Gigante da Colina

Fernando Fleury
Fernando Fleury

Tem muito o que se falar sobre o caso do sócio torcedor do Vasco da Gama. Podemos questionar muitas coisas, como por exemplo a capacidade de continuação do engajamento dos torcedores ou o fluxo financeiro continuo ao longo dos próximos meses. Mas a verdade é uma só neste momento:

O orgulho vascaíno está em alta e com toda razão

Se dentro de campo os times cariocas sofrem com a sensação Flamengo, fora dele a torcida vascaína pode encher o peito e se orgulhar dos 150 mil sócios torcedores e de, hoje, serem a líderes no ranking dos projetos de sócio torcedor no Brasil.

Parece pouco, mas não é…

Quando falamos de marketing nem sempre falamos de retorno financeiro direto. Claro que, neste caso, também temos um retorno financeiro. Antes da chamada black friday o programa arrecadava R$ 1,3 milhões por mês e agora passa arrecadar pouco mais de R$ 2,5 milhões. 

Mas, o grande ganho esta na mobilização da torcida e na sensação que o torcedor teve de se tornar parte de uma conquista importante do time. 

E se boa parte não voltar a pagar?

A campanha foi bem pensada. O plano foi realizado por um valor baixo, mas com pagamento semestral. Então.. até Junho do ano que vem o gigante da colina não terá problema neste quesito. 

Mas vamos supor que 50% dos torcedores resolvam não renovar seu plano. O que eu, pessoalmente, acho um número improvável. O Vasco manteria, ainda assim, cerca de 75 mil sócios torcedores. Mais do que o dobro dos 32 mil que o programa tinha cadastrado até o inicio de novembro. 

Ou seja, de qualquer forma o Vasco saí ganhando. 

Outra coisa importante foi a participação dos atletas. Leandro Castan e Talles Magno também se mobilizaram para engajar os torcedores na causa, por exemplo.

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Em suma, a ação pode render um bom dinheiro aos cofres do Vasco (R$ 12 milhões ano por baixo), mas o principal aspecto, como efeito de marketing é que colocou o Vasco de volta a vitrine, mostrou que seu torcedor, mesmo após anos tão duros ainda esta aí, vivo, e resgatou aquele sentimento de orgulho que todo torcedor gosta de sentir. 

O flamengo pode até levantar a taça, merecidamente diga-se de passagem, mas o torcedor do Vasco termina 2019 com uma sensação que não sentia já fazia muito tempo. 

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A hora certa para demitir um treinador

Fernando Fleury
Fernando Fleury

Por Fernando Fleury e Anderson Dias

ESPN Brasil/UOL
Eduardo Baptista nunca foi unanimidade no Palmeiras
Eduardo Baptista sempre foi vítima de questionamentos no Palmeiras

De modo geral, quando um técnico de futebol é despedido, as reações são previsíveis. Como a decisão se dá (em 99,8%) dos casos por conta de maus resultados, o quadro vai sempre na seguinte direção: os torcedores concordam (insatisfeitos com as derrotas, desclassificações, rebaixamentos...), a mídia discorda (cobrando planejamento e confiança numa ideia contínua de jogo) e os dirigentes tomam a decisão no centro deste cenário. No entanto, como saber qual a hora certa de mandar um técnica embora?

Não espere desta coluna um julgamento simples baseado no "discordo porque acho ruim" ou vice-versa. A ideia é demonstrar todo o quadro que se pinta até ser revelado, geralmente, ao presidente do clube, que decide. O caso recente de Eduardo Baptista no Palmeiras é extremamente interessante para adentramos neste contexto.

Após ser campeão brasileiro em 2016, o Verdão termina o ano sem seu treinador, Cuca, que alega questões pessoais e pede demissão. No mesmo ano, portanto, ainda antes do início da pré-temporada, o clube anuncia Eduardo Baptista como seu novo comandante. Embora tenham havido alguns questionamentos (por conta do "tamanho" do profissional para um clube como o Palmeiras), era inegável o bom trabalho do filho de Nelsinho à frente da Ponte Preta.

Com uma realidade econômica muito aquém dos grandes clubes, o time campineiro terminou o Campeonato Brasileiro na oitava colocação, à frente de equipes como São Paulo, Grêmio, Cruzeiro, Fluminense e Internacional, todos multicampeões e com orçamentos infinitamente superiores à Macaca. Além da boa campanha, a equipe dirigida por Baptista demonstrava organização, compactação e intensidade.

Eduardo estava credenciado também com um bom trabalho no Sport, onde foi campeão pernambucano e da Copa do Nordeste em 2014, quando sua equipe também chamou atenção por conta do futebol organizado e bem jogado. Portanto, a decisão da diretoria palmeirense em contratar o técnico estava embasada por bons trabalhos recentes.

Ao técnico, foi entregue um elenco que terminou o Brasileirão nove pontos à frente do segundo colocado (Santos) e reforçado. O excelente Gabriel Jesus e o pouco utilizado Roger Carvalho saíram, mas atletas de qualidade como Borja, Michel Bastos, Willian e Guerra chegaram, ampliando as opções e a força do já decantado melhor elenco do Brasil.

A temporada 2017 começa e, embora os resultados sejam satisfatórios, o futebol alviverde não decola. Como é de se esperar, por não ser um nome "grande" no mercado de técnicos, Eduardo ouve as primeiras cornetas quando perde para o rival Corinthians na quinta rodada do Paulistão, por 1 a 0.

Com três derrotas e quase 70% de aproveitamento, o Palmeiras vai às quartas de final e atropela o Novo Horizontino, com 3 a 1 fora de casa e 3 a 0 no Allianz Parque. Enquanto isso, na Libertadores, sofre em um grupo composto por Peñarol, Atlético Tucumán e Jorge Wilstermann. Apesar dos bons resultados (o Palmeiras é o primeiro colocado, com 10 pontos e está classificado à segunda fase), o time sofreu em todas as partidas, ganhando com gols no apagar das luzes e com um futebol pouco convincente.

De volta ao Estadual, o time enfrenta a Ponte Preta e é totalmente anulado na primeira partida das semifinais: 3 a 0 em Campinas, na pior partida do Palmeiras em 2017. A vitória por 1 a 0 na volta foi apenas uma forma de tentar se animar para a Libertadores, sem grandes ameaças aos campineiros.

Ao sofrer dois gols do Peñarol em Montevidéu no primeiro tempo, grande parte da torcida palmeirense já perdeu a paciência. Com alterações e novo espírito, o treinador conseguiu levar a equipe brasileira à virada histórica, com todas as cenas deprimentes que se sucederam. Num misto de alegria, alívio, pressão e insatisfação com todos os acontecimentos no Uruguai, Eduardo se enerva após o jogo e dá uma coletiva que também já entrou para a história. Revoltado, batendo na mesa e protestando contra alguns repórteres (alguns nem presentes ao local), subiu o tom e até agradou grande parte de alviverdes.

Uma semana depois, veio a derrota para o Jorge Wilstermann na Bolívia por 3 a 2, em outra partida fraca e então a decisão da diretoria palmeirense de sacar Eduardo para promover o retorno de Cuca.

Portanto, eis o cenário: Eduardo Baptista é jovem, mas vinha de dois trabalhos recentes com bom futebol e resultados destacáveis. Assumiu um elenco numeroso e qualificado, ponto que se torna uma faca de dois gumes, já que nesse contexto, bons jogadores vão ficar de fora dos 11 titulares em algum momento e podem criar problemas.

A performance do time em campo em 2017, de fato, não agradou (salvas algumas exceções, como o atropelamento por 3 a 0 sobre o São Paulo). No entanto, se o técnico priorizasse um jogo esteticamente mais agradável e ofensivo (automaticamente, com maior exposição), teria respaldo para continuar, já que a justificativa oficial para sua demissão foi justamente desempenho e não os números (que são bons, quase 70% de aproveitamento)?

Tendo Cuca no mercado a demissão se justifica? Ou não teria sido hora de justificar a vinda de Eduardo, dar-lhe mais tempo e solucionar alguns problemas pontuais? Vale lembrar que após ser eliminado na chamada Pré-Libertadores para o então desconhecido (entre os brasileiros) Tolima, o Corinthians decidiu manter Tite e o restante todos já sabem.

Eduardo tinha potencial pra fazer o Verdão atuar melhor e levantar taças? Todas essas perguntas e ponderações servem para tentar ilustrar o tamanho do abacaxi que chegou ao presidente e à diretoria de futebol alviverde, que diga-se, não respaldou seu então treinador em momentos de instabilidade. Se fosse um técnico "tarimbado", como Luxemburgo, a pressão seria a mesma?

A hora certa de demitir, fãs do esporte, é difícil definir.

O ponto que talvez precise de reflexão é: estamos preparados para novos técnicos no futebol brasileiro?

A paciência é nitidamente menor entre torcedores, dirigentes e mídia quando se contrata um profissional fora da "panela", o que dificulta o profissionalismo tão solicitado e necessário.

