'Kawhi Watch': o grande tiro no pé de Toronto

Guilherme Sacco

A espera pela decisão de Kawhi Leonard toma conta da NBA. Nesta quarta-feira, estamos presenciando mais um capítulo da novela. E um dos mais surreais até agora.

No começo do dia, saiu a primeira informação. Um jatinho chegou em Toronto e dele saíram três pessoas, uma delas com um toalha na cabeça e elas entraram em dois carros pretos. Em instantes, a teoria era de que Kawhi iria se reunir com a diretoria do Toronto Raptors em um hotel na cidade.

Imediatamente, um helicóptero da televisão local começou a filmar o caminho dos carros e transmitir em tempo real, no melhor estilo "perseguição de OJ Simpson".

Pelas redes sociais, a hashtag #KawhiWatch (observatório Kawhi) começou a ganhar os tópicos em Toronto e no mundo. Pessoas foram às ruas atrás de informações e confirmações. Outras foram para a porta do hotel aonde estava acontecendo a suposta reunião para "demonstrar amor" e pedir para Kawhi ficar, apelando para o emocional.

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O problema, porém, é que isso poderia funcionar para a maioria das pessoas. Mas Kawhi não é todo mundo. Ele nunca foi conhecido por gostar da mídia, de ter um helicóptero perseguindo cada passo seu, muito pelo contrário.

Sempre foi conhecido por ser um dos jogadores mais "low profile" da liga. Que pouco aparece na mídia, que não se veste com a roupa mais cara e nem anda no carro do ano. Que quase não utiliza redes sociais - seu Twitter tem, literalmente, quatros postagens. E foi criado em 2014.

Se por acaso Kawhi realmente escolha por não continuar em Toronto, provavelmente lembraremos deste dia 3 de julho de 2019 como o dia que sacramentou sua decisão. O que era para ser uma prova de amor, pode ter sido o maior tiro no pé que uma cidade deu em sua própria franquia.

Kawhi não quer os holofotes, não quer as pessoas na rua atrapalhando suas reuniões, não quer ser perseguido pela televisão. O homem dos rebotes vence, não aparece.

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Como os Hawks estão seguindo a fórmula do sucesso e tentando virar os Warriors 2.0

Pedro Suaide

O Golden State Warriors alcançou o patamar de dinastia não só pelos três títulos em quatro anos e pelas cinco finais seguidas: são dinastia por também serem referência.  E por isso são copiados (e quando eu falar copiados durante o texto não leve como algo ruim).

Sem vergonha, que realmente não tem motivo para existir, o Atlanta Hawks desenha um time para seu futuro se baseando no time de Steve Kerr. As escolhas de draft dos últimos anos copia as características dos craques que fizeram (e ainda fazem) história pelos Warriors.

O Cara

Os Warriors se tornaram o que se tornaram jogando em função de Stephen Curry. Os Hawks, então, jogam em função de Trae Young.

Quando avistaram o jovem armador na universidade de Oklahoma, sabiam que era ele. Arremessa de qualquer lugar da quadra, tem visão de jogo e se comporta 'como Curry'. Em sua primeira temporada em Atlanta, já provou que seu jogo também funciona na NBA, e ainda tem muito a evoluir. 

Focados nele, até trocaram sua escolha de primeira rodada do draft de 2018, a 3ª geral, pela 5ª, dos Mavericks - que pegaram Luka Doncic. Além de Trae, eles pegaram a escolha desse ano de Dallas no negócio, que se tornou Cam Reddish, na 10ª posição.

Com Trae como peça central, os Hawks precisavam montar o time e a cultura ao seu redor. E assim fizeram.

O Splash BROTHER

Curry precisa de Klay. Trae precisa de Huerter. Hoje pode realmente parecer loucura comparar Klay Thompson com Kevin Huerter, ainda anônimo para muitos, mas o potencial para ser o complemento perfeito para um armador como Trae existe.

Klay entrou na liga em 2011, na 11ª escolha. Em sua primeira temporada, com 21 anos, teve média de 1,7 cesta de três pontos por jogo, acertando 41,4% de seus arremessos longos.

Huerter foi a 19ª escolha do draft de 2018, entrando na NBA com 19 anos. Em sua primeira temporada, acertou 1,8 arremesso de três pontos por jogo, convertendo 38,5% de seus arremessos longos.

Klay, com o passar do tempo, se tornou um dos melhores arremessadores da história, com aproveitamento sempre superior a 40% nos arremessos dos três pontos. Kevin Huerter tem o potencial para isso, pelo bom arremesso que já tem e pelo corpo parecido ao de Thompson - alto para um ala armador, com 2,01 metros. E, de qualquer jeito, mesmo que Huerter não se torne um Klay, pode ser ainda assim um ótimo arremessador.

O Elenco de Apoio

Os Warriors têm em Draymond Green um jogador possivelmente impossível de se achar igual. Reboteiro, ótimo passador, inteligente e capitão na defesa. Entretanto, na medida do possível, os Hawks desenham em John Collins um protótipo de Green.

O garoto de Atlanta é melhor do que Draymond em algumas coisas bem importantes para o estilo de jogo que o time pretende ter: arremesso de três pontos e explosão. Entretanto, deixa a desejar na defesa e na visão de jogo, ainda não podendo ser o armador que Dray é nos Warriors.

De qualquer modo, John Collins é peça fundamental: é o homem de garrafão, rápido, forte e com um teto alto, ainda se desenvolvendo como jogador.

Quando esses Warriors 'começaram', Harrison Barnes foi essencial. Um ala que sabe chutar dos três pontos, defende bem e faz um pouco de tudo. Por isso, os Hawks fizeram questão de trocar algumas escolhas de draft de 2019 para pegar a 4ª escolha e selecionar De'Andre Hunter, ala campeão universitário por Virginia: exatamente quem eles queriam.

Com a 10ª escolha do mesmo draft, também não titubaram: Cam Reddish. Ala com um arremesso longo maravilhoso e com alto potencial defensivo. Assim como feito com Trae Young e Kevin Huerter em 2018, e De'Andre Hunter em 2019, foram certeiros nos jogadores que queriam e precisavam no draft. Reddish é uma peça muito importante para esse sistema de jogo: sabe espaçar a quadra e abrir caminhos para Trae Young carregar a bola. Quando receber os passes, tem tudo para ser mortal dos três pontos.

Ou seja, os Hawks, assim como os Warriors, escolheram um cara para ser seu ponto principal (um armador rápido, habilidoso e espetacular dos três pontos), e o rodearam com jogadores altos e fortes, que sabem chutar dos três pontos, em todas as outras posições de quadra.

Fora de Quadra

Seguir os passos copiando os jogadores não é suficiente. Os Warriors são uma mentalidade, e os Hawks sabem disso.

Assim sendo, seu treinador, Lloyd Pierce, que chegou em Atlanta em 2018, "curiosamente" foi assistente técnico de Golden State em 2010 e 2011, quando a franquia desenvolvia sua dinastia.

Travis Schlenk é o General Manager dos Hawks, ou seja, o manda-chuva do basquete por lá desde 2017. Em 2004, Schlenk chegou em Oakland para ser olheiro de vídeos do Golden State Warriors. Por lá ficou até 2017, quando já era assistênte de General Manager.

Os Hawks ainda foram além e trouxeram mais gente, como Chelsea Lane, fisioterapeuta que cuidou de Curry e cia em suas lesões, e assistentes como  Michael Irr e Larry Riley. Um terço da equipe de treino dos Hawks já passou pelos Warriors.

Se vai dar certo? O futuro dirá. E, dando ou não, nunca é tarde para buscar um Kevin Durant por aí... 


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Jimmy Butler tomou a decisão mais corajosa possivel; agora o Miami Heat tem obrigação de ajudá-lo

Guilherme Sacco

Jimmy Butler era um dos jogadores mais disputados da agência livre da NBA. Podia ter renovado com o  Philadelphia 76ers, formado um 'super trio' com James Harden e Chris Paul no Houston Rockets. Até mesmo se juntado a LeBron James e Anthony Davis no Los Angeles Lakers.

Todas possibilidades reais que lhe fariam brigar pelo título já na temporada 2019/2020. Mas Jimmy queria mais. Queria ser o cara de um time que briga pelo título, mais ou menos como Kawhi no Toronto Raptors da última temporada. Por isso, optou pelo Miami Heat.

Na Flórida, será o líder e melhor jogador da equipe. Mais do que isso, será responsável por manter o legado de Dwyane Wade - ambos jogaram em Marquette na faculdade.

Jimmy Butler acertou com o Miami Heat
Jimmy Butler acertou com o Miami Heat Getty Images

Butler tomou a decisão mais corajosa da agência livre e agora terá pela frente o caminho mais difícil. E vai precisar da ajuda de Pat Riley e Erik Spoelstra.
O primeiro passo parece ter sido dado com a saída de Hassan Whiteside para o Portland Trail Blazers, mas não basta.

O Heat precisa, antes de mais nada, dar liberdade para Bam Adebayo. Selecionado em 2017, o pivô é bastante promissor e sempre teve sua evolução freada por Whiteside. Sem a concorrência,  Adebayo tem que ser utilizado como segunda opção de ataque já nesta temporada.

Além de liberar Adebayo da coleira, Pat e Spoelstra precisam garantir que Jimmy esteja cercado de bons arremessadores. Capacidade de carregar a bola e armar o jogo, Butler oferece e isso não deve ser problema. Mas, para poder ter espaço para brilhar, Jimmy precisa de ameaças reais ao seu lado que preocupem a defesa adversária, coisa que o Heat sentiu falta na última temporada.

E, por fim, Spoelstra precisa deixar Jimmy Butler ser Jimmy Butler. Mas pra quem já treinou LeBron James e foi, até hoje, quem o melhor fez, isso deve ser fichinha...

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Esqueça Nets, Durant, Warriors, Kyrie, Lakers... Por que essa é a imagem que pode mudar o rumo da NBA nos próximos anos

Pedro Suaide

Em poucas horas, o mundo da NBA virou de cabeça para baixo. Mesmo antes de o mercado abrir, Kyrie Irving e Kevin Durant já estavam a caminho do Brooklyn Nets.

As horas seguintes foram insanas, como esperado, e com méritos, os Nets foram exaltados - afinal, agora eles têm Durant e Kyrie - e a discussão se eles realmente conseguirão um título desse jeito fica para outro dia.

Entretanto, nesta segunda-feira, Zion Williamson assinou seu contrato com o New Orleans Pelicans, apenas oficializando sua escolha como número 1 do Draft de 2019. E, mais do que Durant, Kyrie ou seja lá quem for, essa é a imagem que pode mudar o futuro da NBA.

