Debate sobre o uso do vídeo no futebol é necessário e precisa amadurecer
Desarme limpo com mudança de direção da bola. Árbitro ruim dá pênalti. Com VAR ele dá sabendo que pode limpar a sujeira graças ao vídeo. Nada contra o uso da tecnologia, tudo contra a visão maniqueísta e a fuga do debate, vital para que façam ajustes. O uso exagerado do recurso é um deles.
O lance entre Sánchez e Mané, de marcação anulada via VAR, em Senegal 0 x 1 Colômbia significou o terceiro pênalti cancelado nesta Copa do Mundo, registra o Data ESPN. Agora já são 24 penalidades máximas na Rússia (um recorde nos Mundiais), sendo nove assinalados com a ajuda do árbitro de vídeo. Nem todos certos, muitos com grande polêmica.
O problema maior é a utilização descontrolada do recurso. Tem juiz que, com ou sem dúvida, marca e interrompe o jogo para mudar de ideia após ver o vídeo, se for o caso. Sim, esse é o propósito da introdução da tecnologia no futebol, mas os apitadores logo a adotaram como muleta, algo péssimo.
Há outros pontos, como o uso da câmera lenta, que dramatiza lances e pode induzir a pessoa a entender uma disputa viril, mas limpa, como tentativa de amputação da perna do oponente. Além disso, só alguns dos 13 ângulos disponíveis são exibidos para os árbitros. A escolha também pode influenciar a decisão (veja abaixo) quando o mediador vai até o monitor à beira do campo.
No caso de Senegal 0 x 1 Colômbia, mais motivos para criticar a incompetência do sérvio Milorad Mazic do que festejar o uso da tecnologia. Tais falhas vêm sendo disfarçadas pela festa dos "varzistas", que veem a novidade como o Santo Graal do futebol. Sim, aumentou a tolerância com juiz ruim. Esse é outro ponto.
Incapacidade de árbitro fraco tem que ser destacada. Muitos estão exaltando o uso do vídeo sem notar que o recurso salva cada vez mais os incompetentes. Fica uma festa danada na linha: “Viu como eu tinha razão ao defender o VAR?” Enquanto isso, apitadores seguem errando e usando vídeos como maquiagem.
O recurso do vídeo chegou para ficar, mas precisa de ajustes e discussões menos infantis, sem Fla-Flu, a partir de experiências boas e ruins que proporciona. Os debates são fundamentais para que os responsáveis pelas mudanças no futebol não se acomodem com o quadro atual. E o que temos? Arbitragens cada vez piores, que agem sem medo de fazer besteira, como trapezistas com rede.
Fonte: Mauro Cezar Pereira, jornalista da ESPN
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