Voltando ao Palmeiras, a opção por Cuca é um tiro de segurança. E a última pergunta: se os resultados vierem, mas com baixo desempenho, qual será o discurso da diretoria?

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Lição mineira

Fernando Fleury
Fernando Fleury
Reprodução/Twitter
Trazer novos públicos deve ser objetivo da gestão de qualquer espaço esportivo no mundo
Trazer novos públicos deve ser objetivo da gestão de qualquer espaço esportivo no mundo

Por Fernando Fleury e Anderson Dias

Já é de conhecimento público que as arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014 se tornaram, em grande parte, um problema. O que muitos especialistas apontaram com antecedência infelizmente se confirmou: temos elefantes brancos em algumas cidades brasileiras. Pior, esses espaços são, majoritariamente, mantidos com dinheiro público, um total absurdo quando se pensa no momento financeiro vivido pelo País. Ainda assim, parece que temos um bom caminho sendo trilhado nesse setor: o Mineirão.

O tradicional estádio de Belo Horizonte passou por uma modernização visando o Mundial e teve um dos menores custos entre as 12 arenas: R$ 695 milhões (embora, como todos, tenha concluído as obras acima do valor planejado inicialmente, que neste caso era de R$ 400 milhões). Após litígios judiciais e problemas principalmente com Atlético Mineiro e Cruzeiro, a arena mineira começa a apresentar bons números e melhor compreensão do conceito multiuso, ainda mais quando comparado à maioria dos estádios brasileiros.

Sobre público total, em 2016, o Mineirão recebeu 1.067.150 pessoas, contra 1.037.086 da Arena Corinthians. Todos os outros ficaram abaixo de 1 milhão. Foram 54 partidas realizadas na arena de BH, o que, na média, significa mais de um jogo por semana. O estádio tem recebido diversos eventos culturais, gastronômicos, de entretenimento, além de utilizar sua esplanada de forma aberta, inclusiva e convidativa para a cidade. São mais de 80 mil metros² disponíveis diariamente das 7 às 22 horas. O espaço já se tornou ponto de encontro para praticantes de skate, bike, corridas e caminhadas.

A administração também tem tratado com atenção total o chamado match-day (dia do jogo), com diversas ações além da partida. No duelo da volta entre Cruzeiro e São Paulo pela Copa do Brasil (19 de abril) foi inaugurado um espaço para que torcedores levassem seus cães ao Mineirão, com capacidade para até 60 cachorros. Além de ter garantido retorno financeiro e sucesso de público, a ação gerou notícia até mesmo no jornal El País, da Espanha.

O Mineirão tem sido exemplo também na geração de conteúdo em seu site e redes sociais, com material exclusivo e de boa qualidade.

Enfim, o próprio espaço mineiro e todas as arenas brasileiras têm desafios e problemas, porém, o antigo estádio Governador Magalhães Pinto (nome oficial do Mineirão) demonstra um bom caminho: atração de cada vez mais jogos, foco no match-day muito além das partidas, interação com a cidade e região, além de eventos e empreendimentos dos mais variados setores.

É provável que o balanço de 2016 a ser publicado pela Minas Arena também confirme o bom exemplo vindo de Belo Horizonte. Enquanto isso, todos esperam soluções para arenas como as de Manaus, Brasília, Cuiabá e até mesmo para o Maracanã. A gestão de arenas (campo de atuação ainda novo no Brasil), quando bem feita, gera empregos, renda e transforma a realidade local.

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Sem meio-termo

Fernando Fleury
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Gazeta Press
Rodrigo Caio teve uma atitude correta no clássico contra o Corinthians
Rodrigo Caio teve uma atitude correta no clássico contra o Corinthians

Eu realmente não ia escrever sobre o assunto, mas diante do que vi, li e ouvi, não consegui. Me surpreende a repercussão da atitude do Rodrigo Caio. Me surpreende por tantas pessoas demonstrarem surpresa com uma atitude correta. Me parece que a sociedade em que vivemos está com seus valores muito invertidos.

Me surpreende ver jornalistas criticando a atitude do atleta e usando como argumento que ele será perseguido pela torcida. Ora, que torcida? A dita organizada que publica nota de repudio?! Ah, dessa não esperamos nada. O que esperar de alguém que usa a imagem do clube e não paga royalties, que mancha a imagem da instituição, que acha legal o enfrentamento com adversários? Estranho seria se esses aplaudissem!

Mas me surpreende, repito, jornalista que prega ética e moral, dizer que ali, no campo, estão rivais, como se fossem inimigos jurados de morte. Não são!

Quando falamos de ética, moral, e honestidade não se pode ter meio-termo. Não dá para ter dois pesos. Ou se tem ou não tem. Não da para parabenizar uma atitude como a de Rodrigo Caio e em seguida dizer que vale tudo para ganhar.

Não, não vale!

Vivemos um momento de profunda crise ética e moral em nossa sociedade. Ensinar valores para as crianças hoje não tem sido fácil. Assim, atitudes como a do Rodrigo Caio deveriam ser aplaudidas de pé!

Alguns vão dizer: mas se fosse o contrário, os adversários poderiam agir diferente.
Pode ser, mas não se deve agir conforme as pessoas agiriam. Nós tomamos atitudes conforme esperamos que as pessoas ajam conosco!

No mais, talvez esse lance sirva para mostrar o por que de nossa sociedade viver dilemas morais tão contundentes hoje em dia!

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Desculpem o transtorno, precisamos falar sobre patrocínios esportivos

Fernando Fleury
Fernando Fleury
Esporte Interativo
Que tal essa camisa do Guarani?
Que tal essa camisa do Guarani?

Por Fernando Fleury e Anderson Dias

A discussão sobre patrocínios esportivos no Brasil, principalmente no futebol, costuma ter uma visão míope, inclusive na mídia especializada. É absolutamente ultrapassado tratar um parceiro simplesmente como um mero expositor. E justiça seja feita, muitas vezes as próprias empresas se contentam com o papel de utilizar a camisa de um clube como espaço de exposição e só.

A relação entre patrocinador e patrocinado deixou de se resumir ao ponto exclusivo da mera exposição no mundo desenvolvido a algumas décadas. Não é coincidência que grandes empresas (exceção feita à Crefisa no Palmeiras, declaradamente um parceiro emocional) não mais estejam estampadas nas camisas dos grandes clubes do País. Um investimento de R$ 20 a R$ 30 milhões anuais, para uma grande corporação, não significa nenhum valor absurdo. Ainda assim, elas perceberam que despejar esse dinheiro num clube de futebol para simplesmente expor suas marcas é um mau negócio.

Recentemente, alguns acontecimentos relacionados a este tema vieram à tona. Uma suposta saia justa no São Paulo por conta da recusa do técnico Rogério Ceni em utilizar a camisa da comissão técnica com a logomarca da Corr Plastik (acordo anterior à vinda do ex-goleiro ao posto de treinador, o que acabou levando o patrocínio ao espaço mais nobre da camisa como forma, talvez, de "compensação") e também uma entrevista do proprietário da Crefisa, José Roberto Lamacchia, concedida ao competente Mauro Cezar Pereira, onde o empresário afirma ter consciência que seus quase R$ 100 milhões anuais em patrocínio estão acima do valor de mercado. Sua justificativa é de que muitas pessoas passaram a conhecer a Crefisa após o patrocínio ao clube alviverde. E só.

É preciso pensar além da pura e simples exposição ou reconhecimento de uma marca junto ao público. O pensamento deve ser levado à exclusividade, a algo que só aquele time em específico pode oferecer, casando aí com a imagem da empresa. Isso sem falar, evidentemente, do valor envolvido nesta parceria.

O Manchester United, da Inglaterra, pôs no bolso só no primeiro semestre de 2016 mais de R$ 253 milhões em acordos comerciais e patrocínios. O time que mais recebe da Caixa Econômica Federal (disparado o maior patrocinador do futebol no Brasil, e vale lembrar, estatal) é o Corinthians, com R$ 30 milhões anuais. Não há argumentação sobre diferentes realidades econômicas, sociais, culturais ou até mesmo sobre a qualidade de jogo que expliquem essa diferença astronômica. O pulo do gato está na relação absolutamente profissional e voltada a resultados concretos, lucros, ou seja, no comprometimento do clube em entregar algo além do que era esperado pela patrocinadora.

Em diversos casos, a marca sequer aparece nos uniformes dos clubes europeus. São parcerias comerciais das mais diversas, como "transportadora oficial, lanchonete oficial, supermercado, telecomunicações", enfim, os principais clubes do mundo contam com uma inteligente setorização de suas marcas parceiras, isso sem contar com ações grandiosas de ativação, de redes sociais e tantas outras. 

O patrocinador passou a calcular o quanto ele realmente ganhou ao colocar seu dinheiro em um clube de futebol. E a julgar pelo que vemos no Brasil, essa conta não fecha. Passou da hora de os clubes trabalharem como marcas, que, por sua vez, se bem administradas, vão naturalmente atrair outras marcas de qualidade como parceiras. Dá trabalho, estamos atrasados em relação à grande parte do mundo, mas é preciso começar.

