O momento ideal para o racha
Se a UEFA quiser ela pode mudar a jogo e fazer história
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Talvez o dia 27 de Maio fique marcado como o dia que mudou o futebol. As prisões de diversos dirigentes ligados a FIFA e as Confederações latinas de futebol podem trazer efeitos muito positivos ao mundo esportivo, não apenas ao futebol.
É bem provável que a FIFA nunca se arrependeu tanto de uma decisão tomada anteriormente como a de ter escolhido o Catar para sediar a Copa de 22 ao invés dos EUA. É aqui que começam as investigações de corrupção por parte da justiça americana. Após as denuncias de subornos envolvendo o Catar como sede da Copa de 22, vencendo justamente os EUA, eles resolveram entrar no circuito, mas não por bondade. E a FIFA, sem querer, ajudou.
Ao tentar limpar sua barra a FIFA chamou Michael Garcia, ex-promotor de justiça de Nova York, para investigar o que teria ocorrido. Garcia teria encontrado provas suficientes de corrupção envolvendo a escolha da Rússia e do Catar. Mas a FIFA nunca publicou o relatório de Garcia e acabou optando pelo trabalho do alemão Joachim Eckert que, ao contrario de Garcia, não viu nada de errado nas escolhas.
Mas sem que a FIFA, ao que parece, tivesse conhecimento, Garcia já havia comunicado a justiça americana de como a escolha dos dois próximos mundiais havia se dado. A CONCACAF (Confederação de Futebol das Américas Central e do Norte) virou o foco das investigações americanas. Pelas leis americanas o simples uso de um banco americano lhes confere o direito de pedir a extradição de qualquer pessoa para ser jugada nos EUA. E bancos americanos, bem como algumas empresas sediadas por lá, abriram brecha para que a justiça americana fosse a campo e pedisse a prisões dos dirigentes e empresários.
O ponto, talvez engraçado da história, é que o grande defensor do Catar nunca foi Blatter, mas sim Michel Platini. Platini, que comando a UEFA desde 2007, como se sabe sempre teve pretensões de ser presidente da FIFA e teve seu nome envolvido no caso de suborno e chegou a declarar "Só porque tomei café com um colega me vejo envolvido em um assunto de Estado e em uma trama construída não sei por quem ou com que objetivo. Não sou corrupto. Não quero fazer mal a ninguém. Não sei quem pode estar por trás disso tudo".
Neste primeiro momento nenhum europeu foi envolvido, mas creditar a corrupção do esporte apenas as Américas seria algo, no mínimo, estúpido. Porém, essa pequena brecha pode dar uma grande ajuda as mudanças que todos tanto sonham. Na próxima sexta, em teoria, as Confederações devem escolher o próximo presidente da FIFA. Blatter nadava de braçada até então, mas o que acontecerá se os 56 representantes resolveram .. digamos assim: rachar com a FIFA?
Por mais que sejam apenas 56 votos entre 208 estamos falando de um continente que detém o interesse de boa parte dos patrocinadores. Europa e América do Norte ficam em média com 60% de todo o dinheiro relacionado a patrocínio no esporte. Em 2014 estamos falando de aproximadamente $ 55 bilhões.
Existe muito interesse em jogo e pode ser o momento de se iniciar uma limpeza. E, caso ela ocorra, resta torcer para que os que venham no lugar não sejam do mesmo "saco"....
Vamos ver o que vai acontecer....
Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br
O momento ideal para o racha
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