Artilheiro brasileiro e história de 'conto de fadas': conheça o LASK, time que foi da 3ª divisão austríaca a adversário do United na Liga Europa
2012.
Depois de um terceiro lugar na segunda divisão do Campeonato Austríaco, o LASK Linz iria disputar a... terceira divisão!
Em meio a uma situação financeira complicada, o clube não tirou a licença para participar da competição que disputava e, com isso, teve que ir à liga regional. Uma situação delicada para qualquer clube, ainda mais para um que é centenário e está entre os principais de seu país – o LASK foi campeão nacional em 1965.
Foi então que começou a mudança na história recente do clube. O Freunde des LASK (Amigo do LASK, em alemão), um grupo de empresários, assumiu o comando.
“Foi tudo bem planejado, todo mundo contribuindo, por isso que o clube conseguiu se reerguer. Acredito que se continuasse na mão do antigo dono, era para estar com as portas fechadas, esse era o caminho. Ele não estava mais aguentando bancar o clube com o dinheiro dele. Esse foi o começo do processo para chegar onde está hoje”, conta o ex-jogador Fabiano ao blog.
O ex-atacante de 34 anos, hoje comerciante e longe do futebol, chegou ao time em 2012 na terceira divisão e ficou até 2017, ano em que foi alcançada a promoção à elite do futebol austríaco.
A boa gestão aliou-se à continuidade do trabalho e entrosamento. Três titulares atuais (Philipp Wiesinger, Reinhold Ranftl e Peter Michorl) estão no clube desde a segunda divisão, enquanto que outros quatro chegaram em 2017, primeiro ano na elite – são eles: Alexander Schlager, o capitão Gernot Trauner, James Holland e Thomas Goiginger.
Ou seja, sete dos 11 titulares estão indo para sua terceira temporada seguida juntos, sem contar o promissor atacante Marko Raguz, que atua constantemente, foi revelado no clube e já jogava antes do retorno à Bundesliga.
“Todos sabem muito bem o que fazer dentro de campo, todos entendem muito bem a filosofia do clube”, diz Klauss, único brasileiro do time e artilheiro do elenco na temporada com 17 gols.
A recuperação do Linz foi muito além da subida de duas divisões em cinco anos. Afinal, em 2017-18, em sua primeira Bundesliga desde a volta ao topo, o clube conseguiu um quarto lugar, seu melhor desempenho na elite desde 1986-87, e que rendeu uma vaga nas fases preliminares da Liga Europa.
Em 2018-19, o time foi vice-campeão, igualando o seu feito de 1961-62 e tendo o melhor desempenho desde o primeiro e único título em 1965. Classificado às fases preliminares da Champions League, eliminou o Basel, antes de cair nos playoffs para o Brugge, o que o deixou na fase de grupos da Liga Europa, competição em que terminou como líder da chave que tinha Sporting, PSV e Rosenborg. Na sequência, despachou o AZ Alkmaar na fase de 16avos de final. Agora, seu adversário será o Manchester United nas oitavas de final em um dos jogos mais importantes de sua história.
Isso vem em um momento em que o clube lidera a liga nacional com seis pontos de vantagem sobre o Red Bull Salzburg, atual hexacampeão.
Tal caminhada de sucesso foi acompanhada de perto por uma torcida bastante presente. De acordo com o site do Campeonato Austríaco, o time tem uma média de público de 5481 torcedores na Raiffeisen Arena, estádio com capacidade para 6009 fãs, o que dá uma ocupação média superior a 91,2%.
“A torcida é muito fanática, todos os jogos que temos feito, em casa ou fora, o pessoal vai em todos os lugares. O clube tem uma proximidade muito grande com a torcida, tanto que ajuda com organização de aviões quando jogamos fora”, diz Klauss.
“O que vem na minha cabeça quando se fala de LASK é organização e uma boa torcida. Tudo isso ajudou o LASK a chegar no nível que está”, afirma Fabiano.
Brasileiro artilheiro, destaque machucado e ex-Bayern no comando
Sobre o time atual, Klauss é um dos grandes nomes. Emprestado pelo Hoffenheim até o fim da temporada, o atacante de 23 anos passou pela base do Grêmio, chegando até a ser capitão. Depois de ter acertado com o Hoffenheim, ele foi cedido em 2018 ao HJK Helsinki, pelo qual foi campeão nacional, artilheiro e melhor jogador.
O grande retrospecto tem sido mantido no Linz, no qual tem média de 0,5 gol/jogo (17 tentos em 34 partidas).
Outro grande nome do elenco também fica no ataque, mas estará indisponível contra o Manchester United e pelo restante da temporada. Thomas Goiginger, de 26 anos, sofreu uma lesão grave no joelho esquerdo na vitória sobre o Mattersburg no último domingo. A contusão vem justamente em um ótimo momento na carreira dele, tanto que esteve nas últimas três convocações da Áustria, tendo estreado no último compromisso.
No gol está Alexander Schlager, de 24 anos, outro que esteve nas três convocações mais recentes da Áustria e que estreou em novembro pelo país.
À beira do gramado, o responsável por comandar o time é Valerien Ismael, contratado nesta temporada. Ele chegou para substituir Oliver Glasner, que foi ao LASK com o clube na segunda divisão e ficou até o meio de 2019, quando se transferiu ao Wolfsburg.
O ex-zagueiro de 44 anos foi campeão da Bundesliga como atleta pelo Werder Bremen e Bayern de Munique. Como técnico, passou por times como Nuremberg e Wolfsburg. Agora, tenta dar sequência ao conto de fadas em Linz.
Fonte: André Donke
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