Por que jogadores e árbitros cumprem a regra em torneios Conmebol, mas não no Brasil?

Renata Ruel
Renata Ruel

Renata Ruel vê erro 'claro e óbvio' em pênalti marcado para o Flu contra o Criciúma e critica VAR por não recomendar revisão


Algumas regras do futebol são recheadas de interpretações. Entretanto, outras são evidentes, sem margem para "achismo" ou oportunidade para desentendimento ou falta de cumprimento.

Há algum tempo é possível observar o não cumprimento de uma regra por parte de alguns árbitros e jogadores, pelo menos em determinadas competições.

Veja essas duas fotos do goleiro do São Paulo, Tiago Volpi. Uma foto é no jogo contra o Racing, pela Libertadores, e outra pela Copa do Brasil, contra o Vasco.

Tiago Volpi comemora vitória do São Paulo sobre o Racing, pela Libertadores
Tiago Volpi comemora vitória do São Paulo sobre o Racing, pela Libertadores Staff Images/Conmebol

Tiago Volpi durante jogo entre São Paulo e Vasco, pela Copa do Brasil
Tiago Volpi durante jogo entre São Paulo e Vasco, pela Copa do Brasil Rubens Chiri/saopaulofc.net

Algumas diferenças nos uniformes do Volpi são gritantes, daria até para brincar de jogo dos sete erros.

Mas o que há de errado no uniforme? O que diz a regra?

Na "Regra 4 - O Equipamento dos Jogadores", o texto traz, entre outras coisas, os equipamentos obrigatórios e específica como itens adicionais podem ser usados:

-  "Meias – fita ou qualquer material aplicado ou usado externamente deve ser da mesma cor que a parte da meia em que é aplicada ou coberta". Isso quer dizer que quando um jogador corta o meião e coloca uma outra meia, esta peça adicional precisa ser da mesma cor que a parte cortada e retirada e se uma fita for passada deverá ser também da mesma cor da parte debaixo.

As camisas térmicas devem ser da cor única e predominante da manga da camisa. Isto é: manga branca igual a térmica branca; caso a manga tenha duas cores e nenhuma seja predominante, a térmica poderá ser um retrato fiel com ambas as cores ou somente com uma delas, sendo que se for só de uma cor com a manga colorida; todos os atletas a utilizarem deverão usar a mesma cor.

Gabigol comemora após marcar para o Flamengo sobre o Palmeiras
Gabigol comemora após marcar para o Flamengo sobre o Palmeiras Alexandre Vidal/Flamengo

O texto da regra também fala que um calção térmico ou uma calça por baixo do calção do uniforme deve ser da mesma cor principal do calção ou da parte de baixo do calção. Por exemplo, shorts laranja com "bainha" preta, o calção ou a calça debaixo deverá ser laranja ou preta, sendo que todos os jogadores da equipe deverão usar a mesma cor.

Tem sido constante observar jogadores que não estão usando o uniforme de acordo com a regra, principalmente em camisas térmicas e meias ao cortarem.

Porém, é preciso deixar claro que os árbitros também estão deixando e cumprir a regra ao permitir que os jogadores atuem com uniformes não permitidos. A arbitragem tem sido omissa em alguns torneios em relação à regra que não cabe interpretação, é factual, é clara.

E isso fica claro ao ver o uniforme do Tiago Volpi em um jogo da Conmebol e em uma partida da Copa do Brasil.

Toda regra tem um motivo. A diferença das cores de uniformes entre as equipes, goleiros e até mesmo a arbitragem é para não haver confusão e em lances ajustados como na linha de impedimento, em uma disputa que a bola sai pela lateral ou linha de fundo a arbitragem toma a decisão em função da cor que vê.

Se acham a regra uma bobagem, peçam para a International Board mudá-la, mas, enquanto ela existir, deve ser cumprida. O árbitro, ao permitir o seu descumprimento, perde sua autoridade até mesmo antes do jogo começar, pois já mostra logo de princípio que não tem pulso com os jogadores para fazer a regra valer.

E vou contar o que acontecia quando eu atuava nos campos e sei que ainda acontece: quando um árbitro vai pedir ao jogador para colocar o equipamento em ordem, seja térmica, meia, retirar joias, normalmente escuta: "Mas o árbitro no último jogo deixou". E, infelizmente, tem os que deixam e acabam dificultando o trabalho de quem quer fazer cumprir a regra.

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Para árbitros, Copa América já começou e tem até presença de europeus

Renata Ruel

A Copa América de 2021 tem vivido dias complicados sobre a sua realização, entretanto os árbitros já estão em treinamento na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, contando com a presença e a novidade de árbitros espanhóis.

A presença dos europeus ocorre se dá por conta de um acordo de cooperação firmado pela confederação que comanda o futebol da América do Sul e a Uefa. Em função disso, árbitros sul-americanos também estarão presentes na próxima Eurocopa, entre eles o argentino Fernando Rapallini.

Gian Oddi: 'Problema era muito mais pessoal em relação à figura do presidente da CBF do que um incômodo da Copa América no Brasil'

A Copa América contará com um total de 62 árbitros que atuarão nos 28 jogos da competição, e os brasileiros Wilton Pereira Sampaio, Raphael Claus, Danilo Manis, Bruno Pires, Rafael Tracy e Wagner Reway estão entre os selecionados nas funções de árbitros, assistentes e VAR.

Os espanhóis na disputa serão Jesús Gil Manzano, como árbitro principal, os auxiliares Diego Barbero Sevilla e Ángel Nevado Rodríguez, além dos representantes do VAR Ricardo De Burgos Bengo e José Luis Munuera Montero, todos escrevem seus nomes de forma histórica na competição.

A Copa América 2021 será a segunda edição do torneio que terá o uso do VAR - a primeira foi a de 2019, também no Brasil. 

O troféu da Copa América
O troféu da Copa América Divulgação/Conmebol
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River poderia mudar goleiro para outro jogador de linha no meio do jogo? Veja o que diz essa parte curiosa da regra!

Renata Ruel

         
     

| A noite mágica de Enzo Pérez como goleiro do River Plate na Libertadores |

O River foi totalmente desfalcado para o jogo contra o Santa Fé, em função de um surto de COVID-19 na equipe, e teve que improvisar um jogador de linha no gol, já que todos os goleiros da equipe inscritos na competição estavam sem condições de atuar.

O técnico Marcelo Gallardo "deu sorte" e escolheu bem. O meia Enzo Pérez, mesmo machucado, foi o escolhido para ir para o gol e fez uma boa partida (veja as defesas dele no vídeo acima). No fim, o River conseguiu uma vitória heroica por 2 a 1 (veja os gols do jogo no vídeo mais abaixo).

Mas e se Pérez estivesse jogando muito mal? Ou se agravasse a lesão que tinha na coxa e não pudesse seguir em campo? O River poderia colocar Enzo Pérez na linha e escolher outro par ir para o gol no meio da partida?

Conforme o texto da “Regra 3 – Jogadores”, a troca de função de qualquer jogador em campo com o goleiro é possível e isso pode ocorrer quantas vezes forem necessárias,  desde que o árbitro seja avisado antes e a troca ocorra durante a paralisação do jogo, seja por falta, tiro de meta, substituição, etc.


         
     

| Com golaço, River Plate vence Santa Fe na Libertadores em jogo épico; veja os melhores momentos! |

O goleiro deve estar sempre devidamente identificado com uma camisa diferente.

O árbitro deverá relatar em súmula que a troca ocorreu, qual era o tempo de jogo, dizer os nomes dos jogadores e os números de camisa com os quais passaram a jogar após a troca.

Se a troca ocorrer e o árbitro não for avisado previamente ou se não acontecer durante uma paralisação, o árbitro vai permitir que o jogo siga, inclusive considerando a nova posição dos jogadores como corretas, mas ambos os jogadores serão advertidos com o cartão amarelo na primeira paralisação do jogo. 

Por exemplo: se o novo goleiro que trocou de posição, sem avisar antes, tocar dentro da sua área com as mãos na bola para praticar uma defesa, o jogo continuará normalmente e não será marcado o pênalti. Depois, porém, ambos serão amarelados.

Meia Enzo Pérez foi o goleiro do River contra o Santa Fe
Meia Enzo Pérez foi o goleiro do River contra o Santa Fe Getty

O texto da Regra sobre a troca de goleiros:

“Troca de goleiro

Qualquer jogador pode trocar de posição com o goleiro desde que:

• o árbitro seja previamente informado da troca;

• a troca seja efetuada durante uma paralisação de jogo.”

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Superliga tem times, mas quem serão os árbitros? E quem comandará o VAR (se é que ele existirá)?

Renata Ruel
Renata Ruel

Superliga: saiba o que é e entenda a 'guerra' que tomou conta dos bastidores do futebol europeu


A semana começou com um reboliço no futebol mundial: o anúncio da Superliga criada por 12 grandes clubes europeus.

Muitas são as perguntas sobre esse novo torneios. Entre elas, está uma muito importante: quem serão os árbitros desses jogos? E os dirigentes, quem será membro de uma possível comissão? Qual o protocolo?

É fato que, sem árbitro, não tem jogo, tanto que a regra 5 do futebol é específica sobre essa peça fundamental. Porém, quem apitará os jogos das maiores potências mundiais?

Apesar dos árbitros que atuam pelas Federações, Confederações e Fifa serem autônomos e sem vínculo empregatício, normalmente seguem normas e precisam pedir autorização para atuar fora das competições dessas entidades e até mesmo para participar de certos eventos ou dar entrevistas.

Assim como não há critérios claros para se alcançar a elite da arbitragem, também não há para ser tirado dela. Em um ano, você pode ganhar um escudo Fifa e no seguinte perdê-lo sem entender os motivos.

É sabido também que represálias poderão acontecer por parte da Fifa, Uefa, Federações e Ligas Nacionais aos árbitros que aceitarem atuar nos jogos da Superliga, pois essas instituições já se manifestaram publicamente contrárias à criação.

Todavia, sempre há árbitros descontentes com o sistema, com suas oportunidades, escalas e isso transcorre mesmo com árbitros de elite e escudo Fifa, ex-árbitros ou os aqueles que não se importam em arriscar sua carreira com as instituições podem ser grupos bastante propenso a serem abordados e utilizados.

