É guerra? Nome da Fifa em projeto de superliga de clubes na Europa acende disputa por pote de ouro

Leonardo Bertozzi

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Três curiosidades sobre cada confronto desta terça na Champions

Leonardo Bertozzi

Um raro confronto de estreantes, um técnico que encontra o responsável por seu lançamento no futebol... Muitas histórias por trás das dezesseis partidas que abrem neste meio de semana a fase de grupos da Champions League. Veja três histórias de cada confronto.

PSG, de Neymar, enfrenta o Manchester United
PSG, de Neymar, enfrenta o Manchester United Getty Images

Chelsea x Sevilla

- Os dois últimos campeões da Liga Europa se enfrentam pela primeira vez em jogos oficiais.

- O Chelsea venceu apenas um dos últimos dez jogos contra times de La Liga - 2 a 1 sobre o Atlético de Madrid, na fase de grupos da Champions 2017/18. Na temporada passada, empate e derrota contra o Valencia.

- O último time inglês a vencer o Sevilla foi o Leicester, nas oitavas de final da Champions 2016/17. Desde então, seis jogos de invencibilidade para os espanhóis, incluindo vitórias sobre Wolverhampton e Manchester United no caminho para o título da Liga Europa.

Rennes x Krasnodar

- O primeiro jogo da história das duas equipes na fase de grupos da Champions. A última vez que duas equipes estrearam simultaneamente na competição foi na temporada 2011/12: Manchester City x Napoli.

- O Rennes, que enfrentará pela primeira vez um adversário russo, é o primeiro francês a estrear na fase de grupos desde o Montpellier, em 2012/13.

- Fundado em 2008 e promovido à primeira divisão em 2011, o Krasnodar disputou competições europeias em todas as temporadas desde 2014/15.

Zenit x Club Brugge

- O zagueiro Dejan Lovren, do Zenit, e o goleiro Simon Mignolet, do Brugge, são campeões europeus com o Liverpool em 2018/19. Mignolet, porém, não estará em campo após testar positivo para a covid-19. Outro par de campeões continentais tem Sebastián Driussi, do Zenit, e Éder Balanta, do Brugge, vencedores da Conmebol Libertadores com o River Plate em 2015.

- Nos únicos confrontos prévios entre os dois clubes, o Zenit ainda representava a União Soviética. Foi na Copa Uefa (atual Liga Europa), e o Brugge se classificou com uma goleada de 5 a 0 após perder por 2 a 0 a ida. O atacante da seleção dinamarquesa Kenneth Brylle Larsen marcou quatro vezes.

- O Brugge, que não vai à Rússia desde uma derrota para o Lokomotiv Moscou em 2002/03, é o quarto time belga a visitar o Zenit na Champions. Os outros três saíram derrotados: Anderlecht (2012/13), Standard Liège (2014/15) e Gent (2015/16).


         
     

Lazio x Borussia Dortmund

- Chuteira de Ouro da última temporada, o atacante da Lazio Ciro Immobile teve uma passagem sem brilho pelo Borussia Dortmund na temporada 2014/15, com três gols em 24 jogos pela Bundesliga e 10 em 34 jogos no geral.

- É a quinta participação consecutiva do Dortmund na fase de grupos, enquanto a Lazio retorna após treze anos. Em 2015/16, o time da capital italiana foi eliminado nos play-offs por um alemão, o Bayer Leverkusen.

- O Dortmund alcançou as oitavas de final em seis das últimas sete participações. Na temporada passada, superou a fase de grupos após ficar atrás do Barcelona e à frente de um time italiano, a Internazionale.

Dynamo Kiev x Juventus

- Em seu primeiro jogo de Champions como treinador, Andrea Pirlo encontrará o responsável por lançá-lo no futebol profissional. Foi Mircea Lucescu quem o escalou pela primeira vez no Brescia, em 1995. Os dois voltariam a trabalhar juntos na Inter.

- Pirlo estava em campo na última temporada em que a Juventus não superou a fase de grupos da Champions: 2013/14. A Velha Senhora ostenta um indesejável recorde de sete finais perdidas na competição, de um total de nove disputadas.

- Em duas visitas anteriores ao Dynamo, duas vitórias da Juventus: 4 a 1 nas quartas de final de 1997/98, com três gols de Filippo Inzaghi, e 2 a 1 na fase de grupos de 2002/03.

Barcelona x Ferencvaros

- Agora dirigido por Ronald Koeman, autor do gol do primeiro de seus cinco títulos na Champions, o Barça carrega uma sequência de 16 classificações consecutivas às oitavas de final. Além disso, terminou em primeiro lugar no grupo em todas as temporadas desde 2007/08.

- Lionel Messi tem apenas um confronto na história com uma equipe húngara: sua estreia pela seleção argentina, em 2005. Foi expulso dois minutos depois de entrar em campo.

- Primeiro time húngaro na fase de grupos em 11 anos, o Ferencvaros tem apenas uma participação prévia, em 1995/96. Naquela ocasião, perdeu por 6 a 1 para o Real Madrid na Espanha, mas arrancou um empate por 1 a 1 em casa.

Paris Saint-Germain x Manchester United

- As equipes se reencontram após um confronto épico nas oitavas de final de 2018/19. O Manchester United se tornou o primeiro time a era Champions League a se classificar após uma derrota em casa por dois gols ou mais. O PSG fez 2 a 0 em Old Trafford, mas sucumbiu em casa por 3 a 1, com Marcus Rashford marcando de pênalti nos acréscimos.

- Novo camisa 7 do Manchester United, Edinson Cavani é o maior artilheiro da história do PSG, onde atuou por sete temporadas, com 200 gols em 301 jogos. O reencontro, porém, terá de esperar a partida de volta. O uruguaio não viajou com a delegação a Paris.

- O "ex" ilustre no PSG é Ander Herrera, que disputou 189 partidas pelo United entre 2014 e 2019, conquistando uma Liga Europa, uma Copa da Inglaterra e uma Copa da Liga Inglesa.

RB Leipzig x Istanbul Basaksehir

- Somados, os dois clubes, que nunca se enfrentaram, têm apenas 64 partidas por competições europeias.

- Em sua primeira participação na Champions, em 2017/18, o Leipzig perdeu duas vezes para um adversário turco, o Besiktas.

- O Basaksehir é estreante na fase de grupos da Champions, mas marcou presença nas competições europeias em todas as temporadas desde sua primeira participação, em 2015/16.

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Tiro curto e vaga na Libertadores: como o futebol voltará na Argentina

Leonardo Bertozzi

Suspenso desde março por causa da pandemia da covid-19, o futebol argentino já tem data para retornar: 30 de outubro. O retorno das equipes aos treinamentos foi autorizado em agosto, e aquelas que disputam a Conmebol Libertadores já voltaram a disputar partidas oficiais. Agora, os 24 times da primeira divisão têm compromisso marcado: a Copa da Liga Profissional.