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Zion é um fenômeno. Parte, obviamente, por ser ainda uma incógnita, algo nada certeiro. Entretanto, muito é pelo potencial nunca visto. Uma junção de velocidade, impulsão, força e habilidade que a NBA ainda não entendeu até onde pode chegar.

Entretanto, há razões para acreditar que sua chegada mude a NBA mais do que qualquer outro acontecimento nessa intertemporada.

O primeiro motivo é o seguinte: há um bom tempo a NBA não apresenta um panorama tão aberto quanto atualmente.


Os Warriors foram desmontados, e sem eles, existe competitividade. Os Lakers juntaram LeBron James e Anthony Davis, mas ainda não têm um time. Mesmo que Kawhi Leonard chegue, isso pode garantir uma hegemonia por quanto tempo? Algo perto de três anos, pensando na idade de LeBron e nos recorrentes problemas físicos de Kawhi e AD. Isso não é uma crítica ao que eles estão fazendo: se conseguirem juntar as três estrelas, é bem possível que vençam um título ou mais.

Mas estou falando de futuro. Cinco anos para mais. Zion é o nome da próxima geração da NBA e ainda tem 18 anos. E esse é o segundo motivo.

A NBA é uma liga de jogadores, não de times. Exemplo? O Heat chegou a quatro finais seguidas, os Cavs também. Mas foi LeBron James quem chegou a 8 finais seguidas.


LeBron, Durant, Curry, Kawhi, Harden... Em cinco anos, alguns desses já estarão aposentados, outros provavelmente na parte baixa da carreira. 

E quem faz parte da geração que já está pronta? Giannis Antetokounmpo, Joel Embiid, Nikola Jokic. E a nova geração é de Luka Doncic, Zion Williamson e outros que ainda precisam mostrar potencial para isso - potencial que Zion, sem sequer jogar na NBA, já mostrou. Se vai virar, é outra história.

Em poucos anos, Zion pode ser um dos grandes nomes do 'presente' da liga, e isso por si só é suficiente para colocar ele e seu time como concorrentes ao título. E o último motivo é exatamente o que vai ajudar ele a se tornar uma estrela.


Os Pelicans foram perfeitos no mercado. Enquanto todos os holofotes procuravam o Brooklyn, New Orleans viu JJ Redick, Nicolo Melli e Derrick Favors chegarem. Dois jogadores com experiência na NBA e 'casca' para serem mentores de Zion, além de um atleta um consagrado na Europa que joga na mesma posição de Williamson, e eles podem aprender muito um com o outro.

Somando isso com todas as movimentações já feitas (Lonzo Ball, Brandon Ingram, Josh Hart) e à manutenção de Jrue Holiday, o time já se desenha para ser 'de Zion'. Como os Cavs de 2003 já eram de LeBron, os SuperSonics de 2008 já eram de Durant e os Mavs de 2018 já eram de Doncic.

Se Zion vai virar história, não sabemos. Mas a foto já é histórica.

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O Golden State Warriors tem que aposentar a camisa 9

Guilherme Sacco

É simples assim. A camisa 9 do Golden State Warriors não pode mais ser vestida por ninguém. Eternamente, ela deve carregar o nome de Andre Iguodala, recém trocado para o Memphis Grizzlies para possibilitar a chegada de D'Angelo Russell.

Pouquíssimas pessoas se lembram, mas a chegada de Iguodala aos Warriors é um ponto de inflexão na construção da dinastia que fez da Oracle Arena palco das últimas cinco finais.

Ainda lá em 2012, Dwight Howard era um dos agentes livres mais disputados do mercado e os Warriors uma das equipes mais interessadas na contratação do pivô. Howard assinou com os Lakers, foi jogar ao lado de Kobe Bryant e Steve Nash e a gente lembra o que virou.

Enquanto isso, Golden State se virou para a sua segunda opção naquela agência livre. Iguodala. Você consegue imaginar o que teria sido dos Warriors se a contratação daquela temporada fosse o pivô? A diferença no estilo? A mudança no patamar que a equipe poderia alcançar?

Iguodala foi um dos símbolos da dinastia Warriors
Iguodala foi um dos símbolos da dinastia Warriors Getty Images

Pois é. Se aquela contratação acontecesse, muito provavelmente a gente lembraria dos Warriors como lembramos daquele Lakers de 2012. Um fracasso. Mas, para a sorte de Oakland, quem veio foi Iguodala. O Finals MVP de 2015, um dos melhores defensores da liga e, acima de tudo, um dos que melhor representou a cidade dentro de quadra.

A gente se acostumou a pensar em Golden State como uma franquia dominadora, que chega em finais facilmente e vence títulos, mas nem sempre foi assim. Os Warriors sempre foram o retrato fiel da área da baía de San Francisco, principalmente de Oakland.

Uma cidade guerreira, que tem um dos principais índices de violência do país, mas que nunca deixou essa ser a sua marca, ao contrário. A cidade é o berço dos Panteras Negras.  Da luta por melhores condições sociais para os negros nos Estados Unidos. É a cidade de todos, que luta até o fim e que não quer saber do glamour, apenas daquilo que realmente importa.

Como sempre foi Iguodala. O cara que nunca ganhou um contrato milionário, mas sempre foi fundamental para a equipe. O cara que se dispôs a fazer as coisas que menos pessoas reparam em prol do sucesso coletivo. O cara que, como ele mesmo definiu, "fez de tudo para manter o legado de Steph Curry e dessa equipe".  Inclusive converter arremessos em segundos finais de partidas de playoffs.

Iguodala foi Oakland. Iguodala foi o Golden State Warriors. Por isso, a camisa 9 tem que ser eternamente sua.

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'Quem eu quero não me quer': a melancólica realidade dos Knicks e o fio de esperança para um futuro melhor

Pedro Suaide

Andre Iguodala estava certo: ninguém vai para os Knicks (ou quase). 

O domingo que abriu o mercado da NBA dividiu Nova York entre euforia e tristeza. O Brooklyn vibrou sem parar quando viu que Kevin Durant e Kyrie Irving seriam os novos jogadores dos Nets. Já o lado azul e laranja... 

Nada é por acaso. James Dolan é dono de um time que acumula fracassos ao tentar assinar estrelas. Esse ano parecia ser diferente, mas não foi. 

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Kristaps Porzingis não queria ficar nos Knicks e pediu para ser trocado. Dentre as opções, apareceu o Dallas Mavericks, que aceitou receber junto os altos contratos que o time de Nova York tinha. Assim, os Knicks abriram espaço para oferecer dois contratos máximos a duas estrelas e também se colocaram em posição favorita a ter a primeira escolha do draft: ou seja, Zion Williamson. 

Os boatos começaram a crescer e Kevin Durant e Kyrie Irving eram colocados, dia sim dia não, nos Knicks. Jogadores como Jimmy Butler e Kawhi Leonard também foram especulados. Os torcedores criaram esperanças. 

Veio o draft e os Knicks tiveram a terceira escolha (adeus, Zion). Chegou o domingo, o mercado abriu e os Knicks, que tinham espaço para dois contratos máximos, sequer ofereceram tudo o que podiam para Kevin Durant, um dos 20 maiores jogadores da história da NBA. Parte é culpa da sorte, mas James Dolan não se ajuda. 

Nos últimos muitos anos, os Knicks quiseram muita gente. LeBron James foi especulado em NY muitas vezes, mas todas as vezes que teve chance, não quis. Durant não quis. Kyrie não quis. Porzingis foi draftado pela franquia, cresceu lá... e também não quis. 

Carmelo Anthony chegou em 2011 via troca com Denver, ou seja, não teve escolha. Entretanto, foi a única estrela a vestir a camisa e representar a apaixonada torcida do Madison Square Garden. 

James Dolan, em 2019, mostrou incompetência mais uma vez. 

Os Knicks tinham um plano e moveram o mundo pensando nele: duas estrelas. Entretanto, a decisão é dos jogadores, e eles não quiseram. 

Até 2012, os Knicks reinavam em Nova York. Eram a única franquia da maior cidade mais famosa do mundo. Então, chegaram os Nets, que foram competitivos em algumas temporadas, assim como os Knicks, e desde então ambas equipes foram patéticas. Agora, o dono da cidade vive no Brooklyn. Já não bastasse não ter Durant e Kyrie, será necessário vê-los jogando no outro time da cidade. 

Isso gera uma pressão diferente a todas as que Dolan sentiu. Com Durant e Kyrie vestindo preto e branco, os holofotes estão virados para os Nets, as crianças vão se imaginar jogando no Barclays Center e por aí vai. 

Apesar de ninguém querer os Knicks, entretanto, nem tudo é choro. Dentro de quadra, pela primeira vez em anos, o futuro parece promissor - o que parece difícil de engolir quando o presente é o que é. 

O treinador David Fizdale é muito respeitado dentro da NBA. O núcleo jovem da equipe é um dos melhores da liga. Na última temporada, chegaram Kevin Knox, Mitchell Robinson e Allonzo Trier. Na troca de Porzingis, veio Dennis Smith Jr. No último draft, veio RJ Barrett, que tem potencial de se tornar uma estrela. E quando os torcedores secaram as lágrimas pela não chegada de nenhuma estrela, veio Julius Randle – também jovem, que provou seu potencial na última temporada e é o encaixe perfeito para o garrafão nesse atual elenco (veja um exemplo no vídeo acima).

Nenhum desses jogadores tem mais de 24 anos e todos têm muito potencial. É a hora de levantar a cabeça e ir com tudo na reconstrução do time. Potencial existe. O problema é que James Dolan também existe.

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LeBron James é o melhor da história em algo que Michael Jordan jamais será

Gabriel Veronesi

Títulos, pontos, assistências, rebotes, mais títulos. As estatísticas sempre embasaram as grandes discussões sobre 'os maiores da história'. Mas existe um recorte, uma conta, em que LeBron James é, sem a menor discussão, o maior de todos os tempos na NBA.

O debate da parte em quadra pode ficar para outro texto, mas nesse aqui é onde eu cravo que LeBron James é o maior homem de negócios que a NBA já viu. Bem longe de Michael Jordan.

Jordan comanda o Charlotte Hornets, franquia simpática mas que parece ter dificuldades para subir ao grande palco da NBA. Jordan tem suas ações e seus negócios, mas todos parecem andar sob o radar. Jordan tem seus tênis, mas vale lembrar que toda a parceria com a Nike ficou por um fio após os dois primeiros modelos, e foram salvos pelo design de Tinker Hatfiled, que desenhou o terceiro modelo da coleção e 'reviveu' a marca.

Quando jogador, o desejo de ser o maior de todos os tempos fez com que Jordan 'ignorasse' outras estrelas, como conta Jerry Krause, ex-diretor dos Bulls, afirmando que Michael não fazia questão de ter companhia em Chicago, acreditando que ele poderia vencer sozinho.