Além disso, nada impede a Superliga de convidar os árbitros que interessarem para atuarem no torneio, criando ou não seu próprio quadro de arbitragem. Dentro da sua própria administração, dar curso, aprimorar, treinar e escalar os árbitros ou terceirizar o serviço.

Árbitro Bjorn Kuipers durante jogo entre Liverpool e Real Madrid, pela Champions
Árbitro Bjorn Kuipers durante jogo entre Liverpool e Real Madrid, pela Champions EFE/EPA/Peter Powell

Contudo, é uma competição que envolve milhões de euros, ter árbitros amadores ou jovens com pouca experiência ou nenhuma em grandes jogos é sim um grande risco. Tempo hábil para treina-los a curto prazo está longe de ser o ideal.

E ainda tem a questão do VAR, algo que para ser utilizado hoje precisa de consentimento da Fifa e todo um protocolo a ser seguido.

Os árbitros, por serem autônomos, deveriam ser livres para aceitarem atuar onde interessar, mesmo porque somente eles sabem as contas que precisam pagar no final do mês e, na maior parte do mundo, recebem por jogo trabalhado. Porém, a realidade não é bem assim, a represália pode ocorrer.

Em um campeonato de milhões, quem apitará? Árbitros Fifa que provavelmente perderão o escudo? Ex-árbitros? Amadores? Jovens? 

É seguir à espera dos próximos capítulos para saber o que acontecerá...

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As polêmicas da arbitragem em um jogo não se restrigem a pênaltis e expulsões

Renata Ruel
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro Getty

Quando falamos de analisar a arbitragem e suas polêmicas, muitas vezes o olhar gira em torno de lances considerados capitais na partida, como penalidades e expulsões. Entretanto, vai muito além disso e a influência da arbitragem no jogo pode ocorrer em lances mínimos que podem passar despercebidos.

Um pênalti marcado ou não cria uma chance maior de alteração no placar de uma partida. Contudo, a falta de critério por parte de um árbitro pode gerar diversos outros pontos no decorrer de um jogo.

Por exemplo, um cartão amarelo não aplicado por uma falta temerária pode acarretar uma não expulsão se esse jogador cometer uma outra infração para cartão amarelo. Assim como um cartão amarelo mal aplicado gera um impacto tático em jogo e em ambas as equipes. Como isso? Um defensor recebe um cartão amarelo injustamente, o seu técnico pode optar por uma substituição para não correr o risco de ter esse jogador expulso futuramente, mesmo sendo a troca por outro jogador da mesma função, este pode não ter a mesma qualidade para desempenhar o papel ideal no campo e impactar técnica e taticamente a equipe. E em relação ao adversário, uma mudança tática pode acontecer aumentando o volume de jogo da equipe em cima do defensor amarelado, ‘forçando’ uma segunda falta desse defensor para um segundo cartão amarelo seguido de expulsão.

Outro ponto de análise são as faltas. Um árbitro pode parar muito o jogo, marcando inclusive contatos físicos não faltosos e desta forma ‘truncar’ o jogo de uma forma que a partida não desenrole. Como também quando há falta de critérios da arbitragem em um jogo, isso resulta em faltas a mais para uma equipe do que a outra, infrações que são marcadas fora da área, mas não dentro, o que resultaria em penalidades que não são assinaladas, cartões aplicados para um, porém não para o outro – e um cartão mal aplicado ou não aplicado, pode resultar além da questão tática mencionada anteriormente, em uma possível suspensão de um jogador para a partida seguida de seu time.

E não acaba por aí. O posicionamento do árbitro em campo pode comprometer uma jogada, principalmente se ficar na linha de passe ou de movimentação dos jogadores. Um lateral, escanteio invertido, podem gerar complicações em um jogo. A forma de se comunicar com jogadores e banco de reservas também.

A leitura do jogo e o conhecimento de futebol tem que estar bem apurados na arbitragem do jogo, até mesmo do VAR. Não basta conhecer e dominar as regras, ter grande preparo físico, mas não saber se posicionar ou estar próximo ao lance e não aplicar corretamente a regra.

É relevante mencionar quando o árbitro não cumpre o texto básico da regra no qual não cabe nenhuma interpretação, algo factual como: não poder usar joias e/ou cobri-las com esparadrapos; a cor da camisa térmica ter que ser da cor predominante da manga da camisa. São coisas mínimas, mas são regras que devem ser cumpridas e ao permitir que exceções vai haver margem para grandes contestações.

Acertos ou erros nestes pontos estão diretamente ligados ao que se chama “controle de jogo” da arbitragem. Dificilmente o árbitro terá um bom controle de jogo cometendo constantes erros, mesmo que em um simples arremesso lateral.

Com os equívocos, mesmo pequenos, a perda do controle de jogo tende a ocorrer e automaticamente as reclamações passam a existir dentro e fora de campo. O que pode ocasionar em cartões amarelos e vermelhos no campo e nos bancos de reservas.

A regra do jogo é precisa em não aceitar reclamações, contestações acintosas e que estas devem ser punidas pela arbitragem. A comunicação com a equipe de arbitragem deve ser de forma respeitosa sempre, mesmo que discorde de suas decisões.

Entretanto, é importante observar quando as reclamações são demasiadas e ainda mais por parte de ambas as equipes, o que está se passando na partida com a arbitragem para que as decisões não sejam bem aceitas. Uma pequena coisa pode gerar a grande “bola de neve”. E analisar a atuação da equipe de arbitragem vai muito além de lances capitais como penalidades e expulsões. Ser árbitro não é tarefa fácil e envolve muito mais do que se imagina.

E se você quiser fazer uma análise mais ampla de jogo que envolve muito do que foi dito, recomendo assistir, sem ser com olhos de torcedor, o jogo de ontem entre Flamengo x Palmeiras pela Supercopa, com a arbitragem de Leandro Pedro Vuaden e também Corinthians x Santos, semifinal da Libertadores no dia 20/06/2012, o árbitro era novamente o Vuaden. Para quem gosta e quer estudar arbitragem, são dois jogos bem interessantes. Fica a dica!

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Clayson, ex-Corinthians, é condenado a pagar indenização a Leandro Bizzio Marinho, árbitro que sofreu retaliação na carreira

Renata Ruel
Renata Ruel

O atacante Clayson,  ex-Corinthians e atualmente no Cuiabá, foi condenado em primeira instância pela 27ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a pagar indenização ao árbitro Leandro Bizzio Marinho, que apitou a primeira partida da final do Campeonato Paulista de 2018.

Na ocasião, o atleta foi expulso durante a partida na Neo Química Arena, após confusão com o volante Felipe Melo, do Palmeiras

Conforme consta na sentença: "Após o término do jogo, alega o autor [Leandro Bizzio Marinho] haver sido surpreendido pelo réu sendo entrevistado pelas redes de televisão Rede TV! Esporte Interativo, acusando o autor de estar mal intencionado, com desejo de prejudicar sua carreira. Aduz que ao conceder entrevista com afirmações falsas, o réu causou enormes dissabores ao autor e seus familiares, havendo inclusive ameaças contra a integridade física e saúde dos mesmos".

A sentença saiu no último dia 23 de março e o valor a ser pago é de R$ 30.000,00 por danos morais. 

Clayson pode recorrer.

Árbitro Leandro Bizzio Marinho durante jogo entre Palmeiras e Linense, em 2014
Árbitro Leandro Bizzio Marinho durante jogo entre Palmeiras e Linense, em 2014 Cesar Greco/Ag Palmeiras

Retaliação

O árbitro, no Brasil, recebe seu pagamento por jogo. Desta forma, é interessante estar escalado na maior quantidade de jogos possíveis. Porém, como não existem regras que definam quantos jogos cada um fará por mês (e isso fica totalmente a cargo das comissões de arbitragem), a arbitragem, por mais que sofra danos morais e, às vezes, até físico, como agressões em campo, acaba na grande maioria não entrando com processo judicial por medo de retaliações e punições, ficando depois sem escalas.

 Os árbitros muitas vezes têm receio até de discordar ou questionar seus dirigentes com receio de ficar longe das escalas. Tem quem acredita que isso cria até uma relação de subserviência com as Federações.

Após entrar com o processo por danos morais contra Clayson, em 2018, e apesar dos prêmios e grandes jogos, Leandro Bizzio começou a perder oportunidades nas escalas pela Federação Paulista de Futebol. 

Em 2019, foi para sorteio em poucos jogos - e todos de baixa expressão. 

Em 2020, com a mudanças no Departamento de Arbitragem (saiu Dionísio e entrou Ana Paula de Oliveira na diretoria) e com o fim do sorteio, Bizzio foi escalado apenas em dois jogos o ano todo pela FPF: um na Série A2 do Paulista e outro na A3. 

Desta forma, para não se "aposentar" prematuramente nos gramados, Bizzio deixou a Federação Paulista em 2021 e migrou para a Federação Paraibana, que tem o comando de Arthur Alves Junior - um dos que lançaram o árbitro no cenário paulista e nacional, ao lado de Coronel Marinho.

Bizzio é um árbitro formado pela turma da 2004 da Federação Paulista, tem em seu currículo finais e clássicos (inclusive a cena épica de Rogério Ceni ajoelhando em seus pés para que não fosse marcada uma penalidade contra o São Paulo em 2013). 

Em 2017, ele apitou a final do Paulistão entre Corinthians e Ponte Preta e foi considerado o melhor árbitro do campeonato. Já em 2018, apitou o primeiro jogo da final entre Corinthians x Palmeiras, uma partida difícil, com 10 cartões amarelos e as expulsões de Felipe Melo e o próprio Clayson. Sua atuação foi considerada excelente, e neste ano, ganhou o prêmio de 3º melhor árbitro do Paulistão. É importante frisar que, pela CBF, o árbitro segue tendo escalas e oportunidades.

Outros juízes que muitas vezes sofrem retaliações são os que se envolvem com os sindicatos e confrontam as Federações em busca de melhorias e direitos aos árbitros.

