A MLB na luta pela diversidade e inclusão

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Aproveitando que ontem começou a temporada da MLB (Major League Baseball), vale mencionar uma mulher que tem feito a diferença na liga e tentado fazer com que mulheres façam parte desse mundo, assim como vem acontecendo na NFL, com contratações de mulheres para cargos de assistentes técnicas e outras posições importantes.

Renee Tirado, Diretora de Diversidade e Inclusão da MLB, está assumindo o desafio de não apenas tornar a sede da liga mais diversificada, mas também o campo. Através do programa 'Diversity Pipeline' da liga, 'Take the Field', estão começando o processo de seleção e contratação de diversas candidatas operações de beisebol, incluindo árbitros, rebatedores e treinadores.

Renee Tirado
Renee Tirado Getty Images

'Take The Field' lançado durante o 2018 Winter Baseball Meetings e é um evento anual em que representantes de todas as 30 equipes da Major League Baseball e suas 160 afiliadas menores se reúnem por quatro dias para discutir os negócios da liga. O programa aceitou 50 mulheres pré-selecionadas que estão seguindo papéis que tradicionalmente são ocupados por homens. “A parte de operações é o que você vê no campo”, explica Tirado. “Não havia uma plataforma de lançamento real para as mulheres conseguirem a exposição. Isso partiu de mim, quando participei de um programa que a NFL faz para ajudar as mulheres que querem se tornar treinadoras. Nós ajustamos para o beisebol. E anunciamos para EUA Softball, EUA Baseball, todas as organizações de mulheres e mídias sociais. A resposta foi tremenda. Tivemos sessões para as mulheres, dependendo de onde elas queriam entrar, como árbitros, etc. Elas fizeram parte de uma rede de contatos e algumas mulheres conseguiram alguns empregos.”

Mulheres participando no beisebol não é uma ciosa nova. O USA Baseball cita, desde 1867, que o African American Dolly Vardens, da Filadélfia, tornou-se o primeiro time de beisebol pago, dois anos antes do primeiro clube profissional de beisebol masculino. Então, em 1904, foi relatado que Amanda Clement foi a primeira mulher a arbitrar um jogo de beisebol, ganhando entre US $ 15 e US $ 25 por jogo. A era mais reconhecida para as mulheres no beisebol ocorreu há mais de 75 anos, durante a II Guerra Mundial. Com os homens lutando no exterior, havia uma escassez de mão de obra no campo. Naquela época, o proprietário de Chicago Cubs, Philip Wrigley, criou a All-American Girls Professional Baseball League (AAGPBL). Mais de 600 mulheres participaram do campeonato de 1943-1954. Estas mulheres foram imortalizadas no filme de 1992 A League Of Their Own. Eventualmente, em 1988 elas foram introduzidos no Baseball Hall Of Fame. Quando a guerra terminou e os homens voltaram, a AAGPBL tornou-se menos proeminente no mundo do beisebol.


Agora, sob a liderança de Tirado, a liga está começando a ser mais inclusiva em todas as áreas de beisebol e operações . Além do programa Take The Field, ela iniciou o Katie Feeney Leadership Symposium, um evento básico dentro da liga. "É um simpósio de desenvolvimento profissional", ela explica, "onde fazemos parceria com a Universidade de Stanford para Mulheres no Beisebol. Cinquenta mulheres de toda a liga são indicadas por suas organizações".

“Se conseguirmos de 10% a 15% das pessoas dos programas que ainda estão no beisebol em 5 a 10 anos com alta taxa de desempenho, é aí que a verdade está. Você pode fazer esses programas, mas se não houver intenção real e apoio contínuo para desenvolver essas pessoas nesses espaços e garantir que eles permaneçam no radar, se essas pessoas não continuarem a ascender na organização, então qual é a vantagem? Leva tempo. Essas não são coisas que acontecem da noite para o dia. É um esforço de equipe.

A jornada de Tirado começou no tribunal. “Minha base é como advogada, pratiquei a advocacia por muitos anos”, afirma ela. "Eu não tinha paixão por isso. Eu entrei no setor público e trabalhei para a cidade onde acabei trabalhando para a NBA Retired Players Association.”

Ela então se voltou para a Associação de Tênis dos Estados Unidos. “Comecei essa jornada de diversidade e inclusão sem saber para onde ia me levar, o que significava e, para ser bem franca, vendi como eu sabia. Esse foi o primeiro grande ponto para mim. Foi na USTA onde eu realmente tive um mentor; tinha campeões para auxiliar no meu desenvolvimento ”.

Drake Bulldogs left fielder Abby Buie
Drake Bulldogs left fielder Abby Buie Getty Image

 Então, a pessoa que a contratou saiu da USTA e foi para a AIG. “Cerca de um ano depois”, continua ela, “ele me procurou para trabalhar com ele novamente em diversidade [e inclusão] para toda a América do Sul e Central e, eventualmente, para todas as Américas. Isso mudou toda a minha perspectiva sobre diversidade e inclusão quando você começa a falar sobre isso globalmente. Foi uma ferramenta inestimável para mim seguir em frente. Forçar-me a sair de Nova York foi a melhor coisa que poderia ter acontecido porque me forçou a sair da minha zona de conforto. Essa situação provou ser a mais difícil para Tirado. Não só foi a primeira vez que profissionalmente ela se mudou da área de Nova York, mas sua mãe faleceu logo após a mudança.

“Minha mãe sempre arriscou”, declarou Tirado. “Ela me disse que se eu não tentasse a posição da AIG, eu me arrependeria. Eu acredito que essa experiência me preparou para minha transição para a MLB. ”

À medida que Tirado evolui com o cenário de diversidade e inclusão em constante mudança, ela se concentra nesses passos para ajudá-la em suas transições:

- Esteja preparado, não comece o processo se você não estiver preparado para dar o salto.

- Solidifique seu esquadrão. Cerque-se de pessoas que serão campeões no seu canto.

- Realize pesquisas para entender em que você está se metendo; para ver se é realmente algo que você quer fazer.

"Há uma frase em espanhol pa’lante", conclui Tirado, "significa basicamente avançar. Quando estou em uma encruzilhada ou tenho dificuldades, ouço a minha mãe dizendo pa'lante; apenas continue seguindo em frente.”

A temporada da MLB já começou e hoje, você acompanha a partir das 20h o jogo entre Houston Astros e Tampa Bay Rays AO VIVO, na ESPN Extra e no WatchESPN.

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Tampa Bay Buccaneers contrata duas mulheres para fazerem parte de sua equipe técnica

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Mais mulheres fazendo história na NFL! Como eu gosto de escrever sobre isso! 

Nesta quarta-feira (20), o Tampa Bay Buccaneers anunciou a contratação de Lori Locust e Maral Javadifar, sendo o primeiro time com duas mulheres na equipe técnica da liga, e fazendo delas as duas primeiras mulheres na história da franquia!

O novo técnico dos Buccaneers, Bruce Arians, disse durante o Combine deste ano que planejava contratar uma mulher, pois sabe o quão difícil é conseguir uma oportunidade para compor a equipe técnica em um time na NFL, mas acredita que é preciso apenas que a organização certa ofereça a oportunidade. Arians afirmou que a família Glazer (dona da franquia) e o General Manager Jason Licht apoiaram totalmente sua decisão.

Bruce Arians já tem histórico na contratação de mulheres na liga: em 2015, quando era técnico do Arizona Cardinals, fez de Jen Welter, durante a pré temporada, a primeira mulher da história a ter um cargo de técnica período integral.

Bruce Arians e Jen Welter na coletiva de imprensa 28/07/2015 que ela foi apresentada como técnica
Bruce Arians e Jen Welter na coletiva de imprensa 28/07/2015 que ela foi apresentada como técnica Getty Images

Locust será assistente da linha defensiva e Javadifar será assistente de condicionamento físico e força, de acordo com o anúncio da equipe. Locust era  técnica da linha defensiva do Birminghan Iron, na Alliance of American Football league, e já foi estagiária dos Ravens durante o training camp do ano passado.

Javadifar recebeu uma bolsa para jogar basquete pela Pace University em New York, onde seu time foi para o torneio da NCAA três das quatro vezes que disputou. Tem doutorado em terapia física na New York Medical College e completou sua residência de Terapia Física de Esportes na VCU em agosto. Tem trabalhado como terapeuta física e treinadora de desempenho na Avant Physical Therapy em Seattle e em Virginia.

Maral se interessou por terapia física depois de romper seu ligamento cruzado anterior no colégio, lesão que atormenta muitos atletas. O programa de condicionamento físico, força e terapia fez com que sua recuperação fosse um sucesso e continuasse ativa nos esportes, surgindo assim o interesse pela terapia física como carreira.

Maral Javadifar jogando basquete (à esquerda) e como terapeuta física (direita) Getty Images e Buccaneers
Maral Javadifar jogando basquete (à esquerda) e como terapeuta física (direita) Getty Images e Buccaneers Getty Images e Buccanneers

Independente de como aconteceu essa oportunidade de ingressar na NFL, uma coisa é certa, elas não pegaram nenhum atalho para chegar até aqui!

Locust conhece Arian desde que seu ex-marido Andrew Locust jogou para ele na Temple University, mas o futebol faz parte da sua vida muito antes disso. Costumava ir com sua família a jogos de high school no Thanksgiving e seguia os Steelers desde os 5 anos de idade.

“Ninguém amava mais futebol na minha família do que eu. Jack Lambert (ex-linebacker dos Steelers) era meu herói, e se tornou parte de tudo que eu fazia”, diz Locust.

Depois de se formar na universidade de Temple, Lori decidiu fazer parte do time de mulheres de Harrisburg, mesmo já estando com 40 anos. Jogou por quatro temporadas antes de se machucar e acabar na sideline como técnica. Foi aí que tudo começou.

Primeiro trabalhou como assistente da Township High School de 2010-2018, depois no semiprofissional de Central Penn por três anos, e mais dois na DMV Elite. Recebeu a ligação da AAF (Alliance American of Football) após dois anos com o Keystone Assault da Women’s Football League (que falei a respeito dessa liga aqui), e em 2018 recebeu o convite para participar do programa de estágio Bill Walsh Diversity Coaching Fellowship no Baltimore Ravens, onde lá também foi a primeira mulher da franquia.

Lori Locust no treino do Baltimore Ravens ano passado
Lori Locust no treino do Baltimore Ravens ano passado Baltimore Ravens

“Foi incrível. Eu trabalhei primeiro com a linha defensiva e linebackers, mas quando você entra na sala, percebe que cada um dos técnicos tem muita experiência. Era uma sala cheia de coordenadores defensivos, e eu tentei me inteirar sobre os novos termos, esquemas e responsabilidades”, conta.

Obviamente a pergunta que ela sempre ouve é: “Como os jogadores profissionais reagem ao serem treinados por uma mulher?”

“Nunca tive problema com nenhum deles. Ninguém nunca me tratou diferente do que sou, uma técnica. Os jogadores são capazes de perceber quando alguém não está sendo autêntico. Eu converso com eles sobre o esquema de jogo, não faço nada diferente de qualquer outro técnico”, responde Locust.

O convite para trabalhar no Buccaneers teve ajuda de uma outra mulher, Katie Sowers, assistente ofensivo do San Francisco 49ers: Joe Pendry, General Manager do Birmingham Iron (até então, time que Locust treinava), já tinha trabalhado com Arians, quando o contratou para o Kansas City Chiefs. Ele sabia que Arians queria uma assistente mulher na equipe, foi quando Katie ligou para Locust e disse a ela para entregar seu currículo a Arians, pois ela soube que tinha uma oportunidade em Tampa.

Lori Locust no treino do Iron Birmingham
Lori Locust no treino do Iron Birmingham Birmingham Iron/AAF

Sendo assim, Lori enviou um email a Arians – soube que ele estava em Birmingham para um camp de técnicos na Universidade do Alabama/Birmingham – e então recebeu a ligação esperada.

“Eu fui muito abençoada, essa organização é impressionante, eles são tão abertos à diversidade, dá para perceber pelos programas que têm para garotas, como o flag football league. Darcie Glazer Kassewitz (dona da franquia) é muito autêntica, sou muito grata! Tive um caminho diferente no começo, mas eu sabia que trabalho duro me faria chegar lá. Eu sinto uma certa responsabilidade de ser um exemplo e mostrar que pode ser feito”, conta Locust.

Em um ambiente tão masculino quanto a NFL, cada conquista dessas mulheres deve sempre ser comemorada e aplaudida. É extremamente gratificante perceber que a porta está se abrindo, seja com uma representatividade tão pequena ainda, mas ainda assim, sendo uma representatividade tão importante, que certamente moldará o futuro de tantas outras garotas que sonham em trabalhar com futebol. É possível, e já está sendo feito, e como bastante trabalho, nosso espaço tende a aumentar cada vez mais!

Fonte: Paula Ivoglo

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Tampa Bay Buccaneers contrata duas mulheres para fazerem parte de sua equipe técnica

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Futebol americano profissional feminino existe, mas custa caro para as atletas

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

As mulheres que jogam futebol americano são movidas única e exclusivamente pela paixão, não pelo dinheiro. Elas vestem seus equipamentos, capacetes e se submetem a pancadas brutais porque não se imaginam fazendo outra coisa, mesmo arriscando seu corpo e saúde, mesmo sem nenhuma compensação monetária. Na verdade, a maioria das mulheres que joga, têm que pagar do próprio bolso para praticar a modalidade.