Será uma espécie de torneio de transição para o retorno do campeonato, que a partir do ano que vem seguirá o calendário solar (como no Brasil), mas com um prêmio importante em jogo. O vencedor levará a vaga 'Argentina 2' na fase de grupos da Libertadores de 2021, a que inicialmente estava destinada ao campeão da Copa da Superliga, que acabou cancelada no primeiro semestre.

Caso o atual campeão argentino, o Boca Juniors, fique com o troféu, por já ser o 'Argentina 1' na Libertadores, terá a garantia de no mínimo disputar a Copa Sul-Americana em 2022. Na hipótese de o Xeneize se classificar para a 'Sula' ou para a Libertadores por outro caminho, caberá à AFA determinar o destino da vaga.

Samba, Tevez! Astro do Boca Juniors posta vídeo dançando com toda a família; assista abaixo


         
     



Os participantes da Copa da Liga Profissional foram divididos em seis grupos com quatro equipes cada. A definição dos cabeças-de-chave foi cercada por polêmicas: o Vélez, por critério de número de conquistas, foi selecionado à frente do Huracán, que tradicionalmente reivindica a alcunha de 'sexto grande'.

No fim das contas, Vélez e Huracán caíram no mesmo grupo e vão se enfrentar logo na primeira rodada.

Estas são as chaves sorteadas:

Grupo 1: Racing, Arsenal de Sarandí, Atlético Tucumán e Unión
Grupo 2: Independiente, Defensa y Justicia, Central Córdoba e Colón
Grupo 3: River Plate, Banfield, Godoy Cruz e Rosario Central
Grupo 4: Boca Juniors, Lanús, Talleres e Newell's Old Boys
Grupo 5: San Lorenzo, Argentinos Juniors, Aldosivi e Estudiantes
Grupo 6: Vélez Sarsfield, Huracán, Patronato e Gimnasia La Plata

Os times se enfrentarão dentro dos grupos em jogos de ida e volta, totalizando seis datas. Avançam à segunda fase os dois primeiros colocados de cada grupo, que formarão duas chaves sorteadas com seis equipes. Desta vez, confrontos em turno único, com os vencedores de grupos da primeira fase fazendo três partidas em casa e duas fora.

Os vencedores dos grupos farão a final, prevista para 17 de janeiro, em campo neutro.

O que acontece com os eliminados na primeira fase? Eles também continuam jogando, na mesma lógica dos classificados, mas com grupos que terão os terceiros e quartos colocados da primeira fase. O ganhador desta etapa, chamada 'Fase Complementación', desafiará o perdedor da final geral por um lugar na Sul-Americana de 2022.

Não há rebaixamento previsto, e nem os jogos contarão para a média que define o descenso em 2021.

Tevez em ação pelo Boca Juniors
Tevez em ação pelo Boca Juniors Marcelo Endelli/Getty Images

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Tiro curto e vaga na Libertadores: como o futebol voltará na Argentina

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Ameaça de fim de tabu, mestre contra pupilo e muito mais. Por que você não deve perder a 5ª rodada da Premier League

Leonardo Bertozzi

Terminada a data Fifa, voltam as ligas nacionais. E a Premier League já retorna com um dérbi de peso, no qual há esperanças do fim de um longo tabu. 

Veja, abaixo, informações e curiosidades dos jogos da quinta rodada:

Klopp irritado durante jogo do Liverpool na Premier League
Klopp irritado durante jogo do Liverpool na Premier League ESPN

Everton x Liverpool
Sábado, 8h30, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

O Liverpool carrega uma invencibilidade de 22 jogos contra o Everton, a maior série sem perder já estabelecida pelo clube contra qualquer adversário. Na Premier League, a sequência é de 19 partidas: desde os 2 a 0 para os Toffees em outubro de 2010.

Seria a maior chance dos últimos tempos para o fim do tabu? Enquanto o atual campeão vem de levar uma goleada de 7 a 2 do Aston Villa, o time de Carlo Ancelotti venceu as quatro primeiras partidas. O último início do Everton com cinco vitórias na liga foi há mais de 80 anos, na temporada 1938/1939.

Com Alisson fora por lesão, o criticado Adrián terá uma prova de fogo contra o potente ataque de Richarlison e Dominic Calvert-Lewin, este último eleito o melhor jogador de setembro na Premier League. Ancelotti, comandante do Everton, ganhou o prêmio como melhor técnico.

Carlo Ancelotti foi o técnico do mês de setembro
Carlo Ancelotti foi o técnico do mês de setembro EFC

Chelsea x Southampton
Sábado, 11h, com transmissão do Fox Sports

Protagonista de um mercado ousado, o Chelsea conta com o bom momento de Kai Havertz, que marcou um gol e deu três assistências nos três jogos da semana com a seleção alemã - uma delas para o companheiro de equipe Timo Werner.

Nem tudo foi boa notícia na data Fifa, porém. Contratado para assumir a titularidade no gol, Edouard Mendy se lesionou com a seleção senegalesa e deve ficar de fora. Por outro lado, Hakim Ziyech e Christian Pulisic voltaram aos treinos com o grupo e são opções para Frank Lampard.

O Southampton, que venceu em Stamford Bridge na última temporada, busca a terceira vitória consecutiva no campeonato, algo que não consegue desde 2016.


Chelsea fez 4 a 0 no Crystal Palace, com dois gols de Jorginho, na última rodada da Premier League; assista abaixo

Manchester City x Arsenal
Sábado, 13h30, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

Mais um encontro do mestre Pep Guardiola com o pupilo Mikel Arteta, seu ex-auxiliar. Na Premier League, o Manchester City venceu os últimos seis confrontos com um placar agregado de 17 a 2. Arteta, porém, levou a melhor na semifinal da Copa da Inglaterra (FA Cup), com uma vitória crucial no caminho do título.

Guardiola terá de superar uma ausência importante, a de Kevin De Bruyne, ausente por problemas físicos - afinal, são cinco gols e duas assistências nos últimos oito jogos do belga como titular contra o Arsenal na liga. Nos Gunners, possível estreia para Thomas Partey, principal reforço do clube na janela de transferências.

Desde uma vitória por 3 a 0 em outubro de 2010, o Arsenal só voltou a vencer no campo do City em uma oportunidade: 2 a 0, na temporada 2014/2015, com gols de Cazorla e Giroud.
 
Newcastle x Manchester United
Sábado, 16h

Depois de levar 6 a 1 do Tottenham, o United tem a segunda pior defesa do campeonato: 11 gols sofridos, à frente apenas do West Bromwich (13). A última vez que o time chegou ao confronto atrás do Newcastle na tabela foi na temporada 2013/2014.

