A (ousada) opção de Bonucci: por que ele deixou a Juventus e escolheu o Milan?
Pep Guardiola já disse que, se pudesse, formaria um time com 11 Bonuccis. Exagero ou não do treinador espanhol, é fato incontestável que, hoje, aos 30 anos de idade, Leonardo Bonucci seria titular em qualquer time do planeta. Qualquer mesmo, pode simular.
Neste cenário, não deixa de ser curioso, embora compreensível pelos motivos que vêm a seguir, a escolha do zagueiro ao trocar a toda poderosa Juventus, atual hexa campeã italiana e vice-campeã europeia, pelo tradicionalíssimo, mas hoje combalido, Milan — que está fora, mais uma vez, da Champions League.
O motivo da saída de Bonucci não é segredo: a pouca sintonia com o técnico Massimiliano Allegri, que chegou a deixar o zagueiro nas tribunas, fora de uma partida de oitavas-de-final da última Champions League contra o Porto, como punição por uma ríspida discussão entre eles.
O peso que teve em sua decisão o bate-boca com seu amigo Barzagli e, sobretudo, a duríssima bronca (segundo relatos do diário La Stampa seguida até mesmo de contato físico) em Dybala, durante o intervalo da final europeia contra o Real Madrid, não saberemos até que Bonucci se manifeste — e talvez continuemos sem saber mesmo que ele o faça.
Fato é que Bonucci queria deixar a Juventus. Um clube que tem feito questão de propagar que, em Turim, jogadores insatisfeitos, até mesmo os melhores, não permanecem: quem quiser sair que saia. Algo que se comprovou na liberação, sem maiores empecilhos, do brasileiro Daniel Alves.
Explicada a saída, fica a pergunta: por que o Milan?
Guardiola adoraria recebê-lo em Manchester, e certamente Mourinho não pensa muito diferente. Antonio Conte, que Bonucci já rotulou como “o homem que fez eu me tornar quem sou”, idem. Real Madrid, Barcelona, Bayern... não há time abastado neste planeta que não gostaria de tê-lo entre seus 11.
Segundo relatos de pessoas próximas ao jogador reportados pela imprensa italiana, contudo, Bonucci simplesmente não queria deixar a Itália.
Eu admito ser suspeito quanto à pré-disposição para compreender as razões de Bonucci não querer trocar a Itália para viver em Manchester e mudar o patamar, entre outras coisas (mais ou menos relevantes que isso), de suas refeições. ; )
Do ponto de vista esportivo, porém, sua escolha é ousada e desafiadora.
Ele chega a um Milan renovado e, agora, novo rico graças aos investimentos chineses. Um clube que acabou de investir mais de 125 milhões de euros em jogadores jovens (a maioria realmente bons e promissores), mas que agora gasta 40 milhões em (fato raro) um zagueiro capaz de mudar seu patamar de disputa — por qualidade técnica, respeito e espírito de liderança.
Leonardo Bonucci chega ao Milan com a intenção e a missão de ser o capitão e líder de uma reviravolta na história do clube. Chega para despertar o gigante adormecido há seis anos.
Bonucci virou, acima de tudo, um símbolo da mudança.
Resta saber se conseguirá fazê-la.
Fonte: Gian Oddi
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