Fonte: Fernando Fleury e Anderson Dias

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Para que time você torce?

Fernando Fleury
Fernando Fleury
Nortão Notícias/Reprodução
Temos a mesma
Temos a mesma "implicância" com a equipe de coração de atletas tanto quanto julgamos dirigentes e jornalistas? 

É comum em mesas de bar a velha discussão a respeito do time que cada jornalista torce. Mais comum ainda é a boa desculpa de citar algum time de uma cidade remota. Sempre me pareceu que os jornalistas, em geral, não gostam muito de dizer seu time e até acham que tal informação é irrelevante em sua atividade profissional.

Confesso que concordo com eles. Cada um torce para quem quer.

Vivemos um período em que muitos torcedores pedem a profissionalização da gestão de seus times. Mas será que estamos preparados para isso?

Recentemente li um texto em que um jornalista (realmente não me lembro quem) indagava o porque de um torcedor do flamengo querer ser CEO num time paulista. Se fosse conversa de mesa de bar eu até entenderia, mas me surpreende quando vejo algum jornalista escrevendo que fulano de tal, que torce para o time X, quer trabalhar no time Y.

O futebol brasileiro e sul-americano ainda sofre de um mal difícil de ser justificado: o de julgar, sempre negativamente, quem torce para um time rival. Principalmente quando se tratam de dirigentes e funcionários para o clube pelo qual se torce. Chovem na internet comentários maliciosos sobre funcionários que torcem para outras agremiações.

Seu time perdeu? Hora perfeita para lembrar do cara do marketing que torce pelo outro, do diretor que em 1983 foi visto com uma camisa daquela cor "proibida" ou para maldizer qualquer envolvimento com determinados clubes. Tudo muitas vezes para acobertar uma atuação ruim, um dia em que atletas e comissão técnica foram superados pelo adversário.

Em um universo que movimenta bilhões de dólares, é de se espantar que o simples fato de vestir uma camisa diferente inviabilize a contratação e permanência de profissionais, muitas vezes, brilhantes. E aqui abro parênteses para contar uma história. Anos atrás levei um grupo de estudantes de mestrado para uma temporada de estudos nos EUA. Entre as diversas atividades realizamos uma visita técnica ao Red Sox, tradicional time de baseball.

Fomos recebidos pelo Vice Presidente de Marketing e pudemos trocar excelentes ideias a respeito da estrutura que o time possui para que o marketing possa exercer suas atividades. No meio da conversa perguntei como ele via o fato de torcedores de outros times trabalharem no Red Sox. Expliquei que isso era algo que mexia bastante com o torcedor no Brasil.

A resposta dele foi me apresentar um de seus gerentes. Pasmem: torcedor fanático do Yankes, maior rival do Red Sox.

Sempre peço para meus alunos pensarem no seguinte: você recusaria um emprego num time rival ao seu? E caso aceitasse você cometeria um erro proposital para ajudar seu time de coração e se prejudicar profissionalmente?

A profissionalização é uma necessidade urgente do esporte nacional. Portanto, se há uma vaga a ser preenchida, que seja pelo melhor nome para aquela função. Quero ver grandes CEOs de multinacionais sendo contratados para gerenciar nossos times. Quero os grandes nomes do mercado a frente dos departamentos de marketing, finanças e outros.

Em alguns casos, não torcer para a equipe onde se atua profissionalmente pode ser positivo. Imaginemos um diretor financeiro, por exemplo. Seu clube apresenta graves problemas financeiros, enquanto o time precisa desesperadamente contratar um atleta para determinada deficiência do elenco. O torcedor, nesse caso, priorizaria a vinda do jogador, enquanto o profissional, com olhar técnico, vai cuidar da saúde financeira do clube, ou pelo menos, recomendar tal opção a quem vai decidir (geralmente, o presidente).

Desde que o profissional em questão não permita que a paixão impacte em seu trabalho, qual é o problema? Ainda há quem acredite que uma pessoa devidamente selecionada e contratada vai trabalhar para ver sua empresa (no caso, clube) se dar mal? E a credibilidade junto ao mercado? E o salário recebido, como justificar?

Lamentável também é perceber que não só torcedores, mas também uma parte da mídia esportiva cai nesse lugar comum. A mesma mídia que cobra profissionalismo de dirigentes e clubes e, em sua esmagadora maioria, é composta por torcedores apaixonados que se julgam imparciais para opinar e informar sobre qualquer agremiação.

Como em toda instituição séria, trabalhadores devem ser contratados de acordo com sua competência, experiência e sucesso comprovado. Assim como acontece com os jogadores. Ou achamos que todos os atletas do seu clube são torcedores como nós?

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O marasmo das arenas (e estádios) brasileiros precisa ser discutido

Fernando Fleury
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Arena Corinthians
Esquenta da Fiel, realizado no sábado (4/3) demonstra boa iniciativa do Corinthians para movimentar sua arena
Esquenta da Fiel, realizado no sábado (4/3) demonstra boa iniciativa do Corinthians para movimentar sua arena 

A CBF anunciou recentemente que já a partir deste ano os clubes da série A do Campeonato Brasileiro não poderão mandar jogos fora de seus estados de origem. Com isso, Arena da Amazônia, em Manaus; Arena das Dunas, em Natal; Arena Pantanal, em Cuiabá; e Mané Garrincha, em Brasília, por meio de seus gestores, já demonstram preocupação e prometem protestos, pois os clubes locais não têm condições de pagar aluguel para atuar nesses estádios, tampouco alcançam uma média de público aceitável para que a conta comece a fechar minimamente.

A decisão da CBF é ruim para estas arenas, que ganham algum dinheiro recebendo partidas de clubes grandes de São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente. No entanto, o problema é muito mais amplo, complexo e de difícil solução. Se todas estas arenas dependem tão sensivelmente do mando esporádico de partidas de equipes distantes, o sinal vermelho já foi aceso há muito tempo.

Uma arena (ou estádio, como queiram) deve ser administrada como um empreendimento muito além de um mero campo com arquibancadas para receber jogos de futebol. Espaço para shows e eventos em geral, lojas, restaurantes, escolas, bares, museu, salão de festas, anfiteatro, camarotes, espaços vip, enfim, há uma infinidade de atividades que devem compor o dia a dia de um espaço como esses para que exista um mínimo equilíbrio financeiro.

Olhando para o exterior, a Amsterdam Arena, na Holanda, talvez seja o maior referencial nesta área. O local recebe eventos e atividades nos 365 dias do ano. Com custo de construção de aproximadamente R$ 300 milhões (inaugurada em 1996), o local tem atualmente lucros (não faturamento) superiores a R$ 80 milhões por ano, sendo que apenas 26% de sua receita vem de bilheteria, tour e museu, enquanto mais de 60% da renda da Amsterdam Arena vem de aluguéis (lojas, camarotes, escolas e mais uma infinidade de estabelecimentos, além de eventos, 58% sem nenhuma relação com o futebol).

O que os holandeses conseguiram nos mostra um caminho, mas não uma receita pronta. Um estádio tem altos custos de manutenção, portanto, antes de sua construção, é fundamental verificar a viabilidade financeira do empreendimento, como integrá-lo à região onde será construído, qual a vocação econômica, cultural, costumes e como esta arena pode ser um espaço comercial e de entretenimento absolutamente integrado ao local onde está instalada.

Neste quesito, os Estados Unidos também caminham muito bem, até porque os norte-americanos têm enraizada a cultura de aproveitar as arenas muito além de um palco esportivo, mas como um ponto que recebe desde o churrasco no estacionamento até a compra desenfreada de cerveja, lanches, pôsteres, materiais esportivos e produtos dos mais variados, além de eventos antes, durante e após o jogo em si.

Portanto, antes de qualquer justificativa simplória, é preciso admitir que o Brasil tem sérios problemas, principalmente nas arenas de Manaus, Cuiabá, Brasília e Natal. Isso sem citar o imbróglio do abandonado Maracanã e a dívida estratosférica da Arena Corinthians. Meia dúzia de jogos do Campeonato Brasileiro estão longe de ser a solução.

O Corinthians realizou no último sábado (4/3) o "Esquenta da Fiel", com food trucks, cerveja, bandeirões, enfim, uma série de atrações além do jogo (início às 13 horas, com bola rolando só às 18h30) antes do clássico contra o Santos, ação que merece aplausos para a administração da Arena Corinthians e ao clube.

É preciso avançar, estudar, planejar e fazer com que esses espaços pertençam às suas regiões muito além do futebol.

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Imagem é tudo. Ou deveria ser...

Fernando Fleury
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SPFC
A exposição de produtos e ativações em geral precisam ser pensadas com muito cuidado
A exposição de produtos e ativações em geral precisam ser pensadas com muito cuidado

Já estava para escrever esta coluna há algumas semanas. Um debate que vem acontecendo em sala de aula e que, na apresentação de Rogério Ceni e, recentemente numa coletiva do peruano Cueva, se tornou evidente: a imagem dos patrocinadores.