Ole Gunnar Solskjaer não contará com Anthony Martial, suspenso por três jogos, e terá de esperar para escalar Edinson Cavani. O reforço uruguaio ainda cumpre a quarentena obrigatória após desembarcar no Reino Unido.

No Newcastle, a grande notícia da semana foi a renovação do contrato de Alain Saint-Maximin. O ponta francês, um dos melhores dribladores da liga, comprometeu-se com os Magpies até 2026.

Sheffield United x Fulham
Domingo, 8h

A partida reúne os piores times do campeonato: ambos perderam as quatro primeiras partidas e nem chegaram a estar em vantagem no placar. 

O Sheffield United foi sensação da última temporada, brigou por vaga em competições europeias, mas caiu de rendimento na reta final e ainda não se recuperou.

O Fulham, promovido ao vencer os playoffs da Championship, apresenta problemas defensivos, com 11 gols sofridos, e só marcou em um dos quatro jogos até aqui.

Crystal Palace x Brighton
Domingo, 10h, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

Rivalidade histórica no 'dérbi da A23', assim conhecido por causa do nome da estrada que os conecta. O Palace tem a maior média de idade entre os titulares até agora (29 anos e 89 dias), e o Brighton a menor (24 anos e 326 dias).

O Palace venceu o último duelo por 1 a 0, em fevereiro, e tentará vitórias consecutivas sobre o rival pela primeira vez desde setembro de 2011. 

Graham Potter, técnico do Brighton, nasceu em 1975 - um ano antes de Roy Hodgson, atual comandante do Palace, iniciar sua carreira de treinador.

Tottenham x West Ham
Domingo, 12h30, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

A possível reestreia de Gareth Bale é uma atração do confronto. David Moyes não sabe o que é vencer José Mourinho em jogos oficiais: 14 confrontos, sendo 12 na Premier League, com nove vitórias do português e cinco empates.

A semana foi de polêmica, com Mourinho criticando o técnico da seleção inglesa, Gareth Southgate, pela utilização de Harry Kane. O atacante já participou de nove gols no campeonato, marcando três e dando passe para outros seis.

Recuperado da COVID-19, Moyes volta à beira do campo. O comando à distância funcionou muito bem - vitórias sobre Wolverhampton (4 a 0) e Leicester (3 a 0). Gols também não têm faltado aos Spurs. Antes dos 6 a 1 no Manchester United, o time fez 7 a 2 no Maccabi Haifa, de Israel, pela Liga Europa.

Leicester x Aston Villa
Domingo, 15h15, Fox Sports

Quase rebaixado na última temporada, o Villa teve um começo impecável, vencendo três jogos - o último deles por 7 a 2 contra o Liverpool. Para o último começo com quatro vitórias é preciso voltar à temporada 1930/1931.

No campeonato passado, o Leicester levou vantagem no confronto pela Premier League, com goleadas de 4 a 1 e 4 a 0. Jamie Vardy fez quatro dos oito gols. Na Copa da Liga Inglesa, porém, o time de Birmingham levou a melhor na semifinal, graças ao gol de Trézeguet nos acréscimos do jogo de volta.

O Aston Villa conta com Douglas Luiz, um dos destaques da seleção brasileira nas duas vitórias pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022.

West Ham surpreendeu e impôs 1ª derrota ao Leicester na Premier League; assista abaixo

West Bromwich x Burnley
Segunda, 13h30, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

Pior defesa do campeonato, o West Bromwich ainda não sabe o que é vencer, além de ter a pior defesa. O time ao menos somou um ponto, enquanto o Burnley totaliza três derrotas em três jogos. 

O quarto revés marcaria o pior início do Burnley desde a temporada 2002/2003, quando estava na segunda divisão. Na temporada passada, os comandados de Sean Dyche ficaram em décimo lugar, terminando pela segunda vez na parte de cima da tabela em quatro temporadas desde o último acesso.

O retrospecto recente é favorável ao WBA, que só perdeu um dos últimos seis duelos de campeonato.

Leeds United x Wolverhampton
Segunda, 16h, com transmissão de ESPN Brasil e ESPN App

Um duelo que a Premier League não vê desde a temporada 2003/2004, quando ambos terminaram rebaixados. Desde então, todos os confrontos foram pela segunda divisão. Os Wolves venceram os três últimos, o Leeds os três anteriores.

O Leeds de Marcelo Bielsa tem confirmado as expectativas de bom entretenimento em seus jogos, e o técnico argentino conta com um reforço a mais para a temporada: o ponta brasileiro Raphinha, vindo do Rennes, da França.

Jogadores do Wolverhampton tiveram boa semana com suas seleções. Rui Patrício passou sem sofrer gol por Portugal contra Espanha, França e Suécia, enquanto Adama Traoré, enfim, estreou pela seleção espanhola.

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'Vou de táxi', Haaland sem Euro, fim de tabu e goleiro desaposentado: os casos da data Fifa na Europa

Leonardo Bertozzi

O futebol de seleções tem muitos críticos, especialmente em tempos de pandemia, mas a data Fifa de outubro na Europa foi repleta de histórias curiosas, entre amistosos, playoffs da Euro 2020 e rodadas da Nations League.

Conheça alguns dos casos.

Vou de táxi

A Islândia perdeu todos os oito jogos de Nations League de sua história - e o revés dessa quarta-feira (14) par a Bélgica (2 a 1, dois de Romelu Lukaku) selou o segundo rebaixamento em duas participações. O primeiro só não se concretizou porque a Uefa decidiu mudar o número de participantes da Liga A (a primeira divisão) de 12 para 16 seleções.

A preparação islandesa foi prejudicada por um teste positivo para COVID-19 na comissão técnica, que colocou todos em quarentena, incluindo o técnico sueco Erik Hamren. O técnico da seleção sub-21, Arnar Vidarsson, que vive na Bélgica, teve de cruzar o Canal da Mancha em um táxi até à Inglaterra e de lá pegar um avião para dirigir a equipe principal em Reykjavik.

Apesar do rebaixamento na Nations, a Islândia venceu seu jogo mais importante da semana - 2 a 1 sobre a Romênia - e avançou à final dos playoffs para a Euro 2020. Em novembro, os islandeses jogam fora de casa contra a Hungria na decisão da vaga.

Um Eriksen feliz

Na Inter de Milão, Christian Eriksen sofre para ter oportunidades com Antonio Conte. Na seleção dinamarquesa, o meia continua sendo decisivo. Foi dele o gol de pênalti que definiu no primeiro tempo a vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, que já jogava com um a menos após a expulsão de Harry Maguire. 