Jordan pode ser todo o ícone que é, mas jamais será o grande jogador de xadrez, influente nos bastidores, assim como LeBron James é.

LeBron provou seu valor ano após ano dentro das quadras, mas bem antes disso, quando ainda estava no colégio, no St. Vincent-St. Mary High School, o atleta já atraía todos os olhares e já estampava revistas e mais revistas.

Assim como Kobe Bryant, LeBron 'pulou' o basquete universitário e entrou para a NBA com apenas 18 anos, e atraiu os holofotes do mundo todo para Cleveland, correspondendo em quadra e estampando outdoors, revistas e jornais.

Toda essa mídia parece ter moldado LeBron, que aprendeu, como ninguém, a usar todo esse brilho a seu favor.

Nos dias de hoje, é comum alguns jogadores 'se esconderem' dos holofotes. Kawhi Leonard, Giannis Antetokounmpo e James Harden são exemplos de que um astro pode ser discreto longe da bola laranja, e passam quase desapercebidos nas redes sociais.

LeBron é o contraponto. Não que ele polemize, teça opiniões divergentes ou coisa do gênero. Mas as redes sociais são uma arma poderosíssima, e ele sabe usar como ninguém.

Em Cleveland, apesar de jogar em casa, LeBron 'apanhou' nas finais em 2007 contra os Spurs e não viu mais as decisões da NBA em seu horizonte. Fez as malas e foi para Miami em 2010. O primeiro grande movimento de xadrez do 'King'.

Na Flórida, que já tinha Dwyane Wade, LeBron 'recrutou' também Chris Bosh, que estava brilhando no Toronto Raptors. O resultado da 'panela'? Finais da NBA logo no primeiro ano. A derrota para os Mavericks por 4 a 2 doeu, mas ainda viria mais coisa pela frente.

No ano seguinte, o caneco veio. LeBron, Bosh e Wade passaram fácil pelo Oklahoma City Thunder de um ainda novo Kevin Durant, e conquistaram o primeiro anel juntos.

Mais uma ano se passou, e um novo caneco foi para Miami. Dessa vez, o adversário era o San Antonio Spurs, e LeBron liderou a vitória nas finais em um histórico 4 a 3. Nessas finais em especial, LeBron contou com a ajuda de nomes importantes como do experiente Ray Allen, decisivo no jogo 6, partida de vida ou morte para Miami.

O que levou Ray Allen, ídolo dos Celtics a Miami? LeBron James. Mais um movimento de xadrez do 'Rei'.


A vingança dos Spurs veio em 2013-14, e San Antonio venceu por um amargo 4 a 1. A derrota abalou LeBron, que fez mais um importante movimento em seu tabuleiro: voltar para Cleveland.

LeBron construiu uma narrativa de 'promessa' nos Cavaliers, e voltou para o time para completar seu legado. Dessa vez, as peças ao seu lado foram Kyrie Irving, até então estrela solitária na equipe, e Kevin Love, outra estrela solitária no Minnesota Timberwolves.

A vitória não veio de cara, e a derrota em 2014-15 foi para o Golden State Warriors, o grande 'bicho-papão' da NBA (mal sabíamos o que Golden State se tornaria).

Por onde passou, LeBron não só deixou números e vitórias. Amizades e boas conexões também são marcas de James dentro da NBA. O irregular Tristan Thompson, parceiro de LeBron em Cleveland, conseguiu um gordo contrato, sem tanto entregar em quadra. Como explicar? A força de LeBron nos bastidores é algo absolutamente plausível.

No ano seguinte, inflamado por sua 'promessa', LeBron foi implacável, e conseguiu uma histórica e suada vitória sobre o Golden State Warriors. Mais um caneco. Mais um anel. Mais um bloco na construção de seu legado.

Mesmo vencedor, LeBron sentiu falta de algumas coisas ao seu redor, e precisava de mais peças para bater os Warriros, que agora tinham Kevin Durant. James mexeu suas peças, e trouxe artilharia de elite, como Kyle Korver. Não foi suficiente, e os Cavs caíram para um Golden State absolutamente avassalador.

A temporada seguinte começou sem Kyrie Irving, que se incomodou de dividir o palco com LeBron e pediu uma troca, partindo para o Boston Celtics. LeBron voltou ao seu tabuleiro, e reuniu sua 'panela'. Wade integrou os Cavaliers, além de George Hill, armador experiente. Antes de chegarmos às finais daquele ano, um movimento lateral aconteceu.

Os Cavs fizeram uma troca com os Lakers no meio da temporada, adquirindo Jordan Clarkson e Larry Nance Jr. e mandando Isaiah Thomas, Channing Frye para Los Angeles. A troca até parecia interessante para os Cavaliers, mas a verdade é que abriu espaço na folha salarial dos Lakers. Caminho livre para uma eventual chegada de um astro na próxima temporada. E que tal LeBron James?

A panela de LeBron em Cleveland não deu certo, e os Cavs sucumbiram aos Warriors mais uma vez. Varrida na final, 4 a 0 e o fim de uma história.

 Lembram daquele espaço na folha salarial dos Lakers? Pois é. LeBron casou perfeitamente com o espaço. Deixou os Cavaliers após cumprir sua promessa do título, contemplou suas responsabilidades sociais (afinal, LeBron cresceu em Akron, cidade vizinha a Cleveland), construindo uma escola do mais alto nível. O ato é nobre, sem dúvidas. Mas segue fazendo parte das peças de xadrez do astro.

Los Angeles é Hollywood. Cidade dos filmes, dos holofotes, das luzes. Os Lakers eram um time recheado de jovens talentosos, que poderiam casar muito bem com a experiência de LeBron. Além disso, os Lakers também adquiriram jogadores que, curiosamente, se encaixavam perfeitamente com as características de James, e sempre em contratos curtos: JaVale McGee, Kentavious Caldwell-Pope, Rajon Rondo...

O porquê dos contratos curtos? Oras, caso o time não desse certo no primeiro ano, os contratos expirariam e os Lakers teriam espaço para ter mais uma estrela.

E não deu certo mesmo. LeBron se lesionou, perdeu muitos jogos, os Lakers não engrenaram e fizeram uma temporada vexatória. Em meio a tudo isso, surgiu Anthony Davis.

Anthony Davis mostrou insatisfação no New Orleans Pelicans, e teve seu nome ligado aos Lakers. E por que os Lakers de LeBron James? Coincidentemente, Davis é agenciado por ninguém mais, ninguém menos, que Rich Paul, amigo de infância de LeBron, e um dos nomes fortes da Klutch Sports, que representa diversos jogadores na NBA.

Os rumores de uma troca esquentaram, mas não deram em nada, graças ao jogo duro de David Griffin, presidente de operações de basquete dos Pelicans. O 'saldão' abalou os jovens dos Lakers, que foram absolutamente destruídos pelos Pacers no dia seguinte aos rumores mais fortes. O desânimo era visível no rosto de todos.

A temporada passou, e o contrato de Davis foi chegando ao fim, perdendo seu valor, e 'pedindo' por uma troca.

Mal apagaram as luzes das finais entre Raptors e Warriors, e Anthony Davis encontrou um fim para sua novela. Os Lakers embalaram para presente diversos jovens e escolhas de draft, e colocaram Davis vestido de dourado e roxo. A dupla Davis-LeBron estava feita.

Junto deste 'casamento', foi anunciado a gravação de um filme estrelando ele mesmo: LeBron James. Space Jam 2 dá sequência ao filme de sucesso de 1996 que tinha Michael Jordan como seu personagem principal. Parte do elenco? Klay Thompson (agente livre), Damian Lillard e, adivinhem só, Anthony Davis. Convenientemente, morando em Los Angeles, assim como LeBron James. Nunca foi tão bom morar próximo a Hollywood.

Falamos de Raptors agora pouco, e aí entra outra peça: Kawhi Leonard. O ala que deixou San Antonio chegou aos Raptors com apenas 1 ano de contrato. O suficiente para vencer o 'bicho-papão' Golden State Warriors e validar todo o talento de Kawhi.

Os Lakers, agora com Anthony Davis e LeBron James, ficaram esfacelados e com pouquíssimos jogadores. Alguns novatos no elenco e as duas estrelas, além de Kyle Kuzma, um dos poucos jogadores que pareceram se adaptar ao jogo de LeBron. Mais uma coincidência?

 Davis sempre usou a camisa 23, mas não poderia usá-la nos Lakers, já que a mesma pertencia a LeBron James. Eis que mais uma peça é movida no tabuleiro. Para ter espaço na folha salarial para mais um contrato máximo com uma estrela, Davis teria que abrir mão de 4 milhões de bônus oriundos de sua troca. Anthony Davis abriu mão da quantia, e foi 'presenteado' com a camisa 23 de LeBron, que voltará a usar a 6, que usou nos tempos de Miami Heat. Cheque.

O último movimento estava por vir: os Lakers trocaram com os Wizards, mandaram seus últimos novatos com contrato para Washington, e conseguiram se livrar dos salários de Isaac Bonga, Moritz Wagner e Jemerrio Jones. Sem os salários, sem o bônus de Davis, os Lakers têm, enfim, espaço para contratar mais uma das estrelas no mercado.

No final das contas, LeBron James é mais influente nos bastidores do que Michael Jordan jamais será.

E se, finalmente, Kawhi Leonard, nascido em Los Angeles, um dos jogadores mais dominantes da NBA entrar nesse 'espaço' que os Lakers têm? E se Kawhi Leonard se juntar a LeBron James e Anthony Davis, fazendo time de Los Angeles ter três dos dez melhores jogadores da NBA hoje em dia? Se isso acontecer, bom... Cheque-mate.

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O retorno do Rei: LeBron está de volta ao topo

Guilherme Sacco

As informações dão conta de que LeBron James cederá a camisa 23 do Los Angeles Lakers para Anthony Davis. Com a troca de número, o "King" deve voltar a utilizar a #6, dos tempos de Miami Heat, quando o ala dominava a NBA e conquistou dois títulos em quatros anos.

Mas não é só a mudança de número que LeBron promete para a próxima temporada. Outro retorno aos tempos gloriosos deve acontecer: o seu ritual pré-jogo. Ao longo dos anos, nos acostumamos a vê-lo ir até a mesa dos árbitros, passar talco na mão e jogar para o céu, criando uma "nuvem". Desde sua chegada a Los Angeles, porém, o ritual foi abandonado. Em 2019/2020, deve ser retomado.

LeBron está pronto para recuperar o reinado
LeBron está pronto para recuperar o reinado Getty Images

Revigorado com a chegada de um companheiro de elite em Anthony Davis e com a possibilidade de adicionar mais uma estrela, LeBron está pronto para 'voltar no tempo' e ser o dono da NBA, como foi em 2013.