Em 2014, Raphael Claus recebeu um empurrão de Petros, também jogador do Corinthians na época, achou em campo que foi sem querer e não o expulsou. O jogador foi denunciado pelo STJD, mas Claus não entrou com processo cível.

Exemplos de agressões e declarações inapropriadas não faltam, mas raramente os árbitros vão além da súmula do jogo e atrás dos seus direitos perante a lei para não terem suas carreiras na arbitragem prejudicadas.

O respaldo para a arbitragem no Brasil ainda é muito pequeno. Quem deveria amparar muitas vezes é o primeiro a querer que o árbitro desista de um processo.

Logo no começo da minha carreira, escutei uma frase de um dirigente que nunca mais esqueci: "As Federações existem em função dos clubes. A arbitragem sempre será a corda mais fraca". 

Se ainda for um árbitro de elite, principalmente do quadro Fifa, o respaldo pode ocorrer. Fora disso, é bem mais difícil...

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Jogos de última hora, como os do Paulista, ferem o Estatuto do Torcedor. E como ficam os árbitros?

Renata Ruel

A Federação Paulista de Futebol (FPF) resolveu de última hora realizar dois jogos do estadual em Volta Redonda, no Rio de Janeiro: São Bento x Palmeiras, pela terceira rodada, e Mirassol x Corinthians, pela quinta rodada.

Com isso, várias perguntas surgem, inclusive como o árbitro, a única figura da partida a não ser profissional, fica com uma escala desta, repentina?

Um ponto é o fato do árbitro sempre querer ser escalado, mesmo que seja de última hora. Por amar o que faz e  por sua remuneração ser por partida.

Hofman detona volta do Paulistão no Rio: 'Vergonhosa, escandalosa!'; veja


Entretanto, uma preparação de última hora, ainda mais com viagens longas, podem interferir no rendimento da equipe de arbitragem. E se houver erros, quem vai levar em consideração a escala de última hora, a correria, a falta de preparação ideal para o jogo? As cobranças cairão em cima dos árbitros, ainda mais se tratando de jogos com grande visibilidade.

O árbitro, justamente por não ser profissional, tem outro emprego para ter uma renda fixa. E uma escala de última hora, assim, interfere demais em sua vida, pessoal e  profissional.

Outro ponto interessante: a decisão da FPF em anunciar a realização de Mirassol x Corinthians com menos de 48 horas para a realização do evento fere o Estatuto Torcedor, a Lei n°10.671, de 2003, em que se prevê que uma audiência pública ou um sorteio para a definição do árbitro da partida deva ocorrer com no mínimo 48 horas antes da partida. O que deve ser amplamente divulgado, aliás.  Para São Bento x Palmeiras, os árbitros já estavam definidos anteriormente.

E não para por aí. E se os árbitros das partidas não tiverem tempo hábil para realização do teste da COVID-19?

Em função da pandemia, a arbitragem tem ido para os jogos com condução própria, isto é, alguém da equipe da arbitragem vai dirigir.

São diversos fatores que acabam contribuindo para o que consideramos longe do ideal quando tratamos de jogos de futebol profissional. Contudo, é mais comum do que se imagina, principalmente se olharmos para jogos da base, onde um bate-volta da arbitragem para jogos de 600 km ocorrem facilmente. A equipe pega o carro de um dos árbitros, vai para o jogo, faz a partida e volta para sua cidade de origem.

Falo porque fiz muito isso, não só na base, mas no profissional também, com a diferença de que na elite se tinha motorista antes da pandemia.

A lei que regulamenta a profissão de árbitro de futebol existe desde 2013, é a n°12.867, mas que só existe no papel, e a arbitragem ainda sofre muito com a falta de profissionalização.

Vinicius Gonçalves e Luiz Alberto Andrini estão escalados pela primeira vez neste Paulistão, em Mirassol x Corinthians, ficaram de fora das quatro primeiras rodadas, aparentemente sem motivos, pois são árbitros de elite, inclusive da CBF. Além da escala de última hora, tem a questão de ritmo de jogo que não faz diferença só para jogadores, mas também para a arbitragem.

Com todos essas circunstâncias, o que podemos é somente torcer para que ambas equipes de arbitragem façam ótimos jogos e caso algum erro ocorra, tudo isso seja levado em consideração antes de se pensar em punições. Os árbitros agem como profissionais por conta própria, por amor ao que fazem, porém, nos tempos atuais, a profissionalização precisa ser concreta, não cabe mais ser amador para quem é essencial ao espetáculo.

O árbitro Vinicius Gonçalves Dias Araujo
O árbitro Vinicius Gonçalves Dias Araujo Guilherme Dionizio/Gazeta Press
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Bahia x Vitória sem VAR ou Paulistão com VAR, qual você prefere?

Renata Ruel

O alto custo do VAR impede que a maioria dos campeonatos utilize a ferramenta, somente o Campeonato Paulista tem o árbitro de vídeo desde a primeira rodada. Nesse final de semana, o clássico baiano pela Copa do Nordeste, Vitória 1 x 0 Bahia, não contou com a tecnologia, porém, o árbitro Wagner Reway tomou decisões acertadas no campo de jogo em dois lances cruciais.

No primeiro tempo, o Bahia pediu pênalti em uma bola na mão dentro da área do Vitória; e também em outro toque de mão no lance que originou o gol do rival rubro-negro. Ambas decisões assertivas, dois lances onde não há infração por toque na mão.

Contudo, no Paulistão, no qual o investimento é alto e a tecnologia utilizada, a polêmica prevaleceu. O São Paulo teve um pênalti claro não marcado a seu favor contra o Novorizontino, em jogada na qual o goleiro Giovani foi no corpo do atacante Luciano e o derrubou. A árbitra Edina Alves não marcou no campo de jogo, e o árbitro de vídeo não sugeriu a revisão. O posicionamento de Edina não era o ideal para analisar a jogada, olhando as imagens, vê-se que ela leva o apito à boca, mas desiste de qualquer marcação. O VAR analisou o lance e manteve a decisão de campo.

Ainda no Paulistão, o Mirassol reclamou de um pênalti não marcado aos 3 minutos de partida contra a Inter de Limeira, lance em que o árbitro de campo bem posicionado mandou seguir e o responsável pelo VAR, que era o mesmo de São Paulo x Novorizontino, manteve a decisão de campo. A dobra de escalas no VAR tem sido frequente no campeonato.

Edina Alves é uma excelente árbitra e tem demonstrado isso, com a quantidade de jogos que tem apitado, não sei citar qual foi o último erro cometido antes desse no jogo do São Paulo. O erro mostra que árbitros são humanos e os melhores também erram, porém, fica difícil justificar alguns erros no jogo quando se tem o VAR.


Pênalti em Luciano era "lance fácil", analisa Renata Ruel; assista


Um fato interessante é que o próprio árbitro de vídeo dos dois jogos citados acima, Adriano de Assis Miranda, teve coragem como quarto árbitro em chamar o árbitro principal na final do Paulistão de 2018 entre Palmeiras e Corinthians e opinar que não havia sido pênalti na visão dele em cima de Dudu, à época no time alviverde. Porém, não sugeriu revisão em dois lances nesse final de semana no Paulistão.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se pronunciou oficialmente sobre Novorizontino x São Paulo e admitiu que houve erro claro no lance, mas ainda não o fez sobre o questionamento do Mirassol.

Esse posicionamento é importante, ajuda na transparência que tanto queremos, mas a liberação do áudio também é fundamental para entender o que acontece na arbitragem de futebol. No Brasileirão também já presenciamos erros claros e óbvios sem sugestão de revisão pelo VAR e exemplos não faltam. Quem não se lembra do pênalti cometido pelo goleiro Tiago Volpi, do São Paulo, contra o Ceará em lance bem parecido como este sofrido por Luciano?

Sempre defendi o uso da ferramenta VAR, deixando claro que é preciso investir em tecnologia boa e principalmente no treinamento dos árbitros, acreditando que um perfil específico faça parte desta categoria e até mesmo ex-jogadores possam ser utilizados.

É sabido também que falhas possam ocorrer, mas não esqueço quando o Coronel Marinho comandava a arbitragem paulista e nos dizia, em uma época ainda sem VAR: “Vocês são os nossos árbitros de elite. Alguns erros são justificáveis, mas outros, não. Lances fáceis muitos acertam, se vocês são os melhores têm que acertar os difíceis também.”

Eu concordo com as palavras dele e definitivamente precisamos de árbitros com maior número de acertos no campo, o responsável pelo VAR não é para re-apitar o jogo, mas precisa de instruções assertivas para tomar decisões corretas, saber quando interferir.

A Edina Alves tem tido mais sequência de jogos no campo do que Wagner Reway, que praticamente só trabalhou como VAR na última temporada do Brasileirão, mas as atuações em campo, pelo menos neste final de semana, foram bem distintas.

O que vemos nos jogos é o produto final de todo um trabalho de bastidores – técnico, físico, mental e social – desenvolvido pelos instrutores e comissões. Se há falhas no campo, no produto final, é porque há falhas no processo e algumas coisas precisam ser revistas.

O que é claro até o momento é que o VAR chegou para causar mais polêmica e não acabar com elas. Ao menos por enquanto.

Luciano foi derrubado na área do Novorizontino, mas pênalti não foi marcado
Luciano foi derrubado na área do Novorizontino, mas pênalti não foi marcado Miguel Schincariol / saopaulofc.net
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International Board altera regras de mão na bola; veja o que mudou

Renata Ruel

Se há uma regra polêmica, controvérsia e que torna os critérios bem discutíveis é a da mão na bola, bola na mão. Principalmente na Europa, clubes, jogadores, treinadores pediram à International Board alterações na lei do jogo e foram atendidos.

A 135ª Assembleia Geral Anual (AGM) do International Football Association Board (The IFAB), que decorreu hoje por videoconferência, tentou aclarar quando há infração de mão da bola e esta deverá ser punida pela arbitragem.

Várias alterações e esclarecimentos às Leis do Jogo foram acordados na AGM, com foco particular na Lei 12 - Faltas e Conduta Imprópria.

