Copa São Paulo de Futebol Júnior já revelou e derrubou árbitros
2020 começa com a Copinha sendo esperança para os jogadores serem vistos e, de repente, terem novas e melhores oportunidades. Mas eles não são os únicos que buscam isso neste grande torneio da base.
A Copinha é uma grande vitrine para a arbitragem paulista, ao ingressar no quadro da Federação Paulista de Futebol. O primeiro grande campeonato que os árbitros mais novos terão a oportunidade de atuar é neste.
São Paulo tem um quadro vasto, sendo em torno de 500 árbitros e assistentes. Outro fator relevante a ser considerado é o tamanho do estado de SP, onde há jogos em todas as partes, e durante o ano a maioria das partidas não conta com avaliadores de arbitragem. Ou seja, a maioria dos árbitros/assistentes termina o ano sem sequer ter tido uma avaliação. O que isso significa? O ano passou sem que nenhum avaliador ou membro do departamento de arbitragem da FPF tenha visto a atuação ou possua em mãos um relatório de muitos árbitros de seu quadro.
Se o árbitro não foi visto, não pôde ser avaliado, desta forma dificilmente subirá de categoria ou terá novas oportunidades. Assim, a carreira fica estacionada.
A nova comissão de arbitragem da FPF sabe da necessidade de se revelar novos árbitros e busca ter avaliador em todos os jogos nesta Copinha de 2020, além da TV, que ajuda como vitrine.
Dependendo da filosofia adotada pela comissão, árbitros novos e mais experientes são utilizados no torneio. Se o árbitro for bem, pode ter um upgrade na carreira. Mas se for mal em algum jogo isso pode comprometer a sua temporada. Sim, já vi, durante os meus anos na arbitragem, árbitro que seria usado no Paulistão perder espaço depois de não ir bem em jogo da Copinha, e árbitro que não seria utilizado tendo oportunidades melhores na temporada.
Porém, vejo dois detalhes como pontos relevantes para o torneio e análise da arbitragem:
- O primeiro é o fator início de temporada, falta de ritmo de jogo. Isso interfere nos árbitros, assim como nos jogadores. Os árbitros estão, no mínimo, há um mês parados, sem jogos, a maioria há mais tempo que isso. Lembro da minha dificuldade de me encontrar em campo nos primeiros jogos depois de algum tempo parada e 2 a 3 partidas já eram suficientes para entrar no ritmo.
- Outro ponto é o de os assistentes trabalharem dois jogos seguidos. Gente, isso é loucura na minha opinião. São 2 jogos de 45 x 45 com uma juventude que corre mais e incansavelmente. Os assistentes chegam no segundo jogo exaustos, ainda tem o fator chuva na Copinha que deixa o campo mais pesado e acaba exigindo mais fisicamente.
No Campeonato Paulista ocorre de os assistentes trabalharem em um único dia em jogos do sub15, sub17 e sub20 e árbitros apontarem 2 e fazerem reserva em 1. Muitas vezes, em função dos horários dos jogos, relatórios e localização do estádio sequer almoçam, mas se erraram algo na partida, com certeza serão cobrados.
É importante dizer que isso muitas vezes acontece por questões financeiras, alguns árbitros gostam por ganharem mais, a Federação e clubes têm gastos menores. Porém, o espetáculo futebol pode ser prejudicado por queda de rendimento e tomadas de decisões erradas no campo. A arbitragem ainda tem muito o que evoluir, sem dúvida, mas a Copinha é o primeiro passo do ano para acompanhar as mudanças e a possível revelação de grandes árbitros e jogadores. Vamos acompanhar.
Fonte: Renata Ruel
Copa São Paulo de Futebol Júnior já revelou e derrubou árbitros
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