É verdade que os times de futebol, em geral, encontram-se numa pindaíba danada. Na maioria dos casos, por pura incompetência dos gestores, ou melhor, da falta de gestores E, por mais que nos últimos anos as receitas tenham subido, poucos souberam equalizar e aproveitar esse momento. Exceção talvez feita ao Flamengo que, a partir de agora, tem tudo para colher ótimos resultados. O Palmeiras também tem demonstrado progressos interessantes.

Evidente que o viés político das gestões amadoras dos times de futebol, que são entidades associativas e, em sua maioria, sem fins lucrativos, prejudica. Poucos são os times que possuem em seus quadros profissionais gabaritados do mercado exercendo um papel importante.

Nesse modelo de ver o esporte como entretenimento, o marketing vem ganhando força. Para o bem ou para o mal. Mas os gestores estão se esquecendo de um passo importante que deve ser dado antes: Governança. Não apenas dentro dos times, mas também a chamada Governança Corporativa.

Este modelo permite que os times sejam autônomos nas decisões que lhes são individuais. Por outro lado, quando analisamos a produção do campeonato, por exemplo, os clubes, como proprietários da competição, passam a pensar no todo, visando ganhos oriundos de um campeonato mais vantajoso para todos.

Neste cenário do esporte como entretenimento, onde o marketing predomina, os clubes parecem estar se esquecendo de algo fundamental: o torcedor. Enxergar o torcedor como consumidor obriga os times a alterar a postura com relação aos fãs. Estes, por mais apaixonados que sejam, naturalmente se tornam mais exigentes. Em tudo!

Essa relação entre a exigência do torcedor e a necessidade financeira do clube se torna um dos pontos mais complicados de se encontrar equilíbrio. Mundo afora percebemos como o esporte não vive sem patrocínio. E, que fique claro, não se trata de demoniza-lo. Pelo contrário. Trate-se de tratar o patrocinador como ele merece.

Assim, as decisões a respeito destes parceiros não podem ser tomadas apenas do ponto de vista financeiro, e sim, analisando o impacto nos torcedores, na percepção do mercado e como isso afetará a própria imagem do time patrocinado.

Não à toa, a pergunta que mais me tem sido feita é a respeito das marcas que estão patrocinando o São Paulo. Marcas como Guaraná Poty e Urbano têm muito a ganhar ao atrelarem suas marcas ao clube do Morumbi, porém, além do dinheiro, (necessário) o que ganha o clube?

O Arroz Urbano é novo no futebol. E isso é excelente. O futebol brasileiro precisa de novos patrocinadores. Já as Bebidas Poty vêm atuando, com foco no interior paulista, patrocinando diversos times como Mirassol, Botafogo-SP, Rio Claro e Noroeste. No site da Urbano e da Poty não existe, até o momento, nenhuma demonstração deste patrocínio. No caso da Poty causa estranheza o fato de, na área destinada a mostrar os investimentos nos times de futebol, constem 11 times do interior paulista, mas não o time da capital (serve de alerta para eles alterarem). O site do São Paulo, por sua vez, expõe a logomarca dos dois patrocinadores.

Ambas empresas vêm buscando aumentar sua participação de mercado na cidade de São Paulo e no próprio Estado. Além da exposição, as duas marcas buscam atrelar a imagem vitoriosa do time às suas, mostrando para os consumidores que não são, nos dois casos, quaisquer marcas. Isso é o que chamamos transferência de imagem. E elas estão perfeitas em suas estratégias.

Porém, essa transferência é uma via de mão dupla. Se o São Paulo transfere sua imagem para Urbano e Poty é natural esperar que ambas também transfiram suas imagens para o Tricolor. E é aqui que mora o perigo de se analisar um patrocínio apenas pelo valor financeiro. Quanto ganha ou perde o time ao ter sua imagem amarrada com essas duas marcas?

O São Paulo tem dois patrimônios que devem ser muito bem cuidados: sua marca como time de futebol e sua torcida. Quando marcas "quase" desconhecidas investem no time com intenção de se beneficiar destes dois patrimônios, além, claro, da exposição gerada, corre-se o risco de uma repercussão negativa caso a parceria não seja muito bem gerenciada.

Explico: O que é mais atrativo para o torcedor são paulino e o que valoriza mais a marca do time: ser patrocinado por uma AMBEV, Coca-Cola ou Poty? O mesmo pensamento vale para a Urbano. Patrocinadores de peso ajudam a transferir valor para seus patrocinados. Por isso o cuidado em aceitar "qualquer" patrocínio.

Então isso significa que marcas desconhecidas ou de menor expressão não deveriam ser aceitas pelos times?

Não. Os clubes devem ter uma estratégia clara de posicionamento de sua marca para que com isso em mente possam definir quais marcas agregam valor a sua. E, principalmente, como será feito o processo de ativação do patrocínio.

E é aqui que mora o grande problema do futebol brasileiro. Apesar de os times acreditarem ser grandes marcas, não são.
E não são pelo simples fato de não serem gerenciados como tal. Não existe uma estratégia de identidade de marca, um trabalho de Brand Equity (valor adicional atribuído às marcas) e, por consequência, uma definição de posicionamento.

Por isso os uniformes, que deveriam ser extremamente valorizados pelos times, pois são a essência de seu produto principal (o futebol), hoje parecem verdadeiras fantasias de escola de samba. Perdem o pouco que tinham de identidade e se desvalorizam ao canibalizar o espaço, que deveria ser nobre. Prejudicando não somente sua "marca", mas a marca do patrocinador que, por consequência do modelo perde aquilo que mais busca no uniforme: visibilidade.

O preço médio do patrocínio máster no Brasil é baixo. Em outras palavras, o valor pedido pelos clubes é barato se comparado a outras fontes onde esse valor poderia ser investido pelo marketing do patrocinador. E mesmo assim os times estão com dificuldades de conseguir fechar patrocínios que tragam retorno além da grana.

O motivo é simples: os times brasileiros estão perdendo valor.

E na situação em que o mercado se encontra, a entrada de marcas novas como Poty e Urbano deve ser muito comemorada e o marketing dos patrocinados deve tratar com muito mais respeito e cuidado estes novos investidores. O resultado tem de ser excelente. Não só para que estes fiquem, mas para que atraiam outros.

 

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Imagem é tudo. Ou deveria ser...

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As correntes revolucionárias e a contra-revolução

Fernando Fleury
Fernando Fleury

Em pleno 2017 nossos times continuam sofrendo com a falta de gestão e profissionalização daquele que é nosso maior esporte: o Futebol.

Inegável a importância dos direitos de TV nas finanças dos clubes. Seja no Brasil ou no exterior, nas mais variadas ligas europeias ou nas idolatradas ligas americanas, o dinheiro oriundo desses direitos é fundamental.

Porém, o modelo de transmissão passa por uma grande transformação. Nós temos a oportunidade de presenciar essas mudanças. Se antigamente a questão era qual melhor dia e horário passar os jogos, tendo em vista a audiência da TV aberta, hoje, a grande questão paira sobre as melhores plataformas para transmitirmos.

É boa a sensação de estar de frente a um momento marcante, histórico e de possível transformação. O que se viu no último domingo (19/3), - quando Atlético Paranaense e Coritiba se recusaram a jogar pelo Campeonato Paranaense - pode representar uma faísca fundamental para o futebol brasileiro.

Se os dois clubes não chegaram a um acordo com a TV Globo para que suas partidas fossem transmitidas no torneio estadual, a transmissão via YouTube (streaming) poderia ter representado uma experiência fantástica até em termos de teste, de verificação do potencial de uma ferramenta como essas no futebol brasileiro.

O streaming, já presente na NFL, NBA, MLB e muitas outras, esta aí. Não é mais uma questão de será que vai funcionar. É uma questão de quando vai rolar. Com o cenário positivo para inovação, eis que surge então uma figura que, convenientemente, não é grande incentivadora de novidades: a federação estadual, no caso, a Federação Paranaense de Futebol. "Dona" do campeonato, a instituição fez o que pôde para tumultuar a partida e evitar que a transmissão fosse realizada via streaming.

É preciso, claro, levar em conta o erro cometido pelas duas equipes. Houve o credenciamento de uma produtora que faria a transmissão do clássico e, no domingo, outros profissionais apareceram para cobrir o duelo. Foi o pretexto perfeito para que a Federação então proibisse tais pessoas de adentrar a Arena da Baixada. Como não houve, claro, a menor boa vontade em resolver o problema, Atlético e Coritiba então tomaram a decisão histórica de não jogar, atitude apoiada e comemorada pelos torcedores nas arquibancadas.

O desenrolar dos próximos capítulos será interessante. Muita coisa em jogo. De um lado a questão do jogo em si. Torcedores irão processar a federação? O jogo será remarcado? Entre outras. Mas do outro lado as questões que, para mim, são as mais importantes: Será transmitido pelo YouTube? Qual será a postura da TV Globo daqui para frente? Há muitos entraves curiosos causados pela decisão dos rivais curitibanos.