As ligas de futebol americano femininas de tackle football (com contato físico e equipamentos de proteção) estão ganhando visibilidade e credibilidade. Uma das principais ligas nos EUA, a Women’s Football Alliance tem 68 times que jogarão na temporada de 2019.

Portland Fighting Wave v Los Angeles Warriors LOS ANGELES, CA - 30 Junho: Jogadoras do LA Warriors erguem seus capacetes para o hino nacional.
Portland Fighting Wave v Los Angeles Warriors LOS ANGELES, CA - 30 Junho: Jogadoras do LA Warriors erguem seus capacetes para o hino nacional. Foto Meg Oliphant/Getty Images)

As regras são similares ao futebol masculino, adaptadas do livro de regras da NCAA. A maioria dos times treina 3 vezes na semana, começando em janeiro e a temporada regular tem 8 jogos, que acontecem de abril a junho, e a pós temporada em Julho.

De acordo com Lisa King, a comissária da liga, cada time trabalha com orçamento de US$ 20mil por ano, e cada jogadora tem que pagar uma anuidade para fazer parte da WFA, que custa em torno de US$1 mil á US$2 mil por temporada. A filiação inclui seguro, bolas, filmagem dos jogos para os times poderem estudar e se preparar para as partidas, custos de viagem para os playoffs e campeonatos nacionais. Cabe aos próprios times arcarem com os custos durante a temporada regular.

“A maioria dos equipamentos que utilizamos foram doados ou comprados no tamanho extra grande de criança para economizar dinheiro”, conta uma das jogadoras.


Para ajudar a arrecadar dinheiro, os times devem pagar uma taxa para jogar, que varia de acordo com a equipe, mas a maioria fica entre US$250 e US$800.  Adicionando custos de viagem e de equipamento e mais o preço que as mulheres têm que pagar para jogar, o custo aumenta ainda mais. Dependendo de onde o time joga, alugar um ônibus e hotel para todo mundo pode chegar a custos de muitos mil dólares.  Alguns times conseguem trabalhar de maneiras diferentes, conseguindo patrocinadores e fazendo eventos para levantar fundos, mas nenhuma jogadora ganha qualquer tipo de ajuda de custo das equipes. 

Em um mundo ideal, as jogadoras deviam focar apenas em treinar, mas nesse cenário, elas devem se preocupar em conseguir dinheiro para jogar e a maioria das atletas tem um trabalho regular e/ou estudam. Além de todos esses gastos, tem o risco de potenciais lesões, que podem acabar com uma carreira e atrapalhar bastante a vida pessoal e profissional das atletas fora de campo.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, isso não significa que o futebol americano feminino nunca será profissionalizado e monetizado, afinal no começo da própria NFL, em 1920, não havia lucro nem salários. As ligas de futebol americano femininos estão ativas por no máximo duas décadas, e nem sempre de maneira estruturada, então há muito o que evoluir.

Na Europa, o crescimento de mulheres que jogam futebol americano é de impressionar: atualmente, 21 países com mais de 200 times apenas de mulheres jogam a modalidade, todas sem qualquer tipo de ajuda monetária.


Já no Brasil, o próprio futebol americano masculino ainda engatinha e tem pouco patrocínio e investimento. Os times e atletas daqui (seja masculino ou feminino) custeiam suas viagens para poder jogar, e isso por muitas vezes inviabiliza tentar algo mais profissional, afinal, o investimento é muito alto, não só de dinheiro, mas também de tempo. Alguns jogadores de alguns times mais estruturados já são pagos para jogar, mas a grande maioria é amadora.

Em se tratando do futebol americano feminino, o país conta com aproximadamente 10 times full pads, que jogam tackle football. A modalidade que mais faz sucesso entre as mulheres é o flag football, já que demanda um nível de investimento bem mais baixo, afinal não precisa de equipamentos para jogar. 

Como tudo tem que ter um início, esse é o começo da representatividade feminina no futebol americano. Alguns países estão mais avançados nessas iniciativas que outros, mas é importante manter o foco e se estruturar, com o objetivo de crescer e ganhar mais visibilidade, para atrair público e investidores, alavancando assim a carreira de tantas atletas que amam e dedicam suas vidas ao esporte.

Fonte: Paula Ivoglo

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Futebol americano profissional feminino existe, mas custa caro para as atletas

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A era dos Browns na NFL - finalmente - chegou

Matheus Zucchetto
Matheus Zucchetto

7 de janeiro de 2018.

Depois de mais uma temporada fracassada, cerca de três mil torcedores do Cleveland Browns se juntaram para um desfile de "comemoração" pela campanha de 0-16 na temporada de 2017. Era um inacreditável passo atrás para a franquia que, um ano antes, havia vencido uma partida.

13 de março de 2019.

Se aquele mesmo torcedor que participou do desfile de um ano atrás dormiu cedo na terça-feira, ele provavelmente precisou de alguns minutos para entender o que aconteceu. Odell Beckham Jr. é, sim, um Cleveland Brown.


Sam Darnold, Josh Allen, Saquon Barkley. Os dias que anteciparam o draft de 2018 da NFL deixaram claro que os Browns teriam várias opções para a 1ª escolha. Mas só na véspera o nome de Baker Mayfield, vencedor do Troféu Heisman de 2017, apareceu.

E quando o general manager John Dorsey, que estava há alguns meses no cargo, teve seus poucos minutos para a definir a pick 1 do draft, ele não teve dúvidas: Baker.

Baker Mayfield em sua estreia, contra os Jets
Baker Mayfield em sua estreia, contra os Jets Getty

Desde então, todo o processo dos Browns foi feito ao redor do novo quarterback, E quando ele entrou no lugar de Tyrod Tayler na Semana 3, contra o New York Jets, e liderou a primeira vitória da franquia em 635 dias, ficou claro: com Mayfield, Cleveland não seria mais uma piada na NFL.

Foram sete vitórias em toda a temporada - além de oito derrotas e um empate. E o principal para os fãs dos Browns: a esperança de chegar aos playoffs estava de volta.


O Cleveland Browns é um dos quatro times que nunca chegaram em um Super Bowl (Lions, Jaguars e Texans são as outras). Para uma franquia com tanta história, lendas como Jim Brown e uma das torcidas mais fanáticas da NFL, as derrotas incomodam ainda mais.

Afinal, tente se imaginar torcendo para uma equipe que não é campeã desde 1964 - ainda na 'era antiga' da liga -, não vence sua divisão há 30 anos e não foi aos playoffs nas últimas 16 temporadas - maior jejum de toda a NFL.

Myles Garrett e o general maganer John Dorsey
Myles Garrett e o general maganer John Dorsey Getty

Mas toda a frustração dos fãs dos Browns se tornou empolgação em um espaço de meses, desde que Dorsey escolheu Baker.


Apesar de ter um quarterback como o fator central de toda a revolução que comanda em Cleveland, John Dorsey fez muito mais do que isso em pouco mais de um ano na franquia.

Ainda em 2018, ele demitiu Hue Jackson, técnico principal que teve campanha de três vitórias, 36 derrotas e um empate em pouco mais de duas temporadas no comando da equipe.  Gregg Williams, então coordenador defensivo, assumiu o cargo e, com ele, os Browns venceram cinco dos oito jogos finais do ano.

Mas para 2019, Dorsey resolveu fazer mais uma troca: Freddie Kitchens, coordenador ofensivo interino que empolgou com Mayfield, ganhou a vaga de técnico principal.


Mas as mudanças não aconteceram apenas do lado de fora do campo.

Os Browns que, além de Mayfield, já contavam com os promissores Nick Chubb (running back), David Njoku (tight end), Myles Garrett (defensive end) e Denzel Ward (cornerback), além do confiável Jarvis Landry (wide receiver), viram uma brecha e atacaram o mercado.

A troca por Odell foi a cereja no bolo de uma offseason em que Cleveland também levou 

Se olharmos para os rivais dos Browns na AFC Norte, é fácil entender o que fez Cleveland dar um all-in em 2019.

O Baltimore Ravens, atual campeão da divisão, perdeu boa parte de sua forte defesa com as saídas de Eric Weddle, Terrell Suggs, C.J. Mosley e Za'Darius Smith. O Pittsburgh Steelers foi praticamente obrigado a trocar Antonio Brown e viu Le'Veon Bell assinar com o New York Jets depois de se recusar a jogar em 2018. O Cincinnati Bengals, lanterna da AFC Norte na temporada passada, não fez grandes contratações.

A NFL é conhecida pelas rápidas reviravoltas de seus times. Mas Cleveland parecia ser a única equipe incapaz de fazer tais mudanças, de organizar uma reformulação que realmente funcionasse. Até agora.

Fonte: Matheus Zucchetto

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Conheça Toni Harris, a primeira mulher a receber uma bolsa de estudos para jogar futebol americano nos EUA

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

“Seja tão boa que eles não vão poder te ignorar”, é o lema de vida dessa garota, Toni Harris, que se tornou a primeira mulher (sem ser kicker) a ter uma bolsa de estudos em uma universidade dos Estados Unidos para jogar futebol americano.

Toni ficou em evidência no último mês após estrelar uma campanha da Toyota que foi exibida durante o Super Bowl (veja abaixo), e teve quatro propostas de bolsa de estudos de diferentes universidades.


A free safety tomou sua decisão essa semana e vai jogar pela Central Methodist University, em um programa chamado NAIA*.

Toni Harris assinando sua bolsa de estudos
Toni Harris assinando sua bolsa de estudos Twitter @_toniharris

Orginalmente nascida em Detroit, Toni morou em orfanato dos 4 anos de idade até os 9, quando foi adotada. Aos 18 anos foi diagnosticada com câncer de ovário e pensou em desistir de sua carreira de atleta, afinal, tinha perdido praticamente metade do seu peso devido a doença. Mas com o apoio da família e amigos, continuou na luta e seguiu em frente, e tem a certeza que pode superar todos os obstáculos que aparecerem no caminho.

Harris começou a jogar futebol com 6 anos em Detroit, já jogou como wide receiver e cornerbarck na Redford Union High School em Michigan. Ela perdeu a temporada de 2017, mas teve 3 tackles e 1 tackle for loss em 2018.

Enfrentou dificuldades para encontrar um colégio que a deixasse jogar futebol, mas a East Los Angeles College lhe deu essa oportunidade. Até então, tinha ouvido de vários técnicos que ninguém iria colocá-la em campo, ninguém acreditava nela.

Toni Harris no comercial da Toyota
Toni Harris no comercial da Toyota Toyota

Eu adoro provar que as pessoas estão erradas. Fui expulsa de um time quando era mais nova pois era uma garota. Mas a medida que fui crescendo, apesar de continuar enfrentando dificuldades, trilhei meu caminho sem me importar com o que diziam. É meu sonho e eu vou protegê-lo a qualquer custo”, diz Toni.

E ela sonha alto: planeja ser a primeira mulher a jogar na NFL, draftada ou não, e mesmo que isso não aconteça, Toni tem certeza que está abrindo caminho para que outras mulheres sigam seu exemplo e não tenham medo de fazer o que amam.

Veja alguns destaques da carreira dessa garota inspiradora:



* A Associação Nacional de Atletismo Intercolegial (NAIA), sediada em Kansas City, Missouri, é um órgão que rege os pequenos programas de atletismo dedicados ao atletismo intercolegial. Desde 1937, o NAIA administra programas dedicados a campeonatos em equilíbrio com a experiência educacional universitária em geral. A cada ano, mais de 65.000 alunos-atletas do NAIA têm a oportunidade de praticar esportes universitários, ganhar mais de US $ 600 milhões em bolsas de estudo e concorrer a uma chance de participar de 26 campeonatos nacionais.

Fonte: Paula Ivoglo

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Onde você colocaria Tom Brady entre os maiores atletas de todos os tempos?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Tom Brady, quarterback mais vitorioso da história da NFL
Tom Brady, quarterback mais vitorioso da história da NFL ESPN

Difícil julgar o tamanho de uma carreira antes de ela terminar. Por mais perto do fim que ela esteja, sempre é possível subir ou descer alguns degraus com uma conquista ou um vexame final. De qualquer modo, Tom Brady já fez o suficiente para ser cogitado fortemente como o melhor jogador de futebol americano da história. Claro, é difícil comparar eras diferentes, não é justo usar apenas conquistas como medidor de qualidade e sempre há quem contestará o quanto o quarterback do New England Patriots realmente é melhor que outras lendas da NFL, mas a conquista do sexto Super Bowl reforçou mais esse discurso na imprensa americana e nas conversas entre torcedores.

Aí, o jornalista Rodrigo Borges, um amigo que ama futebol americano e o New York Jets - ou seja, não tem motivo especial para torcer por Tom Brady - tuitou: “Se o futebol americano fosse um esporte mais global haveria zero dúvida de que Tom Brady é um dos 10 maiores atletas de todos os tempos”. De fato, o camisa 12 dos Patriots não costuma entrar na lista de maiores atletas da história, somando todas as modalidades. Mas seria a falta de projeção global da NFL o único motivo disso?

