Os acordos não podem acabar com a competição no poker!
Cheguei ontem em São Paulo, depois de dez dias acompanhando de perto a primeira edição do PokerStars Championship Bahamas, onde Christian Harder e Cliff Josephy fizeram o primeiro heads-up do novo circuito de torneios.
E uma das primeiras notícias que recebo aqui em terras brasileiras é que um campeonato de poker em um clube de São Paulo terminou depois de um acordo... Entre os doze finalistas!!!
Lá em Paradise Island, os dois finalistas também redefiniram a premiação. Não gosto de acordos, mas esse eu até entendo. São grandes valores (Christian Harder ficou com US$ 429.664,00 e Cliff Josephy recebeu US$ 403.445,00), em um dos maiores torneios do planeta e os dois americanos já tiveram até um relacionamento profissional quando Josephy bancava a carreira de Harder. Acho justo!
Mas não existe justificativa para um acordo entre doze pessoas...
No torneio de São Paulo, resolveram avacalhar de vez com essa história de renegociar a premiação! Quem é um apaixonado por poker como eu deve ter ficado ofendido com essa atitude, onde os doze jogadores deram o torneio por encerrado antes de chegar na faixa de premiação, cada um recebendo R$ 1.150,00. Ou seja, basicamente transformaram um torneio regular em uma espécie de "Survivor". E, por tabela, acabaram mostrando como os acordos realmente não fazem bem ao poker.
Se é para terminar assim, porque jogaram o torneio? Será que ninguém entre os doze finalistas tinha vontade de vencer, de tirar uma foto de campeão, de levar o troféu para casa? Será que ninguém mais tem vontade de sentir a adrenalina da disputa, a tensão de um heads-up? Você já parou para pensar se isso acontecesse em outro esporte, como futebol, tênis, vôlei ou basquete?
"Assim como você, sou contra o acordo", disse Victor Marques, editor e apresentador do portal SuperPoker. "Nos torneios de clube, talvez a gente deva ter uma tolerância um pouco maior do que em grandes eventos. Mas a gente não está acostumado a ver acordos envolvendo tantas pessoas (quase 20% do field) e que renunciam tanto a combatividade do jogo".
O que aconteceu no Stars Club Poker é nocivo para o desenvolvimento do esporte. Jogadores, diretores de torneio e clubes de poker tem que parar e avaliar se vale a pena apoiar esse tipo de absurdo. Afinal de contas a luta para legitimizar o poker não pode ser jogada no lixo!
Sérgio Prado
Trilha Sonora do dia: "In The Passing Light Of Day", Pain Of Salvation
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Fonte: Sérgio Prado - blogueiro do ESPN.com.br
Os acordos não podem acabar com a competição no poker!
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