A Dinamarca, que não vencia em Wembley desde 1983, perdeu apenas dois de seus últimos 40 jogos. Nesta data Fifa, foram três jogos e três vitórias, aproximando o time de um lugar como cabeça-de-chave para o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, em dezembro.

No grupo da Nations League, dinamarqueses e ingleses têm 7 pontos e perseguem a líder Bélgica, que tem 9.

Fim da espera?

Fora das grandes competições desde a Copa do Mundo de 1998, quando foi a primeira adversária do Brasil, a Escócia entendeu a Nations League como um caminho para crescer. O atual time tem Andrew Robertson, lateral-esquerdo do Liverpool, como seu principal nome, e bons valores individuais, como John McGinn, do Aston Villa.

Vencedora do seu grupo na primeira edição, garantiu um lugar nos playoffs para a Euro 2020 e disputará a vaga com a Sérvia após superar Israel nos pênaltis.

Na Nations, os escoceses somaram vitórias por 1 a 0 sobre Eslováquia e República Tcheca, alcançando 10 pontos de 12 possíveis e tomando a dianteira na luta pelo segundo acesso consecutivo. Ryan Fraser, recém-contratado pelo Newcastle, fez o gol decisivo contra os tchecos.

Haaland matador, mas sem Euro

O fenômeno Erling Braut Haaland terá de esperar para disputar sua primeira grande competição pela Noruega, batida pela Sérvia nas semifinais dos playoffs da Euro. Mas parece apenas questão de tempo para o jovem atacante do Borussia Dortmund, que começa bem sua trajetória na seleção.

Haaland, que marcou três vezes na goleada de 4 a 0 sobre a Romênia, soma seis gols em apenas sete partidas pela equipe principal. Com nomes como Martin Odegaard (Real Madrid) e Alexander Sorloth (RB Leipzig) ao seu lado, a tendência é de crescimento no próximo ciclo.

Na Nations, a Noruega tem 9 pontos, ao lado da Áustria, contra a qual deve disputar o acesso à Liga A na última rodada. Uma boa colocação ajuda na disputa pelas vagas na Copa de 2022, já que os dois melhores colocados da Nations que não terminarem em primeiro ou segundo lugar em seus grupos terão acesso às repescagens.

Gols que faltam, gols que sobram

A falta de um camisa 9 indiscutível parece pesar para a seleção espanhola. Antes desta data Fifa, a última partida sem marcar havia sido na eliminação da Euro 2016, contra a Itália. Nos três jogos desta semana, apenas um gol marcado, por Oyarzábal, na vitória por 1 a 0 sobre a Suíça.

A Espanha ficou no 0 a 0 no amistoso com Portugal e, na Nations, perdeu por 1 a 0 para a Ucrânia. O resultado só não custou a liderança porque a Alemanha empatou por 3 a 3 com a Suíça, repetindo o resultado do amistoso contra a Turquia.

Neuer leva golaço de cavadinha, Gnabry salva com pintura de letra, e Alemanha e Suíça empatam em 3 a 3; veja os gols abaixo


         
     

Se o ataque parece engrenar, com Timo Werner e Kai Havertz executando uma parceria que anima o torcedor do Chelsea, a defesa de Joachim Löw continua deixando muitas dúvidas - a ponto de muitos questionarem se não foi precipitada a decisão de acabar com as histórias de Jerome Boateng e Mats Hummels na equipe nacional.

Muito mais que CR7

Cristiano Ronaldo é o único jogador europeu a superar a marca de 100 gols por uma seleção - e, ainda assim, Portugal se vira bem sem ele. Ganhou a Euro 2016 depois de sua lesão na final e avançou às finais da primeira Nations League enquanto ele descansava.

Na vitória por 3 a 0 sobre a Suécia, CR7 ficou fora após testar positivo para a COVID-19. Coube a Diogo Jota brilhar na ausência do craque da Juventus. O novo reforço do Liverpool deu a assistência para Bernardo Silva abrir o placar e marcou os outros dois.

O resultado deixou os suecos à beira do rebaixamento: só uma vitória em casa sobre a Cróacia, em novembro, evitará que cheguem à última rodada já condenados.

Diogo Jota brilhou na vitória de Portugal
Diogo Jota brilhou na vitória de Portugal Federação Portuguesa de Futebol

Lewandowski ensina

Itália e Holanda, que empataram por 1 a 1, sentiram falta de poder de fogo. O gol de Donny van de Beek foi o primeiro da Oranje em três jogos com Frank de Boer. 

A Itália teve Andrea Belotti titular contra a Polônia e Ciro Immobile contra os holandeses, mas foi de Lorenzo Pellegrini o único gol nas duas partidas.

Melhor para a Polônia de Robert Lewandowski, que brilhou nos 3 a 0 sobre a Bósnia com dois gols e uma assistência, levando sua seleção à liderança do grupo - cujo vencedor sediará a fase final da Nations no segundo semestre de 2021.

Goleiro desaposentado

A semana começou com fortes emoções para a Ucrânia - com três goleiros testados positivos para COVID-19, foi necessário que o ex-goleiro Oleksandr Shovkovskiy voltasse a colocar as luvas para ficar no banco de reservas no amistoso contra a França.

Shovkovskiy não precisou entrar e viu Georgiy Bushchan, do Dínamo de Kiev, atuar na goleada de 7 a 1 dos franceses. Bushchan ainda falhou na derrota por 2 a 1 para a Alemanha, embora tenha feito boas defesas. Seu dia de glória chegaria contra a Espanha, quando fechou o gol e foi determinante na vitória por 1 a 0 do time de Andriy Shevchenko.

A Ucrânia, que já ficou à frente de Portugal em seu grupo nas eliminatórias da Euro, tem os mesmos 6 pontos da Alemanha e colou na líder Espanha, que tem 7.

Ucrânia surpreende Espanha e embola grupo 4 da Liga das Nãções; assista abaixo


         
     

Freguesia

As vitórias da França sobre a Croácia já se tornaram um costume. Os Bleus venceram por 4 a 2 na final da Copa de 2018, vinte anos depois de eliminar os mesmos rivais na semifinal no Mundial que disputaram em casa. Com os 2 a 1 de quarta-feira pela Nations, são seis vitórias e dois empates em um total de oito confrontos na história.

Depois de a França sair na frente com Antoine Griezmann e perder chances de ampliar, Nikola Vlasic deixou tudo igual. Mas Kylian Mbappé apareceu para concluir uma bela jogada criada por Paul Pogba e Lucas Digne, garantindo os três pontos que mantêm a disputa acirrada com Portugal pelo primeiro lugar do grupo.

Festa dos nanicos

Na cota alternativa da semana, San Marino pôde festejar o empate por 0 a 0 com Liechtenstein - mesmo que possa lamentar a chance perdida da vitória, num jogo em que finalizou 17 vezes. Foi o primeiro ponto fora de casa desde 2001 para a pequena república encravada na Itália.

