Quem vai ficar com Robinho?
E Robinho surge nas redes sociais curtindo o verão de jet ski e soltando grunhidos ininteligíveis sobre as águas. Seu staff diz que, após a rescisão contratual com o Galo, o jogador não tem pressa em fechar com um clube para o ano que se inicia.
Depois de uma boa temporada em 2016, o atacante viveu um 2017 de altos e baixos – mais baixos que altos, diga-se, embora tenha tido um brilhareco na reta final. No dia 23 de novembro, a má fase em campo ganhou contornos sombrios: a Justiça da Itália anunciou a condenação de Robinho a nove anos de prisão porque teria participado, ao lado de outros cinco homens, de um estupro coletivo de uma jovem de origem albanesa em uma boate de Milão. O episódio aconteceu, segundo a Justiça, em 22 de janeiro de 2013, quando Robinho jogava no Milan.
A condenação acontece em primeira instância e cabe recurso. Robinho, por meio de seus advogados, nega enfaticamente a participação no episódio e disse que vai recorrer. Vale lembrar que, em 2009, uma jovem também o acusou de violência sexual em uma boate de Leeds, Inglaterra, quando Robinho jogava no Manchester City. Após investigação da polícia, ficou comprovado que a mulher estava mentindo, e foi aberto contra ela um processo por falsa acusação.
Fato é que, enquanto cabem recursos, Robinho está livre para tocar sua vida. É fato também que o peso moral dessa condenação em primeira instância é enorme e, quem o contratar, deverá ter consciência disso. Ainda no Atlético, um grupo que se identificou como “Feministas do Galo” pendurou uma faixa na frente da sede do clube em Belo Horizonte contra a presença do atleta: “Um condenado por estupro jogando no Galo é uma violência contra todas as mulheres”.
Robinho tem uma carreira brilhante dentro de campo, principalmente no Santos e na Seleção Brasileira. Na Europa, onde atuou no Real Madrid, no Manchester City e no Milan, não conseguiu confirmar tudo o que se esperava de seu potencial, tendo sido um ator secundário. A meu ver, faltou seriedade ao craque no período europeu. Robinho sempre me pareceu criança demais, fanfarrão demais. E ainda parece, quando o vejo publicar vídeos curtindo a vida adoidado quando uma condenação tão séria quanto essa assombra seu futuro.
Robinho logo completará 34 anos e a vida continuará depois que pendurar as chuteiras. Já está milionário e dinheiro não será problema. Se está tão certo de sua inocência, como tem declarado desde que o episódio veio à tona, deveria focar em sua defesa, concentrar esforços em provar que não tem culpa. É hora de recolhimento, de calcular melhor suas aparições públicas. Isso não implica renunciar à vida nem ao trabalho enquanto os recursos rolam nos tribunais da Itália, mas ter consciência do tamanho da encrenca em que está metido.
Dentro de campo, propostas não faltarão para Robinho jogar nesta temporada. Mas, antes de escrever o contrato para o jogador assinar, o clube interessado deve responder a uma pergunta crucial: vale a pena investir tanto em um jogador decadente dentro de campo e que, fora dele, tem uma situação tão grave e delicada por resolver?
Fonte: Maurício Barros
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