Bem, provavelmente eu colocaria Brady como maior jogador da história da NFL, mas jamais cogitaria listá-lo entre os principais de todas as modalidades. Mas esse ranking é puramente subjetivo, e a minha forma de ver a história do esporte acaba não ajudando o QB dos Patriots. A lista de outras pessoas poderia dar mais peso à NFL, ou a grandes conquistas, ou a impacto comercial, e ser mais generosa com Brady.

Fui tirar satisfação perguntar ao Rodrigo por que ele achava isso, até porque ele é um grande entusiasta de modalidades olímpicas e certamente não se encaixa no estereótipo de “fanboy que gosta de apenas um esporte e supervaloriza isso”. E ele me disse que, depois de tuitar, começou a fazer sua lista de maiores atletas da história e acabou mudando de opinião. Estar entre os dez melhores de todos os esportes seria demais para Brady. O que reforça a dúvida: por que ninguém - ou quase ninguém - coloca o maior jogador do esporte mais rico do país mais rico do mundo no top 10 da história?

Difícil adivinhar o que passa na cabeça de cada um quando pensa em quem são os maiores da história, mas dá para identificar alguns padrões a partir de listas de maiores atletas da história.

- Falta de um grande palco mundial

O futebol americano deixou de ser uma modalidade puramente americana. A audiência cresce em várias partes do mundo e já se valoriza o desempenho de vários jogadores - inclusive, claro, Tom Brady. No entanto, ele é um esporte com prática de altíssimo nível apenas nos Estados Unidos, o que tira um palco global para brilhar.

O que seria um “palco mundial”? Uma Copa do Mundo da modalidade ou Jogos Olímpicos, uma competição que todos vissem como a reunião dos melhores em todo o planeta. A NFL, apesar de juntar o que há de melhor do mundo no futebol americano, é basicamente um torneio de atletas americanos. A NBA já consegue extrapolar isso, pois efetivamente reúne jogadores de dezenas de países diferentes.

LeBron James abraça Michael Jordan
LeBron James abraça Michael Jordan Photo by Streeter Lecka/Getty Images

Essa questão tem peso muito grande, basta ver como a maior parte dos rankings de maiores de todos os tempos valorizam muito o desempenho olímpico ou conquistas em campeonatos mundiais. Essas competições servem de denominador comum entre modalidades, ajudam a comparar o desempenho de atletas de diferentes esportes. E Brady, por mais que se esforce, não tem como conseguir isso da NFL.

- Impacto na história de sua modalidade

Brady une grande técnica, capacidade quase paranormal de aparecer nos momentos decisivos e consistência impressionante ao longo de vários anos. No entanto, não se costuma dizer que ele é um quarterback que revolucionou sua posição ou a modalidade que pratica. Ele “apenas” fez o que todos faziam, mas muito melhor.

Como comparação, é mais comum ver rankings americanos de maiores da história colocar Babe Ruth ao invés de Brady. No beisebol os jogadores atacam e defendem, mas, no geral, também é uma modalidade de especialistas. No entanto, Ruth mudou a forma de o jogo ser praticado, e isso dá mais visibilidade a seu espaço na história.

Essa visão pode mudar no futuro, quando a carreira de Brady virar passado e se perceber um legado dele para outros QBs. Mas ainda não há essa percepção.

- Impacto extracampo

O maior campeão do Super Bowl é um sujeito relativamente pacato e tem uma vida extracampo tranquila. O que está ótimo para ele, ninguém tem obrigação de ser um personagem midiático quando não quer - e olha que ele é casado com a modelo mais famosa do mundo, era fácil se tornar figura carimbada mesmo fora do campo.

O beijo na amada: com a mãe Galynn Brady ao lado, Tom encontra a esposa Gisele e a filha Vivian após conquistar o Super Bowl LI
O beijo na amada: com a mãe Galynn Brady ao lado, Tom encontra a esposa Gisele e a filha Vivian após conquistar o Super Bowl LI Getty

De qualquer modo, ninguém vê Brady como “mais que um simples atleta”. Não é uma celebridade como Tiger Woods, nem o representante de uma causa social como Muhammad Ali ou Jesse Owens, tampouco alguém que enfrentou um grande obstáculo pessoal como Wilma Rudolph ou Magic Johnson.

- Modalidade de especialistas

Desde que se permitiu substituições infinitas, o futebol americano se tornou uma modalidade de especialistas. Cada jogador tem uma função específica em campo, e a soma delas que faz o desempenho geral da equipe. Claro, algumas posições são mais sensíveis ao time, como o quarterback e o tight end em relação ao long snapper, mas o jogador fica fora do campo em mais da metade da partida.

Isso é diferente no basquete e no futebol, por exemplo. Ainda que o jogador costume ter uma posição, ele atua na partida toda. Sua participação é mais ampla. Por isso é comum encontrar Pelé, Michael Jordan e talvez até Wayne Gretzky, que é de um esporte de menos repercussão global, do que Brady. Em esportes individuais, muitas vezes os atletas fazem “apenas uma coisa” (correr, nadar, atirar, lutar), mas essa coisa representa 100% de toda a competição. Ele não compartilha o desempenho com colegas de equipe.

Usain Bolt, atleta jamaicano
Usain Bolt, atleta jamaicano Getty Images

Conclusão

O contexto não favorece Tom Brady e nenhum representante da NFL a entrar em um ranking de maiores atletas da história. Talvez algum jogador que tivesse um papel extracampo destacado poderia ganhar pontos (Jim Brown, pensei em você), mas as circunstâncias inerentes à modalidade são desfavoráveis. Por isso, ainda que ele provavelmente seja o maior jogador da modalidade mais rica do país mais rico do mundo, colocá-lo entre os 10-mais de todos os esportes soa estranho. Parece exagero, que alguma coisa está superdimensionada.

Eu mesmo não tenho um ranking pronto de maiores atletas da história. Os dez primeiros sairiam de uma lista com Muhammad Ali, Michael Jordan, Pelé, Serena Williams, Nadia Comaneci, Jesse Owens, Michael Phelps, Usain Bolt, Jim Thorpe, Wayne Gretzky, Jackie Joyner-Kersee, Abebe Bikila, Mo Farah, Alexandr Karelin, Jackie Robinson, Teddy Riner e Michael Schumacher. Brady provavelmente ficaria em algum lugar entre 25º e 35º.

Fonte: Ubiratan Leal

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O que é e o que podemos esperar da AAF, a nova liga profissional de futebol americano?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

Legends x Apollos
Legends x Apollos Getty

Younghoe Koo entrou em campo com uma missão, acertar um field goal de 38 jardas. A marca não é das mais complexas para um kicker profissional, mas parecia uma montanha para o sul-coreano escalar. Em 2017, como chutador novato do Los Angeles Chargers, ele havia convertido apenas uma das cinco tentativas com mais de 30 jardas na NFL. Foi dispensado, e por isso aquela oportunidade de 38 jardas soava tão simbólica. Veio o snap, o holder posiciona a bola e… chute certeiro, no meio do Y.

Mais do que a redenção pessoal de Koo, aquele field goal entrou para a história pelo jogo, pelo momento. Naquele momento, noite de 9 de fevereiro no estádio Spectrum da University of Central Florida, o Atlanta Legends fazia 3 a 0 sobre o Orlando Apollos e anotava os primeiros pontos da AAF, a Alliance of American Football, a nova liga profissional de futebol americano.

Mas o que é a AAF? O que podemos esperar dela? O que ela tem diferente de outras ligas que foram criadas e desapareceram rapidamente?

Desde a fusão da American Football League com a National Football League em 1970, que se transformaram nas Conferências Americana e Nacional da atual NFL, houve duas tentativas mais relevantes de criar uma sombra à principal liga esportiva do futebol americano. Nos anos 80, houve a United State Football League (USFL). Na primeira década deste século, a Extreme Football League (XFL).

A história dessas duas ligas é fascinante e foi muito bem contada nos documentários “Small Potatoes” (USFL) e “This Was de XFL” (XFL), ambos produzidos pela ESPN dentro da série 30 por 30 e estão disponíveis com legendas em português no Watch ESPN. Se não viram ainda, vejam, porque são sensacionais.

A menção aos filmes da ESPN não é gratuita. O diretor do documentário sobre a XFL foi Charlie Ebersol. O cineasta concluiu a produção em 2016, mas, durante o trabalho de pesquisa, entrevistas e edição, ele ficou se convenceu de que o conceito de uma segunda liga profissional de futebol americano, cuja temporada se estendesse durante o recesso da NFL, era viável, bastava fazer ajustes no projeto. E ele tinha os contatos certos para fazer uma nova tentativa, até porque seu pai é Dick Ebersol, co-fundador da XFL e executivo aposentado do canal NBC Sports.

O principal problema da USFL foi uma disputa entre os donos das franquias (um deles Donald Trump), que levaram a liga a rumos erráticos que faliram o projeto. Mas a USFL e a XFL tinham em comum outro ponto que se mostrou problemático a ambas: a forma como se apresentavam ao público. Para chamar a atenção do torcedor, as duas organizações vendiam a ideia de que a NFL era uma “liga cheia de regras estúpidas que tiram a graça do jogo” e que ela era a representante do “futebol americano raiz, sem frescura, coisa para macho” (linguajar tosco proposital como forma de retratar o estilo).

A ideia fazia algum sentido considerando que o nível técnico era claramente inferior. Assim, se a qualidade do jogo não era das melhores, ao menos elas tentavam se diferenciar pelo estilo de jogo. No entanto, isso acabou se voltando contra os organizadores. Apesar de criar situações que viraram folclóricas, como substituir o cara ou coroa por jogadores correndo atrás de uma bola como em um fumble e a permissão aos jogadores para colocarem seus apelidos nas camisas, a linguagem alienou o público comum. Fez as ligas, principalmente a XFL, a ganhar a imagem de modalidade exótica que atendia a um nicho muito específico.

Charlie Ebersol percebeu que a estratégia virou um tiro no pé. Por isso, quando idealizou uma nova liga de futebol americano, ele percebeu que não podia tirar o foco do principal: apresentar jogos de bom nível técnico para torcedores de verdade. Sem afetação.

Por isso, trouxe para o projeto profissionais que podiam dar credibilidade técnica. As figuras mais conhecidas do público são Troy Polamalu, lendário safety do Pittsburgh Steelers, Bill Pollian, ex-diretor geral de Buffalo Bills, Carolina Panthers e Indianapolis Colts, Justin Tuck, ex-defensive end do Oakland Raiders, e Mike Pereira, ex-árbitro e comentarista de arbitragem na TV.

Com esses nomes ao lado, foi mais fácil atrair treinadores com experiência em trabalhar com times de alto nível. Para montar os times, foram selecionados jogadores que ficaram de fora na definição dos elencos da NFL - ou seja, jogadores que não tiveram espaço na liga mais importante, mas que têm nível técnico suficiente para terem recebido oportunidades de fazer testes e lutar por uma vaga - e que não foram draftados.

A AAF trabalhou também para adaptar algumas regras. Há uma tentativa de apresentar um jogo com menos faltas, uma reclamação constante dos torcedores mais tradicionalistas da NFL, mas sem a afetação de “aqui não tem frescura” da XFL. Outras mudanças são o fim do ponto extra (todo time é obrigado a tentar a conversão de dois pontos após o touchdown), dos kick offs (na nova liga, o time que receberia o chute já inicia a campanha de sua linha de 25 jardas) e do onside kick (se quiser manter a posse após pontuar, o time posiciona a bola na linha de 35 jardas de seu campo e tenta avançar 12 jardas em uma descida. Isso só pode ser feito em condições específicas).

Garantindo um nível técnico decente e uma partida com algumas modificações que tornem o jogo mais dinâmico e/ou divertido, a questão da AAF foi alocar suas franquias. Foram criados oito equipes, praticamente todos no sul dos Estados Unidos. Além disso, a preferência era por cidades que já tivessem equipes de grandes ligas profissionais - ou seja, mercado com capacidade comprovada de sustentar uma equipe economicamente -, mas que não estivessem na NFL - afinal, concorrer diretamente diante do mesmo público seria arriscado demais.

No final, acabaram abrindo exceções. Quatro equipes atendem a essas três condições: Orlando Apollos, San Diego Fleet, San Antonio Commanders e Memphis Express. Atlanta Legends e Arizona Hotshots são as únicas franquias e dividem mercado com uma da NFL (Falcons e Cardinals). Salt Lake City Stallions é a única que não está no sul dos EUA. E o Birmingham Irons é a única em cidade sem uma outra equipe profissional.

A rodada de estreia foi no último fim de semana, com quatro jogos. E a primeira impressão foi satisfatória. Apesar de a qualidade do jogo claramente não ser a mesma da NFL ou das melhores equipes da NCAA, foi possível ver jogadores de bom nível técnico, algumas jogadas empolgantes e uma ação mais fluida. O retorno na TV também foi bom: a CBS teve mais audiência que a ABC, que no mesmo momento transmitia Houston Rockets x Oklahoma City Thunder pela NBA.

