O esporte mais global de todos
Que o futebol é um esporte de alcance global nós, brasileiros, estamos cansados de saber. Mas é muito bom, para o esporte, quando um jornal como o Financial Times resolve fazer um caderno especial só para falar do tradicional esporte bretão e afirmar que o futebol é O esporte global.
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E o que diferencia o futebol de todos os outros esportes ao ponto do jornal fazer tal afirmação?
A principal questão é a capacidade que o futebol tem de se adaptar aos aspectos culturais de cada país ou, talvez, possamos dizer que é a capacidade que o futebol tem de não ter nenhuma afinidade cultural especifica. Isso permite ao esporte atender as mais variadas demanda.
Não é o caso de outros esportes que poderiam ter alcance global.
Quando pensamos em Rugby, por exemplo. Natural que venha a nossa mente países como Australia e França, por ter fortes equipes. Mas além disso o Rugby tem toda uma questão de ser reconhecido como um esporte britânico. Retirar essa essência dele e adicionar o esporte no Brasil, por exemplo, apresenta muitas dificuldades. Por mais que o Rugby esteja crescendo no Brasil. O mesmo caso poderia ser aplicado ao críquete.
O futebol, apesar de ter sido criado pelos britânicos, rompeu este laço e com isso conseguiu fincar raízes mundo a fora.
O mesmo acontece com os chamados esportes americanos. Nada mais americano do que os esportes da terra do Tio Sam. O futebol de deles (para nós o futebol americano), beisebol e hóquei possuem características tão enraizadas na cultura americana que, por mais que os esportes se expandam, e isso está acontecendo, o alcance deles fica longe do alcance do futebol.
Alguém aí pode estar pensando no basquete. Criado pelos americanos e que, sem dúvida, é um esporte popular no mundo todo. Verdade. Mas, assim como a fórmula 1, ter o reconhecimento mundial não significa ter o alcance e a profundidade do futebol. Veja. Não estamos falando que o futebol é o único esporte global mas, sim, que o futebol é o esporte mais global de todos.
Popular na América do Sul e na Europa. Em franco crescimento na América do Norte e na Ásia. O futebol só enfrenta "problemas" na África. Isso porque, apesar de popular, a falta de uma economia mais estável e de práticas de governança adequadas dificultam o estabelecimento de uma estrutura organizacional adequada.
Um exemplo interessante, que mostra o poder do futebol, é a chamada Indian Super League. Apesar da baixa qualidade dos jogos (pelo menos para o meu gosto), o campeonato tem atraído uma média de 23 mil pessoas por partida ao estádio. Como a India é um país de alta densidade populacional, somente na primeira semana de campeonato a audiência acumulada da TV foi de 171 milhões de pessoas (é quase como se todo o Brasil tivesse assistido pelo menos um jogo). As mídias sócias, populares por lá, alcançaram a marca de 2,5 bilhões de impressões.
Até os americanos resolveram se render ao futebol. É verdade que eles ainda preferem os "seus" esportes. Mas o crescimento da MLS é exponencial. A meta de 24 equipes em 2020 (hoje conta com 19) deve ser alcançada com facilidade. O plano de expansão da MLS deixa claro que, por mais que os latinos sejam ainda os principais frequentadores, muitos americanos já estão se acostumando com o esporte Global. Mas vou deixar para tratar disso num outro post.
Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br
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