E o Bolt virar jogador? É sério ou fanfarronice?
A gente vai acordar nesta sexta-feira e, lá do outro lado do planeta, vai acontecer uma coisa sensacional, única. Em Gosford, cidade a 75 km ao norte de Sydney, na Austrália, às 19h30 local, 7h30 daqui, começa o amistoso entre o Central Coast Mariners e um combinado de jogadores da região. A partida faz parte da pré-temporada dos Mariners para o Australianão 2018/2019, que começará em outubro.
Por que uma pelada dessas é sensacional e deve lotar o estádio? Porque, no segundo tempo, pode entrar em campo Usain Bolt. O maior velocista de todos os tempos, aos 32 anos, insiste em realizar um sonho de infância: jogar futebol profissionalmente. Ele estará lá, sentadinho no banco, esperando o professor chamar. E isso deve acontecer faltando uns 20 minutos pro fim do jogo.
Depois que pendurou as sapatilhas, Bolt tem peregrinado pelo mundo fazendo peneiras. Tentou vaga no Borussia Dortmund, da Alemanha, que veste o uniforme de seu patrocinador, a Puma, mas não convenceu ninguém. Arrumou também uns testes na Noruega, mas o Stromsgodset, da primeira divisão, que também veste Puma, agradeceu a tentativa e mandou um, digamos, “você não se encaixa no perfil”.
No último dia 18, o jamaicano desembarcou na Austrália e começou o período de treinamentos. E não se pode dizer que foi o patrocinador quem convenceu os Mariners a dar chance a Bolt, pois o clube veste Umbro. Mas a chegada do atleta oito vezes campeão olímpico tem suas razões também no marketing. O clube quer fixar sua imagem de “o mais inovador do futebol australiano”, e Bolt é um canhão de mídia para isso. “Não quero ser tratado como o homem mais rápido do mundo, mas sim como um jogador de futebol, que é o que eu quero ser. As pessoas vão dizer um monte de coisas sobre mim, mas vou provar que elas estão erradas”, diz o gigante de 1,96 metro.
Há alguns vídeos de Bolt batendo bola. Ele é canhoto e se diz atacante, podendo jogar tanto pelos lados como centralizado. O jamaicano tem dito que o mais difícil na adaptação ao futebol é a alternância de ritmo. Acelerar e parar. Avançar, frear e voltar. “Ele está indo ok”, diz Mike Mulvey, técnico dos Mariners, econômico. “Tem algumas habilidades, mas precisamos ver se consegue fazer na velocidade que precisamos”.
Estou muito curioso para ver se Bolt, mesmo na Austrália, consegue jogar em nível profissional e se sua velocidade pode ser um diferencial no futebol. Nós cansamos de ver, nos campos do mundo, foguetes humanos que, mesmo chegando na bola antes de todo mundo, não eram capazes de fazer algo decente com isso. Velocidade sem inteligência e controle não são nada. Bolt não esconde a ansiedade com os testes e a chance de assinar um contrato. “Não é mais uma partida beneficente. É a carreira que eu estou tentando seguir”. Que figura incrível, não dá para não torcer por ele. Mesmo se for um baita grosso.
Fonte: Maurício Barros
E o Bolt virar jogador? É sério ou fanfarronice?
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.