Claro, é só uma primeira impressão. Ao longo da temporada, o nível técnico pode cair à medida que os elencos fiquem desgastados e acusem a falta de reposição à altura. A audiência também deixará de se beneficiar do fator curiosidade, que teve papel importante nos números da rodada de estreia. E a concorrência com outras modalidades, como a reta final da temporada regular da NBA e da NHL, o March Madness do basquete universitário e o início da temporada da MLB podem atingir a AAF.

De qualquer modo, a AAF parece uma boa aposta para uma liga secundária de futebol americano. O projeto tem uma base interessante e parece haver um cuidado para oferecer bons jogos ao público. Seria um milagre ela conseguir concorrer com a NFL ou mesmo atrapalhar a NBA, a NHL ou a MLB, mas ela pode se estabelecer como uma liga de desenvolvimento, dando uma segunda chance a dezenas de atletas de potencial que são dispensados da NFL ou ficam de fora do draft e que, hoje, só têm na Canadian Football League uma alternativa de seguirem suas carreiras.

Fonte: Ubiratan Leal

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O que é e o que podemos esperar da AAF, a nova liga profissional de futebol americano?

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Como os Beatles invadiram um jogo de futebol americano há 60 anos

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Beatles deixam campo em clipe de American Pie
Beatles deixam campo em clipe de American Pie Reprodução

Os Beatles estão no meio do campo. É intervalo de uma partida de futebol americano e eles animam a torcida com uma marcha. O público tentou entrar para dançar, mas não foi possível porque os jogadores queriam entrar logo no gramado, mesmo com a banda inglesa se negando a sair.

A cena acima parece resultado de um sonho envolvendo o show do intervalo do Super Bowl, os Beatles e uma mente muito imaginativa. Mas, em no universo alternativo regido pelos clássicos do rock, isso tudo aconteceu. Foi em 3 de fevereiro de 1959, data que completou 60 anos enquanto New England Patriots e Los Angeles Rams disputavam o Super Bowl de verdade.

Bem, mas como é possível os Beatles tocarem em um jogo de futebol americano de 1959 se a primeira turnê norte-americana da banda ocorreu apenas em 1964? Aliás, como é possível os Beatles tocarem em um jogo de futebol americano de 1959 se a banda só foi formada em 1960? Então acompanha o raciocínio.

Três de fevereiro de 1959 é uma data histórica no rock. Uma data triste. Na noite daquele dia, Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper Richardson viajavam em um pequeno avião entre uma apresentação e outra no Meio-Oeste americano. O tempo era ruim e o piloto não tinha a formação adequada para navegar apenas por instrumentos. A aeronave caiu em Clear Lake, estado de Iowa. Ninguém sobreviveu.

A melhor definição para o impacto do acidente veio apenas 12 anos depois. Don McLean, um adolescente na época da tragédia e grande fã de Buddy Holly, compôs em 1971 o épico “American Pie”, em que chama o 3 de fevereiro de 1959 de “o dia em que a música morreu”. Desde então, é assim que a data é conhecida até hoje.


Em “American Pie”, McLean descreve diversas cenas cotidianas dos Estados Unidos da década de 1950, com pessoas levando suas vidas normais sem imaginar que, naquele dia, a música morreria. Uma das cenas era uma partida de futebol americano. Não fica claro se é um jogo profissional, universitário ou escolar, nem em que cidade ele teria ocorrido:

“The players tried for a forward pass / With the jester on the sidelines in a cast / Now the half-time air was sweet perfume / While sergeants played a marching tune / We all got up to dance / Oh, but we never got the chance / 'Cause the players tried to take the field / The marching band refused to yield / Do you recall what was revealed / The day the music died?”

Tradução livre:

“Os jogadores tentaram um passe para frente / Com o animador na lateral do campo / Agora o ar do primeiro tempo tinha passado / Enquanto os sargentos tocavam uma marcha / Todos nós levantamos para dançar / Oh, mas nós nunca tivemos chance / Porque os jogadores tentaram tomar o campo / A banda se recusou a parar / Você se lembra o que foi revelado / No dia que a música morreu?”

Os “sargentos” eram os Sargeant Peppers, os Beatles. E, pela cronologia do terceiro parágrafo desse texto, fica óbvio que a banda de Liverpool não estava nos Estados Unidos tocando no intervalo de um jogo de futebol americano em fevereiro de 1959. Mas “American Pie” vai mais além do “dia em que a música morreu”. A canção usa as cenas cotidianas dos anos 50 como pano de fundo para diversas referências referências que acabam traçando a trajetória da música e a agitação cultural da virada da década de 1960 e 70.

O futebol americano era mais que um jogo. Era a juventude tentando se fazer ouvir e protestar em movimentos em favor dos direitos das mulheres, contra o racismo e contra a guerra. O animador do lado de fora era Bob Dylan (que ficou ficou recluso em 1966 após sofrer um acidente), os sargentos eram os Beatles, que entravam em ação como a voz da geração e agitavam os manifestantes. Os jogadores que tentavam expulsar quem curtia a música eram as autoridades buscando tomar as ruas de volta.

McLean nunca deixou completamente claro o que quis dizer em cada verso de “American Pie” e interpretações diferentes se espalharam. De qualquer modo, em 1989 foi gravado um clipe para a música que deixava claro que os sargentos eram os Beatles (a partir de 4:00 no vídeo acima).

Obs.: “American Pie” foi regravada em versão reduzida por Madonna em 2000. O trecho que menciona a partida de futebol americano foi cortado. Em 2005, enfim os Beatles realmente entraram em um jogo de futebol americano, ainda que indiretamente. Paul McCartney, um dos líderes da banda, foi a atração do intervalo do Super Bowl 39 com um repertório composto apenas por músicas dos Beatles (“Drive My Car”, “Get Back”, “Live and Let Die” e “Hey Jude”). Os jogadores não precisaram expulsá-lo para retomar a partida, em que os Patriots venceram o Philadelphia Eagles por 24 a 21.

Fonte: Ubiratan Leal

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Super Bowl exibe comercial em que Sam Gordon aparece ao lado de lendas do esporte

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Sam Gordon no comercial do Super Bowl
Sam Gordon no comercial do Super Bowl Youtube: NFL

Você se lembra da Sam Gordon? Contei a história dela aqui no blog.

Pois bem, além de tudo que essa menina já fez e tem feito pelo futebol americano nos Estados Unidos e de todo reconhecimento recebido, dessa vez ela conseguiu ainda mais: fazer parte de um comercial que foi exibido nesse último domingo dia 4, durante o Super Bowl, com diversos jogadores e lendas do futebol americano.


Para quem não sabe, os comerciais durante o Super Bowl são um evento a parte, e tão aguardados pelo público quanto o jogo. Afinal, os anunciantes pagam a bagatela de US$ 5 milhões de dólares por 30 segundos de comercial, ou seja, eles capricham nas ideias para fazer valer todo esse investimento!

Sam Gordon foi convidada para participar de um comercial de 2 minutos que incluía gerações dos melhores jogadores de todos os tempos da NFL, chamado “O jogo de 100 anos”.

A propaganda reuniu 44 dos melhores atletas do passado e presente, e trata de uma cerimônia de gala que celebra a 100ª temporada a NFL, mas acaba se tornando um jogo depois que uma bola dourada cai de cima do bolo, derrubada por ninguém mais ninguém menos que Marshall Lynch, atual running back do Oakland Raiders.

Gordon aparece quase no final, com a bola na mão, quando o cornerback do San Francisco 49ers pede a bola, e ela diz: “Você quer a bola? Então vem pegar!”, quebrando tackles do jogador e passando para Saquon Barkley.

Veja você mesmo que fantástico:


O comercial tem como objetivo celebrar 100 anos dos grandes jogadores e contou com nomes como Marshawn Lynch, Peyton Manning, Joe Montana, Deion Sanders, Emmith Smith, Tom Brady, Von Miller, JJ Watt, Odell Beckham Jr e muitos mais.

“É incrível pensar que estou em um comercial do Super Bowl com todos essas lendas do futebol, e ter esse momento onde eu pego a bola, e falo com essas outras estrelas, é maravilhoso me ver entre eles!”, diz Gordon.

O comercial ficou em primeiro lugar no USA Today’s Ad Meter, que classifica os anúncios do Super Bowl baseado na avaliação do público. Recebeu nota 7.69 de 10.

Como disse Sam: “Sabe, chega uma hora que você pensa, como serão os próximos 100 anos de futebol? E eles focam em uma garota e em um rookie. Ok, nos próximos 100 anos, vamos ver o crescimento da participação de garotas no futebol”.

Gordon continua inspirando e lutando por mais oportunidades para garotas no esporte. Com relação a seus objetivos no futuro, diz que quer continuar crescendo sua liga, a Utah Girls Tackle Football League, conseguir que sejam criados programas de futebol para garotas nas escolas de Utah (onde vive) e quem sabe, em todo o país!”.

Fonte: Paula Ivoglo

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Super Bowl exibe comercial em que Sam Gordon aparece ao lado de lendas do esporte

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New England Patriots presenteia quarterback que sofria bullying na escola por ser menina

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Dejah Rondeau com os ingressos do Super Bowl
Dejah Rondeau com os ingressos do Super Bowl Twitter New England Patriots

Dejah Rondeau só queria uma chance de provar em campo, que era tão forte quanto os garotos, mental e fisicamente.

Rondeau, uma aluna do 7º ano, ganhou a posição de quarterback na equipe – só de meninos – em sua escola Exeter Seahawks depois que o QB titular se machucou.

“Meu pai amava futebol americano e assistia sempre comigo, então eu sempre amei o esporte e implorei por anos para poder jogar”, disse Rondeau, que antes de poder jogar, tinha uma pessoa que precisava convencer: sua mãe, Nichole Brock.

“Eu pedi para ela me escrever uma carta explicando porque ela queria jogar”, disse Brock. “Ela disse que isso a faria ser a garota mais feliz do mundo, e que seria a primeira mulher quarterback a conseguir uma bolsa de estudos e jogar na NFL.”

Seu começo não foi dos melhores. No primeiro jogo, Deejah sofreu um fumble e um safety, além de ser sacada muitas vezes.

Seu técnico, Nick Graham, disse que depois desse jogo, a colocaria na formação shot-gun, deixando-a mais em profundidade para permitir que ela visse mais do campo, e então ela começou a ter mais sucesso, lançando três touchdowns e conseguindo cinco conversões de dois pontos, com seu passe mais longo sendo de 35 jardas.

Mas sua mãe comenta que não era fácil para sua filha ter que entrar em campo sendo a única menina da equipe. Sofria muito bullying por isso, pois ela simplesmente não era aceita. “Ela tem que dar 110% em campo, enquanto outros dão apenas 50%”, diz Brock. “Mas se tornar uma quarterback foi a melhor coisa que podia ter acontecido, ela se esforça muito!”.

Seu técnico concorda, afinal, a viu crescer e evoluir não apenas como jogadora, mas como líder e grande colega de equipe.

“Depois de um primeiro jogo muito difícil, eu disse a ela que quarterbacks não podem ter muitas emoções, nem para mais nem para menos, tem que saber equilibrar. Esqueça a última jogada e siga em frente. Ela me permitiu treiná-la.”

Rondeau usa a camisa 11 em homenagem a seu jogador favorito, Julian Edelman, wide receiver do New England Patriots, que também jogou como quarterback no colégio e na Universidade de Kent State.  Ela participou até do camp para jovens jogadores comandado por Edelman.

Depois de saberem que Rondeau sofria bullying na escola por jogar futebol, os Patriots quiseram encorajá-la a continuar seguindo seus sonhos.

Foi surpreendida com um tour na sala dos troféus com o dono da franquia, Robert Kraft, e teve a oportunidade de passar um tempo com Julian Edelman.

Mas a surpresa maior veio no final: diretamente das mãos de seu ídolo, ganhou dois ingressos para assistir o Super Bowl neste domingo.

Veja o vídeo publicado na página do New England Patriots, onde Edelman diz que tem um respeito enorme por ela, por ter enfrentando as adversidades, ignorando o barulho e seguindo em frente.


Certamente um momento que marcou a vida de Rondeau e que dará ainda mais força para continuar seguindo seus sonhos e fazendo o que ama: jogar futebol.

O Super Bowl entre o New England Patriots do veterano Tom BradyLos Angeles Rams, acontece neste domingo (3 de fevereiro), a partir das 21h (horário de Brasília), e terá transmissão exclusiva direto de Atlanta pelos canais ESPN e WatchESPN.


Fonte: Paula Ivoglo

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A Patrick Mahomes do futebol americano feminino

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Patrick Mahomes e Brooke Liebsch
Patrick Mahomes e Brooke Liebsch Redes Sociais


Já se foi a época em que acusar alguém de fazer algo “como uma garota” deixou de ser ofensa ou demérito, mas essa quarterback tem tido elogios para deixar qualquer um com inveja: dizem que ela lança como Patrick Mahomes. Brooke Liebsch tem 18 anos e joga como quarterback desde a escola. Ela está prestes a começar sua segunda temporada na liga de futebol feminina semiprofissional.

Brooke lança verdadeiras bombas desde o primário, e agora tem ganhado bastante notoriedade no mundo do futebol americano.