Como a interpretação dos incidentes de mão na bola nem sempre foi consistente devido a aplicações incorretas da Regra, os membros confirmaram que nem todo toque da mão/braço de um jogador com a bola é uma ofensa. Em termos do critério de a mão/braço tornar o corpo de um jogador “anormalmente maior”, ampliando o seu espaço corporal, foi confirmado que os árbitros devem continuar a usar seu julgamento – o que é cabível de interpretação e opinião, mesmo com base na regra e nas orientações - para identificar como infração ou não a posição da mão/braço em relação ao movimento do jogador naquela situação específica.

Seguindo este esclarecimento, é uma infração de mão na bola se um jogador:

- tocar a bola deliberadamente com a mão/braço, por exemplo, movendo a mão/braço em direção à bola;

- tocar a bola com a mão/braço quando isso torna seu corpo anormalmente maior, amplia o espaço corporal. Considera-se que um jogador deixou seu corpo anormalmente maior quando a posição de sua mão/braço não é uma consequência ou justificável pelo movimento corporal do jogador para aquela situação específica. Por ter sua mão/braço em tal posição, o jogador corre o risco de sua mão/braço ser atingido pela bola e ser penalizado; ou

- marcar o gol no adversário: diretamente da mão/braço, mesmo que acidental, inclusive pelo goleiro; ou imediatamente após a bola tocar sua mão/braço, mesmo que acidentalmente.

A mão acidental que leva um companheiro de equipe a marcar um gol ou a ter a oportunidade de fazer o gol não será mais considerada uma infração.

Outros esclarecimentos foram aprovados na AGM para inclusão nas Regras do Jogo 2021/22, inclusive a Regra 11 - a definição da Regra 12 para mão na bola, em que o braço termina na parte inferior da axila, deve ser utilizado no julgamento de um jogador está em uma posição de impedimento - e a Regra 12 (a infração de usar um “truque” para burlar a regra contra o goleiro manipulando a bola de um chute deliberado de um companheiro de equipe será aplicada em chutes a gol; o infrator será advertido).

A IFAB confirmou que a decisão de lançar os testes de substituição por concussão foi baseada na forte recomendação do Grupo de Peritos em Concussão, que consiste em médicos e especialistas em futebol que examinaram de perto a aplicabilidade das melhores práticas em outros esportes ao futebol. Houve também consulta com, e apoio de, as principais partes interessadas e os Painéis Consultivos Técnicos e de Futebol do IFAB.

Os testes, que estão atualmente previstos para durar até agosto de 2022, já foram introduzidos em competições internacionais e nacionais em todo o mundo, com mais competições prestes a entrar ou tendo mostrado interesse em participar.

Nesse ínterim, o IFAB e a FIFA continuarão a coletar, analisar e discutir os comentários e dados relacionados ao futebol e à medicina que informarão quaisquer decisões sobre a possível implementação das Regras do Jogo.

Em relação à alteração temporária na Regra 3, que permite a opção das equipes usarem até cinco substitutos em jogos em competições de alto nível (para competições de clubes que terminam em 31 de dezembro de 2021 e competições de seleções que terminam em 31 de julho de 2022), os membros concordaram que o impacto contínuo da pandemia COVID-19 no futebol deve permanecer sob revisão.

Os membros também receberam atualizações da FIFA sobre possíveis adaptações à Regra do Impedimento – que tem causado polêmica em função das linhas traçadas pelo VAR - e os últimos desenvolvimentos sobre inovações relacionadas aos árbitros assistentes de vídeo (VARs) que poderiam permitir competições com orçamentos mais limitados para usar a tecnologia VAR.

Finalmente, foi acordado que, para dar aos jogadores, treinadores e árbitros mais tempo para se familiarizarem com as mudanças nas Regras do Jogo, a data em que elas entrarão em vigor passará de 1º de junho a 1º de julho, embora as competições continuem a flexibilidade para introduzir alterações antes dessa data.

A IFAB publicou sua decisão em seu site e agora é esperar os efeitos dessas alterações quando entrarem em vigor nas competições. Dificilmente a polêmica mão na bola e bola na mão irá zerar, justamente porque ainda caberá interpretações em cada lance e as orientações que os árbitros receberão serão preponderantes para a tomada de decisão no campo ou no VAR. Contudo, essas mudanças parecem que levam em conta o movimento natural do jogador, a biomecânica do atleta o que torna mais justa a avaliação para o julgamento de infração ou não.

Thiago Silva intercepta bola com a mão apoiada no chão na final da Copa América 2019
Thiago Silva intercepta bola com a mão apoiada no chão na final da Copa América 2019 Getty Images
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International Board altera regras de mão na bola; veja o que mudou

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O que há por trás do choro de um árbitro no Paulista, Marcelo de Lima Henrique dispensado e Edina fazendo história

Renata Ruel
Renata Ruel

Fabiano Monteiro dos Santos, 23 anos, se formou em 2017 na Federação Paulista de Futebol no curso de árbitros e estreou na Série A1 do Paulistão neste ano de 2021, na partida Ponte Preta 0 x 1 Santo André.

Ao apitar o final do jogo, ele abraça um dos seus assistentes e cai no choro ao vivo em rede nacional.

Não era choro de tristeza, mas sim de uma mistura de sentimentos como felicidade, alívio, objetivo alcançado. É aquele momento no qual um filme passa pela cabeça.

Fabiano ainda é jovem, apenas 23 anos, porém, infelizmente, perdeu a mãe há três anos, ainda nova. Ele sempre posta em suas mídias sociais a falta que sente dela. Esse promissor árbitro faz jogos amadores para adquirir experiência e chegar onde está neste momento.

Fabiano Monteiro dos Santos chorou após Ponte Preta x Santo André
Fabiano Monteiro dos Santos chorou após Ponte Preta x Santo André Reprodução TV

Com certeza, no apito final de sua estreia na Série A1 veio o relaxamento. Também a sensação de dever cumprido e as lembranças de tudo que passou para chegar ali.

O sonho da grande maioria dos árbitros é atuar em grandes jogos, chegar à primeira divisão da sua federação, fazer parte do quadro da CBF e posteriormente da Fifa.

A vida de um árbitro não é simples, a exigência é cada vez maior e isso nos quatro pilares que regem a arbitragem: técnico, físico, mental e social.

Os árbitros entram em campo muito pressionados, mesmo sabendo do seu potencial. As cobranças internas e externas são enormes. Não querem, não podem errar. Afinal, quem gosta de cometer erros?  Não acredito que um jogador goste de errar um pênalti ou um treinador de se equivocar em uma substituição ou você de cometer um erro em seu trabalho.

Um erro pode decretar o fim de uma carreira promissora ou um atraso nela. Lembram do árbitro Flávio Mineiro que apitou São Paulo x Novorizontino no Paulistão 2020? Cometeu erros que custaram caro para a sua carreira, pelo menos em um primeiro momento. Apesar de que, na minha visão, o maior erro foi da Comissão de Arbitragem em escalá-lo para um jogo que ele ainda não estava preparado, apesar de ter feito uma excelente arbitragem em sua estreia na competição, por coincidência ou não, o jogo também foi Ponte Preta x Santo André.

E não pense que os árbitros não são punidos por seus erros, na grande maioria das vezes são sim. Claro que existe a questão de dois pesos e duas medidas. E depende muito de quem cometeu o erro.

Hoje, com o VAR, fica mais fácil tentar revelar árbitros e árbitras, o aparato que o árbitro de vídeo traz ajuda a minimizar possíveis erros no campo. Fabiano teve como assistentes dois dos melhores do Brasil, Danilo Manis e Miguel Cataneo. No VAR, o melhor árbitro de vídeo da CBF em 2019, Rodrigo Guarizo, e não há dúvida que isso trouxe uma maior segurança para sua estreia.

Mas como eu sei o que ele sentiu e o porquê do choro após o apito final? Porque eu já senti o mesmo, inúmeras vezes, ao término de cada jogo. Não importava se eu tinha ido bem nos jogos anteriores, pois a cada jogo tinha que provar que era capaz de estar ali, que tinha competência para estar ali e quando o jogo acabava e, eu sabia que tinha ido bem, sem comprometer o resultado, a sensação era a melhor do mundo, pois o alívio vinha depois da pressão.

Árbitro também chora e muitos dedicam anos de sua vida à arbitragem sem sequer um dia chegar à primeira divisão, atuando somente em categorias de base.

MARCELO DE LIMA HENRIQUE É DISPENSADO PELA FEDERAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Marcelo de Lima Henrique acabou de apitar o primeiro jogo da final da Copa do Brasil,  Grêmio 0 x 1 Palmeiras, e tem um longo currículo na arbitragem. Mas, aos 50 anos, foi dispensado do quadro de árbitros da Federação Carioca.

Como a CBF prorrogou para 55 anos de idade para atuar como árbitro em seu quadro, Marcelo de Lima ainda têm condições de seguir nos gramados - isso cumprindo requisitos, como passar em testes físicos.

Há grandes chances de ele receber convites para integrar outras federações. Porém, com a criação de um quadro especial pela CBF, Marcelo de Lima poderá atuar como árbitro nacional caso a Confederação Brasileira queira, pois não há mais necessidade de vínculo com alguma Federação.

EDINA SEGUE FAZENDO HISTÓRIA

Edina Alves Batista se tornou a primeira mulher a apitar o clássico entre Corinthians x Palmeiras. O jogo foi válido pelo Paulistão, e a árbitra deu um show no apito. Por que não dizer que foi a melhor em campo?

Edina pode não ter chorado após o apito final. Entretanto, seguramente, a emoção foi muito parecida com a do jovem Fabiano.

 

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CBF não cumpre protocolo do VAR em caso de invalidar uma partida e pode causar dano ao campeonato

Renata Ruel
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro Getty

Não é apenas na regra do jogo que a interpretação reina, mas também no protocolo do VAR. O que deveria ser ‘claro e óbvio’, acaba deixando brechas perspectivas distintas e dando margem para os clubes, não somente o Vasco, pedirem a invalidação dos seus jogos, sem entrar no mérito de erro de direito ou de fato da partida.

No protocolo do VAR disponível no site da CBF, é possível observar três detalhes e em lugares diferentes no documento sobre o mesmo assunto.