Na Liga C, a surpresa é Luxemburgo, que venceu Montenegro fora de casa por 2 a 1 e assumiu a liderança do grupo. O gol da vitória foi de Danel Sinani, que já tinha feito ambos nos 2 a 0 sobre Malta. 

Sinani tem no currículo um gol contra o Sevilla na Liga Europa, quando atuava pelo Dudelange, e chamou a atenção do Norwich City, que o contratou antes de emprestá-lo ao Waasland-Beveren, da Bélgica.

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'Vou de táxi', Haaland sem Euro, fim de tabu e goleiro desaposentado: os casos da data Fifa na Europa

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'Big Picture' para quem? Projeto de reforma é tentativa de golpe dos gigantes ingleses

Leonardo Bertozzi

O futebol inglês entrou em ebulição desde o último domingo (11), quando uma matéria do jornal The Telegraph revelou o 'Project Big Picture', um plano de reforma estrutural que afetaria a Premier League e as divisões inferiores.

A pandemia atingiu de forma mais dura os times da Football League (EFL), que organiza da segunda à quarta divisões. Sem perspectiva da volta do público aos estádios, estes clubes têm urgência de recursos para não comprometerem suas sobrevivências.

A 'salvação' viria da Premier League. Eles fariam um pagamento imediato de 250 milhões de libras para cobrir as perdas da última e da atual temporada. Além disso, seriam destinados 100 milhões à federação inglesa (FA), dos quais 25 milhões iriam para os times da National League (divisões imediatamente abaixo da Football League), 10 milhões para o futebol de base e 10 milhões para a liga profissional feminina. Além disso, no futuro, 25% das receitas da Premier League seriam repassadas à EFL.

Mas esta oferta não vem de pura generosidade. Não por acaso, ela surge com o apoio crucial de Liverpool e Manchester United. Haveria contrapartidas, como a redução do número de participantes da Premier League para 18 clubes a partir de 2022/2023 (através de quatro rebaixamentos e dois acessos, além da participação do 16º colocado em playoffs com os terceiro, quarto e quinto colocados da Championship). Também são propostos a extinção da Supercopa da Inglaterra e o fim do formato atual da Copa da Liga Inglesa. 

Aston Villa surpreendeu e enfiou 7 a 2 no Liverpool na última rodada da Premier League 2020/2021; assista aos gols abaixo


         
     


Um cenário conveniente em meio a discussões sobre o futuro das competições europeias a partir de 2024, ainda não definido pela Uefa. Não é segredo que os gigantes do continente querem fazer mais partidas entre eles, mas para que isso aconteça será necessário abrir espaço em um calendário já estrangulado. Também é óbvio que eles lucram consideravelmente com excursões de pré-temporada, que seriam beneficiadas por um início de campeonato mais tardio.

E não é só isso. 

Também seria alterado o formato das tomadas de decisões na Premier League. Hoje é respeitado o conceito de 'um clube, um voto', e qualquer mudança precisa ser aprovada por 14 dos 20 clubes integrantes da liga.

Pelo modelo sugerido, seria criado um bloco de nove clubes: o atual Big Six, formado por Manchester City, Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal e Tottenham, mais três clubes pelo critério de longevidade: Everton, West Ham e Southampton. Qualquer alteração seria aprovada com o consenso de seis destes nove clubes. Em resumo, bastaria a concordância do Big Six para passar alterações que lhes interessassem.

Reforma pode diminuir número de participantes da Premier League
Reforma pode diminuir número de participantes da Premier League Getty Images

Desde a revelação da notícia, os clubes da Premier League têm se mantido silenciosos, mas as outras partes já se manifestaram. A EFL, por meio de seu presidente, Rick Parry, reiterou seu apoio à proposta, alegando contar com o suporte da maioria dos clubes. Faz sentido, já que eles têm necessidades imediatas e são pouco ou nada afetados pelo que acontece na primeira divisão.

A Premier League, porém, criticou o apoio público de Parry ao 'Project Big Picture'. A FA também se colocou de maneira via seu presidente, Greg Clarke, inclusive lembrando que a entidade tem poder de veto sobre mudanças no modelo das competições e lembrando que a participação dos clubes em disputas europeias passa por sua aprovação. O governo britânico lembrou que reformas devem passar por discussões entre todos os envolvidos. Até grupos de torcedores do Big Six se manifestaram contrários às propostas.

Em resumo, as dificuldades dos times da EFL são óbvias e um socorro é urgente. 

Mas este cenário não pode ser usado como pretexto para uma tentativa de golpe dos gigantes, que já contam com receitas privilegiadas por suas participações praticamente perenes nas competições internacionais.

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Por mais espaço a jovens, Itália aprova times B. Entenda como funcionará

Leonardo Bertozzi
Leonardo Bertozzi

Clubes como o Torino podem ter times B na pirâmide profissional
Clubes como o Torino podem ter times B na pirâmide profissional Torino FC

Um fiasco como a ausência em uma Copa do Mundo depois de 60 anos não passa batido. Por mais que muito da culpa sobre a eliminação da Itália seja do péssimo trabalho de Giampiero Ventura, é necessário refletir amplamente sobre o modelo de futebol do país e como ele pode facilitar a formação e crescimento de novos jogadores que ajudem a reconstrução da 'Nazionale'.

Após estudar os modelos de outros países, a federação italiana (FIGC) decidiu abrir espaço para a inscrição de equipes reservas (times B) de clubes da Serie A na Serie C a partir da próxima temporada. Um formato semelhante ao adotado na Espanha, onde os times B fazem parte da pirâmide, e diferente do inglês, que tem uma liga separada para os aspirantes.

O ex-jogador Alessandro Costacurta, hoje vice-comissário da FIGC, foi um dos idealizadores da iniciativa. "É uma reforma que o futebol italiano necessitava para se alinhar e tentar diminuir a distância com outros movimentos futebolísticos europeus, porque permitirá que tantos jovens amadureçam e façam crescer a qualidade dos nossos campeonatos e das nossas seleções, a partir da sub-21", disse Costacurta em comunicado divulgado pela entidade.

Poucos minutos

Um estudo divulgado pela FIGC mostra que a taxa de retenção de jovens jogadores nos clubes profissionais italianos é irrisória.

Na temporada 2007/08, eram 2.123 jogadores de 15 a 21 anos federados em times da Serie A. Entre eles, 94 (4,4%) disputaram a primeira divisão na temporada 2016/17 e apenas 31 (1,5%) permaneciam no mesmo clube. Considerando todos os clubes profissionais de dez temporadas atrás, eram 9.719 jogadores inscritos, dos quais 6,5% continuam nas três principais divisões e apenas 0,5% no mesmo time.