O quarterback dos Chiefs, Patrick Mahomes, é seu herói, e agora eles têm outra coisa em comum: os dois estrelaram uma propaganda da NFL. Se você tem assistido os playoffs da NFL, provavelmente viu Liebsch. Ela fez uma ponta no comercial que tem Patrick Mahomes e teve a chance de conhecer seu ídolo.

“É maravilhoso”, disse Liebsch. “É difícil de acreditar que sou eu na TV.”

O comercial, que começa com uma equipe de futebol americano do highschool nos vestiários cantando “We Ready” traz novas caras do futebol, além de Mahomes e também Liebsch, se aquecendo em campo com seu uniforme.


Tudo começou com um telefonema de Nova York três semanas atrás: “Temos uma vaga para um comercial de playoffs da NFL. Você gostaria de participar?". E ela respondeu: "Claro que sim”.

Brooke no comercial da NFL
Brooke no comercial da NFL Cortesia NFL

Desde que se inscreveu para o Pop Warner* em 2010, essa garota vem chamando atenção: “Na inscrição, me perguntaram se eu estava me candidatando para cheerleader, eu disse: 'não, eu vou joga futebol'”, conta.

Por três anos jogou como wide receiver e cornerback. Em 2013, quando estava jogando com seu treinador, ele percebeu que ela podia lançar a bola bem longe. Foi daquele momento em diante que virou a quarterback da equipe.

Desde o highschool, na Liberty North Highschool, sua posição é de quarterback, no time de garotos, e foi a única garota a ter esse feito em sua escola. Também foi a primeira garota a participar do US National Team Development Games com 350 garotos.


Desde os 10 anos, seus colegas de equipe sempre foram meninos e nunca recebeu qualquer tipo de tratamento especial ou diferente por jogar com eles, sempre foi tratada apenas como qualquer outra pessoa, tanto na hora do condicionamento físico, quanto de treinos e jogos.

Seu lema é “Nunca Desista”, que está tatuado em seu braço junto com o número 15, em vermelho (número de Mahomes e seu número esse ano). Liebsch entrou no time feminino semi-profissional ano passado e se tornou a jogadora mais jovem a estar na Women’s Football Alliance.

Quando encontrou Mahomes mês passado, conversou com ele sobre futebol e lhe mostrou um video com seus melhores momentos: “Foi a melhor experiência e eu não quero esquecer nunca”, assumiu.

Na temporada de 2019, que começa em abril, Liebsch jogará como quarterback pelo Denver Mile High Blaze, e está determinada a mostrar ao mundo porquê alguns a chamam de Mahomes do futebol feminino.


Enquanto isso, poderemos ver Patrick Mahomes brilhando em campo, disputando o título da Conferência Americana (AFC) nesse domingo à partir das 21h30, contra o New England Patriots, do quarterback veterano Tom Brady. Quem será que leva a melhor? Não perca essa partida fantástica com exclusividade nos canais ESPN e WatchESPN.

*Pop Warner Little Scholars (PWLS): é uma organização sem fins lucrativos que promove programas de futebol, torcida e dança para jovens em diversos estados e países ao redor do mundo. Com aproximadamente 325.000 jovens participantes com idades entre 5 e 16 anos, Pop Warner é o maior programa da modalidade no mundo.

Fonte: Paula Ivoglo

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Patriots chegam à oitava final de conferência seguida. Quão rara é essa marca nas ligas americanas?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal

Tom Brady vai a sua oitava final seguida da AFC
Tom Brady vai a sua oitava final seguida da AFC Reprodução/EA Sports

A vitória foi tão tranquila que soou a constrangedora. O New England Patriots fez 41 a 28 - sendo que estava 38 a 7 no meio do terceiro período, quando o time puxou o freio de mão - no Los Angeles Chargers e conquistou a vaga na final da Conferência Americana. A oitava vaga seguida. Mais do que os seis Super Bowls no século ou as três presenças na finalíssima em quatro anos, essa série de oito finais da AFC dão a real dimensão da dinastia da equipe de Boston.

São oito anos seguidos ficando entre os quatro melhores da NFL, uma liga feita - do sistema de draft ao teto salarial e ao mata-mata em jogo único - para ter equilíbrio técnico entre as franquias. É uma marca inédita, e que dificilmente será alcançada. A outra grande sequência de finais de conferência na NFL tem 41 anos de idade: cinco seguidas do Oakland Raiders (1974-78) na Americana. Outras passaram perto, mas também são de décadas atrás: Dallas Cowboys fez dez finais da NFC em 13 anos (1971-83, mas com um máximo de quatro seguidas nesse período), o San Francisco 49ers fez seis da NFC em sete (1989-95, mas com duas séries de três), o Pittsburgh Steelers chegou a seis da AFC em oito (1973-80) e Los Angeles Rams (1975-80 na NFC) e Buffalo Bills (1989-94 na NFC) têm cinco em seis temporadas.

Mas, e se compararmos a dinastia dos Patriots com as das outras grandes ligas norte-americanas? Há precedentes?

Sim, há, mas são poucos. E o torcedor de Boston não ficará triste em saber a resposta.

A maior sequência da história é do Boston Celtics na Conferência Leste da NBA, com 13 finais seguidas entre 1957 e 69. O mais incrível é que foram 12 vitórias nas finais do leste e e 11 títulos da NBA no período. A dinastia é, na verdade, ainda maior, porque os Celtics não foram à final em 1956 (Syracuse Nationals, atual Philadelphia 76ers, contra Philadelphia Warriors, atual Golden State Warriors), mas chegaram nos três anos anteriores. Ou seja, 16 finais em 17 anos.

Três franquias dividem a segunda posição em finais de conferências seguidas, com oito. A primeira é o Los Angeles Lakers de 1982 a 89, time do Showtime de Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e Pat Riley no Oeste da NBA. A marca foi igualada pelo Atlanta Braves de Greg Maddux, Chipper Jones e Bobby Cox entre 1991 a 99 (são nove temporadas, mas não houve playoffs em 1994 por causa de greve que suspendeu o campeonato no meio) na Liga Nacional da MLB. E, agora, os Patriots de Tom Brady e Bill Belichick desde 2012.

Larry Bird e Magic Johnson - NBA Final 1987
Larry Bird e Magic Johnson - NBA Final 1987 Getty

Depois disso, 12 equipes conseguiram chegar a seis ou cinco finais de conferência seguidas. Os Lakers tiveram três dessas séries, quase emendadas: cinco entre 1951 e 55 (ainda em Minneapolis), cinco entre 1959 e 63 e seis entre 1968 e 73. No total, os Lakers chegaram a 20 finais do Oeste em um período de 25 anos.

Outras séries de finais de conferência*:

- St Louis Hawks (atual Atlanta), seis decisões do Oeste da NBA entre 1956 e 61, dentro de um período de 11 decisões em 13 anos;
- New York Knicks, seis finais do Leste da NBA entre 1969 e 74 e cinco finais entre 1949 e 53;
- Detroit Pistons, seis finais do Leste da NBA entre 2003 e 08 e cinco entre 1987 e 91;
- Oakland Athletics, cinco finais da Liga Americana da MLB entre 1971 e 75;
- Boston Celtics, cinco finais do Leste da NBA entre 1972 e 76 e outras cinco entre 1984 e 88;
- Oakland Raiders, as cinco da AFC mencionadas no segundo parágrafo.

O leitor atento percebeu que não houve menção à NHL. É que o hóquei no gelo faz jus à fama de mata-mata mais imprevisível das grandes ligas, com nenhum caso de equipe chegando a cinco finais seguidas de conferência desde que elas foram criadas, em 1982. Os dois casos que mais se aproximaram foi do Edmonton Oilers, com oito finais do Oeste em dez anos (1983-92), e do Colorado Avalanche, com seis finais do Oeste em sete temporadas (1996-2002).

* Warriors e Cleveland Cavaliers podem integrar esta lista na atual temporada. Ambos estão com quatro finais seguidas em suas conferências na NBA. Na MLB, o Los Angeles Dodgers tem três finais seguidas na Liga Nacional. Na NHL, Washington Capitals, Tampa Bay Lightning, Vegas Golden Knights e Winnipeg Jets, os quatro finalistas de conferência da temporada passada, têm uma "série" (aspas de ironia) de uma final, ainda que o Lightning tenha chegado em três decisões do Leste nos últimos quatro anos.

Fonte: Ubiratan Leal

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Cabelo preso, parafusos no punho e maquiada, sim: saiba quem é Sarah Thomas, a 1ª árbitra dos playoffs da NFL

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Sarah Thomas
Sarah Thomas Getty Images

Mais de dez anos atrás, Sarah Thomas estava se sentindo sem perspectivas em sua carreira de árbitra. Apitava jogos no high school, e não havia nenhuma mulher nessa posição na liga profissional. Sempre lhe diziam que nunca contratariam uma mulher - nem para o college. 

Mas em um jogo, tudo mudou!

Era uma final de campeonato, e o scout da NFL Joe Haynes estava lá. Ele gostou do que Sarah fez em campo e a colocou em contato com o árbitro aposentado, Gerald Austin, que a contratou para o college e mudou sua carreira. 

Muitos anos e muito trabalho depois, Thomas se tornou a primeira mulher a trabalhar como árbitra da NFL. Seu jogo de estreia foi entre Kansas City Chiefs e Houston Texans, em setembro de 2015.

Sarah Thomas com o treinador do Pittsburgh Steelers, Mike Tomlin Getty Images
Sarah Thomas com o treinador do Pittsburgh Steelers, Mike Tomlin Getty Images Getty Images

Após fazer história em 2015, agora Sarah Thomas será a primeira mulher a fazer parte da equipe de arbitragem em um jogo de playoffs. A equipe será de Ron Torbert, na partida entre Los Angeles Chargers e New England Patriots neste domingo (13), no Gillette Stadium, em Boston, por uma das duas semifinais da Conferência Americana (AFC), que você acompanha na ESPN e no WatchESPN, AO VIVO, a partir das 16h (horário de Brasília).

Thomas começou sua carreira em 1996, quando foi com seu irmão em um curso para árbitros e, atualmente, está em sua quarta temporada na liga, na qual trabalha como down judge*, depois de começar como line judge.

Casada e mãe de três filhos, tem muito apoio da família e compreensão, afinal sua profissão demanda que viaje muito durante a temporada, mas consegue conciliar sua vida profissional e pessoal sem problemas.

Sarah Thomas em um jogo do Detroit Lions Getty Images
Sarah Thomas em um jogo do Detroit Lions Getty Images Getty Images

Apesar de ser a primeira mulher exercendo essa função, Sarah diz que não teve muitos problemas em campo por ser uma mulher: “Todos são muito profissionais e olham para mim como qualquer outro juiz”, disse. 

Ainda em 2007, seu “mentor”, Gerald Austin, sugeriu que Sarah escondesse o rabo de cavalo que faz no cabelo embaixo do boné e não usasse maquiagem. Apesar de não aceitar o conselho sobre a maquiagem, ela entendeu o motivo pelo qual ele disse isso: “Você quer ser reconhecida como qualquer outro árbitro, e não como uma 'árbitra feminina', pois isso te coloca em uma categoria separada”, disse Sarah. “Não quero fazer nada que exalte isso, então, quando um técnico me olhar, ele vai ver apenas um 'árbitro' e nada mais”, completou a árbitra.

Mesmo tendo que esconder seu cabelo e moderar na maquiagem, diz que nunca sentiu nenhuma resistência: “Cresci com irmãos [homens], joguei na liga de basquete masculina, nunca permiti que meu gênero fosse motivo para que as pessoas agissem ou me tratassem de maneira diferente. Se eles têm algum problema comigo, é um problema deles, não meu”, diz Sarah.

Sarah Thomas
Sarah Thomas Getty Images

Sarah sempre passa muito tempo estudando e aprendendo. Assiste diversas vezes as jogadas para continuar melhorando, tem cuidados especiais com sua alimentação e pratica exercícios físicos com regularidade, afinal um down judge tem que se movimentar muito em campo para acompanhar as jogadas. Ela tem objetivos grandes na carreira, como ser árbitra de um Super Bowl, mas, enquanto isso, procura garantir a longevidade de sua atividade na NFL.

Apesar de ser a única mulher como árbitra na liga, várias outras mulheres já estão seguindo seu caminho: “O que eu aprendi nesse tempo todo é que você deve fazer algo porque ama, sem esperar reconhecimento. Se você trabalhar duro, o reconhecimento virá. Você tem que acreditar em si mesmo”, afirmou.

Tanta personalidade e persistência refletem em campo, até de maneira física: na semana 15 da temporada 2016/2017, no jogo entre Minnesota Vikings e Green Bay Packers, o tight end Kyle Rudolph recebeu um passe na sideline, levou um tackle do safety Morgan Burnett e acabou colidindo com Sarah, que caiu e quebrou um dos punhos. Foi para os vestiários, fez um raio-x, colocou uma tala e voltou a campo para terminar a partida. Após o incidente, teve que colocar uma placa e 8 parafusos para consertar o estrago.