Na página 25 do protocolo diz:

“Uma partida não pode ser invalidada devido a:  Defeito(s) na tecnologia do VAR (inclusive na tecnologia da linha de gol – GLT);  Decisão errada envolvendo o VAR (dado que o VAR é um membro da arbitragem); decisão de não revisar um incidente; revisão de uma situação não revisável".

Já na página 36 o texto traz:

Em princípio, uma partida não é invalidada devido a: Defeito(s) da tecnologia do VAR (quanto à tecnologia da linha do gol (GLT); Decisão errada envolvendo o VAR (visto que o VAR é um membro da arbitragem); Decisão de não revisar um incidente; Revisão(ões) de situação / decisão não passível de revisão".

E na página 44 está justamente o que a CBF não cumpre:

“5.1.14 Decisões revisadas incorretamente / tecnologia com defeito / ação disciplinar:


         
     

As competições deverão indicar claramente em seus regulamentos que uma partida não será invalidada devido a:  Defeito(s) na tecnologia do VAR (inclusive no que se refere à tecnologia da linha de gol (GLT); Decisão errada envolvendo o VAR (dado que o VAR é um membro da arbitragem); a decisão de não revisar um incidente / decisão; a revisão de uma situação / decisão não revisável.”

O protocolo apresenta primeiro que “não pode” ser invalidade, depois que “em princípio” que significa “em tese, em teoria, de modo geral” não é invalidade, ou seja, não é algo absolutamente impossível a anulação, caso ocorra algo excepcional o “em princípio” dá a entender que uma invalidação possa acontecer, e por último, mas muito importante, que todas as competições devem (essa palavra é relevante – dever) indicar em seus regulamentos por quais motivos uma partida não será invalidada.

A grande questão é justamente que a CBF não tem essa indicação do protocolo do VAR em nenhum dos seus regulamentos, seja no regulamento geral da competição, seja do regulamento específico de cada competição, no caso deveria constar, no mínimo, no regulamento da Série A do Brasileirão e da Copa do Brasil que utilizam o VAR (árbitro de vídeo).

A organização de uma competição é algo muito sério e tudo precisa ser previsto e cumprido para evitar problemas, detalhes são fundamentais.


         
     

Desta forma, será que não torna possível a invalidação de vários jogos do Campeonato Brasileiro, inclusive o do São Paulo onde a CBF admitiu o erro?

Comunicação do VAR

Sobre o áudio e as imagens do VAR disponibilizadas do jogo entre Vasco x Internacional, se percebe uma confusão gigantesca na comunicação, inclusive apressando o procedimento.

Dentro do protocolo do VAR, dois itens sobre isso chamam a atenção:

“7. Seja qual for o processo de revisão, não pode haver pressão para que uma decisão seja revisada rapidamente, pois a precisão é mais importante que a pressa”, página 23

E na página 54 o texto traz:

“A comunicação efetiva entre o árbitro e o VAR (e outras pessoas chave, ex., ROs e RAs) será essencial, sendo que os protocolos, na medida do possível, deverão assegurar uma comunicação de alta qualidade para minimizar erros ou mal-entendidos. Será importante estabelecer os protocolos de comunicação, linguagem e frases e os meios de iniciar e terminar fases de intercâmbio de informações. O IFAB fornecerá a diretriz mas os protocolos exatos de comunicação deverão ser elaborados por cada associação nacional de futebol / competição para estarem consistentes com, e refletirem, os protocolos, linguagem e vocabulário já em uso nos sistemas de comunicação dos membros da arbitragem. Até porque cada país tem sua linguagem e fraseologia de futebol particular. Em termos simples, todos os protocolos de comunicação deverão: incentivar o árbitro a liderar as conversas; usar linguagem simples e clara;  manter a quantidade de comunicação a um mínimo; evitar negativas o máximo possível, ou seja, não dizer ‘não é impedimento’ pois há um risco de não se ouvir a palavra “não”; usar terminologia oficial técnica o máximo possível, ou seja, “Azul 7 é culpado de conduta violenta, por golpear o adversário o Vermelho Nº 7, fora da disputa da bola”;  entender o valor e os perigos de perguntas muito amplas ou muito resumidas (abertas e fechadas);  na medida do possível, o árbitro deverá reconhecer toda a comunicação do VAR (e vice-versa) idealmente, repetindo as informações recebidas para evitar mal-entendidos.”

Não há dúvida que houve falha na comunicação e algo precisa ser feito urgentemente para que seja mais eficaz e clara.

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A expulsão de Rodinei e o cartão laranja - A arte de arbitrar um jogo de futebol

Renata Ruel

Rodinei, do Internacional, foi expulso na ‘final' do Campeonato Brasileiro contra o Flamengo em um típico lance para cartão laranja, na minha opinião. Ao disputar a bola, o lateral-direito pisou na altura do tornozelo direito de Filipe Luís, jogada que fica entre intensidade média à alta, cartão amarelo e vermelho, força média,  porém o jogador não é impetuoso, e, desta forma, o árbitro vai analisar outros vários fatores para definir a cor do cartão, como explicarei abaixo. 

Há elementos para segurar o cartão amarelo, sim, entretanto quando ocorre pisão que entorta o tornozelo do adversário os árbitros têm expulsado – até por isso, o árbitro de vídeo sugeriu a revisão.

Ou seja, em um eventual cartão laranja há fatores para defender o cartão amarelo e o vermelho, exatamente o que aconteceu neste lance do Rodinei. E como no futebol a interpretação reina, e critérios muitas vezes são um problema, alguns concordarão com a expulsão enquanto outros, não.

Você já viu um cartão laranja em algum jogo profissional? Ou já escutou alguém dizer: “Era lance para cartão laranja.”? Eu confesso que ao analisar alguns lances já usei esta frase.

Mas o cartão laranja realmente existe?

Não, o cartão laranja de forma física, como matéria, não existe no futebol. Assim como também não existe nas regras do jogo. Entretanto, nas orientações e na prática de arbitragem essa cor de cartão é avaliada pelo árbitro no momento de tomar decisão.

Rodinei acerta Filipe Luís e é expulso contra o Flamengo; veja


O que significa um cartão laranja?

É sabido que em muitos lances a interpretação reina. Contudo, o árbitro deve analisar cada jogada dentro das regras do jogo e das orientações e diretrizes recebidas através dos instrutores. São vários pontos a serem analisados, em pouquíssimo tempo, para uma tomada de decisão, entre eles: a regra; o tempo jogado; o controle de jogo; a leitura da partida - que pode mudar conforme o desenrolar do jogo; a ‘temperatura’ do jogo e dos envolvidos nele - jogadores, comissão técnica (calmos ou nervosos); estado do gramado - com chuva ou sol; critérios a serem adotados pela arbitragem; fase do campeonato; o próximo jogo daquela equipe; e não param por aí.

Em função disso, dentro das orientações recebidas pelos árbitros, alguns lances se tornam cartão laranja. Isso significa que a infração está entre um cartão amarelo e um cartão vermelho, intensidade e força de médias a altas, a impetuosidade do jogador no lance, o ponto de contato, o momento do jogo e os outros fatores citados acima. Ou seja, o árbitro analisará vários fatores para uma tomada de decisão na escolha do cartão entre o amarelo e o vermelho, já que o laranja não existe na prática.

Participei, em 2019, na França, de um curso da Fifa em que a entidade usou um exemplo de palheta de cores (que começava no branco, evoluía por vários tons de amarelo, passava pelo laranja e, finalmente, chegava ao vermelho) que sugere analisar as faltas entre: sem cartão; entre sem cartão e cartão amarelo; entre cartão amarelo e vermelho; aquele cartão vermelho unânime, ou seja, muito vermelho. Desta forma, ilustrando aos árbitros onde a decisão disciplinar se encaixava em relação aos vídeos-testes realizados.

Costumo dizer que nenhum árbitro consegue terminar um jogo "apitando com um livro de regras embaixo do braço". Arbitrar um jogo envolve muitas coisas, além de conhecer as regras, é preciso conhecer e entender de futebol, conhecer as equipes e os jogadores, entender o ambiente, fazer a leitura correta de cada momento da partida, mudar o estilo de arbitragem conforme o jogo pede. 

Atuar em uma partida de futebol é quase uma arte, não é simples, não é fácil e, por isso, não é qualquer pessoa que chega próximo à excelência na arbitragem. Além de que, a interpretação é fato e, com isso, a uniformidade de critérios é um grande desafio.

Raphael Claus apitou Flamengo x Internacional
Raphael Claus apitou Flamengo x Internacional Gazeta Press

Gol de Pedro anulado e o problema nas arbitragens de Raphael Claus

Pedro roubou a bola com falta e marcou mais um gol para o Flamengo que foi confirmado pela arbitragem no campo. Porém, esse lance é o chamado App pelo protocolo do VAR, quando há uma infração e sai o gol - neste caso, a recuperação de bola ocorreu através de uma falta não marcada em campo e que deu origem ao ataque resultando em gol.

O Raphael Claus é um ótimo árbitro, porém um dos problemas persistentes em sua arbitragem tem sido justamente a não marcação de faltas que tem dado origem a gols. Só recordar o lance do GreNal, ainda no Brasileirão, em que Thiago Galhardo sofreu falta no ataque, Claus não marcou, o Grêmio recuperou a bola e fez o gol. 

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, Claus anulou o gol de Messi na partida entre Argentina e Paraguai, após o VAR sugerir revisão por falta na origem da fase de ataque no meio-campo. 

O fato é que as polêmicas de arbitragem no futebol nunca terão um fim. Mesmo com o VAR.

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Mundial de Clubes é decidido com gol irregular; com o VAR, nada pode passar despercebido

Renata Ruel

O Bayern de Munique se sagrou campeão mundial pela quarta vez ao ganhar pelo placar de 1 a 0 da equipe do Tigres do México.

Entretanto, o gol da vitória, marcado por Benjamin Pavard, foi irregular. No campo, o assistente marca impedimento na origem da jogada no cabeceio de Lewandowski, anulando o tento. O árbitro de vídeo faz a checagem protocolar e valida o gol do time alemão.

A questão é que o VAR checou somente o impedimento, mas não todo o lance - como deve ser - e deixou passar um toque de braço, totalmente acidental, de Lewandowski após o cabeceio. A bola, então, sobrou para Pavard, que jogou para dentro das redes.

