Bahia, Vitória e suas ‘identidades’ na reta final da Série A
Paulo Cézar Carpegiani já tem seis jogos como técnico do Bahia, e já é possível entender como o time atua sob seu comando. A busca pelo jogo ofensivo e pela posse de bola no campo do adversário é quase uma obsessão do treinador. Diante da Ponte Preta, na Fonte Nova, uma prova: apenas um volante escalado no meio-campo, com quatro meio-campistas flutuando atrás de um atacante. É bem verdade que o tricolor teve menos de 50% de posse na partida, mas chutou 16 vezes ao gol de Aranha e não deixou a equipe de Campinas finalizar contra o goleiro Jean.
Se os números não acrescentarão muito no desempenho do Bahia, a movimentação do time determina os conceitos de Carpegiani. O primeiro gol surgiu de um passe vertical de Allione, encontrando Mendoza no último terço do campo. O colombiano, ao contrário de seus primeiros jogos no tricolor, tem atuado como um segundo atacante, buscando muito mais o centro do que os lados do campo. Como o Bahia não conta com um centroavante fixo, as tramas entre Mendoza e Edigar Júnio têm funcionado – o segundo gol, inclusive, sai de uma jogada entre os dois e é finalizada por Edigar.
O Bahia, mesmo ainda precisando de pontos para confirmar sua permanência na Série A, já pode começar a ver o campeonato como um copo meio cheio. Entre os dez melhores, tem confrontos que podem colocar a equipe numa posição ainda mais confortável. O destino é capaz de, inclusive, deixar os tricolores sonharem com a Libertadores. O G-9, algo factível até o fim do ano, alimenta as esperanças de boa parte dos times na faixa intermediária da tabela.
Tentativas
O torcedor do Vitória já está acostumado com as atuações do time longe de Salvador no Campeonato Brasileiro. Basicamente, o time de Vagner Mancini se sente mais à vontade quando o adversário precisa tomar a iniciativa do jogo. Algo, porém, tem mudado na postura do rubro-negro baiano.
Conversei com Mancini na última semana, e tivemos um debate interessante sobre a forma de jogo do Vitória. Contra o Atlético-GO, no Barradão, o time teve a posse de bola, mas não conseguia infiltrar na área rival. Eu afirmei que o Vitória ainda não se acostumou a jogar com a pelota nos pés. O treinador discorda e diz que a equipe, sim, gosta da posse de bola. Independentemente de estar em casa ou fora, a busca é quase sempre pelo controle do jogo.
A postura inicial do Vitória contra o Vasco, no Maracanã, de esperar o adversário para definir o jogo nos contra-ataques, era quase uma certeza. Porém, o gol sofrido nos primeiros minutos da partida fez o rubro-negro subir as linhas e buscar o jogo de posse, como defende Mancini. No fim das contas, o time baiano teve 55,6% de posse e 16 finalizações – o gol de empate só saiu na última, em chute de André Lima. Indiscutivelmente, jogou melhor do que a equipe carioca.
Na ausência de bons resultados na segunda parte do returno, o que se observa é um Vitória que não consegue ser letal quando tem a posse de bola. O time até cria oportunidades, mas é efetivo quando tem campo livre para jogar. Fruto de um elenco com problemas de montagem, mas com um técnico que tenta buscar alternativas para a equipe sair da previsibilidade. A luta do Vitória contra o rebaixamento ainda é fruto de um esforço de um grupo que tenta superar seus próprios limites, apesar de eu não ter certeza se eles têm consciência de suas limitações.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
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