Sarah sempre tentou fazer seu trabalho da mesma maneira que os árbitros faziam, com muita dedicação, sem tentar provar nada para ninguém, afinal, essa lista não acabaria nunca: “Sempre terá alguém dizendo ‘ela não é boa o suficiente’, ‘só está aqui por causa disso ou daquilo’, e por aí vai. Só estou aqui para fazer meu trabalho e fazê-lo bem. Eu me esforço para conseguir a perfeição, assim como todos os árbitros que dão seu melhor em campo, e não para se provarem. Assim como os outros, faço meu trabalho para não me envergonhar ou envergonhar a liga ou, mais importante ainda, ser fator determinante em um jogo”.

Com tanta experiência e dedicação, Sarah vem quebrando paradigmas e sendo um exemplo de determinação.  Ficamos na torcida para que ela escreva mais um capítulo de sua história na NFL, atingindo seu maior objetivo como árbitra de uma partida de Super Bowl, afinal, não devemos limitar nossos desafios, mas, sim, desafiar nossos limites!

Sarah na frente do ginásio do colégio em sua cidade natal, Pascagoula, MS, que foi renomeado em sua homenagem.
Sarah na frente do ginásio do colégio em sua cidade natal, Pascagoula, MS, que foi renomeado em sua homenagem. Pinterest

*Down Judge:

Posicionamento dos árbitros em campo da NFL
Posicionamento dos árbitros em campo da NFL NFL Operations

Down judge e line judge são os dois juízes que ficam nas extremidades da linha de scrimmage, um do lado oposto ao outro.

Um down judge tem a função de observar a linha de scrimmage, direcionar a equipe que faz a marcação de jardas, verificar se houve offside ou encroachment, julgar jogadas na sideline próximas a ele, contar jogadores ofensivos em campo, informar o juiz da descida em questão, determinar quando e se um jogador está fora de campo, marcar avanço do corredor, observar o recebedor mais próximo por 7 jardas até o jogador já esteja livre para contato legal dos defensive backs, observar interferência do passe, regras de faltas envolvendo bloqueadores e defensores em trick plays.

Fonte: Paula Ivoglo

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Cabelo preso, parafusos no punho e maquiada, sim: saiba quem é Sarah Thomas, a 1ª árbitra dos playoffs da NFL

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Kyler Murray vai mesmo trocar a NFL pela MLB?

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Murray em ação pelos Sooners
Murray em ação pelos Sooners Getty

Não há muito o que se fazer quando seu time toma 28 a 0 da melhor defesa do campeonato logo no início do segundo quarto. Foi esse o cenário que Kyler Murray, quarterback do Oklahoma Sooners, enfrentou nas semifinais do futebol americano universitário contra o Alabama Crimson Tide. Depois desse início catastrófico, seu desempenho foi bom, terminando com dois passes para touchdown e 308 jardas aéreas. Mas não foi suficiente. Os Sooners perderam por 45 a 34 e Murray pode ter feito sua última partida de futebol americano em alto nível antes de se dedicar exclusivamente ao beisebol. Será mesmo?

Como as temporadas escolares das duas modalidades não se chocam, muitos jovens atuam nos dois esportes no ensino médio e alguns conseguem manter essa versatilidade na NCAA. Como os atletas não precisam se inscrever para o draft da MLB (ou seja, podem rejeitar a oferta) e há dezenas - sim, dezenas - de rodadas, é comum o beisebol recrutar atletas que se dedicam ao futebol americano. Há diversos casos famosos, entre eles Tom Brady (Montréal Expos), John Elway (Kansas City Royals e New York Yankees), Jameis Winston (Texas Rangers), Colin Kaepernick (Chicago Cubs), Golden Tate (Arizona Diamondbacks e San Francisco Giants) e Dan Marino (Kansas City Royals). Esses preferiram o chamado da NFL ou seguir no futebol americano universitário ainda esperando a NFL.

Em junho deste ano, o Oakland Athletics draftou na nona posição geral o defensor externo Kyler Murray, da Universidade de Oklahoma. Ele vinha de uma ótima temporada, com aproveitamento de 29,6% de aproveitamento, 10 home runs, 10 bases roubadas e 47 corridas impulsionadas em 51 jogos. Murray também era (ou ainda é?) o quarterback do time de futebol americano. Ele aceitou o contrato com bônus (equivalente às luvas adotadas no futebol brasileiro) de US$ 4,66 milhões para se profissionalizar no beisebol, desde que pudesse pular algumas etapas preparatórias para os recém-draftados para jogar uma última temporada com a bola oval.

Em teoria, Murray se tornou um atleta profissional de beisebol. Ele já anunciou que, em fevereiro, deve se apresentar ao centro de treinamento dos A’s no Arizona para a pré-temporada. A partir daí, teria início sua carreira no beisebol. E o fim dela no futebol americano.

Há bons motivos para essa escolha. Na MLB, o dinheiro é garantido: 100% do que for assinado vai parar na conta do jogador (na NFL, ele deixa de receber uma parte se for dispensado do time), a carreira é normalmente mais longa e a média salarial é mais alta. Além disso, analistas consideram seu potencial no beisebol maior do que no futebol americano. Por fim, pode haver uma questão de preservação física.

No entanto, a temporada espetacular - coroada com a conquista do prestigioso Troféu Heisman, dado ao melhor jogador do futebol americano universitário no ano - fez Murray balançar. O desempenho fez que seu potencial no futebol americano fosse reavaliado, e se equiparasse ao do beisebol. Ele ainda é visto como um quarterback baixo para a NFL (tem 1,78 de altura), mas já há analistas que consideram que seu talento natural pode ser suficiente para ele se consolidar na liga, como ocorre com Drew Brees e Russell Wilson.

Obs.: Russell Wilson traçou um caminho intermediário entre as duas ligas. Foi draftado pela MLB e decidiu se dedicar ao beisebol. Fez duas temporadas fracas nas ligas menores do Colorado Rockies e desistiu do beisebol, aproveitando que ainda era elegível pela NCAA para retornar ao futebol americano universitário. Seu registro e seu vínculo como atleta profissional na MLB ainda existe, e seus direitos foram negociados pelo Texas Rangers e, no início deste ano, com o New York Yankees. Assim, ele se apresenta à pré-temporada para manter a forma, fazer umas ações de marketing e dar palestras aos colegas de beisebol sobre o duro caminho para se tornar um atleta de sucesso.

Isso muda algumas questões, sobretudo no ganho financeiro imediato. Se Murray for draftado na primeira rodada da NFL, ele terá um bônus contratual mais alto do que os US$ 4,66 recebidos dos A’s e ainda há uma possibilidade enorme de receber um bom contrato de patrocínio de um fabricante de material esportivo (nessa área, a NFL traz muito mais dinheiro que a MLB). O ganho em longo prazo talvez seja menor, pois seria uma carreira provavelmente mais curta e com salários mais baixos, mas o futebol americano traria mais dinheiro nesse início de carreira profissional.

Scott Boras, empresário de jogadores mais importante do beisebol e agente de Murray, disse no início do mês que a escolha pela MLB é definitiva. Dias depois, mudou o tom e deu a entender que ainda havia a possibilidade de o cliente ficar no futebol americano. No momento, é essa a posição: teoricamente ele vai ao beisebol, mas ainda pode tentar o futebol americano.

O prazo para inscrição de jogadores no draft da NFL é 14 de janeiro. Até essa data ficará claro o que Murray fará. Se ele não se inscrever, é quase definitivo que ficou exclusivamente no beisebol. Se ele se inscrever, há dois caminhos: ele desiste do beisebol (e devolve o bônus contratual ao Oakland Athletics) ou tenta se tornar um atleta profissional nas duas modalidades.

A segunda opção é a mais deliciosa de imaginar, seria uma nova versão de Bo Jackson e Deion Sanders e Bo Jackson, que brilharam nas duas ligas ao mesmo tempo nas décadas de 1980 e 90. Dificilmente as equipes das duas ligas permitiram. Por isso, meu palpite é que ele tentará um meio-termo. Inicia a pré-temporada do beisebol normalmente, até joga na equipe de liga menor que lhe designarem. Quando ocorrer o draft da NFL, no final de abril, ele verá qual seu cenário no futebol americano - valor do contrato, nível do time em que caiu, potencial de crescimento e potencial de jogar imediatamente - e escolherá entre uma modalidade ou outra.

Fonte: Ubiratan Leal

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Kyler Murray vai mesmo trocar a NFL pela MLB?

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Ela descobriu um dos grandes jogadores dos Jets; a 1ª scouter e seu amor pelo futebol americano

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo
Connie Carberg
Connie Carberg Redes Sociais

Uma tomboy, é assim que Connie Carberg se definia quando criança! Tomboy é o termo utilizado quando uma menina apresenta características e comportamentos considerados tipicamente masculinos, que surgiu na década de 20 quando a estilista Chanel começou a introduzir a alfaiataria nas produções femininas.

Carberg, nascida na década de 50 - uma época em que as mulheres não tinham tanto espaço -  adorava esportes de uma forma geral, e o futebol sempre foi sua maior paixão! Quando tinha 12 anos, seu pai começou a trabalhar como médico do New York Jets (que era New York Titans na época). Era tudo o que ela precisava! Começou a ir a todos os jogos com sua família, cresceu rodeada por jogadores, técnicos, e todos os assuntos que envolviam futebol, e sempre ficava atenta para aprender o máximo que podia.

Ela costumava fazer seus próprios mock drafts, com informações retiradas de revistas, jornais e programas de televisão. Durante 5 anos, sentava com o treinador de sua escola durante os jogos e perguntava sobre tudo que ele estava vendo, não apenas a jogada de uma maneira geral.

Depois de alguns anos, já na fase da faculdade, foi estudar em outra cidade devido a uma bolsa que conseguiu, em uma escola só de meninas, onde acabou jogando basquete por dois anos, mas sentia que estava faltando algo em sua vida, e então decidiu se transferir para Ohio State e passou a acompanhar todos os jogos e treinos da Ohio State Football.

Woody Hayes era o técnico na época, e não só permitiu, como incentivou que Connie participasse de todos os treinos, fossem eles abertos ou fechados, pois via a paixão pelo esporte nos olhos dessa jovem garota!

Connie vestindo seu presente de 7 anos de Jets
Connie vestindo seu presente de 7 anos de Jets Arquivo pessoal

Mesmo com todas as portas abertas, a princípio Connie não acreditou em sua paixão e acabou cursando faculdade em uma área completamente diferente da esportiva, algo equivalente a Ciências Sociais. 

Depois de formada, voltou para Nova York, e foi então que o técnico dos Jets, Charley Winner a convidou para ser secretária do novo complexo que estava sendo construído em Long Island. Eles queriam alguém que conhecesse sobre futebol, e Connie era a pessoa perfeita.

Ela não pensou duas vezes, era o trabalho dos sonhos. Logo se tornou a favorita entre os funcionários, jogadores e fãs. Além de recepcionista e das funções relacionadas ao time que desempenhava, ela cozinhava tortas para a equipe, e fazia com que os jogadores fossem até o telefone falar com os torcedores que ligavam. Connie entrava no vestiário e já gritava “Garota de volta – Girl back” tantas vezes que acabou virando seu apelido.

Depois de tanto tempo envolvida, seu chefe Mike Hollaback, junto com Walt Michaels (técnico na época) e o General Manager Al Ward, a convidaram para fazer parte da equipe de scouting e se tornar a primeira mulher a ter essa função na história da liga!

Connie prontamente aceitou, e o que lhe deixa mais orgulhosa até hoje, é o fato de que eles foram até ela, e não o contrário. Diz ainda que pode soar estranho, mas nunca se sentiu uma “mulher tentando invadir o território masculino”. Futebol era apenas algo que ela amava e se sentia confortável a respeito. Sempre achou que as coisas deveriam acontecer por merecimento, e não apenas por ela ser mulher, e o fato de acharem que ela poderia dar conta do recado (e deu), é algo do qual tem extremo orgulho!

O grande touchdown da sua carreira aconteceu entre 1978-79, com o Senior Bowl, um confronto entre o Norte e o Sul, em que técnicos de equipes profissionais treinariam os atletas. Um dos jogadores da linha defensiva (Mike Stennes) se machucou, e o técnico Walt Michaels pediu para Coonie encontrar alguém para substituí-lo. Vale lembrar que o trabalho de scouter na época não era muito fácil, afinal, não havia computadores ou qualquer ajuda tecnológica para análise de vídeos e estatísticas.

Connie com Mark Gastineau
Connie com Mark Gastineau Arquivo pessoal

E lá foi Connie, ler diversos relatórios e assistir muitos e muitos vídeos para identificar um jogador que tivesse as características necessárias para preencher a vaga de pass rusher da defesa, função tão importante. Ela separou 5 e começou a ligar para os candidatos.

Mark Gastineau era um deles, o mais rápido de todos, de East Central Oklahoma, escola bem pequena e estava pronto para jogar, apenas aguardando uma oportunidade, e Connie percebeu que ele tinha talento e estava de fato preparado e ele embarcou no próximo voo para fazer parte da equipe.

Gastineau acabou sendo MVP da defesa do Senior Bowl e foi escolha de 2ª rodada do draft dos Jets no ano seguinte e se tornou um dos grandes pass rushers da história da franquia!

