Nem astros do WWE salvam, e UFC segue nas mãos de Ronda e McGregor
O UFC bem que tenta, mas segue emperrado na dura missão de construir grandes estrelas. As duas últimas cartadas da organização para conquistar o grande público eram claras, mas, ao menos aparentemente, falharam.
As duas consistiam em apelar para o público do WWE, que é bem mais popular nos Estados Unidos que o próprio UFC.
O primeiro a entrar em cena até correspondeu nos números. Brock Lesnar conseguiu atrair 1,2 milhão de espectadores para frente da TV no UFC 200 e todos já esperavam vê-lo reconstruindo sua carreira no MMA enquanto enchia os próprios bolsos e também os cofres do UFC.
Mas o sonho durou pouco, e Lesnar acabou pego no doping.
A segunda aposta era em CM Punk, um dos maiores ídolos norte-americanos no pro-wrestling, mas que nunca havia lutado uma luta profissionalmente - ao contrário do próprio Lesnar. A ideia era explodir as vendas de pay per view, sem se importar tanto assim com a performance que ele pudesse ter dentro do octógono.
O desempenho lutando foi o esperado, com uma derrota até que rápida por finalização. O desempenho nos números, porém, ficou longe do previsto. Segundo dados iniciais, foram entre 425 e 475 mil pacotes de pay per view vendidos nos Estados Unidos, bem longe da casa do milhão - o que teria até colocado em dúvida o futuro de CM Punk no MMA.
Assim, o momento é mais do que complicado para o UFC, que se vê cada vez mais dependente de dois nomes: Ronda Rousey e Conor McGregor.
E basta olhar para os números para perceber toda essa dependência. Dos cinco últimos eventos a atingir a casa de 1 milhão de pay per views, três tinham McGregor e um tinha Ronda - o outro foi o histórico UFC 200.
Mais que isso: dos 15 maiores públicos desde o UFC 100, ainda em 2009, McGregor e Ronda estão envolvidos em seis.
Pode até não parecer muito, mas nenhuma das estrelas dos outros nove eventos seguem em alta ou sequer disponíveis.
Quatro deles foram chefiados Brock Lesnar, dois por Anderson Silva, um por Georges St-Pierre, um por BJ Penn e outro pelo duelo entre Rashad Evans e Rampage Jackson.
Lesnar está fora por doping, St-Pierre está aposentado, BJ Penn até vai voltar ao UFC, mas também estava parado, Rampage está no Bellator, Rashad não ganha uma luta desde 2013 e Anderson não vence desde 2012.
Outro que poderia ser o salvador da pátria, Jon Jones também não consegue se livrar dos seus problemas - depois de quase ser preso, também foi pego no doping.
Por essas e outras, o UFC sofre só de pensar na possibilidade de não ter mais Ronda Rousey lutando - lesionada, ela deve voltar entre o fim deste ano e o começo do próximo, mas já avisou que pretende seguir carreira no cinema. E também por isso McGregor costuma fazer o que quer.
Afinal, o UFC depende mais deles hoje do que eles dependem do UFC.
Veja os 15 maiores pay per views desde o UFC 100:
UFC 202 - McGregor vs. Diaz 2 - 1,65 milhão
UFC 100 - Lesnar vs. Mir - 1,6 milhão
UFC 196 - McGregor vs. Diaz - 1,6 milhão
UFC 194 - Aldo vs. McGregor - 1,2 milhão
UFC 200 - Tate vs. Nunes - 1,2 milhão
UFC 193 - Rousey vs. Holm - 1,1 milhão
UFC 133 - Lesnar vs. Carwin - 1,06 milhão
UFC 168 - Weidman vs Silva II - 1,025 milhão
UFC 114 - Evans vs. Jackson - 1 milhão
UFC 158 - GSP vs. Diaz - 950 mil
UFC 148 - Silva vs. Sonnen II - 925 mil
UFC 121 - Lesnar vs. Velasquez - 900 mil
UFC 190 - Rousey vs. Correia - 900 mil
UFC 101 - Penn vs. Florian - 850 mil
UFC 189 - McGregor vs. Mendes - 825 mil
Fonte: Igor Resende, do ESPN.com.br
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