Árbitro Esteban Ostojich faz o gesto do VAR e confirma o gol (irregular) do Bayern na final do Mundial de Clubes
Árbitro Esteban Ostojich faz o gesto do VAR e confirma o gol (irregular) do Bayern na final do Mundial de Clubes Getty

A regra foi mudada com a justificativa de que o futebol não aceita gol de mão mesmo que seja acidental. E o texto da regra 12 do jogo diz: “Somente será marcada uma mão acidental de um atacante ou de um companheiro, se for criada, imediatamente, uma oportunidade de gol ou marcado um gol.”

Foi justamente o que ocorreu: após o toque acidental no braço de Lewandowski, foi criada uma oportunidade e na sequência um gol foi marcado. Ou seja, o tento foi irregular e o VAR deixou passar, somente se atentou à questão do impedimento.

Se o VAR no jogo Palmeiras x River Plate pela Conmebol Libertadores deu uma aula, não deixou passar absolutamente nada, sendo motivo de grandes elogios, hoje não se pode dizer o mesmo. Infelizmente, a falha na revisão deu o gol do título mundial ao Bayern, porém o mesmo VAR arrumou o erro do assistente que assinalou impedimento no campo e a posição era legal.

A ferramenta VAR é boa, precisa de aprimoramentos sim, mas o investimento em quem trabalha com ela é ainda mais necessário.

Com uma ferramenta desta, nada pode passar despercebido.

Palmeiras perde para o Al Ahly nos pênaltis e termina Mundial com pior posição da história entre os sul-americanos. VEJA!


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Claus e Daronco cometem erros em jogos decisivos do Brasileiro

Renata Ruel
Renata Ruel

Ceni chama Claus de 'melhor juiz do Brasil', mas questiona critério em lances de Diego e Léo Matos


O Brasileirão está entrando na reta final, e um erro de arbitragem pode definir título, classificação e rebaixamento.

Dois árbitros do quadro Fifa, que estão entre os melhores do Brasil, apitaram partidas importantes na 34° rodada do campeonato.

Raphael Claus apitou Flamengo 2 x 0 Vasco, assinalou um pênalti em Bruno Henrique após o VAR sugerir revisão. Pênalti bem marcado, em um lance onde não há disputa de bola, somente um empurrão nas costas. 

Porém, mesmo tendo o recurso do vídeo, o Claus não aplicou cartão para Léo Matos que já tinha amarelo na partida. Se o Claus entendesse como uma infração que impediu um ataque promissor seria cartão amarelo (segundo amarelo resultaria no vermelho), se entendesse que era uma oportunidade clara de gol seria para cartão vermelho direto, o que não encaixa na jogada é não ver nenhum dos dois como ganhos táticos ao cometer a infração. 

Eu vejo como ataque promissor em função do goleiro ainda estar na disputa de certa forma e no momento do empurrão a bola não ter um domínio da bola claro. O Flamengo marcou o gol de pênalti e teria um jogador a mais durante o segundo tempo inteiro.

Anderson Daronco apitou um jogo de dois times que brigam contra o rebaixamento, que terminou Fortaleza 3 x 1 Coritiba. O VAR também interveio neste jogo para a análise de um pênalti, onde o árbitro após revisar no vídeo marcou penalidade para o Fortaleza numa ação de bloqueio da bola com a mão do defensor do Coritiba em uma bola que tinha a direção do gol. 

O goleiro Wilson defendeu a cobrança, novamente o VAR entrou em ação e viu que o goleiro se adiantou, desta forma a cobrança tem que ser repetida. Porém, Daronco aplicou cartão amarelo para o goleiro que já tinha e foi expulso. 

Raphael Claus durante final do Paulistão entre Corinthians e Palmeiras
Raphael Claus durante final do Paulistão entre Corinthians e Palmeiras Cesar Greco/Ag Palmeiras

O erro está no segundo cartão amarelo por se adiantar. A regra fala que quando o goleiro se adiantar em uma cobrança de pênalti cometendo uma infração, neste caso defendendo a cobrança, o pênalti deve ser repetido e a primeira advertência será verbal, e somente se o goleiro repetir a infração que receberá cartão amarelo.

Os árbitros Fifa são humanos e também estão sujeitos a erros, mas certos erros, para quem tem esse pesado escudo no peito, ficam difíceis de explicar...

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Os frutos da Academia x Os Meninos da Vila

Renata Ruel
Renata Ruel

No próximo sábado, teremos uma final inédita da Conmebol Libertadores entre os clubes brasileiros/paulistas, Palmeiras x Santos, após ambos eliminarem times argentinos nas semifinais, respectivamente River Plate e Boca Juniors.

O FOX Sports transmite ao vivo a final da Conmebol Libertadores, entre Palmeiras e Santos, no próximo sábado, 30 de janeiro, a partir das 17h (horário de Brasília). A decisão também terá acompanhamento em tempo real do ESPN.com.br, com VÍDEOS de lances e gols. E quando a bola parar, a melhor cobertura pós-jogo será na ESPN Brasil e no ESPN App, com entrevistas, festa do título e muita análise e opinião em SportsCenter e Linha de Passe, entre 19h e 0h. 

Com situações financeiras bem distintas, sendo que o Santos sofreu punições da FIFA (não podendo contratar e tendo dívidas gigantescas), os dois clubes fizeram ótimas campanhas para chegar a finalíssima. O Palmeiras trocou de técnico durante a competição, de Vanderlei Luxemburgo para o português Abel Ferreira; a equipe santista começou com Jesualdo Ferreira, demitido antes do início do Brasileiro, e contratou Cuca.

Porém, se tem algo que ambas as equipes têm em comum é o fato de darem oportunidades para os meninos da base na equipe principal nesta temporada e obterem sucesso nas apostas.

Paredão' x 'cara do equilíbrio' em Palmeiras e Santos; assista

Quando se revela grandes craques, nem sempre se observa o trabalho desenvolvido na base na vida desses atletas. Na base é onde se desenvolve a técnica, a tática, as habilidades como, por exemplo, a tomada de decisão, trabalho em equipe, liderança. Mas isso só na base? Claro que não, as habilidades são treináveis mesmo depois dos atletas estarem no profissional, entretanto quando se tem um bom trabalho de base o resultado aparece logo de cara.

Outro ponto relevante na carreira de um jogador é o momento de transição de categorias e até mesmo de modalidades se for o caso, pois muitos jogadores começam praticando o futsal e as transições futsal-futebol e base-profissional devem ser feitas de maneira adequada para não se perder um possível talento em um momento crucial.

Para isso é fundamental profissionais muito bem qualificados para trabalhar tanto com a base quanto com a transição dos atletas. O investimento na base traz bons frutos, inclusive financeiramente para os clubes em vendas futuras de seus jogadores.

Jogadores de Santos e Palmeiras disputam a bola durante clássico pelo Brasileiro
Jogadores de Santos e Palmeiras disputam a bola durante clássico pelo Brasileiro Getty

O Santos é tradicionalmente conhecido pelos “Meninos da Vila”, por revelar a garotada da base com êxito, onde a sua torcida, diferenciadamente de outras, apoia e tem paciência com os meninos que estreiam no profissional, onde um bom trabalho de transição base-profissional é fundamental para que esses meninos se solidifiquem no futebol. Dentre os grandes nomes o Santos conta com Neymar, Rodrygo, Diego, Gabigol, Robinho, sendo que estes passaram pelo futsal do clube, uma modalidade que entra como grande referência nas habilidades apresentadas por esses meninos em seu período formativo e que conquistaram seus primeiros títulos no clube através dessa modalidade.

O Palmeiras tem o histórico título de “Academia de Futebol”, onde alegava-se que ao ver a equipe jogando era como assistir uma verdadeira “aula de futebol” nos anos 60 e 70. Apesar de não ter a mesma tradição santista ao revelar jogadores, o time da Academia recentemente apresentou ao mundo Gabriel Jesus, atualmente jogador do Manchester City.

Veja quem são os principais “Meninos da Vila” atualmente no profissional do Santos:

Goleiros:

- Jonh, 24 anos, no Santos desde 2011

- João Paulo, 25 anos, no Santos desde 2011

- Vladimir, 31 anos, no Santos de 2003

Zagueiros:

- Lucas Veríssimo, 25 anos, no Santos desde 2013 (2021 – Benfica)

Meio-campistas:

- Sandry, 18 anos, futsal do Santos, no clube desde 2013

- Vinicius Balieiro, 21 anos, no Santos desde 2017

- Ivonei, 18 anos, futsal Santos, no clube desde 2013

- Lucas Lourenço, 20 anos, futsal Santos, no clube desde 2010

Atacantes:

- Kaio Jorge, 19 anos, futsal Santos, no clube desde 2012

- Ângelo, 16 anos, no Santos desde 2015

- Marcos Leonardo, 17 anos, no Santos desde 2014

- Bruno Marques, 21 anos, no Santos desde 2018

As principais apostas da base da Academia do Palmeiras são:

Goleiro:

- Vinicius, 26 anos, no Palmeiras desde 2006

Lateral:

- Lucas Esteves, 20 anos, no Palmeiras desde 2014

Meio-Campistas:

- Danilo, 19 anos, no Palmeiras desde 2018

- Gabriel Menino, 20 anos, no Palmeiras desde 2017

- Patrick de Paula, 21 anos, no Palmeiras desde 2017

- Gabriel Verón, 18 anos, no Palmeiras desde 2017

Atacantes:

- Wesley, 21 anos, no Palmeiras desde 2016

- Gabriel Silva, 18 anos, no Palmeiras desde 2015

Da safra de jogadores atuais que vieram da base do Santos e estão se destacando em times profissionais, ainda pode-se citar o Yuri Alberto do Internacional, o Claudinho do RedBull Bragantino e o Caio Henrique do Monaco com passagens pelo futsal e base do clube santista.