Outro número alarmante é o que compara o aproveitamento de jovens estrangeiros e locais: em 2016/17, foram 56% mais minutos dos sub-21 de outros países em relação aos italianos.

Quem joga?

As equipes B atenderão a exigências específicas: de 23 jogadores relacionados para cada partida, 19 têm de ser nascidos a partir de 1º de janeiro de 1996, e 16 têm de estar inscritos há pelo menos sete anos em um clube italiano.

Jogadores poderão atuar na Serie A, mas ficarão impedidos de voltar ao time B se completarem cinco partidas na primeira divisão da mesma temporada.

Vagas abertas

Como se dará a entrada dos times B na terceirona? Antes de mais nada, através de uma taxa de 1,2 milhão de euros destinada à liga da Serie C a cada ano de inscrição. Mas quem cederia o lugar a eles?

Em um campeonato onde são frequentes as equipes que não conseguem se inscrever por não atender a parâmetros financeiros, é comum que haja times repescados para vagas abertas antes do início da temporada.

Até que se completem 60 times (três grupos de 20), estas vagas serão preenchidas na seguinte ordem: 1) um time B da Serie A; 2) um time rebaixado da C; 3) um time que disputou os play-offs da Serie D.

A FIGC ainda divulgará os critérios para a ordem de preferência de escolha dos times da primeira divisão interessados.

Quem é que sobe?

Em decisão que causou polêmica e protestos na Serie B, a FIGC autorizou o acesso à segunda divisão ao time que conquistá-la em campo - desde que permaneça pelo menos uma divisão abaixo da equipe principal.

Nesta sexta-feira, a Liga da Serie B divulgou nota contra a decisão, falando em "ausência de diálogo", e convocou uma assembleia extraordinária para discutir "iniciativas com o objetivo de exigir a revogação ou a modificação da reforma". Não foi descartada nem uma paralisação do campeonato para pressionar a federação a voltar atrás.

Os críticos da decisão argumentam que os times reservas poderiam roubar espaço de praças tradicionais que ficariam alijadas da Serie B. Na Alemanha, onde as equipes B existem há muito tempo, elas não podem subir além da terceira divisão.

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Bertozzi vê discurso nada alinhado entre Carpegiani e presidente do Fla

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Bertozzi analisa chegada de Diego Souza ao São Paulo

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

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Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Bertozzi analisa chegada de Diego Souza ao São Paulo

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Confronto interminável, café quente e 'número 2' no chão. Não é um dérbi, mas eles se odeiam

Leonardo Bertozzi
Leonardo Bertozzi
Brighton e Crystal Palace têm rivalidade acirrada
Brighton e Crystal Palace têm rivalidade acirrada Divulgação

A maioria das rivalidades do futebol tem uma explicação simples. Normalmente são times do mesmo bairro, da mesma cidade ou região. Ou são times que disputam uma supremacia nacional ou continental. No caso de Brighton e Crystal Palace, porém, não é nada disso. Os clubes carregam uma mútua obsessão que terá um novo capítulo nesta segunda-feira, quando se enfrentam pela terceira fase da FA Cup (Copa da Inglaterra), com transmissão da ESPN a partir das 17h40 (de Brasília).

Afinal, de onde nasceu o 'dérbi da M23', assim conhecido por causa da estrada que ocupa boa parte da rota de 73,5 quilômetros entre os dois estádios? Às vezes, eles passam longos períodos sem se enfrentar, por estarem em divisões diferentes. Mas mesmo quem viveu a maior parte da vida nestes intervalos conhece uma história que se acirrou durante os anos 70.

Diz a lenda que o apelido "Seagulls" (Gaivotas) do Brighton surgiu durante um jogo da terceira divisão na temporada 1975/76, para responder ao "Eagles" (Águias) do Palace. O time da costa sul era antes conhecido como "Dolphins" (Golfinhos), mas a nova alcunha caiu nas graças da torcida e não demorou a ganhar status oficial.

Para a temporada 1976/77, as duas equipes apostavam em técnicos jovens e com uma relação pouco amigável entre eles. Terry Venables, então com 33 anos, assumiu o Palace, enquanto Alan Mullery, 35, se encarregou do Brighton.

Como jogadores, eles foram rivais - Venables revelado no Chelsea, Mullery no Fulham - e depois companheiros no Tottenham. Venables (que seria técnico da seleção inglesa nos anos 90) tinha a expectativa de ser nomeado capitão pelo técnico Bill Nicholson, mas Mullery foi o escolhido, o que criou uma rivalidade interna.

Tanto Brighton quanto Palace tinham a missão de subir para a segunda divisão - e ambos conseguiram, respectivamente em segundo e terceiro lugar. No entanto, foi por causa de um confronto pela primeira fase da FA Cup que o ranço entre os clubes mudou de patamar. Na época, disputavam-se "replays" (jogos-desempate) ilimitados até que se definisse um classificado.

O Palace buscou o empate no campo do Brighton graças a Rachid Harkouk, que saiu do banco de reservas em sua estreia para marcar o último gol dos 2 a 2. Harkouk, nascido em Londres, jogou a Copa de 1986 pela Argélia e se aposentou logo depois, aos 30 anos, por causa de uma lesão. No primeiro replay, o Brighton foi melhor, mas o Palace, em casa, conseguiu forçar uma nova partida com o empate por 1 a 1 na prorrogação.

O segundo replay, porém, precisou ser adiado duas vezes por causa do mau tempo. Depois que eles finalmente conseguiram jogar no campo neutro de Stamford Bridge, estava claro que a inimizade seria irreversível. O Brighton, derrotado por 1 a 0, até hoje aponta o árbitro Ron Challis como responsável pela eliminação.

O Crystal Palace vencia por 1 a 0 graças ao gol de Paul Holder, aos 18 minutos, mas o Brighton deveria ter empatado pouco depois com Peter Ward. Challis anulou, alegando um toque de mão. Tempo depois, Jim Cannon, do Palace, admitiria ter empurrado Ward na direção da bola. Mas o pior para os costeiros ainda estava por vir.

A doze minutos do final, Chris Cattlin sofreu pênalti de Barry Silkman e Brian Horton marcou, mas o árbitro mandou retornar a cobrança por invasão de área. Não adiantou a reclamação dos jogadores do Brighton, alegando que apenas jogadores do Palace haviam invadido. Paul Hammond defendeu a segunda tentativa de Horton e garantiu o avanço das Águias.

Quando Mullery, revoltado com a atuação de Challis, caminhava de volta para o túnel, um torcedor do Palace atirou café quente em sua direção. O técnico, então, tirou algumas moedas do bolso, jogou no chão e gritou: "Isso é tudo o que você vale, Crystal Palace!". Ironicamente, Mullery viria a dirigir o time londrino por dois anos, entre 1982 e 1984, numa decisão que gerou protestos e até um boicote da torcida, com impacto na média de público.