Pelo menos é o que demonstram as atitudes e os vídeos no Instagram. A temporada nem havia terminado e LeBron já estava se preparando para a próxima, treinando de maneira independente. Quem é Rei, nunca perde a majestade. Ou, no mínimo, faz de tudo para não mantê-la.

LeBron não quer perder seu trono. E está disposto a tudo para isso, até a voltar no tempo. Ou apelar para a mística. Afinal, com a camisa 23 foram 12 temporadas, um título e dois MVPs de temporada regular. Com a camisa 6 foram dois títulos e dois MVPs em quatro anos. Se preparem, o Rei está de volta e vai ocupar o seu trono.

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O retorno do Rei: LeBron está de volta ao topo

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Esqueçam a lesão, Kevin Durant merece um contrato máximo de qualquer equipe da NBA

Guilherme Sacco

As dúvidas cercam o futuro de Kevin Durant. Com uma lesão no tendão de Aquiles, o ala deve perder a próxima temporada inteira e o histórico de jogadores que passaram pela mesma situação não é favorável a uma possível recuperação de KD.

Kobe Bryant, Isiah Thomas, Patrick Ewing e Rudy Gay são alguns dos exemplos de jogadores que sofreram uma ruptura do tendão de Aquiles e nunca mais foram os mesmos. Dominique Wilkins é o único exemplo de jogador que passou pela mesma lesão e voltou a ser o que era antes dela.

A aposta em um contrato máximo para o camisa 35, porém, ainda é válida. Kevin Durant, antes da lesão, brigava milímetro a milímetro com LeBron James pelo posto de melhor jogador do planeta. É um dos pontuadores mais letais e versáteis da história do basquete. E, apesar de ter inúmeras enterradas incríveis durante sua carreira, nunca foi um jogador que dependeu do físico para se destacar.

Durant não precisa estar 100% para valer um máximo
Durant não precisa estar 100% para valer um máximo Getty Images

Mesmo que volte a ser 70%, no máximo, do que é atualmente, Durant ainda estaria em um nível de jogador que merece um contrato máximo na NBA. 70% de KD ainda é mais do que 100% de uns 80% da liga.

E em caso de perda da explosão muscular na hora de infiltrar, Kevin tem todas as armas para se reinventar e se manter como um dos melhores pontuadores da liga, seja utilizando sua altura e envergadura para arremessar por cima dos defensores no perímetro ou usando sua habilidade no poste baixo, aonde tem capacidade de vencer qualquer defensor.

Não importa se Kevin Durant irá retornar com 100% das suas capacidades. Qualquer equipe que tiver a oportunidade deveria apostar um contrato máximo no camisa 35.

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A narrativa tirou (mais) um MVP de James Harden

Guilherme Sacco

A NBA, assim como qualquer outra grande liga, sobrevive das narrativas. É através delas que as temporadas são contadas e carreiras são definidas. E foram elas que tiraram (mais) um prêmio de MVP das mãos de James Harden.

Na noite da última segunda-feira, a premiação ficou com Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks. O grego fez uma temporada fantástica, levou os Bucks ao primeiro lugar da Conferência Leste e o prêmio está em boas mãos. Mas não nas melhores.

Assim como na temporada 2016/2017, em que o troféu foi dado para Russell Westbrook, do Oklahoma City Thunder, apenas por ele ter feito média de triplo duplo na temporada, quem mais merecia era o camisa 13 do Houston Rockets, mas a narrativa jogava contra.

Mais uma vez, James Harden perdeu o prêmio de MVP
Mais uma vez, James Harden perdeu o prêmio de MVP Lachlan Cunningham/Getty Images

Nos tempos das mídias sociais e das reações extremas, um vídeo de seis segundos custou um prêmio de MVP para James Harden. Um step back tentado contra o Utah Jazz, ainda lá em dezembro, foi o suficiente para a criação de um personagem do ala-armador: alguém que só consegue pontuar porque os árbitros permitem, seja não marcando a andada ou dando muitas faltas nele.

A premissa, porém, é falsa. James Harden é uma das armas ofensivas mais brilhantes que a NBA já viu e seu step back não só é letal, como legal. E apesar de ter liderado a liga em arremessos livres tentados por partida, com 11 por jogo, Harden foi apenas o 17o em "FT Rate", ou seja, a porcentagem de posses que terminam com determinado jogador na linha do lance livre. 

Harden liderou a liga com 36,1 pontos por jogo, ao mesmo tempo que distribuiu 7,5 assistências por partida, se transformando no primeiro jogador da história da NBA a terminar uma temporada com 36 pontos e 7 assistências por jogo. Foi o primeiro jogador da história a ter 2800 pontos, 500 rebotes e 500 assistências em uma temporada. 

Liderou a liga em "win shares", uma estatística avançada que mede quantas vitórias um jogador foi diretamente responsável para sua equipe. Foram 19 jogos de 40 pontos, sete de 50 pontos e dois de 60 pontos. 

Tudo isso comandando um Houston Rockets que teve que lidar com lesões importantes o ano inteiro. Em janeiro, Harden não contava com seus três principais ajudantes, Chris Paul, Clint Capela e Eric Gordon. Teve média de 43 pontos por jogo naquele mês.

Anotou 30 ou mais pontos em 32 partidas seguidas, marca só superada por Wilt Chamberlain. E, bom, quando a sua companhia em uma estatística é Wilt, é sinal que algo histórico foi feito. 

Então por que não foi eleito MVP? Mais, por que houve uma disparidade tão grande na votação do que prometia ser uma das disputas mais equilibradas dos últimos anos? Narrativa.

O prêmio não poderia acabar na mão daquele que deixou o jogo chato. Que infringe a regra ou abusa dela para ganhar vantagem. Do cara que pontua porque cava faltas. Ficou na mão da superestrela em ascensão, do cara das enterradas incríveis e que representa o futuro da NBA.

Em um duelo que era para ter sido equilibrado, a real diferença foi a história mais bonita. Como foi dois anos atrás.

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Um dia após o Draft da NBA, entenda por que cinco times que eram ruins já parecem, ao menos, muito divertidos

Pedro Suaide

A temporada de 2019/20 da NBA oficialmente começou! 

Com o draft, as saudades das Finais que acabaram recentemente são substituídas pela imaginação de um futuro que só chega em outubro, quando começa mais uma luta pelo título. 

Nessa quinta-feira (20), 60 garotos tiveram seus sonhos realizados, e agora representam as franquias do melhor basquete do mundo. E pelo que vimos durante todo o ano, já é possível imaginar muita coisa boa vindo por aí.

Sem mais delongas, vamos analisar 5 times que foram ruins (e talvez ainda sejam), minimamente já parecem divertidos para a próxima temporada após as escolhas do draft.

PELICANS

Zion Williamson por si só já é suficiente para fazer com que o time de New Orleans seja atrativo. Entretanto, o time já vai muito além das enterradas, tocos e voos da primeira escolha do Draft. Na troca por Anthony Davis já vieram Lonzo Ball, Brandon Ingram e Josh Hart, três jovens jogadores com claro potencial e muito a provar. As ponte aéreas de Lonzo para Zion ainda não aconteceram, mas já são de encher os olhos.

No Draft, os Pelicans ainda conseguiram se tornar mais divertidos. Selecionaram Jaxson Hayes na 8ª posição, pivô muito ágil e inteligente para complementar o jogo de Zion. Na 17ª posição, conseguiram pegar Nickeil Alexander-Walker, ala-armador que defende bem, sabe chutar dos três pontos e tem tudo para ser um jogador completo. 

De quebra, selecionaram Didi, ala de Franca que é o primeiro brasileiro selecionado desde Bruno Caboclo em 2014. Definitivamente não faltavam motivos para ver os Pelicans, mas agora não resta desculpa.

GRIZZLIES

A franquia de Memphis deu all-in na reconstrução do time. Ano passado selecionaram Jaren Jackson Jr, ótimo ala-pivô, inteligente e completo com apenas 19 anos. Nesse draft, tinham a segunda escolha e, como esperado, pegaram Ja Morant, armador sensação da temporada universitária. A dupla sozinha já faria um barulho e garantiria minimamente noites divertidas para seus torcedores - com Ja abusando de sua velocidade e explosão complementando a calma e precisão de JJJ. 

Entretanto, os Grizzlies conseguiram melhorar - e muito - seu elenco com apenas mais uma escolha. Incrivelmente, Brandon Clarke não foi escolhido nas primeiras 20 posições do Draft, e quando Memphis teve a chance, não deixou passar. Em 21º, possivelmente Clarke será o maior roubo desse draft. O ala-pivô de Gonzaga tem um jogo moderno e já entra na NBA como um atleta de elite, com porte físico invejável. Evidentemente precisa melhorar certas coisas, como a consistência de seu arremesso, mas parece o par perfeito para Jaren no garrafão. Por muitos, era cotado como uma escolha de Top 10. Azar de quem deixou passar.

KNICKS

O time de Nova York é conhecido por sempre errar, principalmente no Draft, mas dessa vez acertou. A escolha óbvia na terceira posição era RJ Barrett, pontuador nato e com potencial de se tornar uma estrela. O canadense  chega não para mudar obrigatoriamente o patamar do time de cara, mas minimamente para ser um fio de esperança numa franquia perdedora. 

Barrett é dinâmico, explosivo e intenso. Apesar de ser cru em certos aspectos do jogo, é o ponto de partida que o time precisava para, ao lado dos garotos do elenco (Kevin Knox, Dennis Smith Jr, Mitchell Robinson, Allonzo Trier) tornar os Knicks um lugar do futuro.

HAWKS

Atlanta foi, tranquilamente, o melhor entre os times aqui citados na última temporada. Apesar de muitas derrotas, o time acertou em cheio em Trae Young no último Draft e já mostrava claros sinais de evolução, liderados pelo armador e por John Collins. Após a noite de quinta-feira, o time deixou seu futuro mais brilhante e seu presente mais atrativo.

Na 4ª escolha, pegaram De'Andre Hunter, ala grande que foi o destaque do time de Virginia campeão universitário. Ao lado de John Collins, pode formar um garrafão perfeito para a NBA atual, com arremesso dos três pontos, muita mobilidade e que sabe defender. Além disso, tiveram a sorte de ninguém selecionar Cam Reddish até a 10ª posição, podendo pegar o ala de Duke. Reddish era exatamente o que o time precisava - um jogador alto, que saiba arremessar dos três pontos e espaçar a quadra, dando liberdade para Trae Young dominar a bola e que saiba aproveitar a visão de jogo do armador.

