Desabafo: força meu querido tênis
Ser tenista no Brasil sempre foi uma aventura. Desde os tempos da Maria Esther e Thomaz Koch, o esporte era visto sem o respeito ou importância que merecia. O tempo foi passando e sempre imaginamos e sonhamos com um esporte mais forte, mais reconhecido e querido.
Nestes anos ele vem sendo mais respeitado pelas pessoas. Mas infelizmente, como na política, as pessoas (algumas nem merecem esse rótulo) que passaram pelo esporte deixaram a desejar, fizeram feio e envergonharam a comunidade. O mais triste é que muitos deles, que deveriam estar escondidos e morrendo de vergonha, estão jogando tênis em clubes, e 'latindo' em Facebook como se tivessem moral para isso.
Muitos desses dirigentes, tenistas, técnicos, e promotores que pouco fizeram, muito se aproveitaram do esporte e não deixaram nenhum legado, continuam por ai dando risada de tudo e de todos. Pensando um pouco, sabemos que somos bem responsáveis. Poucos se molham, poucos têm atitude ou coragem de falar e MUITOS são os que preferem deixar pra lá porque estão bem, estão 'de boa', estão ganhando bom dinheiro.
Está claro que vamos chegando ao fundo do poço, mas, quando vejo um vídeo como este, que recebi de um pai de tenista em pleno Parque Olímpico, organizado por uma federação que prometeu mudar o tênis do Rio, que brigou com muita gente falando que o passado era horrível, sinceramente me deprime. Podem tentar dar qualquer justificativa, mas contra imagem e um monte de gente declarando não há o que falar. Sem cadeira, sem estrutura, sem organização, com árbitro em cima da cadeira e mais um monte de coisa mostram que o respeito ao esporte desapareceu.
Não sei mais o que dizer. Espero de coração que a CBT puna a federação, que tenhamos represálias, que tenhamos pelo menos um pedido de desculpas ou melhor, uma declaração de que estão envergonhados e tudo mudará. Além de melhorias imediatas.
Queria morar em um país onde se respeitasse nosso esporte. Queria morar em um país no qual os dirigentes esportivos morressem pelo esporte. Queria morar em um país onde o esporte fosse mais importante que o poder e a vontade de simplesmente aparecer. Queria morar em um país onde, ao ser devidamente criticado, o cara se calasse e trabalhasse, e não viesse com pedras mentindo ou tentando enganar. Queria morar em um país onde dirigente corrupto fosse preso e apodrecesse na cadeia. Queria morar em um país que amasse o esporte.
Não moro nesse país mas nem por isso desisti. Queria muito que os outros atletas não desistissem. Não se calassem. Não se omitissem.
Força meu querido tênis.
Força meu querido país Brasil.
Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br
Desabafo: força meu querido tênis
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