O que você precisa saber sobre a volta da MLB em julho
Demorou, teve treta e corremos um forte risco de não ter beisebol em 2020. Não é como se uma temporada já tivesse sido severamente afetada em meio a discussões entre a Major League Baseball e o sindicato de jogadores (MLBPA). Em 1994, a temporada foi interrompida por uma greve dos atletas e sequer World Series houve.
Em 2020, o cenário era diferente: por conta da pandemia de COVID-19, o spring training (pré-temporada) foi suspenso, a abertura da temporada adiada de maneira indefinida e quando houve sinais de reabertura nos Estados Unidos, o impasse veio: jogadores toparam receber de maneira proporcional ao número de jogos – donos de times, após inicialmente concordarem com isso, sugeriram que esse valor seria uma porcentagem do proporcional. Aí veio o caos.
Felizmente, depois da tempestade, o consenso – embora ano que vem seja ano de negociação de novo acordo coletivo-trabalhista e aí já viu o que vai acontecer. Basicamente, a liga voltou ao previamente acordado, com os atletas recebendo 100% do valor proporcional ao número de jogos. Se tudo der certo, seria como se eles recebessem 37% do valor original – porque 60 jogos é 37% dos 162 de situações normais.
Então é isso, assim fica: 60 jogos, com a pré-temporada começando dia 1º de julho, o Opening Day (abertura da temporada) no dia 24 de julho e neste ano, 10 times nos playoffs. Como fica o calendário? Adaptado à realidade atual. Para minimizar viagens, os times terão 40 jogos contra adversários da própria divisão – 10 contra cada um, portanto – e mais 20 jogos contra cinco adversários interliga de proximidade geográfica. Por exemplo, teremos mais New York Yankees vs New York Mets do que o costume proporcional de outras temporadas.
Dentro de campo, dois testes de regras
As maiores diferenças parecem estar dentro de campo. No caso, a MLB aproveitará o contexto de menor temporada para testar duas regras novas. A primeira é do rebatedor designado “universal”, sendo usado nas duas ligas em vez de aparecer na Liga Americana e na Liga Nacional, não. Assim, arremessadores da Liga Nacional não irão mais ao bastão como acontece desde... Desde sempre.
Ainda, as entradas-extras – prorrogação do beisebol – terão um elemento para agilizar as coisas. Cada metade de entrada começa com o time rebatedor com um jogador na segunda base, em posição de anotar corrida. Isso deve evitar que jogos se estendam da 12ª entrada em diante, coisa que complicaria demais a vida numa temporada de calendário com tiro curto. Adicionalmente, os times terão 30 jogadores no elenco de início de temporada – algo que deve ter sido pensado como margem de manobra no caso de equipes terem atletas que forem diagnosticados com a COVID-19.
Matrix existe, e este arremessador da MLB escapando da morte com uma bola quase rasgando seu pescoço vai te provar
Os protocolos de segurança
Ante tudo isso, haverá protocolos para minimizar o risco biológico. Ou seja, que jogadores, técnicos e empregados dos times acabem contraindo o novo coronavírus. Então, celebrações com abraços e apertos de mão estão proibidas. Jogadores e empregados sentarão longe, um do outro, nas arquibancadas dos estádios. Distância entre os que estão no campo será encorajada. Ainda, entre outras medidas, uma bola que for tocada por vários jogadores será descartada. E, por óbvio, os hábitos culturais do beisebol, como as cuspidas no chão... Bem, você imagina.
Atletas serão monitorados múltiplas vezes por dia quanto à sua temperatura. Haverá, também, testes de COVID-19 por várias vezes numa semana. Torçamos para que, daqui em diante, as coisas entrem nos eixos e que continuem em melhora. O beisebol faz falta – como o Ubiratan Leal escreveu uma vez, é como um livro que você lê todos os dias. Que bom que a leitura vai voltar.
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