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Interferência direta nos resultados e na classificação: a rodada mais polêmica do Brasileiro

Renata Ruel
Renata Ruel
Jogadores do Grêmio reclamam
Jogadores do Grêmio reclamam RICHARD DUCKER / FRAMEPHOTO / GAZETA PRE

A 32ª rodada foi a mais polêmica do Campeonato Brasileiro para a arbitragem. Interferências diretas em resultados finais e na classificação, bem na reta final da competição, quando erros podem ser fatais para decretar um campeão, classificado para Conmebol Libertadores ou rebaixamento.

Vamos aos fatos:

São Paulo x Coritiba: Luciano poderia ter sido expulso por segundo cartão amarelo após dar uma entrada por trás em jogador do Coritiba, isso aos sete minutos do segundo tempo, ou seja, apenas seis antes de fazer o gol do São Paulo.

Vasco x Atlético-MG: o VAR acertou duas vezes, no primeiro pênalti para o Atlético-MG, o qual há infração de braço na área do jogador do Vasco – e a forma que ocorre realmente torna difícil a visualização do árbitro em campo. E depois para rever o pênalti marcado também a favor da equipe mineira. 

Internacional x Grêmio: pênalti não marcado para o Grêmio em cima de Ferreira, que foi empurrado nas costas no momento que estava saltando, dominando a bola, com os pés no ar e foi tocado dentro da área em uma ação faltosa que o desequilibra. O pênalti do Internacional é polêmico, confesso que, na imagem que tinha visto, à princípio, não vi infração e opinei dizendo que não havia sido penalidade. Porém, após receber novas imagens, com ângulo melhor e câmera lenta, vejo o Kannemann ampliando o espaço corporal com um movimento adicional de braço após a bola ser cabeceada para o gol. Desta forma dentro da regra atual e orientações a arbitragem acertou no pênalti. 







Ceará x Palmeiras: não vejo pênalti. Contato em cima de jogo, não há carga faltosa. Jogador do Ceará já projetava o corpo para frente, e o braço não é o suficiente para derrubar ou desequilibrar o atacante. Embaixo o Patrick pega a bola. Contato de jogo, não marcaria penalidade.

Santos x Goiás: pênalti não marcado para o Santos com um toque de braço na área aos 11 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava 2 a 1 para a equipe santista. Os árbitros recebem instruções que aquela "asa" ou "alça de xícara" criado pelo jogador é movimento de ampliar espaço corporal numa ação de bloqueio, então um pênalti deve ser marcado. Foi o que aconteceu no lance. Soteldo cruza a bola na área, e o jogador do Goiás a intercepta de forma faltosa, ampliando o espaço corporal, conhecido na arbitragem como um “braço de xícara”. Pênalti para o Santos não marcado. Muitos pênaltis foram marcados assim no campeonato, mas esse não.
Salvo o jogo Vasco x Atlético-MG, no qual os possíveis erros foram corrigidos, não causando danos, em todas essas outras partidas citadas, os erros interferiram no decorrer dos jogos e em seus resultados finais, no meu entendimento.

A interpretação reina no futebol perante as regras do jogo, que nada têm de claras, porém ainda é preciso aprimorar conceitos e a uniformidade de critérios tanto no campo quanto no VAR – ainda que acabar com as polêmicas do futebol seja praticamente impossível.

Na Série B, quarto árbitro salva arbitragem em jogo do Cruzeiro

Fabio, goleiro do Cruzeiro, foi muito bem expulso após tocar a bola com as mãos fora da área de forma deliberada e impedir uma oportunidade clara de gol do Náutico. O fato pitoresco fica por conta de ter sido o quarto árbitro, Gabriel Murta Barbosa Maciel, o responsável por avisar o juiz da partida Flávio Souza da ação do goleiro. 

A intervenção do quarto árbitro está dentro das regras, foi pertinente, relevante e merece elogios. Isso é trabalho de equipe, contribui para a assertividade e é o que tanto temos cobrado principalmente nos jogos com o VAR (que não é o caso da Série B, onde árbitro, assistentes e quarto árbitro trabalhem em campo, tomando as decisões sem esperar amparo do vídeo).

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Interferência direta nos resultados e na classificação: a rodada mais polêmica do Brasileiro

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Não vi pênalti para o Internacional e houve um para o Grêmio que não foi marcado

Renata Ruel

Pelas imagens que foram disponibilizadas, eu não marcaria a penalidade que o árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcou a favor do Internacional e que acabou sendo decisiva para a vitória colorada por 2 a 1 no clássico contra o Grêmio, neste domingo (24), no Beira-Rio.

O braço do Kannemann estava em posição natural, sem ampliar o espaço corporal. E quando a bola chega, ele até tenta tirar o braço, sem contar que a bola chegou em alta velocidade e a uma distância curta. 

A não ser que o VAR tenha uma imagem que mostre algo diferente, repito, eu não teria marcado a penalidade. E ainda tenho dúvida se a bola bate em outra parte do corpo e só depois no braço do zagueiro tricolor.

Inter vira de forma épica sobre o Grêmio; assista aos gols


Pênalti para o Grêmio

Por outro lado, eu daria, sim, pênalti para o Grêmio alguns minutos antes, com o placar ainda em 1 a 1.  Foi aos 46 minutos da etapa final, quando houve um tranco do Nonato, do Inter, nas costas do Ferreirinha.

Pra mim, não houve disputa de bola quando o jogador tricolor estava no ar e fez o domínio da bola. 

Infração não marcada, na minha opinião. O Luiz Flávio de Oliveira estava bem posicionado e disse que não foi, o que deve ter feito o VAR sequer sugerir a revisão.

Jogadores do Grêmio e Renato Gaúcho reclamam com o juiz Luiz Flávio de Oliveira após a derrota por 2 a 1 para o Inter no GreNal 429
Jogadores do Grêmio e Renato Gaúcho reclamam com o juiz Luiz Flávio de Oliveira após a derrota por 2 a 1 para o Inter no GreNal 429 Richard Ducker/Gazeta Press
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Não vi pênalti para o Internacional e houve um para o Grêmio que não foi marcado

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Por que o VAR errou no pênalti que deu empate ao Atlético-MG contra o Red Bull Bragantino

Renata Ruel
Renata Ruel
Jogadores do Atlético-MG discutem com Barbieri
Jogadores do Atlético-MG discutem com Barbieri Gazeta Press

Atlético-MG arrancou um empate, em 2 a 2, nos acréscimos contra o Red Bull Bragantino na 29ª rodada do Campeonato Brasileiro após a marcação de uma penalidade.

A grande polêmica foi justamente o gol da igualdade, após um pênalti não dado pelo árbitro de campo, mas que o VAR sugeriu a revisão.

Caio Max, o árbitro do jogo, estava muito bem posicionado, com a visão limpa no momento em que Guilherme Arana caiu na área, em disputa de bola com Ramires, e interpretou que não houve infração no lance, dando sequência ao jogo.

Como é protocolo, o VAR deve analisar possíveis penalidades e sugerir revisão ao árbitro caso entenda que houve um erro claro e óbvio. Neste caso, a revisão foi sugerida pelo VAR Pablo Ramon ao árbitro do jogo.

Pelos vários ângulos que as imagens de vídeos mostram, na minha opinião, Arana pisa na bola e já está caindo ao solo quando Ramires o toca de raspão na panturilha, não atingindo de uma forma que cause a queda e ocasione uma infração, no caso uma penalidade.

Dois pontos importantes sobre o VAR neste lance:

- O árbitro estava bem posicionado, tomou a decisão no campo, o lance pode ser interpretativo, mas eu não vejo erro claro é óbvio no lance para o VAR interferir sugerindo revisão;

- O árbitro de vídeo só libera para o árbitro a imagem da câmera de trás, uma imagem que pode induzir ao erro. Deveria ter mostrado diferentes ângulos, infelizmente não o fez.

A atuação equivocada do VAR neste lance é a grande polêmica do jogo, pois interferiu diretamente no resultado ao sugerir revisão e ao não dar a oportunidade de o árbitro analisar ângulos distintos, permitindo que ele pudesse ser ludibriado pela imagem. 

O árbitro tinha acertado na primeira decisão tomada no campo de jogo, no meu entendimento, e o VAR errou na sua tomada de decisão.

Saber o momento de intervir corretamente e a falta de uniformidade de critérios ainda são os grandes desafios para a arbitragem do VAR, mas não se pode generalizar, pois há, sim, quem esteja cumprindo muito bem a função de árbitro de vídeo.

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Brasileiras Edina Alves e Neuza Back fazem história no Mundial de Clubes: as mulheres podem mais do que apenas sonhar

Renata Ruel
Renata Ruel


E a utopia está se tornando realidade. A Fifa e as confederações de futebol passam a enxergar a arbitragem feminina por sua excelência, qualificação e competência sem distinguir gênero para atuar em suas competições masculinas e femininas.

A Fifa divulgou hoje o seu quadro de arbitragem selecionado para o Mundial de Clubes no Catar e com uma grande novidade, um trio feminino que será comandado pela árbitra brasileira Edina Alves.

Após a francesa Stéphanie Frappart ser a primeira mulher a apitar uma Champions League, a Fifa surpreende novamente com um trio feminino no Mundial. Um ganho histórico para a arbitragem feminina e também para o Brasil.

Edina, que atualmente é a única mulher a apitar a Série A do Campeonato Brasileiro, terá como assistentes a também brasileira Neuza Back e a argentina Mariana de Almeida.

A luta da arbitragem feminina é antiga, iniciada pela brasileira Léa Campos, reconhecida pela Fifa como a primeira árbitra do mundo

As brasileiras Edina Alves (centro) e Neuza Back (primeira à esq.) na semifinal da Copa do Mundo feminina, na França
As brasileiras Edina Alves (centro) e Neuza Back (primeira à esq.) na semifinal da Copa do Mundo feminina, na França GettyImages


As mulheres no Brasil começaram a ganhar espaço nas partidas masculinas em meados dos anos 2000, quando o chamado "Trio de Ferro", liderado por Silvia Regina, atuava em grandes jogos pelo país. Demorou quase 14 anos para ter Edina Alves apitando a Série A (em 2019) após Silvia se aposentar dos gramados.

Hoje, ela está fazendo história, assim como Neuza Back, que se aproxima dos cem jogos na Série A como assistente e é a mulher com mais jogos em competições nacionais do mundo.