O grito que pode ser ouvido nessas circunstâncias, de novo, é para que os clubes finalmente se imponham e tomem conta das competições em que são os protagonistas. O Campeonato Paranaense é esfacelado sem Coxa e Furacão, o Carioca da mesma forma sem Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense, o Paulista se esvai sem Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos, e assim sucessivamente.

Os clubes têm poder e influência para organizar competições muito mais atrativas, rentáveis e que de fato valorizem o futebol brasileiro, desde que consigam se organizar dentro de um processo correto de Governança. Mas é necessário romper com os modelos tradicionais e encontrar fórmulas que sejam compatíveis com o público brasileiro.

Não adianta buscar culpados pelo fracasso da ação. Demonizar emissoras, clubes ou federações não leva a lugar nenhum. O momento pede que, aqueles que têm muito a ganhar com a melhora do futebol, se unam e criem o novo.

Mas é preciso ter uma certeza: o streaming veio para ficar e, para times que não são tão atrativos para as grandes emissoras, pode ser uma saída fantástica.

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Todos em campo pela Chape

Fernando Fleury
Fernando Fleury
#todosemcampopelachape
#todosemcampopelachape
#todosemcampopelachape

O acidente aéreo que vitimou 71 pessoas na última segunda-feira chocou todos nós. Mas nada se compara ao choque sofrido pelas famílias das vítimas. Um choque enorme, cujo efeito será sentido para sempre.

Nossa consternação e luto não podem nos deixar inertes. Os eternos campeões perderam suas vidas em busca do sonho, da emoção, da missão de emocionar. Eles merecem todas as nossas homenagens e suas famílias todo o nosso apoio.

Nós somos os torcedores apaixonados, os torcedores ocasionais, os profissionais do esporte, da imprensa, os clubes, os palcos, as arenas, os gritos, os gols, os aplausos e o choro. Todos nós somos o futebol, muito mais que um jogo.

O luto deve ser respeitado, mas há muitas maneiras de respeitar aqueles que se foram. E, para nós, a melhor forma de mostrar respeito e homenageá-los é estar em campo.

Mas não é só estar em campo. É fazer dessa rodada uma rodada histórica!!!

Estádios cheios. Todas as torcidas juntas, sem divisões, barreiras, muros, grades. Poucos jogos valem algo. Claro que os que valem devem ter seu foco nisso, mas os demais poderiam simplesmente destacar uma mensagem que todos nós, que amamos o futebol, podemos passar ao mundo:

#todosemcampopelachape

Que a última rodada desse campeonato seja um momento único e inesquecível de homenagem, apoio, respeito e solidariedade.

Que essa rodada veja, pela primeira vez, todos os nossos estádios 100% ocupados.

Propomos aos clubes e organizadores do campeonato que juntos abracemos essa campanha.

#todosemcampopelachape envolve:

1. Toda renda de todos os jogos revertidos para famílias das vítimas via chape ou fundo social criado para isso;

2. Preço único para todos os ingressos: R$ 71,00; (R$1,00 para cada família);

3. Sinal aberto para todos os canais de TV, radio, etc, para que o maior número de jornalistas que quiser possa participar e homenagear seus companheiros também.

4. Governos locais isentem as referidas doações de impostos, possibilitando o repasse integral de valores às famílias.

5. Criação uma linha 0800 para doação de R$ 74,00 por pessoas que não querem, ou não possam ir aos jogos.

6. Todos os times em campo vestindo as cores da Chape; e que aqueles que desejarem e puderem, joguem por essas cores nesse dia.

Nas piores situações, a humanidade revela o seu melhor.
Vamos todos mostrar nosso melhor lado nesse dia e aplaudir, mais uma vez, os eternos campeões.

#todosemcampopelachape

Fonte: Fernando A Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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Utilidade e critérios de lista da Forbes

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Para que serve o valor de um time

Fernando Fleury
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Siga Fernando A Fleury no twitter @f_fleury ou em outras redes.

Não é de hoje que muitos analistas criam modelos para avaliar o valor das equipes esportivas. Em mercados maduros esse valor é importante para duas coisas: Quando temos interesse em vender a equipe ou quando queremos trazer investidores.

No mercado brasileiro é difícil para nós encararmos a possibilidade de nosso time de coração ser vendido para alguém. Nossas equipes são, tradicionalmente, associações onde todos os associados são seu dono. Ou seja, a venda não seria algo tão simples e, mais, não parece ser o desejo atual das equipes aqui do Brasil.

Por outro lado trazer investidores, apesar de não usual por aqui, é algo que deveria ser pensado pelos times. Vejam, não estamos falando de buscar patrocinadores. Patrocinadores não são investidores diretos. O objetivo do patrocinador não é, necessariamente, fazer o time crescer, e sim fazer o produto patrocinador crescer. Por isso quando falamos de investidores estamos pensando numa relação onde o capital injetado na equipe ajudará essa a crescer e, com isso, dará um retorno financeiro sobre o capital investido para o quem pois o dinheiro.

money

Assim, saber o valor de um equipe, aqui no Brasil, é algo que não tem relevância para o mercado. Pelo menos atualmente. Mesmo assim, imaginando que seja importante, é necessário que os critérios adotados para esse calculo sejam, no mínimo, lógicos. A metodologia adotada deve ser explicada claramente para que o mercado posso validar, ou não, os números apresentados.

É importante mostrar quais itens foram analisados e quais os pesos de cada item na relação. Esses itens tem que ser mensuráveis, ou seja, possíveis de serem medidos, e estar em sintonia com todos os que serão avaliados. O relatório da Forbes México, que gerou várias polemicas ao longo da semana que passou, apresenta três índices para formação do valor das equipes: a valor do Estádio (quando este pertence ao time), o valor dos jogadores (que não estão emprestados) e o valor da marca.

A Forbes não abre o valor individual de cada índice medido. O relatório simplesmente apresenta um número final e uma explicação rápida sobre o time e o por que dos valores. No caso dos times brasileiros os estádios novos parecem, claramente, tem impactado positivamente no valor das equipes. Porém, não levou em conta que muitos dos estádios ainda não pertencem inteiramente ao time. Ou seja, não é um ativo que pode ter seu valor creditado inteiramente nesse calculo.

O mesmo acontece com a questão dos valores dos jogadores. Se a idea e analisar o jogador como um ativo temos que analisar o quanto desse ativo pertence realmente ao time.

Por fim, o valor da marca. Difícil falar sobre este aspecto já que nenhuma linha do relatório explica como eles chegaram no valor da marca de cada time.

Para nós, como torcedores, o ranking pode ser "engraçado" e gera boa discussão nas mesas de bar, mas não dá para ir muito além disso.

Se quiser ver o relatório clique aqui

Fonte: Fernando A Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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Já passou da hora de discutirmos a postura dos jogadores em campo

Fernando Fleury
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A cada nova rodada do Brasileirão surge uma nova discussão a respeito dos erros de arbitragem. Longe de mim querer defende-los, mas me parece claro que a vida de um árbitro dentro de campo não é fácil.

Além de competir "contra" a visão da TV, que conta com diversas câmeras bem posicionadas (coisa que nem sempre o árbitro consegue), inúmeros replays e diversos outros tipos de ajuda, o "juizão" da partida tem que lidar com a "malandragem" do jogador.

Se criticamos os inúmeros erros dos árbitros e auxiliares, o mesmo não acontece com os jogadores. Não ouço nas mesas de bares, nos grupos de whatsapp, ou mesmo nos comentários pós partidas criticas a tentativa (muitas vezes vitoriosas) dos jogadores em enganar a arbitragem.

A maior polêmica desta rodada me parece ter sido o lance do jogo Chapecoense e Palmeiras. O árbitro Jailson Macedo errou ao expulsar Egídio, já que este não havia cometido falta. Não vou entrar no debate a respeito dele ter voltado atrás. Me parece claro que o quarto árbitro (ou alguém) usou o recurso da TV (e isso pode ser tema para uma outra discussão).

Mas meu ponte é: Enquanto a confusão se formava o jogador da Chapecoense, William, se remexia no chão como se tivesse quebrado uma perna. Rola, bate a mão, grita de dor. Sai carregado pelos massagistas e volta para participar do lance do segundo gol.

Toda a encenação, digna de um astro de tv, fica evidente quando as câmeras que "denunciam" o erro de árbitro mostram que o jogador nem tocado foi.

A câmera que hoje expõe o árbitro aos tubarões é a mesma que mostra que o jogador brasileiro muitas vezes opta por encenar a falta ao invés de jogar futebol.

Se o árbitro erro, mas não age de má fé o mesmo não se pode dizer de jogadores que preferem a encenação ao futebol. Não existe erro, existe uma clara decisão em enganar o árbitro para se tirar vantagem no lance.