CAVALIERS

O trauma pós-LeBron James ainda impera em Cleveland, mas a franquia está fazendo de tudo para esquecê-lo (ou para sentir mais falta). Com as três escolhas que tiveram na primeira rodada do Draft, os Cavs montaram uma espécie de 'Esquadrão Suicida'. Collin Sexton, que chegou na última temporada, ganhou como seu parceiro na armação do time Darius Garland, jogador que arremessa muito bem de longe e que tem ótima visão de quadra - a dupla promete.

Nas duas escolhas mais baixas, fizeram boas escolhas. Em 26º, Dylan Windler, um dos pontuadores mais produtivos do país na temporada universitária, vindo de Belmont. Arremessa incrivelmente bem dos três pontos e não precisa controlar a bola no ataque, abrindo espaço para Sexton/Garland.  Em 30º, Kevin Porter Jr., de USC.  O ala-armador tem talento de sobra e cabeça de menos. Seu potencial, exclusivamente pelo basquete, era de uma escolha Top 10, e com ele disponível na 30ª posição, era preciso arriscar. Porter ataca o garrafão, mostra muita vontade de pontuar e tem momentos em que lembra algo parecido com James Harden em quadra. Entretanto, acumula problemas fora dela e, até por isso, seu desempenho caiu muito durante o ano. 


Será divertido. Volta, NBA. 

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Esqueçam Kyrie, Kawhi ou outra estrela! Não é disso que os Lakers de LeBron e Davis precisam para serem campeões

Pedro Suaide

Os Lakers querem ser campeões da NBA e deixaram isso muito claro ao trocar boa parte de seu futuro por um dos melhores jogadores do mundo: Anthony Davis.

LeBron James tem 34 anos e seu contrato vai até 2021-22, quando terá 37. Não importa quem ganhou ou perdeu na troca entre Lakers e Pelicans - o que importa é que o time de Los Angeles fez o que precisava para potencializar o fim do auge de LeBron e, assim, tentar ganhar um título (ou quem sabe até mais) nos próximos três anos. Depois, caso Davis ainda esteja no time, é outra história, coisa para outro dia.

Vamos lá. Os Lakers querem ser campeões, mas seu elenco atualmente tem 6 jogadores: LeBron James, Anthony Davis, Kyle Kuzma, Mo Wagner e Isaac Bonga - além disso, podem optar por manter Jemerrio Jones. Ninguém é campeão com 6 jogadores.

Resumindo, os Lakers precisam de mais jogadores. Quanto dinheiro os Lakers têm para isso? Ainda é nebuloso, mas será algo entre 23,7 e 32,5 milhões de dólares - dependendo do dia exato em que Anthony Davis se tornar oficialmente um jogador de Los Angeles e se ele vai ou não abrir mão de um bônus que ele tem direito.

Com a chegada de AD, a NBA ficou maluca com as possibilidades de um novo Big-3 na liga, com mais uma estrela chegando para se juntar a LeBron e Davis. Mas não é assim que os Lakers serão campeões.

O time de Califórnia basicamente acredita que jogadores vão aceitar ganhar menos do que o que poderiam para jogar em um time que pode ser campeão - e ok, isso faz sentido. Vamos tomar isso como uma verdade a partir de agora.

Os Lakers podem correr atrás de Agentes Livres como Kyrie Irving para reeditar a parceria com LeBron, tentar dar uma chance de título a Kemba Walker, ou até sondar Kawhi Leonard, o que parece menos provável. Outros jogadores das prateleiras mais altas também têm controle de seu futuro, e podem ir para LA se receberem uma proposta: Jimmy Butler, Khris Middleton ou Tobias Harris, por exemplo. Entretanto, qualquer um desses jogadores provavelmente ocuparia quase todo o espaço que resta no teto salarial do time, formando um grande trio.... e só. 

Não é assim que os Lakers serão campeões da NBA.

O mercado de Agentes Livres da atual intertemporada é muito profundo e possui muitas opções que, ao aceitar ganhar um pouco menos do que poderiam, conseguiriam deixar os Lakers com um elenco grande e confiável o suficiente para vencer o título.

Vamos passar por alguns nomes - em sua maioria veteranos - que topariam receber um salário justo, não tão grande quanto levariam em outros times, para montar o quebra-cabeça e chegar ao topo: 

 Patrick Beverley, Marcus Morris, Thaddeus Young, Trevor Ariza, Wesley Matthews, Danny Green, Seth Curry, Joakim Noah, Tyreke Evans, Wayne Ellington, Trey Burke, Justin Holiday, Noah Vonleh, Austin Rivers, JaMychal Green, Mike Scott...

A corrida para o título da NBA está aberta com os Warriors baleados e Kevin Durant e Klay Thompson, mesmo sendo Agentes Livres, provavelmente fora da temporada (ou, ao menos, grande parte dela). 

Os playoffs de 2019 mostraram que jogadores de rotação sólidos são a chave para a glória: Danny Green, Fred VanVleet, Norman Powell, Serge Ibaka... 

Ter mais uma estrela seria lindo, venderia camisas e colocaria mais holofotes ao redor do Staples Centre. Mas você já tem dois dos dez (talvez cinco) melhores jogadores da NBA. 

Talento já não falta - o segredo é a profundidade.

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Ninguém influenciou o basquete como Stephen Curry

Guilherme Sacco

 

Ao longo do tempo, o basquete sofreu diversas alterações. Do jogo criado por Dr. James Naismith em dezembro de 1891 até o que vemos atualmente, muita coisa mudou. Do jogo dominado por pivôs até o surgimento de armadores e alas ágeis, a criação das enterradas para o jogo dominado pelos arremessos de longa distância, o basquete evoluiu.

E muitos foram os responsáveis por essa evolução. Bill Russell e Wilt Chamberlain nos anos 60 e 70, Julius Erving nos anos 80, Michael Jordan nos anos 90 e LeBron James no século 21. Entretanto, ninguém influenciou o jogo da mesma maneira que Stephen Curry faz nos dias atuais. 

Sim, as crianças de cada década queriam ser a estrela da sua década como as crianças atualmente querem ser Steph, mas a questão vai além. A influência do “Brinquedinho Assassino” naqueles que estão começando a jogar não se dá por que elas querem apenas dominar o jogo como ele faz, elas querem ter o mesmo nível de diversão. 

É mais fácil se identificar com o “Baby Faced Assassin”, o "Assassino com cara de bebê", do que, por exemplo, com LeBron, um jogador de 2,03 m que domina a parte física de uma maneira que nunca foi vista antes. É mais fácil se identificar com o "pequeno" que faz sucesso entre os gigantes simplesmente por amar o basquete, demonstrar essa paixão em quadra e arremessar de uma maneira completamente diferente do que estávamos acostumados.

Stephen Curry mudou a dinâmica do jogo
Stephen Curry mudou a dinâmica do jogo Getty Images

Apesar do principal legado do Golden State Warriors de Curry ser o jogo coletivo, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quando se fala na Dinastia Warriors são as bolas de três. E ninguém arremessou com tanta qualidade quanto Steph. Em 2015, a NBA inteira arremessou cerca de 52 mil bolas de três. Nesta temporada, foram cerca de 78 mil arremessos de longa distância, ou seja, um aumento de 26 mil bolas desde que os Warriors foram campeões pela primeira vez sob a batuta de Curry.

Mas, acima de tudo, nunca se fez tanto para parar um único jogador como as defesas tentam fazer com Steph. No Jogo 2 das Finais contra o Toronto Raptors, era possível ver a equipe canadense mandando dois ou até três jogadores para pressionar Curry quando ele ainda tinha a bola na própria quadra, afinal, o camisa 30 dos Warriors é o primeiro jogador da história a ser uma ameaça de qualquer lugar da quadra. 

Não é incomum ver o principal jogador receber uma marcação dupla no início da jogada, mas é inédito ver que o adversário considere o início ainda na quadra oposta e não na sua metade de defesa. Steve Kerr, técnico de Curry e ex-companheiro de Michael Jordan nos Bulls dos anos 90, chegou a afirmar que, nem quando o Detroit Pistons criou as "Jordan's Rules", ele tinha visto defesas criarem esquemas apenas visando parar um único jogador como fazem com Steph. 

A gravidade do armador é o que mais impressiona. Mesmo em jogos que quase não toca na bola, Curry ainda é um dos quem mais tem influência no resultado final. Apenas a ameaça do camisa 30 acertar duas bolas seguidas e entrar no "Modo Supernova" faz com que defesas não tirem o olho dele por um segundo sequer, inclusive dobrando a marcação quando ele recebe a bola, fazendo com que os Warriors joguem em uma espécie de quatro contra três, abrindo espaço para todos os outros brilharem.

E aí entra outro ponto a favor de Steph. É raríssimo alguém com o talento que tem Curry, capaz de ser o único MVP unânime da história da liga, aceitar não ser o cara que faz 30 pontos por jogo para seu time  se sagrar campeão. Praticamente todos os depoimentos de companheiros dos Warriors testemunham a favor do excelente companheiro que ele é, inclusive com Iguodala falando que "fará de tudo para proteger seu legado". Curry legitimamente abre mão da glória individual, até mesmo de um MVP das Finais, que pode vir nessa temporada, pelo sucesso coletivo.
 
E se o argumento é que Stephen é uma aberração da natureza que tem um dom que não pode ser copiado, ele mesmo já deixou claro que não arremessava bem até cerca de uns 12 anos de idade e melhorou na base do treino. E a influência de Curry nos novos jogadores já começa a ser vista. Trae Young é um exemplo de atleta que tem nível de NBA e é uma ameaça de distâncias que sequer eram treinadas antes da chegada de Steph.

O próximo passo é a criação de uma linha de quatro pontos. Seria o testemunho final da influência de Stephen Curry em uma quadra de basquete.

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O problema dos Warriors contra os Raptors, e o problema dos Raptors contra os Warriors

Pedro Suaide
Pedro Suaide
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São Paulo recebe maior festival de basquete e cultura da América Latina

NBA na ESPN
ESPN.com.br
Streetopia acontecerá em SP
Streetopia acontecerá em SP Divulgação

Entre os dias 20 e 21 de outubro, a cidade de São Paulo recebe o Streetopia, maior festival de basquete e cultura da América Latina. O evento inaugura o Rooftop do Edifício Garagem do São Paulo Expo, principal destino de eventos da capital paulista, enaltecendo a cultura do basquete e contando com apresentações musicais e desafios de dança. Esta primeira edição acontece sob organização e curadoria da Net’n’Work e da GL events, e conta com uma programação enriquecedora para todo público.

 

Na quadra principal do evento ocorre a disputa das eliminatórias do Nike Battle Force. De maneira inédita e inovadora, a proposta deste ano do lado masculino será de um duelo entre um das principais Ligas de Basquete amador de São Paulo, contra times representando os Parques da cidade. Uma equipe de cada lado será classificada para a grande Final do Battle Force, a ser disputado em dezembro, em São Paulo. Nesta edição, o formato escolhido para a competição foi de 5x5.