Para atuarem em jogos masculinos, as mulheres precisam alcançar os índices masculinos nas provas físicas, que são distintos dos índices femininos. A exigência física se torna maior e de alguns anos para cá a maioria das mulheres têm obtido êxito nos testes, tornando assim a distinção de avaliação nesse quesito igualitário aumentando, de certa forma, a pressão para escalas em grandes competições.

A nomeação do trio feminino que terá o comando de Edina faz parte da trajetória iniciada na Copa do Mundo sub-17  de 2017, na Índia, onde a árbitra suíça Esther Staubli apitou um jogo, seguida pela uruguaia Claudia Umpierrez, esta com dois jogos na Copa do Mundo sub-17 de 2019, no Brasil.

Quem sabe não seja mais um passo dado pela Fifa  para incluir a arbitragem feminina na próxima Copa do Mundo masculina, que será no Catar (como o Mundial agora), em 2022.

O torneio entre clubes acontece entre 1º e 11 de fevereiro. A final será disputada no Education City Stadium, em Doha.

É como eu sempre digo, o profissional deve ser analisado por suas competências, qualificações, capacidades profissionais que cumprem as exigências daquela função e assim ter as oportunidades. Não se pode avaliar um profissional por gênero, raça, altura, cor dos olhos, idade, entre outros. Quando a competência prevalece é possível ver os melhores profissionais atuando, a distinção por ser mulher diminui e as chances aumentam.

As atuais designações de arbitragem feminina pela Fifa é só o início de uma nova era para as mulheres no mundo do futebol, pois lugar de mulher é onde ela quiser e temos muitas com competência suficiente para atuar nesse universo futebolístico.

Veja os árbitros selecionados para o Mundial de Clubes:

Árbitros e árbitras

Edina Alves (Brasil)

Mario Escobar (Guatemala)

Leodan González (Uruguai)

Mohammed Abdulla (Emirados Árabes)

Danny Makkelie (Holanda)

Maguette N'Diaye (Senegal)

Abdelkader Zitouni (Tunísia)

Assistentes

Mohamed  Alhammadi (Emirados Árabes)

Hasan Almahri (Emirados Árabes)

Nicholas Anderson (Jamaica)

Neuza Back (Brasil)

Mariana de Almeida (Argentina)

Mario Dinks (Holanda)

Humberto Panjoj (Guatemala)

 El Hadji Malick Samba (Senegal)

Hessel Steegastra (Holanda)

Nicolas Taran (Uruguai)

Richard Trinidad (Uruguai)

Árbitros/Assistentes VAR

Khamis Al Marri (Catar)

Julio Bascunan (Chile)

Kevin Blom (Holanda)

Drew Fischer (Canadá)

Nicolas Gallo (Colômbia)

Redouane Jiyed (Marrocos)

Jochem Kamphuis (Holanda)


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CBF divulga árbitros brasileiros do quadro da Fifa em 2021, incluindo novidade no VAR

Renata Ruel
Renata Ruel

A CBF divulgou hoje a lista dos árbitros brasileiros que farão parte do quadro da FIFA em 2021, incluindo os que serão FIFA do VAR.

O árbitro de vídeo tem uma força tão grande e mostrou que veio para ficar a ponto de a FIFA criar um quadro específico de VAR. Nessa novidade seis árbitros brasileiros ganharam o escudo para 2021 da entidade máxima do futebol, são eles: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG), José Claudio Rocha Filho (SP), Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC), que fez o curso pela Federação de Paulista de Futebol e posteriormente se mudou para Santa Catarina, Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP), eleito o melhor árbitro de vídeo pela CBF em 2019, Rodrigo Nunes de Sá (RJ) e Wagner Reway (PB). A CBF é a entidade com o maior número de VAR FIFA na Conmebol.

Outro ponto positivo para a arbitragem da CBF foi o aumento de número de vagas para o quadro feminino no total de 12, sendo seis árbitras centrais e seis assistentes e se tornando a Confederação com maior quantidade de mulheres no quadro FIFA ao lado da Espanha. Daiane Muniz do Mato Grosso do Sul (árbitra central) e Brigida Cirilo de Alagoas (assistente) passam a fazer parte da FIFA em 2021.

Veja a lista completa de árbitros e assistentes brasileiros da FIFA para o próximo ano:

Árbitros e árbitras

Anderson Daronco (RS)

Bráulio da Silva Machado (SC)

Bruno Arleu de Araújo (RJ)

Charly Wendy Straud Deretti (SC)

Daiane Caroline Muniz dos Santos (MS)

Deborah Cecília Cruz Correia (PE)

Edina Alves Batista (SP)

Flavio Rodrigues de Souza (SP)

Luiz Flavio de Oliveira (SP)

Rafael Traci (SC)

Raphael Claus (SP)

Rejane Caetano da Silva (RJ)

Rodolpho Toski Marques (PR)

Thayslane de Melo Costa (SE)

Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)

Wilton Pereira Sampaio (GO)

Assistentes

Alessandro Rocha Matos (BA)

Bárbara Roberta da Costa Loiola (PA)

Brigida Cirilo Ferreira (AL)

Bruno Boschilia (PR)

Bruno Raphael Pires (GO)

Danilo Ricardo Simon Manis (SP)

Fabricio Vilarinho da Silva (GO)

Fabrini Bevilaqua Costa (SP)

Fernanda Nândrea Gomes Antunes (MG)

Guilherme Dias Camilo (MG)

Kleber Lucio Gil (SC)

Leila Naiara Moreira da Cruz (DF)

Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)

Neuza Ines Back (SP)

Rafael da Silva Alves (RS)

Rodrigo Henrique Correia (RJ)

Árbitros assistentes de vídeo (VAR)

Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG)

José Claudio Rocha Filho (SP)

Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC)

Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)

Rodrigo Nunes de Sá (RJ)

Wagner Reway (PB)

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Além dos insultos: o depoimento de dois árbitros sobre o racismo no futebol brasileiro

Renata Ruel

         
     

Foram 15 anos pelos mais diversos gramados, desde jogos amadores até profissionais, em que vivenciei de tudo um pouco: preconceito, discriminação e racismo. Essas são situações constantes e comuns para quem trabalha com o futebol.

Em uma partida válida pela Copa Paulista, no tradicional campo do Nacional, em São Paulo, um fato me marcou tanto que até hoje, anos depois, guardo comigo. O mandante era o Juventus, cuja torcida estava atrás de mim, dos bancos de reservas e do quarto árbitro. De repente escuto vozes se referindo ao quarto árbitro Alysson Fernandes Matias como “macaco”.

Olhei para trás e vi dois senhores, de cabelos grisalhos, proferindo a injúria racial. Quis parar o jogo, chamar a polícia, fazer a denúncia. Confesso que aquilo tirou minha concentração do jogo por alguns instantes, fato raríssimo, mas a revolta que senti foi gigantesca. Eu falava para o quarto árbitro parar o jogo e denunciar, mas ele dizia para deixar, para esquecer e se aproximou de mim dizendo “Já estou acostumado com isso”,

 “Como árbitro já sofri muito com racismo”, recorda o próprio Alysson, que ainda atua como árbitro pela Federação Paulista de Futebol, em depoimento ao blog. “Lembro de outro em Osasco, onde estava apitando, alguém na arquibancada começou a me ofender, também me chamou de macaco. Todos ouviram, somente a assistente gritou para parar o jogo, ninguém mais no estádio se manifestou, e a pessoa foi identificada como um dos dirigentes de um dos clubes. Deixei o jogo seguir”.

Não acaba aí.

'Say no to racism': mensagem em telão de estádio durante jogo da Champions League
'Say no to racism': mensagem em telão de estádio durante jogo da Champions League Getty Images

Alysson diz que é comum escutar diversas coisas, como por exemplo quando atua com a cor preta de uniforme: "Está sem roupa juiz, só fez uma tatuagem na perna”.

Outro árbitro que também falou um pouquinho sobre sua vida pelos gramados foi Claudenir Donizeti Gonçalves.

“Na minha opinião o pior tipo de racismo é quando ouço: ‘eu não sou racista.’ No exercício da profissão de árbitro já pude presenciar alguns tipos de insultos, tais como: "Mascote da Ponte Preta"; "Bola 8"; "Se não c*** na entrada, c*** na saída"; "galinha do céu"; "chiclete de onça" entre tantos outros. Em um jogo na cidade do Votuporanga, um torcedor me xingou de "preto, macaco". Quando virei e fiz menção de chamar o árbitro, os torcedores que estavam próximos ao indivíduo trataram de fazer com que o mesmo deixasse a região que estava, e aí não consegui mais identificá-lo”.

Alysson Fernandes não aceita mais sofrer racismo: “De uns anos para cá já diminuiu muito devido à repercussão que isso toma, hoje com certeza já não tolero isso, seja onde for. Acredito que o racismo nunca irá acabar, apenas as pessoas racistas ficam camufladas com vontade de falar, mas as punições e as redes sociais estão ajudando a combater isso”.

Segundo Claudenir Donizeti: “As leis já existem, o que falta é um pouco de boa vontade de aplicá-las. No esporte, que é o meio em que estamos inseridos, acredito que as organizações desportivas deveriam combater com mais afinco e deixar de simplesmente cobrar multas, e passar a empregar algo como desclassificação, perda de mando, rebaixamento, entre outros, de uma forma que a sociedade possa enxergar que algo está sendo feito”,

No futebol vemos muitos jogadores negros, porém pouquíssimos árbitros, treinadores e profissionais de outras funções na chamada elite do esporte mais praticado no mundo.

O que jogadores de PSG e Instanbul fizeram, ao deixar o campo depois de uma injúria racial do quarto árbitro, é uma reação histórica. Entretanto, é preciso que essa solidariedade aconteça sempre, não importa quem cometa o crime ou quem seja a vítima. Isso é pensar e agir em função do ofendido, independentemente de quem tenha sido o ofensor.

Comum sim, normal jamais. E que esse comum deixe de existir o quanto antes. Infelizmente e tristemente o racismo e a falta de consciência sobre o assunto ainda existem. Mas nunca é tarde para evoluirmos como seres e nos tornarmos mais humanos. O futebol é um excelente instrumento para isso.


         
     
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