 

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Já passou da hora de discutirmos a postura dos jogadores em campo

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O dilema da ética no esporte

Fernando Fleury
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É interessante notar o posicionamento dos principais patrocinadores da FIFA após a repercussão das prisões de alguns dirigentes e empresários ligados a entidade

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Não resta dúvidas que estamos atravessando um momento histórico no futebol. Chega até a ser cômico que o grande responsável pelas mudanças que iremos ter seja um país que nunca deu a mínima atenção para o esporte mais popular do mundo. Porém, fica evidente que os EUA perceberam um detalhe importante: o futebol produz muito dinheiro e eles querem uma parte deste mercado.

Entre as primeiras consequências que observamos, além da briga pelo poder envolvendo FIFA e UEFA, são as notas oficiais de alguns patrocinadores da FIFA. Visa e Coca-Cola se pronunciaram logo após o caso exigindo mudanças e dizendo estarrecidas com o fato. Prometem rever seus patrocínios e seus apoios a ações da entidade.

A atual crise da FIFA mostra ao mundo algo que deveria ser tratado a tempo no esporte: Governança. Ou melhor, a falta de Governança. E este ponto que trás à tona, entre os mais variados temas, o relacionamento existente entre a entidade e seus principais patrocinadores.

Por um lado as empresas buscam associar suas marcas a FIFA (por exemplo) pelo retorno positivo que isso dá. Por outro as marcas devem estar preparadas para as consequências de ações negativas. As ações do dia 27 colocaram "gigantes" como Coca-Cola, VISA e Mc Donald´s, entre outras, no centro do furacão que tomou conta da organização que define os rumos do futebol mundial.

Atrelar a imagem de sua marca, e de seus produtos, a corrupção e à falta de governança da entidade, se tornou verdadeiro pesadelo para essas organizações que investem quantias astronômicas no esporte mais popular do planeta.

Arrastadas à crise pela FIFA, e por seus dirigentes "corruptos", dois dos principais patrocinadores da entidade, Coca-Cola e VISA, publicaram notas oficiais em que, de forma contundente, cobravam esclarecimentos e um posicionamento concreto de Joseph Blatter e seu staff sobre as acusações e prisões levadas a cabo pelo FBI. A sugestão implícita de que ele deve se retirar é clara.

A atitude dos dois patrocinadores da FIFA, dentro de um claro e emergencial plano de gerenciamento de crise, reflete uma clara estratégia para mostrar à comunidade mundial do esporte e aos consumidores de seus produtos que, de forma desesperada, "não compactuamos com as falcatruas desses senhores corruptos da FIFA".

Nesse verdadeiro "salve-se quem puder", Coca-Cola e VISA agem como se responsabilidade alguma tivessem sobre os desagradáveis acontecimentos ocorridos no quartel-general da entidade, em Zurique, na Suiça. Porém, será que isso é verdade?

Ao assinar um contrato de patrocínio, independente do que possa acontecer no futuro, os agentes envolvidos no acordo, patrocinadores e patrocinados, assumem conjuntamente o bônus e o ônus oriundos de tal contrato comercial.

É fácil administrar essa relação quando os gols saem em profusão, os estádios ficam lotados e, uma após outra, vivemos a "Copa das Copas".

Mas o que acontece quando o gol é contra?

O relacionamento patrocinado-patrocinador deixa as "páginas" de esporte e passa a ocupar espaço na editoria de polícia. A relação fica onerosa e pesada para quem financia o relacionamento e, por isso, julga não ter responsabilidade sobre o acordo.

O posicionamento de Coca-Cola e VISA, correto do ponto de vista técnico no gerenciamento da crise que ora se instaurou na relação de patrocínio com a FIFA, demonstra uma clara opção pelo caminho mais fácil na abordagem do problema. Porém, será que ninguém sabia de nada?

Empresas patrocinadoras estão acostumadas a jogar este jogo. Por vezes é mais fácil tapar os olhos e surfar no onda positiva do que adotar uma postura contundente antes do pior acontecer. Afinal, se eu não estiver lá meu concorrente estará. Isso é fato. E por que?

Porque não existe um código de ética que regulamente as relações entre patrocinadores e entidades esportivas. Um código que facilite esse tipo de postura, como se do problema não fizessem parte, das "gigantes" norte-americanas. Cobrar posicionamento da FIFA sobre as denúncias que, com toda a razão, caem sobre ela é fácil. Difícil é assumir a responsabilidade quando é parte integrante do escândalo.

O "salve-se quem puder" do momento atual da FIFA mostra a urgência da discussão e elaboração, para lá de urgente, de um documento que regulamente e traga, de forma cada vez mais clara e transparente, os alicerces básicos que devem nortear, dentro de princípios éticos, os limites e as responsabilidades das relações envolvendo entidades esportivas e seus patrocinadores.

As mudanças que todos nós queremos não podem ficar restritas a troca de pessoas no poder. Não basta tirar Blatter e colocar Ali bin Al Hussei e a turma da UEFA, liderada por Platini. É verdade que a UEFA está anos luz a frente da FIFA no que tange Governança, mas o jogo político é o mesmo. Platini tem seu nome relacionado ao esquema de corrupção da compra de votos do Catar e defende um Copa com mais seleções, por exemplo. O que precisamos é mais do que uma troca de poder. Nós precisamos de uma troca de valores e de princípios.

A elaboração de um código de ética no esporte, para as relações de patrocínio, é urgente e necessária.

Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br e Ary Rocco, EEFE/USP e Uninove

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O momento ideal para o racha

Fernando Fleury
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Se a UEFA quiser ela pode mudar a jogo e fazer história

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Talvez o dia 27 de Maio fique marcado como o dia que mudou o futebol. As prisões de diversos dirigentes ligados a FIFA e as Confederações latinas de futebol podem trazer efeitos muito positivos ao mundo esportivo, não apenas ao futebol.

É bem provável que a FIFA nunca se arrependeu tanto de uma decisão tomada anteriormente como a de ter escolhido o Catar para sediar a Copa de 22 ao invés dos EUA. É aqui que começam as investigações de corrupção por parte da justiça americana. Após as denuncias de subornos envolvendo o Catar como sede da Copa de 22, vencendo justamente os EUA, eles resolveram entrar no circuito, mas não por bondade. E a FIFA, sem querer, ajudou.

Ao tentar limpar sua barra a FIFA chamou Michael Garcia, ex-promotor de justiça de Nova York, para investigar o que teria ocorrido. Garcia teria encontrado provas suficientes de corrupção envolvendo a escolha da Rússia e do Catar. Mas a FIFA nunca publicou o relatório de Garcia e acabou optando pelo trabalho do alemão Joachim Eckert que, ao contrario de Garcia, não viu nada de errado nas escolhas.

Mas sem que a FIFA, ao que parece, tivesse conhecimento, Garcia já havia comunicado a justiça americana de como a escolha dos dois próximos mundiais havia se dado. A CONCACAF (Confederação de Futebol das Américas Central e do Norte) virou o foco das investigações americanas. Pelas leis americanas o simples uso de um banco americano lhes confere o direito de pedir a extradição de qualquer pessoa para ser jugada nos EUA. E bancos americanos, bem como algumas empresas sediadas por lá, abriram brecha para que a justiça americana fosse a campo e pedisse a prisões dos dirigentes e empresários.

O ponto, talvez engraçado da história, é que o grande defensor do Catar nunca foi Blatter, mas sim Michel Platini. Platini, que comando a UEFA desde 2007, como se sabe sempre teve pretensões de ser presidente da FIFA e teve seu nome envolvido no caso de suborno e chegou a declarar "Só porque tomei café com um colega me vejo envolvido em um assunto de Estado e em uma trama construída não sei por quem ou com que objetivo. Não sou corrupto. Não quero fazer mal a ninguém. Não sei quem pode estar por trás disso tudo".

Neste primeiro momento nenhum europeu foi envolvido, mas creditar a corrupção do esporte apenas as Américas seria algo, no mínimo, estúpido. Porém, essa pequena brecha pode dar uma grande ajuda as mudanças que todos tanto sonham. Na próxima sexta, em teoria, as Confederações devem escolher o próximo presidente da FIFA. Blatter nadava de braçada até então, mas o que acontecerá se os 56 representantes resolveram .. digamos assim: rachar com a FIFA?

Por mais que sejam apenas 56 votos entre 208 estamos falando de um continente que detém o interesse de boa parte dos patrocinadores. Europa e América do Norte ficam em média com 60% de todo o dinheiro relacionado a patrocínio no esporte. Em 2014 estamos falando de aproximadamente $ 55 bilhões.

Existe muito interesse em jogo e pode ser o momento de se iniciar uma limpeza. E, caso ela ocorra, resta torcer para que os que venham no lugar não sejam do mesmo "saco"....

Vamos ver o que vai acontecer....