Durante todo esse tempo, Connie diz que nunca se sentiu inferiorizada por ser a única mulher no meio, muito pelo contrário, era respeitada por ser a única com audácia suficiente por querer fazer parte do futebol!

Mas, depois de 2 anos como scouter, foi comunicada que o dono da franquia na época, Sr. Leon Hess não se sentia confortável com uma mulher no cargo, viajando com a equipe. Vale lembrar que isso aconteceu há quase 40 anos atrás, e as coisas eram muito diferentes.

Mesmo não podendo continuar fazendo seu trabalho da maneira que gostaria, por amor ao esporte e ao time, aceitou as novas condições: desempenhava basicamente as mesmas tarefas, mas sem viajar com a equipe. Continuou assistindo vídeos, dando notas, escrevendo relatórios para o draft (e inclusive, era uma das melhores nisso), comparecendo aos treinos e como não havia o Combine na época, entrevistava os mais de 200 jogadores que eram trazidos a cada temporada.

Carberg conhecia tanto de futebol que quando mudou para Flórida com seu marido, poderia ter tentado uma vaga no Miami Dolphins, mas sua lealdade aos Jets era tão grande, que jamais poderia trabalhar para outra equipe. Essa mesma lealdade continua fazendo com que Connie compareça ao training camp dos Jets, ano após ano.

No ano de 2017 Connie lançou o livro “X’e O’s não significam eu te amo: a história não contada da 1ª scouter feminina”, onde conta sua história de vida inspiradora e hora ou outra escreve para seu site.

Em uma época tão diferente, em um ambiente que teria tudo para ser hostil a uma mulher, Connie conquistou merecidamente seu espaço e provou que, se você tem paixão por algo, dedique-se para que quando a oportunidade aparecer, você esteja preparado para dar o seu melhor, independentemente de ser homem, mulher, apenas alguém que ama o que faz, e faz muito bem!

 

Fonte: Paula Ivoglo

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Ela descobriu um dos grandes jogadores dos Jets; a 1ª scouter e seu amor pelo futebol americano

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Sam Gordon, a garota do futebol americano que mudou o jogo

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Sam Gordon uniformizada jogando futebol
Sam Gordon uniformizada jogando futebol Reprodução

Para começar minha coluna oficialmente, resolvi falar de uma garota que eu admiro muito e tive o privilégio de entrevistar: Samantha Gordon!

Gordon ficou famosa há 6 anos devido a um vídeo seu que viralizou na internet, no qual ela jogava futebol americano contra garotos e não só jogava, como dava e quebrava tackles e conseguia longas corridas por entre as defesas, de maneira espetacular!

Antes de continuar, dá uma olhada nesse vídeo para entender do que eu estou falando.


Impressionante né? E o mais impressionante ainda, é que na grande maioria das vezes, ela até jogava com meninos mais velhos!

Depois disso ela ficou tão famosa que foi convidada para assistir um Super Bowl, criou uma liga feminina de futebol americano para meninas do high school americano e ainda foi a primeira mulher a ganhar um prêmio da própria NFL! E detalhe, tudo isso com apenas 15 anos.

Sam Gordon contou que costumava ir aos treinos do seu irmão mais velho, e no final de cada treino, fazia alguns exercícios de corrida, nos quais acabava ganhando de quase todos os meninos do time, mesmo eles sendo 3 anos mais velhos que ela. Depois de um tempo, o técnico começou a fazer disso uma competição, estimulando os garotos a “vencerem a garota”, até que um dia, esse mesmo técnico lhe disse: “Sam, eu realmente acho que você poderia se dar muito bem jogando futebol”, e foi então que ela começou!

Mesmo sendo a melhor nos treinos de agilidade e velocidade, 80 garotos foram escolhidos antes dela para os times principais, mas como Sam mesma disse, sempre acreditou que poderia fazer as mesmas coisas que os garotos, portanto isso nunca a desmotivou: marcou 35 touchdowns, correu para mais de 2.000 jardas e fez 65 tackles.

Em fevereiro de 2013, depois de tanta notoriedade recebida, Sam foi convidada pelo próprio comissário da NFL, Roger Goodell, para assistir o Super Bowl XLVII, e acabou virando celebridade, participando de diversos programas de televisão, comerciais e virando até capa de cereal americano!

Sam Gordon na capa do cereal americano
Sam Gordon na capa do cereal americano Fonte:Reprodução


Certa vez, Sam estava dando uma palestra em uma assembleia escolar e perguntou quantas meninas gostariam de jogar futebol, foi então que praticamente todas levantaram a mão e ela percebeu que sim, garotas também gostam e querem jogar futebol! Foi aí que teve a ideia de criar a Utah Girls Tackle Football League. Conversou com seu pai, que também é técnico, e depois de alguns contatos, fundaram a liga!

Só na primeira temporada, 50 meninas se inscreveram. Atualmente a liga está na sua 5ª temporada e continua crescendo. Para a temporada de 2018, foram 6 distritos, cada distrito com 3 divisões, uma da 5ª/6ª série, outra 7ª/8ª e outra do High School.

Em junho de 2017, Sam e seu pai, junto com outras jogadoras da liga e respectivos pais, entraram com um processo contra 3 escolas locais para exigir que ofereçam programas para garotas jogarem futebol em Salt Lake Valley, baseados na Lei "Title IX" que diz: “Nenhuma pessoa nos EUA, baseado no sexo, pode ser excluída da participação, ser negado o benefício de, ou sujeito a discriminação sob qualquer programa educacional ou atividade de receber assistência financeira federal.” O processo ainda está andamento e teve cobertura nacional.

Em fevereiro de 2018, Sam Gordon foi a primeira mulher a ganhar um prêmio da própria NFL, o NFL Game Changer, em reconhecimento a todo seu trabalho para incluir futebol americano nas escolas americanas, e por mostrar ao mundo que as mulheres também querem jogar futebol.  A premiação ocorreu no evento NFL Honors, que acontece todos os anos antes do Super Bowl e premia os melhores da NFL.

Sam Gordon no NFL Honors
Sam Gordon no NFL Honors AP Images

Atualmente Sam pratica as duas modalidades de futebol: americano e o da bola redonda. Não joga mais contra os meninos, afinal seu tamanho seria muito desproporcional e poderia causar algum risco a sua saúde, mas de qualquer maneira, levantou e carrega até hoje essa bandeira de igualdade nos esportes, e vem fazendo muito mais do que poderia imaginar, quando começou pequenininha, a fazer algo que amava!

Veja a entrevista completa aqui.

Fonte: Paula Ivoglo

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Sam Gordon, a garota do futebol americano que mudou o jogo

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Quais as cidades mais vitoriosas dos esportes americanos

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
Richard Cashin/Icon Sportswire via Getty Images
Richard Cashin/Icon Sportswire via Getty Images David Price e Nathan Eovaldi durante des

Melhor campanha de sua história, seguida de vitórias sobre o maior rival New York Yankees, sobre o então campeão Houston Astros e sobre o então - e novamente - vice-campeão Los Angeles Dodgers. O título de 2018 do Boston Red Sox foi incontestável, e muitos torcedores dos times bostonianos aqui do Brasil já decidiram que é mais um capítulo da história de dominação da cidade sobre as grandes ligas americanas. De fato, New England Patriots e Boston Celtics vivem bom momento, mas isso é suficiente para dizer que essa é a metrópole mais vitoriosa de Estados Unidos e Canadá?

Nada como começar o blog do ESPN League com um ranking. Ou vários, no caso. Afinal, não é tão simples decretar qual a torcida que mais celebra títulos na América do Norte, pois há várias formas de se analisar isso. Por isso, montamos quatro listas, e cada um pode adotar aquela que considerar mais justa.

Cliff Hawkins/Getty Images
Cliff Hawkins/Getty Images New England Patriots se prepara para ent

Algumas observações:

1) A avaliação é por região metropolitana, não por município. Fazer uma lista por município é completamente despropositada nos esportes americanos, pois Arlington, Foxborough, Nova Jersey e Sunrise, por exemplo, só têm times profissionais por questão de sede da arena. Os públicos/mercados de suas equipes são, pela ordem, os de Dallas, Boston, Nova York e Miami. Da mesma forma, Oakland e San Jose ficam na região metropolitana da Baía de São Francisco (chamei de São Francisco/Bay Area para deixar bem claro) e Anaheim na de Los Angeles;

2) Para times que mudaram de sede, os títulos contam para a cidade em que a equipe jogava na época da conquista; 

3) Para o futebol americano, foram contabilizadas as conquistas da NFL e da AFL da era pré-Super Bowl como forma de atenuar o peso das conquistas de MLB e NHL (ligas mais antigas);

4) Contam os títulos de NFL, MLB, NBA, NHL e MLS (que, em algumas cidades, já é a quarta ou terceira liga mais vista), a não ser quando houver indicação de algo diferente.

RANKING 1

Esse é o mais simples: somar os títulos das cinco ligas. Soma direta, sem rodeios.

1) Nova York - 58
2) Boston - 38
3) Chicago - 30
4) Los Angeles - 27
5) Montreal - 26
6) Detroit - 22
7) São Francisco/Bay Area - 20
8) Filadélfia - 17
9) Pittsburgh e Toronto - 16
11) Green Bay e St. Louis - 13
13) Washington - 12
14) Baltimore e Cleveland - 9
16) Minneapolis - 8
17) Dallas, Houston e Miami - 7
20) Denver - 6
21) Cincinnati, Edmonton, Kansas City e San Antonio - 5
25) Ottawa e Seattle - 4
27) Atlanta, Buffalo, Canton, Milwaukee, Portland e Tampa - 2
33) Akron, Calgary, Columbus, Frankfort, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Providence, Raleigh, Rochester, Salt Lake City, San Diego e Syracuse - 1

Toni L. Sandys/The Washington Post via Getty Images
Toni L. Sandys/The Washington Post via Getty Images Alex Ovechkin com a taça em mãos durante

RANKING 2 (apenas século 21)

Muito torcedor - sobretudo no Brasil - não se importa muito se um time X ou Y foi campeão em 1915 ou em 1937. O que vale é o agora, é o período em que o esporte americano entrou no dia a dia do brasileiro. Para esses, os resultados recentes contam mais na hora de escolher um time para torcer ou para ver se a escolha já feita foi boa. Para facilitar o recorte, peguei os títulos deste século (desde 2001).

1) Los Angeles - 12
2) Boston - 11
3) São Francisco/Bay Area - 8
4) Chicago, Pittsburgh e San Antonio - 5
7) Miami e Nova York - 4
9) Denver, Detroit e Houston - 3
12) Baltimore, Filadélfia, Kansas City, St. Louis, Seattle, Tampa e Washington - 2
19) Atlanta, Cleveland, Columbus, Dallas, Green Bay, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Portland, Raleigh, Salt Lake City e Toronto - 1

RANKING 3

Só as quatro ligas mais tradicionais, sem contar a MLS. Los Angeles e Washington não gostam muito dessa versão.

1) Nova York - 58
2) Boston - 38
3) Chicago - 26
4) Montreal - 26
5) Detroit e Los Angeles - 22
7) São Francisco/Bay Area - 18
8) Filadélfia - 17
9) Pittsburgh - 16
10) Toronto - 15
11) St. Louis e Green Bay - 13
13) Baltimore e Cleveland - 9
15) Minneapolis e Washington - 8
17) Dallas e Miami - 7
19) Cincinnati, Denver, Edmonton, Houston e San Antonio - 5
24) Ottawa - 4
25) Kansas City e Seattle - 3
27) Buffalo, Canton, Milwaukee e Tampa - 2
33) Akron, Atlanta, Calgary, Frankfort, Indianápolis, Nova Orleans, Phoenix, Portland, Providence, Raleigh, Rochester, San Diego e Syracuse - 1

Getty Images
Getty Images Nick Foles levanta o Vince Lombardi

RANKING 4

Esse é o mais complicado. O ranking absoluto (o número 1) acaba dando muita força a cidades que tiveram franquias dominantes nas primeiras décadas da MLB, da NHL e da NFL pré-Super Bowl. Cidades de desenvolvimento econômico mais recentes acabam prejudicadas por terem criado times profissionais há menos tempo.

Por isso, montei um ranking que balanceia títulos conquistados com temporadas disputadas pelas equipes, incluindo as franquias já extintas. Assim, cidades que têm clubes há mais tempo ou que têm mais de um clube terão mais chance de levantar o troféu, mas também terão mais oportunidades de frustrar suas torcidas.

Um problema dessa lista é favorecer cidades que têm poucos times, mas vitoriosos (casos claros de Green Bay, Montreal, Edmonton e San Antonio). Assim, restringi apenas a mercados campeões em mais de uma liga ou com ao menos 180 temporadas disputadas na soma de suas equipes.

Admito que esta é minha lista preferida, a que parece mais justa. O número que aparece é o de temporadas disputadas na soma dos times para cada título conquistado. Ou seja, se uma cidade tem um time em cada uma das cinco ligas e está com o índice de 10, isso significa que ela conquista em média um título a cada dois anos.