 

Pelo lado das mulheres, o Rachão do Basquete Feminino realiza a curadoria do evento. O coletivo foi responsável por apontar as oito principais equipes de São Paulo, representando todas as suas regiões, para disputar um dos maiores campeonatos de basquete amador da cidade. Dois finalistas também serão classificados para a disputa do título no Battle Force, em dezembro. São mas de 150 atletas envolvidos, representando o que existe de melhor no basquete amador da cidade de São Paulo.

 

A infraestrutura do evento terá quatro quadras: a principal, com os jogos oficiais do Nike Battle Force; a 3x3, com os jogos da modalidade coordenados pela equipe do Streetopia; a Competition/D14, com treinos de performance, aulas e amistosos; e a Street, que estará livre ao público. Jogos de exibição de crianças, mulheres, veteranos e paradesportivos estão programados para acontecer neste espaço. Além das quadras de basquete, haverá um espaço para competição de dança, o Battle Force Dança, que será outra área de ativação da Nike.

 

A disputa de break terá Pelezinho como embaixador, famoso B-Boy brasileiro que integra o time de melhores dançarinos do mundo, o Red Bull BC One All Stars. A trilha e animação da quadra principal ficam à cargo de Kamau, Max Benanse, DJ Erick Jay e DJ RM. O evento tem como atrações especiais DJ Hum, DJ KLJay, DJ Nuts, DJ King, DJ Cinara e DJ Tamempi, sob curadoria de Guigo Lima, nome atuante na cena há mais de 20 anos e criador do label Chocolate Music.

 

“O Streetopia surgiu da necessidade de entretenimento acessível para a família, com foco nas atividades esportivas e que, de alguma forma, dialogasse com o ambiente urbano. A escolha do basquete vai de encontro com essa aspiração, onde cultura e performance andam juntas em quase 300 milhões de praticantes pelo mundo", explica o  diretor da Net’n’Work e idealizador do evento, Hector Miranda.

 

O festival envolverá toda a comunidade, desde o jogador de basquete, o fã e até alguém que esteja em busca de diversão para o final de semana. O ambiente é composto por lojas, praças de alimentação e recreação, além de tabelas e cestas de basquete para uso público. Os ingressos, que estão sendo vendidos separadamente para cada dia de festival, custam R$ 20,00 no primeiro lote, que vai até dia 19/10, e R$ 25,00 in loco — com opção para meia-entrada. Os 300 primeiros a comprarem os convites terão direito à entrada para a festa de lançamento, que acontece no dia 19. O ingresso para o Streetopia dá livre acesso à Adventure Sports Fair (www.adventurefair.com.br), grande encontro do mercado de esportes e turismo de aventura.

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NBA anuncia lançamento do programa NBA Basketball School no Brasil

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NBA lançou escola em evento em São Paulo
NBA lançou escola em evento em São Paulo Divulgação

A NBA anunciou nesta terça-feira, em evento realizado em São Paulo, o lançamento do NBA Basketball School ao Brasil, programa que vai promover o desenvolvimento da modalidade entre meninos e meninas de 9 a 17 anos, com a implantação de núcleos de escolinha de basquete com capacitação e metodologia aplicadas pela liga ao redor do mundo. A iniciativa faz parte dos esforços da liga no país, assim como as plataformas jr. nba, Americas Team Camp e Basketball Without Borders (Basquete Sem Fronteiras). A Think Marketing será a agência parceira da NBA e o número de licenças para o primeiro ano do programa (2019) é limitado a 20.

"O objetivo é inspirar os jovens, incentivar essa garotada a praticar esportes com a orientação de técnicos capacitados, dentro de uma metodologia que foi desenvolvida pela NBA e é aplicada no mundo todo com sucesso. Como o nome diz, é uma escola de basquete, um projeto de referência para preparar atletas, para lapidar talentos e apresentar valores que são fundamentais para a formação como ser humano", afirmou Rodrigo Vicentini, Head da NBA no Brasil.

O NBA Basketball School é um programa direcionado a clubes, academias, escolas e/ou entidades que já possuam equipes ou tenham o interesse em promover o basquete, com capacitação de atletas e técnicos a partir de treinamentos ministrados por instrutores da NBA. Em abril deste ano, a NBA lançou o NBA Basketball School em quatro cidades da Índia (Mumbai, Punjab, Nova Délhi e Pune) e, em 2017, já haviam sido inaugurados núcleos na Grécia e na Turquia. Mais informações sobre a NBA Basketball School no Brasil pelo site brazil.nbabasketballschool.com.

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Espaço ‘NBA Finals 2018’ recebeu mais de 10 mil visitantes em São Paulo

NBA na ESPN
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Casa NBA na Avenida Paulista
Casa NBA na Avenida Paulista Wander Roberto / Inovafoto

Mais de 10 mil pessoas visitaram o espaço 'NBA Finals 2018', a 'casa' da NBA que abriu suas portas durante o período das finais da temporada 2017-2018 no ' coração' da Avenida Paulista. Fãs de todas as idades, influenciadores, atletas e personalidades da música e da TV mergulharam no mundo da bola laranja na última semana em um espaço recheado por ações de parceiros, brincadeiras, muita música e interação, onde assistiram a jogos da série decisiva entre Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors que deu à franquia da Califórnia seu sexto título (2018-2017-2015-1975-1956-1947) e esbarraram até com um sósia de LeBron James. Uma experiência inesquecível.

"Mais do que promover as finais da liga, nosso principal objetivo era oferecer entretenimento e surpreender com uma experiência inesquecível a todos aqueles que visitassem a casa. Tínhamos o desafio de superar uma expectativa muito alta depois do sucesso de 2017 e conseguimos. Foi gratificante ver o engajamento dos fãs, o sorriso das pessoas, das famílias e das crianças que se divertiram no espaço. Isso nos dá a certeza de que eles foram recebidos com carinho pela NBA. Agora temos desafios ainda maiores para os próximos anos", afirmou Rodrigo Vicentini, Head da NBA no Brasil.

Estiveram visitando a 'NBA Finals 2018' um time de peso do basquete como Hortência, Oscar Schmidt, Guilherme Giovanonni, Marquinhos Abdalla, Georginho de Paula, Rafael Luz, Deryk Ramos, Marquinhos, Cadum e Yago, além de esportistas de diversas modalidades, como as campeãs olímpicas de vôlei Natália Zilio, Mari e Fernanda Garay, os bicampeões olímpicos de vôlei Serginho e Maurício, Gabigol (Santos-SP), Hudson e Nenê (São Paulo-SP), os humoristas Alexandre Porpetone e Carioca, o ator Bruno Gissoni, entre outros.

Na 'NBA Finals 2018', uma exposição de camisas históricas de 'Lendas' como Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird e Kobe Bryant, além da camiseta da homenagem do Brooklyn Nets a Oscar Schmidt, uma réplica de vestiários das equipes finalistas de conferências da temporada (Boston Celtics e Cleveland Cavaliers, pelo Leste, Houston Rockets e Golden State Warriors, pelo Oeste), o 'First Row', espaço de realidade virtual, e o cobiçado Troféu Larry O’Brien, taça entregue aos campeões da temporada.

Além disso, totens em tamanho natural dos astros da NBA, estações de medidas onde o público comparou tamanhos de mãos e calçados com os dos grandes nomes da liga, participou dos desafios de Nescau, e conheceu lançamentos de Rider,o espaço Spalding, que trouxe bolas autografadas por 'Lendas' do All-Star Game, além de bares Budweiser, customização de produtos da New Era (bonés, camisetas, bolas...), 'Arcade Zone' (espaço games), Champions Lounge Dotz (área VIP), NBA Store (loja oficial) - que vendeu mais de 1,5 mil itens -, food trucks, desafios na meia quadra Gatorade e um telão de 32m² que teve transmissões ao vivo dos jogos 3 e 4 da série decisiva.

A casa recebeu ainda Fernandinho Beatbox, os DJs Diana Bouth e Rapha Lima, apresentadores do ‘NBA Freestyle’ (programa semanal da liga exibido todas as quintas-feiras, do vivo, no Twitter), 'Chuck, The Condor', mascote do Los Angeles Clippers, e Rip City Slammers, equipe de enterradas do Portland Trail Blazers, que se exibiram dentro da casa. O espaço 'NBA Finals 2018' foi uma ação promovida pela NBA e teve como parceiros Budweiser, Nescau, Dotz, Gatorade, Grendene, New Era e ESPN. A Octagon foi a agência responsável pela produção do evento e das ativações no espaço.

Abaixo alguns números interessantes sobre a 'NBA Finals 2018'.

10 mil - mais de 10 mil pessoas visitaram o espaço 'NBA Finals 2018' nos cinco dias de funcionamento do espaço (festa de inauguração, duas noites de jogos e duas datas de fim de semana)

1,7 mil - foram mais de 1.700 sanduíches e pizzas vendidos pelos food trucks Buzina, The Jam e Pizza Artesanal na casa da Avenida Paulista

3,3 milhões - cerca de 3,3 milhões de pessoas foram impactadas pelas hashtag #NBAFinalsSP no Twitter e no Instagram

1,7 mil - mais de 1.700 copos comemorativos da 'NBA Finals 2018' foram vendidos nos bares do evento

10,5 milhões - Foram mais de 10,5 milhões de impressões e um alcance de 3,3 milhões de pessoas nas postagens utilizando a hashtag #NBAFINALSSP (usada em 584 posts por 408 usuários)

1,5 mil - foram mais de 1.500 itens vendidos na NBA Store da ‘NBA Finals 2018’, entre camisetas de times da NBA (destaque para camisas de LeBron James, Stephen Curry, Kevin Durant e o lançamento Michael Jordan), a coleção ‘The Finals’ e bonés do campeão Golden State Warriors

4,7 milhões - os posts nas redes oficiais da NBA Brasil sobre 'NBA Finals 2018' obtiveram 4,7 milhões de alcance, 91 mil interações, 512 mil visualizações de vídeos e 1,8 milhão de visualizações de Instagram Stories

60 milhões - baseada em digital, social e OOH, a campanha de Marketing teve uma estimativa de 60 milhões de impactos no período entre 25 de maio e 10 de junho

9 mil - ao todo foram quase 9 mil cervejas vendidas na NBA Finals (total 8.719)

21 - veículos de comunicação se credenciaram para cobertura da NBA Finals

20 milhões - Mais de influenciadores e canais de basquete, games e esportes em geral visitaram e produziram conteúdo exclusivo no espaço, com destaque para ‘Desimpedidos’ (13 milhões), os cantores teen Paulo Castagnoli (2,6 milhões) e Caique Gama (1,6 milhões) da Band Fly, e a gamer/apresentadora Nyvi Estephan (1,6 milhões)

5,6 mi - os posts dos influenciadores em suas redes sociais somaram para 5,6 milhões de alcance, 3,4 milhões de visualizações de Instagram Stories, 228 mil interações e 73 mil visualizações no YouTube

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Espaço ‘NBA Finals 2018’ recebeu mais de 10 mil visitantes em São Paulo

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De modinha a revolucionário - obrigado, Curry

NBA na ESPN
Pedro Suaide, para o ESPN.com.br

Muitos são bons no que fazem. Alguns são espetaculares, outros ainda vão além. Entretanto, ser revolucionário é mais raro. Revolucionários são gênios - mais do que apenas bons, espetaculares e além. Quando você acostuma a fazer o absurdo, ainda conseguir surpreender se torna mais uma missão. E ele consegue.