 

Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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A política do blackout na NFL

Fernando Fleury
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Os donos dos times da NFL querem acabar com a política do Bkackout já neste próxima temporada

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A maior e mais importante liga esportiva dos Estados Unidos costuma ditar a moda. Uma mudança de posição dos 32 donos dos clubes da NFL, com relação a política do bloackout para TV, pode trazer consequência interessantes para o mercado e para outras ligas.

O blackout é uma politica existente nas grandes ligas americanas que impede a transmissão de jogos ao vivo se um percentual determinado dos ingressos não forem vendidos de maneira antecipada. Na NFL, atualmente, a regra estabelece o blackout se 72 horas antes o início da partida 85% dos assentos não tiverem sido vendidos.

Além dos inúmeros pedidos de fãs para o fim da prática, nos últimos anos diversos políticos também entraram nesta briga. Mas os donos das equipes sempre demostraram bastante resistência a quebra desta regra.

Porém, nos últimos anos os blackout diminuíram drasticamente. Em 2010 dez jogos não foram transmitidos devido a regra do blackout. Em 2013 apenas 2 jogos. Já na última temporada não ocorreu nenhum blackout. Os próprios times e empresas locais, nos últimos anos, passaram a comprar ingressos para garantir que a taxa mínima de ocupação fosse atingida. Garantindo, assim, a transmissão da partida.

O primeiro passo para uma possível mudança foi dado no ano passado pela FCC (Federal Communications Commission) que eliminou a regra do blaockout e assim abriu espaço para que a regra do blackout fosse decidida diretamente pelas ligas.

A ideia da NFL é terminar com o bloackout apenas para a próxima temporada, como um teste. Mas uma vez que a porteira for aberta será difícil recuar e voltar atrás. Imaginem como os fãs reagiriam a uma tentativa de recuar desta decisão após a implementação?

Se a NFL optar pela mudança a repercussão nas demais ligas deverá ser forte. A MLB vem discutindo o assunto já algum tempo e pode aproveitar para ir junto no processo...

Vale ficar de olho e acompanhar os próximos passos...


Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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A emboscada aprimorada

Fernando Fleury
Fernando Fleury
Nas questões de Ambush Marketing, além da ética e da legalidade, as mídias sociais surgem como grande plataforma para campanhas não oficiais

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Sempre que um grande evento esportivo acontece muitos falam a respeito do chamado ambush marketing.

De um lado temos os defensores do evento oficial e do patrocinador. Eles pagam milhões para se associarem ao evento e devem ter todo o direito de exclusividade.

Porém do outro lado temos as marcas que não pagaram, mas que querem se aproveitar do evento. Claro que este "aproveitamento" não é feito de forma direta, mas de maneira indireta. A ideia e vincular uma marca ao evento e dar a impressão de ser um patrocinador ou, na pior das hipóteses, trazer para si um pouco da credibilidade do evento e da força do mesmo.

A discussão em cima do ambush discorre em duas linhas: A questão legal. Fácil de ser analisada, evitada e julgada quando necessário. É, por exemplo, usar o logo ou nome do evento de forma direta. É ilegal. Ponto!

Mas o ponto mais complicado é a questão da ética. A maneira indireta, por muitas vezes, cria ações espetaculares. Campanhas que mereceriam até prêmios. Mas o quão ética uma marca é ao se "apoderar" de algo que não é seu?

Um clássico exemplo aconteceu na Nova Zelândia, pouco antes dos jogos de 1996 em Atlanta. A empresa Telecom New Zealand postou um anúncio com seguinte imagem:

Ferando A. Fleury
Ação Ring
Ação Ring

No fim do anúncio, em letras grandes e maiúsculas a seguinte mensagem: "with Telecom mobile you can take your own phone to the Olympics."

Legalmente e eticamente questionável o anúncio foi muito comentado e é tema de estudo até hoje em várias aula sobre ambush marketing.

Outro anúncio que reflete bem o paradigma da ética é o da Visa e da American Express nos jogos de Inverno de 94 em Lillehammer, Noruega. Visa, patrocinadora oficial dos jogos soltou uma campanha contendo o logo das Olímpiadas e a seguinte mensagem: Cartão American Express não seriam aceitos na Vila Olímpica.

A American Express não perdeu tempo e lançou um anúncio contendo a seguinte mensagem: American Express. Aceito em toda Noruega. E uma mensagem final: American travellers did not need a "visa" to go to Norway.

Mas a grande barreira a ser enfrentada agora pelos patrocinadores oficias é a mídia social. Twitter, Facebook e outros são os grandes meios que andam permitindo e colocando contra a parede, os grandes eventos e trazendo a discussão da ética para outro patamar.

No Super Bownl, onde o mundo espera para ver os anúncios mais interessantes, divertidos e diferentes, dois foram os grandes vencedores. De um lado os tradicionais cachorrinho e cavalos da Budwieser, que ganharam na votação popular e do outra o Volvo, que nem anunciante do Super Bownl foi.

A empresa sueca resolveu extrapolar os limites da emboscada e, numa ação só, emboscou o Super Bownl e todos seus concorrentes que anunciavam no intervalo do jogo.

A campanha intitulada "Their commercials, our cars" foi lançada na TV e no Youtube dias antes do Super Bownl. Ela convidada quem ia assistir ao Super Bownl a indicar alguém que mereceria ganhar um VolaXC60. Para isso bastava twittar a hashtag #VolvoContest e a pessoa que merecia ganhar sempre que qualquer comercial de carro comercial ia ao ar.

Sem gastar a fortuna dos anúncios do Super Bownl a Volvo bateu todas as concorrentes que anunciaram no Super Bownl e investiram pesado em campanhas digitais. E, junto com o Patriots, levou o título de vencedora do Super Bownl.

 

Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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Se for para ter uma torcida é melhor não ter nenhuma

Fernando Fleury
Fernando Fleury

As cenas de violência eram esperadas e darão margem para que muitos voltem a defender jogos com apenas uma torcida. Para mim isso é a comprovação da ineficiência de nosso dirigentes em promoveram o futebol. Se for para ter uma só torcida é melhor não ter nenhuma

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Sou do tempo em que nos estádios de São Paulo era permitido a entrada de instrumentos musicais e bandeirões. Onde as torcidas competiam entre si, sem briga, para ver qual ocuparia mais “gomos” do Morumbi. Normalmente a PM deixava os “gomos” atrás dos gols fechados e os torcedores iam pressionando, sem briga, apenas lotando a área, para que a PM liberasse um gomo novo. Cada gomo aberto era saudado como um gol. Era uma vitória.

Por vezes vencer nas arquibancadas, tendo a maior torcida, era tão ou mais importante que vencer no campo. Vencer em ambos era a alegria suprema e garantiria meses de sarros com os amigos. Comecei a frequentar estádio com pouco mais de quatro anos.

Com 12 já ia ao estádio sem adultos, só com amigos. Os clássicos eram sempre os mais divertidos. Íamos todos juntos, amigos de ambos os times, e só nos separávamos na porta do estádio. A ida era marcada por diálogos tensos, onde cada um tinha certeza da vitória de sua equipe. Na porta do estádio nos separávamos. Cada qual ia para sua torcida, gritar seus cantos e festejar.

Voltamos a nos reunir ao fim do jogo para voltarmos todos juntos. Ora uns tristes, ora outros. A volta, longa por vezes, podia ser cruel. Dependia do resultado. Mas no final, nada que um belo hambúrguer, na lanchonete do bairro, não resolvesse.

Hoje em dia ainda frequento estádio. Por incrível que pareça fiz até “conhecidos” por lá. Aquela turma que senta sempre no mesmo lugar, todo santo jogo. Não sei o nome de nenhum deles e, com certeza eles não sabem o meu. Mas basta faltar em dois jogos que logo alguém solta um: “Porra, tá sumido, meu!”.

Ainda gosto de fechar os olhos e me lembrar dos bandeirões, dos cantos, dos fogos... Quando dá tento levar minha filha. O estádio sempre me foi um lugar de prazer e quero dividir este prazer com ela. Levo-a junto com diversos amigos dela. Afinal, qual a melhor maneira de aumentar uma torcida?

Quero que ela veja que nossa torcida festeja, que a outra torcida está lá, e que podemos brincar todos juntos. Sim, levo até amigos dela que torcem para outros times.

Enfim, estádio sem torcida, de ambos os times, tende a ser a coisa mais chata do mundo. É como assistir um filme pornô sozinho. Não tem a mínima graça.

Mas parece que está cada vez mais complicado de as pessoas entenderem que lugar de gente estúpida, que prefere a voilência, não é no estádio. É na cadeia.

O torcedor, em sua grande maioria, é pacifico. Está lá para apoiar seu time e comemorar. Sai triste, cabisbaixo na derrota, mas sabe que a vida segue. Que amanhã será outro dia e pronto.

Mas tem meia dúzia de imbecil que teimam em prejudicar a festa. E, ao prejudicar a festa, prejudicam seus times.

Tem diretor cego que não percebeu ainda que isso mancha, não só seu time, sua camisa, sua marca, mas também o campeonato como um todo.