Antes disso, porém, Brighton e Palace subiram juntos mais uma vez, desta vez para a primeira divisão, ao final da temporada 1978/79. O Brighton terminou a última rodada como líder, mas perdeu o título por um ponto quando o Palace venceu uma partida adiada contra o Burnley.

Anos 80 - O Palace foi rebaixado em 1981, já sem Venables, que havia saído em outubro para o Queen's Park Rangers. Nas duas temporadas que passaram juntos na divisão principal, foram três vitórias do Brighton e um empate. O Brighton caiu em 1983 e só retornou à elite em 2017, chegando a passar pela quarta divisão durante os anos 90.

A década de 80 viu superioridade do Brighton nos confrontos, mas terminou com o Palace rindo por último e voltando à primeira divisão em 1989. Naquele ano, foi disputado um dos confrontos mais bizarros entre eles: foram cinco pênaltis marcados em um espaço de 27 minutos. Quatro foram a favor do Crystal Palace, que perdeu três, e ainda assim venceu por 2 a 1.

Em um intervalo de 22 anos, até 2011, as equipes só se encontraram em dois campeonatos: 2002/03 e 2005/06, ambos na segunda divisão. O destino reservou para 2013 um dos confrontos mais importantes da história da rivalidade: a semifinal dos play-offs de acesso para a Premier League.

Número 2 - O Brighton terminou a temporada em quarto lugar, uma posição acima do Crystal Palace, e era favorito à vaga na final de Wembley após buscar um empate sem gols em Selhurst Park. Então, um episódio surreal marcou a partida de volta. Ao chegar ao vestiário dos visitantes, os jogadores do Palace encontraram fezes humanas no chão. Movida ou não pela raiva, a equipe de Londres venceu por 2 a 0, gols de Wilfried Zaha, e se garantiu na decisão em que bateria o Watford.

Então técnico do Brighton, o uruguaio Gus Poyet se revoltou com o incidente e escreveu um e-mail furioso para a direção do clube exigindo a punição dos responsáveis. Uma investigação interna terminou sem achar culpados. Poyet seria afastado alguns dias depois (e posteriormente demitido) por uma "brecha de contrato" que o Brighton jura não ter relação com o caso.

Embora nada tenha sido comprovado, e provavelmente nunca seja, em 2015 o zagueiro Paddy McCarthy, que fazia parte do elenco do Crystal Palace na ocasião, afirmou em um evento (no vídeo abaixo, em inglês) que o responsável pelo 'número 2' no chão era o motorista do ônibus do próprio time, que não conseguiu chegar a tempo ao toalete.

Com a chegada do Brighton à Premier League no ano passado, o dérbi da M23 voltou a ser disputado. Mas o primeiro duelo não saiu do 0 a 0. Nesta segunda-feira, é jogo eliminatório, com toda a tensão que eles costumam carregar. A rivalidade é estranha, mas não deve nada a nenhuma outra. Não pode perder.

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45 correções e 6 erros. Um balanço positivo do árbitro de vídeo após meia temporada na Itália

Leonardo Bertozzi
Leonardo Bertozzi

Serie A usa árbitro de vídeo pela primeira vez nesta temporada
Serie A usa árbitro de vídeo pela primeira vez nesta temporada AIA.it

A primeira temporada com uso do árbitro de vídeo (VAR) na Serie A italiana chega à sua metade (ou quase, faltando duas partidas adiadas a recuperar). Suficiente para acabar com os temores de quem via o recurso "descaracterizando o jogo" ou "acabando com a emoção". 

De acordo com o levantamento de um ex-árbitro, o VAR atuou para corrigir 45 erros nas 188 partidas até agora disputadas, e em apenas seis ocasiões deixou de intervir como deveria.

Durante participação no programa 'La Giostra del Gol', no canal Rai Italia, Tiziano Pieri elencou os episódios em que as imagens foram determinantes para a decisão justa. Dezoito pênaltis foram assinalados graças ao VAR, e sete foram "desmarcados" após a revisão de vídeo. 

O último foi no empate por 0 a 0 entre Inter e Lazio, quando inicialmente havia sido marcada uma infração de Skriniar por toque de braço, antes que as imagens mostrassem que a bola havia rebatido antes na perna do defensor nerazzurro. Suficiente para que o árbitro Gianluca Rocchi corretamente voltasse atrás na decisão.

Dez jogadores foram expulsos graças às intervenções do VAR, sendo dois por situações claras de gol. Nove gols foram anulados por impedimento, e três validados após a revisão.

"Ninguém é perfeito, imagine no futebol. Mas agora há mais justiça em campo", avalia Pieri, em declarações reproduzidas pela agência Ansa. "A experiência reduziu as reclamações dentro de campo e nas arquibancadas, e corrigiu erros evidentes, evitando outros".

"Em alguns casos que geraram discussão, podemos falar de episódios 'cinzentos', de interpretações, e não de erro claro, o que está na origem do protocolo pelo qual se aplica o VAR", justifica o ex-árbitro, lembrando que o recurso só pode ser ativado em casos de gol, pênalti, expulsão ou erro de identificação.

Pieri também fez um ranking dos árbitros mais "ajudados" pelos colegas que operam o vídeo. Maurizio Mariani, 5 vezes, e Paolo Valeri, 4, foram os que mais recorreram ao VAR. Apenas dois, Gianpaolo Calvarese e Massimiliano Irrati, nunca foram à beira do campo checar as imagens.

Considerando que se trata de um estágio inicial dos testes e que todos os envolvidos ainda serão mais familiarizados, os números são muito positivos. Em janeiro, será inaugurado em Coverciano o primeiro centro permanente de formação e capacitação de árbitros de vídeo.

Nunca se deixará de debater arbitragem, pois inúmeros são os lances em que as opiniões se dividem. Mas não há como discutir com os dados apresentados: o jogo está mais justo. E continua emocionante.