1) Boston - 11,18
2) Toronto - 11,25
3) Nova York - 12,86
4) Baltimore - 15,11
5) Pittsburgh - 16
6) Los Angeles - 16,11
7) Detroit - 16,23
8) São Francisco/Bay Area - 16,45
9) Chicago - 18,01
10) Miami - 19,71
11) St. Louis - 22,07
12) Filadélfia - 22,71
13) Washington - 23,58
14) Houston - 24,43
15) Denver - 25,71
16) Minneapolis - 26,62
17) Dallas - 28
18) Cleveland - 28,44
19) Portland - 28,5
20) Kansas City - 31,5
21) Seattle - 34
22) Cincinnati - 36,8
23) Tampa - 47,5
24) Milwaukee - 61,5
25) Atlanta - 88,5

Obs.: Se colocarmos todas as cidades, sem restrições, a primeira colocada seria Montreal, com um título a cada 6,11 temporadas, seguida por Green Bay (7,38), Edmonton (7,8) e San Antonio (8,6). Também ficaram de fora pelos critérios de corte Buffalo (60,5), Nova Orleans (73), Indianápolis (82), San Diego (116) e Phoenix (124).

Fonte: Ubiratan Leal

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Quais as cidades mais vitoriosas dos esportes americanos

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Futebol Americano é coisa de mulher sim!

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo
Torcedora do Seattle
Torcedora do Seattle Getty Images

Que a mulherada vem conquistando cada vez mais espaço em áreas normalmente consideradas fora de sua zona, não é novidade para ninguém, certo? E no esporte não é diferente! O que muita gente não sabe é que, apesar de não fazer parte da tradição cultural brasileira, o futebol americano vem crescendo exponencialmente no Brasil. Um estudo realizado pela NFL (liga de futebol americano profissional dos Estados Unidos) afirma que o país possui um público de quase 20 milhões de pessoas que gostam do esporte, ficando atrás apenas do México e do próprio Estados Unidos.

O mais impressionante disso tudo? Aproximadamente, 40% desse público é feminino! Isso mesmo, aproximadamente 8 milhões de mulheres acompanham a liga aqui no Brasil. Números muito expressivos, visto que, no dia a dia, não é tão comum encontrar alguém que acompanhe o esporte. Além disso, muitos ainda têm aquela visão que futebol americano é um bando de brutamontes se batendo ou um jogo que para toda hora.

Primeiro, vamos desmistificar essa ideia. O futebol americano é um dos esportes mais completos e democráticos que existem. Além de exigir uma estratégia absurda para alcançar o objetivo do jogo (que é a conquista de território), o esporte ainda requer habilidades especiais e variadas dos jogadores. Cada equipe possui três times (ataque, defesa e especialistas) e cada um desses times, 11 jogadores de posições específicas. A posição de um jogador varia de acordo com seus atributos, como força, velocidade, agilidade, rapidez, perspicácia, inteligência, capacidade de análise de comportamento. Enfim, muitas informações e variantes que resultam num perfeito quebra cabeças que, quando colocado em prática, propicia um jogo emocionante, até se você não torce para nenhuma equipe.

Torcedoras Patriots e Dolphins
Torcedoras Patriots e Dolphins Getty Images

A emoção do jogo se dá pelo fato de ser algo muito mais complexo do que apenas colocar a bola dentro do gol adversário ou no chão da quadra, por exemplo. E quando eu digo "complexo", não é de uma maneira ruim, mas sim, interessante. Essa complexidade te faz querer entender cada vez mais como as coisas funcionam e se encaixam, já que em campo são apenas 22 jogadores, mas no banco tem mais um monte que se revezam.

Sabemos que nós mulheres temos uma capacidade multi-tarefa incrível de fazer e prestar atenção em N coisas ao mesmo tempo. Isso nos ajuda muito a compreender o futebol americano pois sempre tem muita coisa acontecendo nos dois lados do campo: decisão da jogada do time de ataque, posicionamento das duas equipes, análise dos posicionamentos, momento do snap (que é início da jogada), marcação dos jogadores, movimentação do quarterback (que é o principal jogador do time, responsável por lançar a bola), entre tantas outras.

Quando comecei a acompanhar o esporte, há mais de 10 anos, confesso que demorei um pouquinho para entender todas as regras e principalmente as exceções, mas a base e a dinâmica do jogo são bem simples. Depois, é só ir aprendendo uma regra de cada vez. Uma coisa é certa: Quando você entende, ah... Daí é amor eterno!

Eu particularmente sempre fui muito fã de esporte de uma forma geral, principalmente o futebol convencional. Ainda assim, sentia que precisava ir além, conhecer modalidades diferentes do que predominava aqui, e foi quando o futebol americano surgiu. Jogadores com garra, equipes dando o sangue pela camisa. Um esporte completo. E uma caixinha de surpresas... Afinal, muitos jogos são decididos com o cronômetro já zerado. Haja coração!

Torcedoras Steelers
Torcedoras Steelers Getty Images

Nesse início de relacionamento com o futebol americano, durante muito tempo, me senti uma estranha no ninho ao tentar falar com alguém sobre NFL. Além de pouca gente conhecer o esporte, eu ouvia sempre a mesma pergunta em tom duvidoso: “VOCÊ curte futebol americano? ” Como se, por ser mulher, eu não tivesse “capacidade” para tal.

Por ter trabalhado minha vida toda na área de tecnologia (sou Engenheira de Sistemas), já estava acostumada com certas posturas em ambientes quase 100% masculinos, e o futebol americano acabou sendo mais uma coisa que eu gostava/fazia que era “de homem”.

Com isso, a vontade de criar um espaço para mulheres falarem sobre o esporte sem paradigmas e com conforto, foi crescendo à medida que o amor pelo esporte se intensificava. Mudanças abruptas aconteceram na minha vida e na minha carreira. Depois de um intercâmbio de um ano fora do país, voltei renovada! Tão renovada que não queria mais a minha antiga vida e resolvi fazer o que eu amava de verdade: me dedicar a esse esporte tão incrível. Foi então que criei o NFL de Bolsa, veículo dedicado a abordar e informar tudo sobre futebol americano através dos olhos de uma mulher e com o objetivo de prover acesso rápido e fácil - que se adeque entre as mil e uma tarefas da mulher moderna -  a notícias relevantes sobre a NFL.

Quando fazemos algo que amamos, com toda paixão e dedicação, o reconhecimento vem! Hoje, como a primeira mulher comentarista de futebol americano da TV Brasileira, sou a prova viva de que os clichês são reais: trabalhe com o que você ama, e não precisará trabalhar um dia sequer na sua vida!

E para dividir um pouco mais dessa minha paixão com tantas outras mulheres (e homens também, afinal, amor por esporte não tem gênero), começo aqui meu blog no espnW, onde tratarei dos mais diferentes temas sobre Mulher e NFL!

Seja bem vindo!

Saiba mais sobre a Paula Ivoglo e o NFL de Bolsa nas Redes Sociais:

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NFL de Bola:  Instagram - Twitter - Facebook - Site

Fonte: Paula Ivoglo

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Futebol Americano é coisa de mulher sim!

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Nos 41 anos de Tom Brady, Patriots fazem bolo de 400 kg que o quarterback não come

NFL na ESPN
NFL na ESPN

A sexta-feira é de festa na pré-temporada do New England Patriots.

O quarterback Tom Brady comemora seus 41 anos e, como não poderia ser diferente, recebeu diversas homenagens nas instalações da franquia. Além de placas com o número 12 e cartazes de bodes (trocadilho com Goat, sigla em inglês para "Maior de todos os tempos"), os torcedores foram presenteados com um enorme bolo, de mais de 408 quilos. Veja:

A iguaria, contudo, não deve ser apreciada pelo quarterback. Para fazer o bolo foram usados 2.000 ovos, muita manteiga e leite, sendo que a dieta de Brady veta qualquer tipo de laticínios, além de ter restrições contra farinha e açucar refinado (que também estão presentes na receita de qualquer bolo).

Mas se o jogador não está saboreando o bolo, o mesmo não pode ser dito pelos torcedores que poderão aproveitar um dos 5 mil pedaços que serão distribuídos.

Fonte: ESPN.com.br

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ESPN irá transmitir oito jogos na pré-temporada da NFL; veja quais

NFL na ESPN
NFL na ESPN

A espera está acabando!

A ESPN e WatchESPN irão transmitir oito partidas da pré-temporada da NFL, que começa já no início do mês de agosto. Veja abaixo quais as partidas.

Quinta - 2/8, 21h
Chicago Bears x Baltimore Ravens (ESPN e WatchESPN)

Quinta - 16/8, 21h
New York Jets x Washington Redskins (ESPN e WatchESPN)

Segunda - 20/8, 21h
Baltimore Ravens x Indianapolis Colts (ESPN e WatchESPN)

Quinta - 23/8, 21h
Philadelphia Eagles x Cleveland Browns (ESPN e WatchESPN)

Sexta - 24/08, 21h
Detroit Lions x Tampa Bay Buccaneers (ESPN e WatchESPN)

Sábado - 25/8, 21h
New Orleans Saints x Los Angeles Chargers (ESPN e WatchESPN)

Domingo - 26/8, 17h
Cincinnati Bengals x Buffalo Bills (ESPN e WatchESPN)

Domingo  - 26/8, 21h
Arizona Cardinals x Dallas Cowboys (ESPN e WatchESPN)


Fonte: ESPN.com.br

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Conto de uma noite de Draft nos Estados Unidos, por um torcedor dos Bills

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman


Entre um brinquedo e outro, só pensava se a bateria do celular iria aguentar. O relógio marca 8pm e a carga 30%, vai começar o Draft.

Configurações, bateria, modo pouca energia. Pronto, agora aguenta.

“Vamos na Mansão Assombrada?”. Vai com a mamãe, Vitinho, espero aqui fora. Martina, assusta demais, vamos ficar aqui. Sem vacilar, do alto de seus quase três anos, me responde que tudo bem.

Baker Mayfield, Saquon Barkley, Sam Darnold. O Buffalo já não teria o QB que eu achava ideal (não foi a escolha dos Browns) e também não conseguiu a segunda dos Giants. Daqui a pouco a troca vem!

“Papai, quero fazer cocô”. Nossos olhares se cruzam de maneira dramática. “Agora, Martininha? O Cleveland vai fazer a quarta escolha e daqui a pouco os Bills conseguem algo”.

Minutos angustiantes avançam no tempo. Denzel Ward, Bradley Chubb, Quenton Nelson. Caramba, Josh Rosen e Josh Allen disponíveis ainda.

Já fomos no banheiro, não fiquem angustiados. Toda família segue agora em direção ao castelo da Cinderella. Olho no aplicativo da ESPN, sigo para o Twitter. Sim, temos uma troca.

Obrigado Tampa Bay, finalmente teremos nosso Franchise QB novamente, algo que não acontece desde o lendário Jim Kelly.

Josh... Allen.

Fogos de artifício explodem no céu da Flórida. Sinal dos deuses do futebol americano? Na verdade, apenas a festa diária do Mickey.



“Go Bills!”, ouço novamente.

Os torcedores do Billls estão, indiscutivelmente, entre os mais fanáticos da NFL. E formam uma torcida pequena. Torcedores de times pequenos gostam de mostrar a paixão por seus times em qualquer lugar do mundo e interagem entre si. Muito mais do que os grandes.

Fiquei abismado com a quantidade de camisas do Boston Celtics. Sem falar em New York Yankees, Dallas Cowboys, New England Patriots... Mas eles nem se notam, afinal, são muitos já. Torcedores dos Bills fora de Buffalo viram atração turística.

“Go Bills”, ouço de novo e respondo, como sempre, com a mesma frase. Quase sempre a interação vem seguida de conversa. “Are you from Buffalo?”; “Man, I’m from Brazil” e a explicação sobre o início da torcida pelos Bills - sem entrar nos detalhes das transmissões do Luciano do Valle.

Porque hoje é dia de Draft! #GoBills #NFLnaESPN
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Chegamos no ônibus e o motorista já avisa: torcedores dos Bills no fundo! Somos atração.

“Who did Buffalo draft?”, me pergunta um senhor bigodudo, com cara de sono, no hall de entrada do hotel. Ao ouvir Josh Allen, ele se mostra bastante sincero: “Really?!?!”.

As crianças ainda precisam comer. “Go Bills”, a caixa ao lado grita e mostra o crachá, apontando para sua cidade. Buffalo, lógico.

“Hey, listen to me”. Com o boné de Alabama na cabeça, um homem que aparentava 45 anos vem conversar seriamente comigo. “You have AJ McCarron”. Sim, eu sei, mas escolhemos Josh Allen. “Don’t worry, I’m from Alabama, AJ is very good”. Vamos ver.

Já é tarde, mas ainda vai dar tempo para assistir o restante da primeira rodada do Draft na ESPN. “Man, what did you do???”. A interpelação agora acontece por um torcedor do New York Giants.

Selecionamos o Josh Allen. “I know, but Josh Rosen was available. Why did you do that???”. Apenas sorrio.

Banho nas crianças, dentes escovados e todos dormindo. “Fez o check in do voo?”. Vou fazer, mas espera porque o Baltimore Ravens fez uma troca e pegou a última escolha da primeira rodada. Aposto que vai ser o Lamar Jackson, gosto mais dele do que do Josh Allen. Boa noite.

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