Qualquer mudança brusca que desvie o modo de apreciar o que já estamos acostumados chama atenção e gera, inevitavelmente, críticas. Quando Curry começou a fazer o que faz, dizíamos que era displicente e que essa mentalidade peladeira não se converteria em títulos. Quando começou a dar resultados, parte da cegueira caiu. Curry é um gênio. 

Eu já joguei basquete. Invariavelmente, meus treinadores falavam que, para poder infiltrar, eu tinha que saber arremessar de fora. E para poder arremessar de fora, eu tinha que saber infiltrar. O ciclo é óbvio. Se você acerta dois arremessos de 3 seguidos, seu marcador vai começar a pressionar mais, colar em você. Aí você consegue dribla-lo e infiltrar. Se você dribla-lo duas vezes seguidas, ele vai dar um passo para trás na próxima. Aí você arremessa de novo. Como vocês já sabem, eu não virei um Stephen Curry. Mas ele entendeu bem isso; e fez seu técnico criar um jogo para isso, muito além do basquete. 

A movimentação ofensiva dos Warriors, quase como o Carrossel Holandês daquele revolucionário camisa 14, é algo nunca antes visto. Como a linha de 3 pontos não é parâmetro para Curry, os marcadores precisam marcar ele perto do meio da quadra. Isso gera espaço e, com a inteligência que Steph (e a mentalidade que o time) tem, gera cesta atrás de cesta atrás de cesta. 

[]

Curry já é um dos grandes de todos os tempos. Daqueles que, quando tudo estiver dito e feito, estará na galeria dos imortais. Muito por inventar um novo esporte. Mais ainda por ser um exemplo. 

O "obrigado" no título é pelo seguinte: Curry é o exemplo da história que todos sonhamos. Um metro e noventa. Porte físico nada invejável. Naturalmente, Curry não teria motivo para ser jogador de basquete. Treino, dedicação, inteligência. Assim, ele foi até a exaustão para se tornar o melhor da história no que ele podia ser. E já é. Com o maior respeito do mundo, é "fácil" fazer o que Wilt Chamberlain fazia. Curry não teve atalhos para pegar. E isso é digno de reconhecimento e agradecimento. 

Curry e os Warriors mudaram a história do jogo, coisa que poucos fizeram. E isso vai além de títulos, prêmios e marcas. Mas bem, os títulos, prêmios e marcas não param de vir. Mérito dele. Que siga rindo, debochando e dançando.

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Muito mais do que um troféu: Warriors e LeBron disputam a história

NBA na ESPN
Pedro Suaide

LeBron James e Stephen Curry voltam a ficar frente a frente em uma final de NBA
LeBron James e Stephen Curry voltam a ficar frente a frente em uma final de NBA Getty

É muito difícil defender nossos contemporâneos. A distante memória e nostalgia de outros tempos traz a certeza de que o melhor já passou. Nos conformamos em apreciar os melhores em vídeos do YouTube e histórias de pescadores. Entretanto, não deveria ser assim. E a final que começa agora tenta nos provar.

Golden State vislumbra a possibilidade de se estabelecer como uma dinastia, sem mais nem menos. Fazer a melhor campanha em uma temporada regular na história não foi suficiente? Ter um armador que revolucionou o jogo, um ala que pontua com a mesma facilidade que um chef frita um ovo, um dono do garrafão que é um maestro e um gladiador ao mesmo tempo, e ainda um arremessador que beira à perfeição não é suficiente? Então, o time de Oakland quer empilhar troféus. Já são dois, e aparenta ser apenas o começo. 

LeBron James, aos 33 anos, está em seu auge. 15 temporadas, 9 finais, sendo 8 seguidas. Mas isso não é suficiente. Ser o único jogador com mais de 30 mil pontos, 8 mil rebotes e 8 mil assistências na história não é suficiente. 14 All-Stars, 4 MVPs, 3 títulos, 3 MVP das Finais não são suficientes. Ser o maior pontuador da história dos playoffs, o jogador com mais arremessos convertidos na história dos playoffs, que mais minutos jogou na história dos playoffs, que mais roubou bolas na história dos playoffs, que mais tem triplos duplos na história das finais não é suficiente. Nada que eu disser é suficiente. Ele quer ser o maior de todos os tempos. A discussão está aberta - e só se encerrará de modo positivo para LeBron, se for unânime. Para isso, vencer esse título, após todos os trancos e barrancos, terá um peso muito maior do que "mais um" troféu. 

O troféu não vale apenas o que parece. É um simbolismo muito maior. De dominância, de imposição. E não um ante o outro. Se LeBron eventualmente for lembrado como o maior de todos os tempos, ele deverá isso aos Warriors. E vice-versa. Messi e Cristiano são o que são um pelo outro. Federer e Nadal idem. LeBron e Warriors atingiram tão alto nível de performance e influência fora das quadras que, juntos, estão escrevendo a história. Apreciem a história sendo escrita na frente de seus olhos. 

Se ainda não acreditam, se deixem ver os Warriors como o maior time de todos os tempos - como ele pode ser. Se deixem ver LeBron James como o maior jogador da história da NBA - como ele pode ser. Se permitam ver a genialidade sem que seja por um vídeo frio. Ou se arrependam daqui algumas décadas.  

Torcendo para quem for, que venham 7 jogos.

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Por que o MVP da NBA neste ano não será aquele que deveria ser

NBA na ESPN
Pedro Suaide e Ricardo Pincigher

O verdadeiro MVP
O verdadeiro MVP Getty Images

Antes de mais nada, precisamos dizer que o prêmio de MVP da NBA é um dos mais estranhos de todos os esportes. Nunca sabemos quem vai ganhar simplesmente porque não há critério. No máximo, temos um palpite. Mas, certeza, nunca. Por exemplo, ano passado, todos diziam que Westbrook deveria vencer por conta do triplo-duplo de média. Mesmo não sendo o melhor jogador da liga e nem sendo o mais valioso para o seu time, ele venceu.

Repito, precisamos definir o que é o prêmio de MVP. Ele será dado ao melhor jogador do ano? Ao jogador mais valioso? Ou àquele que estará fora da curva estatisticamente? Pois bem. Neste ano, as três perguntas têm apenas uma resposta. E, no fundo, vocês sabem qual ela é.

Vamos jogar um jogo. Ele se chama “resumo cego”. É muito eficaz quando queremos escolher entre duas coisas sem deixar a parcialidade nos afetar. Porque todo mundo gosta mais de um jogador do que de outro. E isso é normal. Nós, que escrevemos, também temos. Jornalista também torce. Mas é aí que entra o resumo cego. E se você chegou até aqui sem fechar a página, fique conosco até o fim. Valerá a pena.

Quem realmente deveria ser o MVP?
Quem realmente deveria ser o MVP? []

Não precisa ser nenhum gênio para perceber que, nesse resumo cego, o Jogador A teve uma temporada, pelo menos estatisticamente, melhor que a do Jogador B.

 “Mas Ricardo, Pedro, não dá pra levar apenas números em consideração!! Tem que ver tudo que o cara passou na temporada, quem são os companheiros, o técnico, tudo isso!!” 

Nós concordamos plenamente com essa ponderação, fã de esportes. E, acredite, é aí que as coisas começam a ficar mais interessantes.

O Jogador A perdeu, no começo da temporada, o seu Robin. Seu fiel escudeiro de batalha que, por mais talentoso que fosse, nunca conseguiria tomar controle do time. Esse Robin se cansou de ser a segunda opção e quis deixar o Jogador A. Nessa altura do campeonato, vocês sabem que o nosso Robin é Kyrie Irving. Ou seja, nosso  Jogador A é LeBron James.

Sabendo que uma resposta teria de ser dada após a saída de Kyrie, LeBron James teve, nada mais, nada menos, que sua melhor temporada da carreira. No décimo-quinto ano de NBA, ele teve o melhor ano da carreira.

Mas, calma. Se você acha que foi apenas a saída de Kyrie que “atrapalhou” LBJ nesta temporada, você está enganado. Até porque se Kyrie saiu, alguém deve ter vindo em troca. Foi Isaiah Thomas, o segundo maior pontuador da última temporada da NBA. Mas não deu certo. Isaiah reclamou publicamente de estar tendo menos toques na bola, brigou com Kevin Love e foi trocado para os Lakers.

Ah, é. Tem o Kevin Love. Esse aí se machucou e jogou menos de 60 jogos nesta temporada. Ou seja, na maior parte do tempo, LeBron James esteve com jogadores nota C. Jordan Clarkson, Larry Nance, JR Smith... todos okay, mas nada de especial. E mesmo assim o cara teve o melhor ano da carreira.

Fazendo uma analogia, LeBron James é um piloto de corrida. Os Cavaliers são seu carro. A temporada da NBA é uma prova. Durante os 82 jogos dessa temporada, LeBron pilotou o carro - ao mesmo tempo em que as peças dele eram trocadas. Em muitos momentos teve que, na marra, compensar falhas que o carro apresentava. Segurando os problemas mecânicos, e muitas vezes sem ninguém se comunicando com ele no rádio, ele carregou o carro e nunca deixou as chances de vencer a prova morrerem. 

Você já deve ter percebido, também, pela discussão, que o jogador B é James Harden, o grande favorito a vencer o prêmio de MVP.

Aquele Harden, que tem a grande mente ofensiva da liga chamando as jogadas (enquanto LeBron, nem técnico tem direito, rs), um pivô absurdamente útil, um dos melhores armadores da história da NBA e vários ótimos chutadores, todos à disposição.

Imaginem se o Harden perdesse o Chris Paul, e o Capela se machucasse no meio da temporada. Ah, e os Eric Gordons e Ryan Andersons da vida fossem trocados. O resultado seria o mesmo? Não, não seria.