Se a lei não ajuda pondo vândalos na cadeia, eu não tenho dúvida de que mexendo no bolso dos clubes com multas volumosas, suspensões e perdas de pontos as coisas podem melhorar.

O que não dá é para dirigente querer, de forma demagoga, defender sua torcida e lavar as mãos.

Ainda creio que chegará o dia que os dirigentes irão perceber o quanto perdem de dinheiro ao afastar o verdadeiro torcedor, aquele que quer consumir de verdade, do estádio..

Mas até lá continuaremos vendo cenas como as do último clássico paulista. Não foram as primeiras e dúvida que serão as últimas. Mas ainda mantenho a esperança...

E torço para que não tomem o caminho mais fácil. Afinal, como já disse, jogo com uma só torcida é a coisa mais chata (apesar de atualmente ser a mais segura) que tem.

E, no mínimo, é a comprovação da ineficiência de nossos dirigentes para garantir a segurança mínima para quem paga as contas do esporte.

E se essa garantia não existe não é questão de ter apenas uma só torcida. É melhor não ter nenhuma.


Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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Se for para ter uma torcida é melhor não ter nenhuma

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Doping de Anderson põe imagem do MMA em xeque, mas UFC não deve aceitar 'nocaute' facilmente

Fernando Fleury
Fernando Fleury
Getty
Anderson coloca a própria imagem e a imagem do UFC em xeque
Anderson coloca a própria imagem e a imagem do UFC em xeque

O grande debate está sendo em cima de o doping ter sido do exame do dia 9. A questão é se o UFC sabia ou não. Se sabia, por que deixou a luta acontecer e não suspendeu logo o atleta? Pois este seria o procedimento padrão.

Sem dúvida quando um ídolo é pego a credibilidade, não só da última luta, mas de todas suas antigas lutas começam a ser questionadas. É verdade que ele sempre foi testado e nunca havia dado positivo, mas os questionamentos começarão...

A credibilidade do evento está em xeque. Não apenas pelo doping, mas pela maneira como foi anunciada. A data do exame, como mencionei anteriormente, é a grande questão.

Assim, sim, isso pode abalar profundamente o UFC e sua imagem. Principalmente entre os brasileiros. Anderson ajudou a popularizar o esporte no mundo e por consequência no Brasil. Sua história de vida, de superação, será severamente abalada. A imagem dele está ligada diretamente à imagem do UFC. Então é de se esperar que UFC tenha sua imagem comprometida.

Quanto? Bom, isso agora irá depender de como o UFC vai reagir ao fato e como os patrocinadores irão reagir. Ainda é muito cedo para citar valores. Mas não acho que a imagem do UFC sairá ilesa.

A fama de que lutadores se dopam será reforçada. Afinal, o principal "campeão" foi pego no doping. É esperado que fãs se afastem e aí os patrocinadores irão se afastar também..

Mas tem um porém. O UFC sempre soube se promover. Então é de se imaginar que eles não irão aceitar um "nocaute" tão facilmente.

Fonte: Fernando Fleury, para o ESPN.com.br

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Doping de Anderson põe imagem do MMA em xeque, mas UFC não deve aceitar 'nocaute' facilmente

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O esporte mais global de todos

Fernando Fleury
Fernando Fleury

Que o futebol é um esporte de alcance global nós, brasileiros, estamos cansados de saber. Mas é muito bom, para o esporte, quando um jornal como o Financial Times resolve fazer um caderno especial só para falar do tradicional esporte bretão e afirmar que o futebol é O esporte global.

 

Siga Fernando A Fleury no twitter @f_fleury ou em outras redes.

E o que diferencia o futebol de todos os outros esportes ao ponto do jornal fazer tal afirmação?

A principal questão é a capacidade que o futebol tem de se adaptar aos aspectos culturais de cada país ou, talvez, possamos dizer que é a capacidade que o futebol tem de não ter nenhuma afinidade cultural especifica. Isso permite ao esporte atender as mais variadas demanda.

Não é o caso de outros esportes que poderiam ter alcance global.

Quando pensamos em Rugby, por exemplo. Natural que venha a nossa mente países como Australia e França, por ter fortes equipes. Mas além disso o Rugby tem toda uma questão de ser reconhecido como um esporte britânico. Retirar essa essência dele e adicionar o esporte no Brasil, por exemplo, apresenta muitas dificuldades. Por mais que o Rugby esteja crescendo no Brasil. O mesmo caso poderia ser aplicado ao críquete.

O futebol, apesar de ter sido criado pelos britânicos, rompeu este laço e com isso conseguiu fincar raízes mundo a fora.

O mesmo acontece com os chamados esportes americanos. Nada mais americano do que os esportes da terra do Tio Sam. O futebol de deles (para nós o futebol americano), beisebol e hóquei possuem características tão enraizadas na cultura americana que, por mais que os esportes se expandam, e isso está acontecendo, o alcance deles fica longe do alcance do futebol.

Alguém aí pode estar pensando no basquete. Criado pelos americanos e que, sem dúvida, é um esporte popular no mundo todo. Verdade. Mas, assim como a fórmula 1, ter o reconhecimento mundial não significa ter o alcance e a profundidade do futebol. Veja. Não estamos falando que o futebol é o único esporte global mas, sim, que o futebol é o esporte mais global de todos.

Popular na América do Sul e na Europa. Em franco crescimento na América do Norte e na Ásia. O futebol só enfrenta "problemas" na África. Isso porque, apesar de popular, a falta de uma economia mais estável e de práticas de governança adequadas dificultam o estabelecimento de uma estrutura organizacional adequada.

Um exemplo interessante, que mostra o poder do futebol, é a chamada Indian Super League. Apesar da baixa qualidade dos jogos (pelo menos para o meu gosto), o campeonato tem atraído uma média de 23 mil pessoas por partida ao estádio. Como a India é um país de alta densidade populacional, somente na primeira semana de campeonato a audiência acumulada da TV foi de 171 milhões de pessoas (é quase como se todo o Brasil tivesse assistido pelo menos um jogo). As mídias sócias, populares por lá, alcançaram a marca de 2,5 bilhões de impressões.

Até os americanos resolveram se render ao futebol. É verdade que eles ainda preferem os "seus" esportes. Mas o crescimento da MLS é exponencial. A meta de 24 equipes em 2020 (hoje conta com 19) deve ser alcançada com facilidade. O plano de expansão da MLS deixa claro que, por mais que os latinos sejam ainda os principais frequentadores, muitos americanos já estão se acostumando com o esporte Global. Mas vou deixar para tratar disso num outro post.

Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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O futebol que os americanos amam e o mobile

Fernando Fleury
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Amar o jogo não basta. Não basta fazer o Super Bowl. Em uma indústria que pode movimentar bilhões toda e qualquer oportunidade é aproveitada

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Os americanos amam o football deles ou, para nós, o Futebol Americano. Já tentei travar um debate com eles por aqui para entender como um jogo jogado com as mãos pode ser chamado de football, mas não adianta. É a mesma coisa que discutir com um argentino quem foi melhor: Maradona ou Pelé. Com a diferença que na primeira discussão tudo termina com um pint.

Mas voltando ao assunto. O esporte aqui é levado a sério em todos os seus aspetos. Dentro e fora do campo. Consumidor por milhões de fãs a cada rodada, ao vivo e pela tv, a NFL - e seu calendário - serve de base para que milhões de torcedores programem seus finais de semana. Festa dos filhos, jantares com a esposa, cinema, teatro, quase tudo gira em torno do calendário e da NFL.

Acontece que, para muitos destes aficcionados pelo esporte, apenas assistir já não é mais suficiente. Eles querem participar ativamente, provar que entendem do esporte (acha que só brasileiro se sente treinador do seu time????) e foi por isso que surgiram os Fantasy Games. A competição se tornou algo sério por aqui com os fantasy football. Algo tão sério que, no último ano, movimentou a bagatela de US$ 70 bilhões.

Um exemplo legal desta industria, que está apenas engatinhando, a gente pode ver no infográfico abaixo da AppLoving. Uma plataforma que trabalha com 300 marcas e deve ultrapassar US 100 milhões de receita este ano. Os fantasy games mobile já fatura US 1,6 bilhões e consome quase 9 horas das semana dos fãs da NFL.

E para os anunciantes e patrocinadores deste "esporte" virtual o mais importante: As receitas que era de US 800 milhões (2008) fecharam 2013 em US 2,5 bilhões, ou mais de 200% de aumento em 5 anos. Nada mal, não é mesmo?

Estimasse que, no ano passado, 26 milhões de norte-americanos jogaram os fantasy games de football por aqui. E, o mais incrível, a previsão para este ano é de fechar com mais de 40 milhões de pessoas participando ativamente da "brincadeira". Isso deve resultar em algo como 1,6 bilhões horas só na plataforma mobile. Ou seja, a felicidade dos patrocinadores, equipes e, claro, torcedores, só deve aumentar!

AppLoving
Infografico
Infografico


Fonte: Fernando A. Fleury, blogueiro do ESPN.com.br

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