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45 correções e 6 erros. Um balanço positivo do árbitro de vídeo após meia temporada na Itália

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'O Atlético-MG vai ter o time que pode ter', diz Leonardo Bertozzi

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Leonardo Bertozzi pondera contratos longos de Fred e Ricardo Oliveira

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
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Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Integração ao elenco sub-17 do Corinthians e 'treino valendo': Léo Bertozzi encerra a série 'Sonho de garoto: vida louca de goleiro'

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
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Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Dedo luxado, peso pesado e visita da maior fã: veja Léo Bertozzi no 3º episódio da série 'Sonho de garoto: vida louca de goleiro'

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
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Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Esforçando até passar mal, Bertozzi evolui na academia do Zetti; veja 2º episódio da série 'Sonho de garoto: vida louca de goleiro'

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Dicas de Juca Baleia e motivação de Victor, Prass e Zetti, veja o primeiro episódio da série 'Sonho de garoto: vida louca de goleiro', com Leonardo Bertozzi

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Luan x Casemiro? Edilson x CR7? Bertozzi mostra como pode ser o hipotético Grêmio x Real Madrid

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Com sofrimento, lesão e superação, Bertozzi viverá sonho de garoto na série ‘Vida Louca de Goleiro’

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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Com sofrimento, lesão e superação, Bertozzi viverá sonho de garoto na série ‘Vida Louca de Goleiro’

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Após título do Grêmio, Bertozzi destaca 'mágica' de Luan e se derrete por Arthur: 'Parece estar em outra dimensão'

O sonho de alguns dos clubes mais poderosos da Europa de criar uma superliga fechada não é exatamente novo. A conversa aparece de tempos em tempos, especialmente quando é de interesse dos dirigentes barganhar por reformas nas competições que disputam.

O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

A Champions virou um problema?

O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

Semana passada, em discurso na assembleia de sócios da Juventus, Agnelli estimou que a perda total do mercado do futebol europeu possa superar os 6 bilhões de euros.

Fifa
Fifa Fifa

Investidores têm interesses distintos

É importante lembrar que a presença de grandes investidores no futebol atende a interesses bem distintos. Clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, de propriedade de estados do Oriente Médio, servem como instrumento de propaganda e construção de imagem positiva, fenômeno que ganhou o apelido de 'sportswashing'.

O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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O atual formato da Champions League, em que metade das vagas na fase de grupos é ocupada por times das quatro principais ligas, é um exemplo deste poder. A presença das grandes camisas é fundamental para o sucesso da competição de clubes mais rentável do mundo.

Porém, muitas vezes garantir vagas aos principais campeonatos não assegura que os times mais famosos estarão lá, certo? Quem não se lembra da declaração do presidente da Juventus e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, questionando a presença da Atalanta na Champions por causa de "uma boa temporada"?

Surpresas como a Atalanta nas quartas de final ou mesmo o Leicester vencendo a Premier League são lindas para os apaixonados pelo esporte, mas incômodas para os clubes mais endinheirados. E quando a distribuição da grana sofre um impacto tão pesado quanto o causado pela COVID-19, cada um corre para defender o seu.

Primeiro, foi revelada uma tentativa de mexer no modelo democrático e diminuir o número de participantes da Premier League, liderada por Liverpool e Manchester United e apoiada pelos clubes das divisões inferiores, que receberiam uma bela compensação financeira. O plano encontrou forte oposição e foi rejeitado.

Champions League: qual equipe será campeã da competição? Bertozzi e Hofman opinam; assista abaixo

Novo projeto incendiário. E com chancela da Fifa?

Nesta terça-feira (20), surgiu na Sky britânica a informação de que os dois rivais do norte da Inglaterra estão juntos num outro projeto incendiário: uma liga continental que, ao contrário das outras já propostas, contaria com o apoio da Fifa. Na prática, uma declaração de guerra aberta à Uefa e à Champions como conhecemos.

De acordo com a Sky, investidores levantariam um fundo de cerca de US$ 6 bilhões para bancar a criação da 'Premier League europeia'. Mais de uma dúzia de times dos principais centros do futebol europeu já estariam em negociações para se tornarem membros fundadores da liga, cuja ideia inicial é contar com até 18 clubes.

O envolvimento da Fifa, destacado na matéria, é um ponto a não se negligenciar. Primeiro, porque a ideia de uma superliga sempre esbarrou em sua legalidade. Se fosse considerada pela entidade máxima do futebol uma liga 'pirata', seus jogadores ficariam impedidos de disputar a Copa do Mundo, por exemplo.

Por mais que o Mundial de seleções seja uma mina de ouro para a Fifa (a edição de 2018 gerou mais de US$ 5 bilhões), há um limite sobre o quanto ela pode oferecer - e um imenso potencial no futebol de clubes que ela mal toca. 

Que o atual formato do Mundial de Clubes é um fracasso de relevância global (e consequentemente de receitas), já entenderam faz tempo, tanto que ele será abandonado em prol de um modelo com 24 clubes, disputado a cada quatro anos. O primeiro deveria ser na metade de 2021, mas será remarcado por causa da readequação do calendário.

Num primeiro momento, os clubes europeus torceram o nariz para a ideia deste Mundial, mas foram convencidos pela linguagem que melhor conhecem: a do dinheiro.

Relembre os poucos gols de Ángel Di María pelo Manchester United, que nesta terça encara o PSG na Champions; assista abaixo

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O calendário internacional está garantido até 2024, mas há grande incerteza sobre o que virá depois. Discussões sobre o novo formato da Champions travaram depois que as ligas nacionais reagiram com veemência a um plano de atrelar boa parte das vagas ao desempenho na própria competição, diminuindo o peso dos campeonatos domésticos para a definição dos participantes.

As últimas discussões, noticiadas pelo Telegraph, também da Inglaterra, falam em formatos de 36 times, que garantiriam um mínimo de dez partidas por equipe na fase inicial. Sabendo que o calendário não ganhará mais datas por mágica, é inevitável pensar que os campeonatos sejam afetados. Sem falar nas pressões dos clubes por reformular o calendário das seleções.

Se este debate já era problemático, a pandemia colocou um novo ingrediente. Até hoje, as receitas geradas pela Champions só fizeram aumentar. Agora, há um impacto inevitável. De acordo com o The Times, outro veículo inglês, a Uefa informou aos clubes que as premiações das competições europeias devem ter cortes durante um período de cinco anos.

A mudança do formato da última Champions para jogos únicos permitiu que ela fosse concluída, mas não sem consequências financeiras. Ao entregar menos jogos que o previsto - e com atraso -, a entidade europeia precisou devolver parte do dinheiro dos direitos de transmissão.

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Fifa
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O modelo de um bilionário apaixonado que pode colocar dinheiro a perder de vista num clube, muito popular na Itália dos anos 1980/1990, foi superado quando as normas endureceram.

No caso dos proprietários norte-americanos de Manchester United e Liverpool, por exemplo, o objetivo é o lucro. Eles não estão no esporte por paixão pelos clubes que compraram, mas pelo retorno financeiro que eles podem oferecer. Por este pensamento, se a lógica econômica superar a lógica esportiva, que assim seja.

Agora, eles podem estar no meio de uma disputa de poder que colocaria frente a frente Fifa e Uefa. A imagem de união do sistema futebol em tempos de pandemia durou menos tempo do que a pandemia em si. Alguém se surpreende?

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