Não nos leve a mal, James Harden teve um ano absurdo. Ele é o cabeça do time de melhor campanha da NBA. Isso deveria bastar para o prêmio de MVP, como já bastou em diversas ocasiões. Só que esse ano é diferente, assim como o ano passado foi. Diferente porque temos um monstro em Ohio fazendo o que ninguém jamais havia visto: ter seu melhor ano quinze anos depois de entrar na liga. E estamos falando de um cara que já teve anos de 30/7/7, 27/6/6, etc.

Fã do esporte, o exercício aqui é simples. Todo ano a NBA arruma um motivo diferente para dar o prêmio de MVP a alguém. Neste ano, os três que nós citamos no começo do texto são o mesmo cara!

LeBron James, o rei da NBA
LeBron James, o rei da NBA Getty Images

Ou alguém aí acha que Kevin Durant ultrapassou LeBron James como melhor da liga? É, esse Kevin Durant que mal consegue ganhar metade dos seus jogos se não tiver Steph Curry do lado.

Alguém acha, porventura, que LeBron James não é o jogador mais valioso para o seu time, entre todos os times da liga? Esse time dos Cavs não ganharia nem 30 jogos se não tivesse o LeBron.

E o último argumento: vocês não diziam que o tal do triplo-duplo era importante ano passado? LeBron tem 18, Harden tem 4. Aliás, vocês perceberam que o Westbrook conseguiu os trocentos rebotes que precisava para terminar a temporada com média de triplo-duplo de novo? É... mas ninguém quer dar o MVP pra ele, eu espero. Mas isso é assunto para outro post. LeBron James deveria ser o MVP desta temporada, como em todas as outras. Ele só não é o melhor e mais importante jogador na quadra quando está de terno, nas cadeiras. E nem isso, neste ano, ele fez. Jogou todos. Sem descanso. LeBron não ser MVP é uma injustiça absurda. E, infelizmente, vai acontecer. 

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Depois de sofrimento e decepções, Villanova é a maior equipe do basquete universitário dos EUA

NBA na ESPN
Leonardo Sasso, do ESPN.com.br
Villanova campeã da NCAA
Villanova campeã da NCAA Getty

O sucesso. Quase sempre difícil de ser alcançado. Um retrospecto favorável contínuo ainda mais complicado. O time de basquete de Villanova Wildcats parece ter adquirido, nos últimos anos, todo o DNA de sucesso. Nas últimas três temporadas, dois títulos. Nas últimas quatro temporadas, o maior número de vitórias de uma equipe universitária masculina na história. Jay Wright é nome recorrente na lista dos melhores técnicos do basquete universitário. Qual foi a receita para Villanova mudar o rótulo de universidade inofensiva para a equipe mais organizada e temida do país?

Final da temporada 2011-12. Wright, sentado à beira da quadra do ginásio The Pavillion, pensava. Por que Villanova, mesmo tendo recrutado diversos jogadores cinco estrelas e tendo chegado ao Final Four em 2009, não deslanchava. A temporada havia sido um desastre. 13 vitórias em 32 jogos, primeira vez desde 2004 que os Wildcats não iam ao March Madness. Mudanças na comissão técnica eram prováveis.

“Preciso de um jogador, de um perfil certo para alavancar este programa”. Jay Wright sabia o que queria, nas palavras de Billy Lange, associate head coach, que havia deixado a equipe após a temporada de 2004 e retornaria para a temporada 2012-13.

Seis meses depois, dois jogadores recrutados. Ryan Arcidiacono e Daniel Ochefu. Oito meses depois, Josh Hart e Kris Jenkins. O tempo, posteriormente, mostraria que esse quarteto seria essencial para a mudança de paradigma na história de Villanova. Os nomes deles seriam eternizados na universidade.

Arcidiacono nasceu na Philadelphia. Seus pais acompanhavam os jogos do time e levavam o menino desde os quatro anos ao ginásio. O sangue wildcat parecia fadado a trazer glórias para Villanova. Numa decisão surpreendente, Jay Wright anunciou o armador Arcidiacono, calouro, como capitão. Espanto dos mais experientes.

Meses depois, Villanova enfrentou Purdue no Madison Square Garden. O templo do basquete reservava um jogo feio e truncado. O pivô de Purdue era quase imarcável no garrafão. Arremesso de três pontos. Bola no aro. Arcidiacono toma a frente do pivô, faz o boxout e espera o empurrão. O árbitro marca falta de ataque. A vibração do armador dos Wildcats contagia o time, o banco e a torcida. Villanova venceu o jogo e o espírito de um capitão que queria mudar a história da universidade parece ter energizado para sempre aquele time.

No fim da temporada, saldo positivo. Eliminação na primeira rodada do March Madness para North Carolina, mas a certeza que o percurso seria positivo a partir dali. Nos dois anos seguintes, ótimas campanhas durante as temporadas regulares, terminando como escolha número 1 e 2 nos Torneios da NCAA de 2014 e 2015. Derrotas inesperadas para Connecticut e North Carolina State marcaram Villanova como a equipe que não tinha poder em março.

Os melhores jogadores da equipe, JayVaughn Pinkston e Darrun Hilliard, eram seniors e se despediram depois da temporada de 2015. Novamente a desconfiança tomaria conta de Villanova. Como iriam reverter o processo, sendo que as principais referências estariam longe?

Tradicional em todos os verões, Villanova organiza o Summer Jam em que jogadores atuais do time enfrentam ex-jogadores. Todos os relatos revelam que isso cria um fortalecimento da história, da força da universidade. Imagens de Nova Nation e Family nas paredes dos vestiários e dos prédios da equipe salientam ainda mais a união.

Wright, geralmente, não usa todas as suas bolsas de estudo que têm à disposição. Com isso, deixa jogadores como redshirt (sem jogar), principalmente no primeiro ano. Assim, eles aprendem a cultura, as táticas e o que é ser um wildcat. Isso aconteceu com o atual herói do título de Villanova nesta temporada, Donte DiVincenzo. Com Mikal Bridges, provável escolha do Draft da NBA em 2018, também. Omari Spellman, principal referência do garrafão de Nova, seguiu o mesmo caminho. O roteiro parece ter sido acertado e os frutos colhidos.

A mudança começou, literalmente, a 4s7 do fim. Dia 4 de abril de 2016. O NRG Stadium, em Houston, completamente lotado. Marcus Paige havia acertado uma bola de três pontos, em dois tempos, de maneira magnífica. North Carolina empatou o jogo. A torcida de Villanova não acreditava. Será que o destino de ser uma equipe que, em março, não mostrava poder, seguiria causando pesadelos?

Saída de bola. Kris Jenkins faz o passe para ele, Arcidiacono, o menino que tinha o sangue azul e branco, o DNA daquele que sofria por Villanova. O armador passa para a quadra de ataque. Para. Passa. Jenkins recebe. Josh Hart e Daniel Ochefu olhavam. Os quatro que, três temporadas antes, estavam sendo recrutados e no caminho de mudar a história de Villanova. O ginásio se cala. Aflição. Tensão. Jenkins pula. Arremessa. Vai para a história de Villanova. O sofrimento e a luta acabam. Os Wildcats são campeões nacionais.

De Hofstra a Villanova, de irrelevante a campeão nacional, Wright colocava seu nome entre os maiores, entre aqueles que venceram um título nacional. A safra de Arcidiacono, Ochefu, Jenkins e Hart se consolidava. Jalen Brunson, menino ainda, calouro, desfrutava no primeiro ano daquilo que todos sonharam. Mal sabia Brunson que o destino seria tão bom quanto para ele.

Na temporada seguinte, Arcidiacono e Ochefu deixaram a equipe e seguiram carreira profissional. Hart e Jenkins continuaram. Villanova dominou a conferência Big East. Chegou ao March Madness como favorita. O garrafão era mais fraco, sem a presença no nigeriano Ochefu. Derrota sofrida para Wisconsin. Eliminação. Fim da Era de Ouro de Hart e Jenkins também. Brunson seria o remanescente. Bridges e Booth também.

A temporada 2017-18 chegara. Wright, decidido a vencer mais um título, deu carta branca aos jogadores para arremessar de longa distância. O modelo consolidado na NBA, principalmente com Golden State Warriors e Houston Rockets, também chegaria ao college. Brunson na armação, Booth ao lado dele, Bridges na ala, Eric Paschall, jogador que se transferiu de Fordham, fraca equipe da conferência Atlantic 10, e Omari Spellman, pivô cinco estrelas vindo do High School, que havia sido redshirt na temporada anterior. Quinteto forte, mas faltava algo a mais. Algo que pudesse credenciar Villanova ao título. Donte DiVincenzo. O jovem de Delaware, de origem italiana, comparado a Michael Jordan no High School, muito por conta do domínio dele em quadra e pela falta de qualidade no Estado, que não é conhecido por revelar tantos jogadores de basquete. A equipe estava completa. Wright com sede de fazer história. De novo.

O caminho foi tranquilo. Somente quatro derrotas na temporada regular. Título do Torneio da Big East e a escolha número 1 no March Madness. Radford, Alabama, West Virginia e Texas Tech, destruídas por uma Villanova implacável. Todos os jogos com, no mínimo, dez pontos de diferença. O destino era San Antonio, Alamo Dome. 68 mil pessoas. Kansas do outro lado. O último título dos Jayhawks, em 2008, havia sido ali naquele estádio, com Mario Chalmers ofuscando Derrick Rose. Doutrinação. Villanova venceu sem dificuldades, batendo o recorde de bolas de 3 pontos em uma temporada universitária (464 – o recorde anterior era de Virginia Military com 442 em 2006-07). Na final, Michigan era o adversário. Os Wolverines eliminaram a Cinderella Loyola-Chicago na fase anterior.

Parecia que o destino seria diferente. Michigan começara bem. A bola de 3 de Villanova não caía como no jogo anterior. Até que um homem se levantou. Ouviu instruções de Wright. Sentou à frente dos marcadores de tempo e cronômetro. Esperou. O momento seria seu. DiVincenzo em quadra. Tudo parecia fluir para ele. 18 pontos na primeira etapa. Maior pontuação de um jogador em um intervalo de final desde Tyus Jones, em 2015, com 19. O desempenho empolgou a equipe. O líder Brunson e o espírito na camisa arraigado pelo sangue de Arcidiacono. Mikal Bridges, a força e técnica como Hart. Eric Paschall, a saída de escape, assim como Jenkins foi. Omari Spellman, a raça e a luta no garrafão, como Ochefu sempre teve.

Mais um título, mais uma vibração. Nomes diferentes, jogadores diferentes. O mesmo espírito.

Wright, nos próximos dias, deve sentar à beira da quadra do The Pavillion. Observar as cadeiras vazias. Rir para si mesmo.

Depois de tanto sofrimento e decepções, Villanova é a maior equipe do basquete universitário dos EUA.

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