronto? Que havia se destacado apenas na Liga de Desenvolvimento de Basquete pelo Pinheiros?
Um ano antes, em 2013, o Milwaukee Bucks selecionou um garoto franzino de 19 anos na 15ª escolha do Draft. Entretanto, esse era grego e chamou atenção após jogar pelo Filathlitikos.
Masai Ujiri, cérebro por trás do título dos Raptors na última temporada, viu em Caboclo e apostou. A franquia aguentou bons anos sem ele estar pronto e acabou deixando o brasileiro sair. Ele passou rapidamente pelo Sacramento Kings e pintou no Memphis Grizzlies, onde prova que, cinco anos após ser draftado (parece que Fraschilla errou as contas em um ano).
Giannis teve um impacto imediato. Entrou na liga e em sua primeira temporada jogou 77 jogos - 23 como titular. Suas médias eram baixas, mas tudo dentro do esperado. Seus números foram crescendo, até que em 2017 foi eleito o jogador que mais evoluiu na NBA e em 2019 conquistou o prêmio de MVP.
Caboclo não evoluiu tanto, mas se encontrou em Memphis, com um time de garotos e sem pressão. Pelos Grizzlies, apenas em 2019, jogou 34 partidas - 19 como titular, e mostrou tudo o que a NBA quer ver. Atleticismo, precisão, velocidade, versatilidade. Com isso, ganhou mais anos de contrato naquele ambiente perfeito: uma cidade que o abraçou, um time ainda sem pressão e ótimos (e jovens) companheiros de equipe - Jaren Jackson Jr., Ja Morant e Brandon Clarke, por exemplo. Agora é ver todos crescendo juntos.
Chegou 2019, chegou o Mundial. Caboclo e Giannis, cada um no seu patamar, vivem ótimos momentos.
Aleksandar Petrovic também sabia disso, e há tempos fala que sabia como marcar Giannis. Seria a 'Missão Antetokounmpo'.
Missão muito bem executada. Giannis foi praticamente nulo, e o treinador grego sequer conseguiu fazer as jogadas finais passarem por ele. Quando ele foi buscado na ponte aérea que seria decisiva, Caboclo, com seus 2,31 metros de envergadura (10 cm a mais que o MVP), interceptou a jogada.
Antetokounmpo terminou com 13 pontos e foi expulso com 5 faltas, claramente irritado - muito pela tática brasileira: marcação forte, faltas nele e garrafão fechado. Minado, o craque ficou apenas 28 dos 40 minutos em quadra, sendo ausência em boa parte da virada brasileira.
Com ele fora e o garrafão grego menos poderoso, o Brasil conseguiu dominar o jogo perto da cesta em partida sensacional de Anderson Varejão. No total, foram 46 pontos brasileiros na área pintada, contra apenas 28 gregos.
Caboclo, jogando na posição 4, foi o cara na defesa. Dividiu a marcação de Giannis com o incansável Alex e decidiu o jogo nas últimas posses defensivas, interceptando a ponte aérea e limpando o aro para a vitória.
No ataque, foi um incrível facilitador. Com seus 2,06 metros (cinco cm a menos que Giannis), espaçou a quadra para Varejão deitar e rolar no garrafão saindo dos bloqueios que fazia. Quando a bola de três sobrou, ele acertou duas de três tentadas.
Assim o Brasil parou o MVP e venceu a favorita Grécia. E Bruno Caboclo mostrou que, finalmente, está pronto.
Fonte: Pedro Suaide
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